ESSa - Resumos em Proceedings Não Indexados à WoS/Scopus
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- Impacto do enfermeiro de reabilitação na capacidade funcional e respiratória pré cirurgia torácicaPublication . Loureiro, Maria de Fátima de Siqueira; Duarte, João; Sequeira, Aurora; Ferreira, Ana; Pancas, Rita; Novo, AndréA reabilitação pré-operatória (pré-habilitação), em contexto de consulta, é um recurso essencial para a optimização da capacidade funcional e pulmonar impactante na qualidade de vida, autocuidado e prevenção de complicações (Topa, et al., 2025). Esta pode incluir treino de exercício, educação para a saúde e reeducação funcional respiratória em pessoas com tumor de pulmão (Rosero, et al.2019; Piler, et al. 2023). O enfermeiro de reabilitação no seu core de competências sustenta a sua intervenção no contexto de pré-habilitação de cirurgia torácica. Objetivos Avaliar o impacto de um programa de enfermagem de reabilitação de pré habilitação em contexto de cirurgia torácica oncológica. Material e Métodos Estudo quasi-experimental, do tipo pré pós intervenção (programa de enfermagem de reabilitação), amostra não probabilística por conveniência, realizado no período de janeiro a setembro de 2025, num centro de cirurgia torácica português. Foram avaliados na consulta pré-operatória e na admissão prova de marcha 6 minutos, VO2máx estimado, espirometria (FEV1; CVF, PEF) e inspirometria volumétrica de incentivo. Foram incluídas 52 pessoas referenciadas para cirurgia torácica, com idade média de 65,81(±11,02) anos, maioritariamente do género masculino (59,62%), com cumprimento médio de 3 semanas do programa. 100% das pessoas fumadoras na consulta iniciaram desabituação tabágica. Houve uma melhoria clínica da capacidade funcional com incremento médio de 45,24 metros e de 1,26 mL·kg⁻¹·min⁻¹ do VO2máx estimado. Na componente respiratória, houve incremento médio de 639,42 ml do volume inspiratório, uma melhoria percentual do FEV1 (5,42%), da CVF (5%) e do PEF (10,50%) colocando este último em níveis médios normais (passando de 69,67% para 80,17%). Os enfermeiros de reabilitação desempenham um papel fundamental na otimização da capacidade funcional e respiratória dos doentes antes da cirurgia torácica. Estas intervenções contribuem não só para a melhoria do estado pré-operatório, com redução estimado do risco cirúrgico, como também para a potencial redução das complicações pós-operatórias e do tempo de internamento hospitalar, reforçando, assim, a necessidade da sua integração nos cuidados pré-cirúrgicos.
- Integração da atividade física e exercício físico nos currículos do ensino em enfermagem em PortugalPublication . Parola, Vítor; Petronilho, Fernando; Couto, Germano; Ferreira, Paulo; Novo, André; Cruz, ArménioA inatividade física (IF) é um fator de risco para doenças crónicas não transmissíveis (DCNT), enquanto a prática regular de atividade física (AF) previne e reduz estas condições (WHO, 2020). Em Portugal, a adesão à AF é baixa: 73% nunca praticam exercício físico (EF) e apenas 22% são fisicamente ativos (EU, 2022). Os enfermeiros integrados em equipas multiprofissionais, são essenciais para promover a AF, função apoiada por regulamentos profissionais e pela CIPE (Richards & Cai, 2016; OE, 2016). A WHO (2020) reconhece-os como agentes prioritários no combate ao sedentarismo. Contudo, barreiras como falta de formação específica, baixa perceção de benefícios, insegurança e ausência de estratégias sistemáticas limitam a eficácia dessa intervenção (Calonge Pascual et al., 2020). A formação em fisiologia do exercício, avaliação física e prescrição personalizada é fundamental para melhorar a competência e motivação dos enfermeiros nesta área (de Lira et al., 2021). Em Portugal, a situação sobre a formação dos estudantes e profissionais de enfermagem nesta área não é clara, justificando-se a realização deste estudo. Caraterizar as unidades curriculares (UCs) e os conteúdos programáticos (CPs) sobre AF e EF dos currículos do 1º e 2º ciclos de enfermagem em Portugal. Estudo multicêntrico transversal, exploratório e descritivo. Amostra de conveniência, constituída por escolas públicas e privadas, de diferentes regiões de Portugal, que colaboraram voluntariamente. Colheita e análise de dados fornecidos pelas escolas participantes e análise de conteúdos programáticos dos currículos dos 1º e 2º ciclos de enfermagem das escolas participantes registados em tabelas desenvolvidas e validadas pelos investigadores. Estudo autorizado com parecer positivo de Comissão de Ética. Participaram no estudo 19 escolas, 12 públicas (63,1%) e 7 privadas (36,9%). A maioria das escolas localizam-se na região norte (n = 8; 42,1%) e região sul (n = 6; 31,5%). Confirma-se ausência de UCs com denominação explicita de AF/EF nos currículos, com exceção dos Cursos Mestrado Enfermagem Reabilitação (CMER). Existem CPs de AF/EF integrados em proporções diferentes nos dois ciclos de estudos, embora com maior proporção no 2º ciclo. No 2º ciclo, de 44 UCs, 52,3% são escolas públicas e 47,7% em escolas privadas. Considerar como limitações, existência de conteúdos de AF/EF “integrados” noutros CPs, e a análise baseada em documentos fornecidos, com risco de imprecisão. Importante contrariar a inatividade e sedentarismo, e prevenir DCNT (WHO, 2020) sendo a participação ativa dos enfermeiros fundamental nesse processo. O défice de UCs e CPs encontrado nos currículos, principalmente, no 1º ciclo de estudos, implica uma mudança de paradigma, com adoção de diversas medidas, nomeadamente, a atualização dos currículos, capacitação os docentes, incentivo da formação continua e incentivo da investigação nesta área (de Lira et al., 2021; Netherway et al., 2021), onde a envolvência de enfermeiros de reabilitação poderá ser uma mais valia.
- Intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação na gestão do regime de exercício da pessoa com patologia cardíacaPublication . Loureiro, Maria de Fátima de Siqueira; Novo, André; Nogueira, SusanaO desenvolvimento e progressão da doença cardiovascular está associado a fatores de risco cardiovascular que a precipitam ou agravam, sendo os programas de reabilitação cardíaca uma resposta de prevenção secundária que deve ser utilizada. Os programas de reabilitação cardíaca incluem a componente educacional, controlo de fatores de risco cardiovascular, para além do treino de exercício e atividade física, intervenção psicossocial, entre outros. O enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação tem um papel preponderante no controlo dos fatores de risco cardiovascular discutindo as práticas de risco com a pessoa e concebendo planos para a redução do risco de alterações da função cardíaca. Melhorar o conhecimento relativamente aos fatores de risco cardiovascular; implementar um programa educacional pelo enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação; avaliar o impacto do programa educacional na adesão ao regime de exercício. Estudo de abordagem quantitativa, com uma metodologia descritiva de grupo único do tipo pré e pós intervenção. A amostra são as pessoas que se deslocam à consulta de cardiologia de uma clínica privada localizada no centro de Portugal. A intervenção iniciou-se no dia da consulta de cardiologia e teve continuidade nos dois meses subsequentes, sendo composta por intervenções de natureza educacional. Foi aplicado um questionário de conhecimento sobre os fatores de risco cardiovascular elaborado pela investigadora e os níveis de atividade física com recurso ao questionário internacional de atividade física, assim como foi realizada a mensuração de passos com recurso a uma pulseira de pulso e avaliada a capacidade funcional no pré e pós intervenção através da prova de marcha de seis minutos. Foram incluídos no estudo 15 participantes maioritariamente do género masculino (67%), com uma média de idades de 77 anos e que na sua maioria (73%) apresentam risco cardiovascular muito elevado. Antes da intervenção apresentaram uma média de “respostas certas” de 13, enquanto no final apresentaram uma média de “respostas certas” de 18, num total de 20 perguntas. Na prova de marcha de 6 minutos apresentaram ganhos médios de 62 metros no pós-intervenção. Na mensuração de passos observou-se um aumento médio de 1217 passos comparativamente ao início da intervenção. Após implementação do questionário internacional da atividade física no pré e pós intervenção verificou-se que houve incremento dos níveis de atividade física, passando de uma maioria insuficientemente ativa (80%) para uma maioria moderadamente ativa (67%). Este estudo mostra que a implementação de programas educacionais em pessoas com patologia cardíaca, parece ter ganhos a nível de conhecimento e interferir de forma positiva na capacidade funcional e na gestão do regime de exercício. Tal evidencia a importância do papel do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação, na componente educacional, enquanto promotor da literacia em saúde e autogestão da doença da pessoa com patologia cardíaca. Neste sentido espera-se que mais programas educacionais sejam implementados em pessoas com patologia cardíaca em contexto comunitário e que sejam incluídas também mais componentes dos programas de reabilitação cardíaca com o objetivo de minimizar um dos problemas de saúde pública.
- Reabilitação cardíaca: perspectivas luso-brasileiras do papel da enfermagemPublication . Martins, Letícia Mansano; Loureiro,Maria de Fátima de Siqueira; Delgado, Bruno; Dantas, Rosana Aparecida Spadoti; Novo, André; Dessotte, Carina Aparecida MarostiA reabilitação cardíaca (RC) é uma intervenção multidisciplinar que melhora função cardíaca, controla fatores de risco e promove qualidade de vida. A enfermagem de reabilitação atua de forma central na avaliação, monitorização, educação em saúde e apoio psicossocial, promovendo continuidade do tratamento. Apesar das evidências, o acesso aos programas estruturados é limitado, especialmente no Brasil e em algumas regiões afastadas dos grandes centros, em Portugal (1-2). Comparar o papel da enfermagem brasileira e portuguesa na reabilitação cardíaca, destacando semelhanças, desafios e possibilidades de avanço na área. Reflexão narrativa e comparativa baseada em diretrizes nacionais, literatura científica e prática profissional. Foram consultadas diretrizes brasileiras e portuguesas, regulamentações da Ordem dos Enfermeiros e artigos sobre impacto da RC. A análise considerou contexto epidemiológico, organização dos serviços, papel da enfermagem, desafios e inovações. No Brasil, a RC é concentrada em centros de referência universitários ou privados, localizados em grandes cidades. Em Portugal, embora haja maior cobertura proporcional, os serviços permanecem centralizados em hospitais, com escassez em regiões interiores. As diretrizes de ambos os países destacam a intervenção multiprofissional e o papel do enfermeiro na avaliação clínica, monitorização, educação, apoio psicossocial e incentivo à adesão (2-3). Em Portugal, o reconhecimento da especialidade garante autonomia, legitimidade institucional e liderança em equipes, enquanto no Brasil a ausência de regulamentação limita visibilidade e atuação profissional. Barreiras comuns incluem baixa adesão (<50% dos elegíveis), transporte, horários, restrições econômicas e escassez de profissionais capacitados (1-4). A telessaúde e modelos híbridos, acelerados pela pandemia, ampliaram o acesso, permitindo supervisão remota, prescrição de exercícios e acompanhamento educativo, com a enfermagem desempenhando papel decisivo na adaptação dos planos de cuidado e monitorização do paciente (5). Esses resultados evidenciam que, embora a enfermagem seja central na RC em ambos os contextos, o reconhecimento formal em Portugal amplia autonomia e identidade profissional. A expansão da telessaúde representa oportunidade para superar barreiras logísticas e ampliar cobertura, enquanto políticas públicas devem reforçar acesso equitativo e valorização da enfermagem. A cooperação luso-brasileira pode favorecer intercâmbio de experiências, fortalecimento profissional e consolidação de programas inclusivos, reduzindo desigualdades, promovendo qualidade de vida e diminuindo o impacto das doenças cardiovasculares (3-5).
- Qualidade de vida relaciona à saúde de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca de troca valvar múltipla com implante de próteses mecânica e biológicaPublication . Martins, Letícia Mansano; Souza, Matheus Nascimento; Alves, Marcos Eduardo dos Santos; Oliveira, Isabela Santana; Novo, André; Dessotte, Carina Aparecida MarostiDesde o pré-operatório, o paciente com valvopatia é exposto a tomada de decisão complexa sobre a valva (biológica ou mecânica) a ser substituída. Essa decisão repercute diretamente na rotina e estilo de vida, com consequências a longo prazo. Em casos de substituição de múltiplas valvas, pode haver a necessidade de implante concomitante de ambos os tipos de próteses. Isso impacta no prognóstico do paciente e na percepção de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Dessa forma, pacientes submetidos a procedimentos mais complexos, podem se beneficiar de forma significativa da reabilitação cardíaca (RC), uma vez que irão enfrentar maiores repercussões físicas e psicológicas (1-2). Discutir casos de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca de troca valvar múltipla com implante de próteses mecânica e biológica, e seu o impacto sobre a QVRS e RC no pré-operatório, seis e doze meses após a cirurgia. Relato de caso de três pacientes de cirurgia cardíaca de multivalvar com implante simultâneo de próteses mecânica e biológica. Os dados foram coletados nas enfermarias e ambulatório de um hospital universitário no Brasil, por meio de entrevistas individuais e consulta aos prontuários no pré-operatório e pós-operatório (seis e doze meses). Foram coletadas dados sociodemográficos, clínicos, evolução pós-operatória, QVRS e impacto da valvopatia no cotidiano. A QVRS foi avaliada pelo Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) (3), composto por oito domínios com pontuação de 0 a 100, em que valores mais altos indicam melhor percepção de saúde. O impacto da valvopatia foi mensurado pelo instrumento “Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata – IDCV” (4), com escore geral de 14 a 350 pontos, em que valores mais altos indicam percepção negativa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foram realizadas análises descritivas de frequências para variáveis categóricas e de tendência central e dispersão para variáveis numéricas. Pacientes do sexo feminino, com média de 51 anos, maioria solteiras, escolaridade média de 8 anos, sem atividade profissional e renda familiar média de 1,7 salários-mínimos. Em todos os casos, as valvas mitral, aórtica e tricúspide foram substituídas, em reoperações, com implante de próteses biológicas e mecânicas, escolhidas pelos pacientes com orientação médica. Os pacientes apresentaram comorbidades como dislipidemia, hipertensão, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial, além de complicações pós-operatórias até seis meses, incluindo hemorragia, infecção respiratória e reabordagem cirúrgica, com apenas um caso de reinternação em doze meses por troca de marca-passo e anemia. Na avaliação da QVRS pelo SF-36, verificou-se que os escores apresentaram variações discretas entre os três momentos avaliados, com tendência de melhora em domínios como "Capacidade Funcional" e "Aspectos Sociais", enquanto "Dor" e "Aspectos Físicos" oscilaram ao longo do seguimento. Em relação ao IDCV, os resultados indicaram impacto moderado da doença no cotidiano, com pior percepção no período de seis meses, sobretudo nos domínios sociais e emocionais, seguido de melhora parcial aos doze meses. O escore total acompanhou essa tendência, reforçando que, apesar da complexidade cirúrgica, houve adaptação progressiva dos pacientes ao longo do tempo. Esses resultados ressaltam a importância da reabilitação cardíaca como estratégia para potencializar ganhos funcionais e psicossociais após a cirurgia multivalvar.
- Valvopatia e qualidade de vida: evolução de pacientes submetidos à cirurgia de troca valvarPublication . Martins, Letícia Mansano; Souza, Matheus Nascimento; Oliveira, Isabela Santana; Novo, André; Dessotte, Carina Aparecida MarostiExistem poucos de estudos que mensuram, de forma longitudinal, a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e o impacto da valvopatia no cotidiano dos pacientes. Avaliar esses indicadores, durante o primeiro ano de reabilitação, é particularmente relevante, pois corresponde ao período em que os pacientes vivenciam a fase crítica de adaptação às repercussões físicas, emocionais e sociais da intervenção cirúrgica. Essa análise permite identificar as principais dificuldades enfrentadas, possibilitando o desenvolvimento de estratégias de cuidado mais individualizadas e eficazes pelas equipes multiprofissionais, promovendo a reabilitação cardíaca (RC) desses pacientes (1-2). Comparar a qualidade de vida relacionada à saúde e o impacto da valvopatia no cotidiano dos pacientes submetidos a cirurgias para troca valvar, no pré-operatório, seis e doze meses após a cirurgia. Estudo observacional, analítico e longitudinal realizado em um hospital universitário no Brasil. Amostra não probabilística, consecutiva, constituída por pacientes de ambos os sexos, maiores de idade, submetidos a cirurgia de troca valvar cardíaca. Realizado entrevistas individuais e consulta aos prontuários. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, evolução pós-operatória, QVRS e impacto da valvopatia no cotidiano no pré-operatório, seis e doze meses após a cirurgia. A QVRS foi avaliada pelo Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) (3), composto por oito domínios com pontuação de 0 a 100 (maiores valores indicam melhor avaliação). O impacto da valvopatia foi mensurado pelo “Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata – IDCV” (4), com escore geral de 14 a 350 pontos (maiores valores indicam maior percepção negativa). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados foram analisados descritivamente e para a comparação das medidas da QVRS e impacto da valvopatia nos três momentos, foi utilizado o teste de Friedman. Nível significância adotado foi de 0,05. Participaram 34 pacientes, maioria mulheres, com média de 55 anos, com companheiro, inativas, escolaridade média de 7 anos e renda familiar entre 2 e 3 salários-mínimos brasileiros. A hipertensão arterial foi a comorbidade mais prevalente, seguida por arritmias, dislipidemias e diabetes mellitus. As cirurgias mais realizadas foram implante de próteses metálicas e biológicas, com acometimento predominante das valvas mitral e aórtica. A maioria dos pacientes foi submetida à primeira cirurgia e 79% participaram da escolha da prótese com orientação médica. Foi possível observar o efeito do tempo na avaliação da QVRS dos pacientes nos três períodos. O teste de comparações múltiplas mostrou diferenças estatisticamente significantes nos valores dos domínios “Capacidade Funcional” e “Aspectos Físicos”, refletindo melhora entre o pré-operatório e doze meses. O domínio “Estado Geral de Saúde” mostrou diferença estatisticamente significante, com melhora entre o pré-operatório e seis meses. Para os domínios “Dor”, “Vitalidade” e “Aspectos Emocionais”, apesar do teste de Friedman indicar diferença global significativa, as comparações múltiplas não mostraram diferenças entre os tempos, sugerindo variação geral sem distinção estatística entre períodos específicos. Não houve diferença significante no escore do IDCV. Os resultados obtidos oferecem evidências relevantes para subsidiar o planejamento da RC, orientando a elaboração de estratégias multiprofissionais que considerem as necessidades desses pacientes, contribuindo para reintegração às atividades cotidianas.
- Do consenso à prática: reabilitação da disfagia em doentes críticos pós-extubaçãoPublication . Brandão, Frederico; Couto, Sandra; Costa, Susana; Oliveira, Isabel; Novo, AndréA disfagia pós-extubação é uma complicação frequente em doentes submetidos a ventilação mecânica invasiva, com incidência estimada em 41%1. Esta condição associa-se a pneumonia por aspiração, prolongamento do internamento, desnutrição e aumento da morbilidade e mortalidade2. A identificação precoce e a implementação de programas de reabilitação são fundamentais para minimizar riscos e otimizar resultados em saúde3. Contudo, a evidência científica na área dos cuidados intensivos é escassa, reforçando a necessidade de consensualizar intervenções aplicáveis à prática clínica. Validar, através de consenso de peritos, um conjunto de intervenções de enfermagem de reabilitação para a pessoa com disfagia pós-extubação, de forma a estruturar um programa de reabilitação passível de futura aplicação clínica. Estudo metodológico, utilizando o método Delphi modificado em três rondas, com um painel de peritos multidisciplinar representativo da realidade nacional (enfermagem de reabilitação, medicina intensiva, terapia da fala, fisiatria e nutrição). Foram definidos critérios a priori: consenso ≥75% de concordância; análise mista (estatística descritiva e análise de conteúdo); priorização final por aplicabilidade clínica. Foram validadas 13 intervenções prioritárias. Destaca-se a necessidade de rastreio sistemático da disfagia a partir de 1 hora pós-extubação (quando clinicamente seguro), avaliação clínica obrigatória perante rastreio positivo e avaliação instrumental sempre que necessária. Recomendam-se programas individualizados que incluam exercícios de fortalecimento e reabilitação respiratória, treino vocal, estimulação sensorial, terapia orofacial e mobilidade cervical. A neuroestimulação deve ser aplicada de forma criteriosa e a telerreabilitação surge como ferramenta emergente para continuidade de cuidados e capacitação da família/cuidadores. Este estudo fornece uma base consensual de intervenções, que poderá orientar investigações futuras quanto à eficácia e segurança clínica, consolidando o papel do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação na gestão da disfagia em contexto de cuidados intensivos.
- Impacto do exercício físico na pessoa com doença hepática crónica: scoping reviewPublication . Mendes, Eugénia; Preto, Leonel; Pires, Patrícia; Novo, André; Rodrigues, SofiaA doença hepática é uma doença crónica com elevada morbilidade e mortalidade, frequentemente acompanhada por sarcopenia, fragilidade e perda funcional. A evidência científica tem demonstrado que o exercício físico é uma intervenção segura e eficaz na melhoria da capacidade funcional, composição corporal e qualidade de vida das pessoas com doença hepática. No entanto, persistem lacunas quanto à caracterização dos seus efeitos e às estratégias de implementação mais eficazes. Neste contexto, a enfermagem de reabilitação pode assumir um papel fundamental na avaliação funcional, na prescrição do exercício e promoção da adesão. Mapear e sintetizar as evidências disponíveis sobre o impacto do exercício físico na pessoa com doença hepática crónica. Foi realizada uma scoping review, de acordo com a metodologia do Joanna Briggs Institute e as orientações PRISMA-ScR (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for Scoping Reviews). A pesquisa foi efetuada em duas bases de dados (PubMed e Web of Science), com base na estratégia PCC (População, Conceito e Contexto). A seleção e análise dos estudos incluíram várias fases, culminando na extração e síntese temática dos dados. Foram incluídos sete estudos publicados entre 2020 e 2025, com diferentes desenhos metodológicos. A maioria revelou melhorias na distância percorrida no teste de marcha de seis minutos, na força muscular, no índice de massa magra e na fadiga. Alguns estudos apontaram também melhorias na qualidade de vida e nos marcadores bioquímicos. Programas supervisionados demonstraram elevada adesão e as intervenções digitais emergem como estratégias promissoras. O exercício físico deve ser considerado componente essencial da abordagem terapêutica na doença hepática crónica, sendo o enfermeiro de reabilitação peça fundamental na sua implementação de forma segura e eficaz.
- 18 anos de hemodiálise: impacto na capacidade funcionalPublication . Casado, Sónia Alexandra Claro; Vila-Chã, Carolina; Mendes, Eugénia; Preto, Leonel; Novo, AndréA Insuficiência Renal Crónica (IRC) e a hemodiálise têm impacto significativo na capacidade funcional, associado à sarcopenia e sedentarismo, os quais constituem fatores de risco para maior morbilidade e mortalidade (1,2). A prática regular de exercício físico traz benefícios relevantes para pessoas com IRC, incluindo melhoria da capacidade funcional, da qualidade de vida e maior autonomia (3,4). Descrever a evolução da capacidade funcional, ao longo de 18 anos, de um utente hemodialisado. Para este relato de caso, para o qual serviram de orientação as Case Report Guidelines, foram efetuadas três avaliações da capacidade funcional (2007, 2012 e 2025) com recurso ao 30-Second Sit to Stand Test (STS), ao Timed Up and Go Test (TUG) e ao teste de força de preensão manual. Os resultados foram comparados em termos de valores absolutos, percentuais de redução e tendências ao longo do tempo. Participou no estudo um homem atualmente com 55 anos. Nos testes, verificou-se: • STS: estabilidade entre 2007 e 2012 (19 repetições), seguida de declínio em 2025 (13 repetições) – redução 31%; • TUG: aumento progressivo do tempo, de 6,19 segundos em 2007 para 10 segundos em 2025 – redução 61%; • Força de preensão manual: reduções marcadas em ambos os membros superiores. Na mão direita, de 27 Kgf (2007) para 8,49 Kgf (2025). Na esquerda, de 29 Kgf para 7,83 Kgf. Verificou-se uma redução consistente e acentuada da funcionalidade ao longo dos 18 anos, para além do expectável com o envelhecimento. Estes resultados reforçam a importância da implementação de programas estruturados de reabilitação para mitigar os efeitos do envelhecimento, da inatividade e do estado catabólico associado à IRC e à hemodiálise.
- Pressão inspiratória máxima em doentes em hemodiálisePublication . Casado, Sónia Alexandra Claro ; Vila-Chã, Carolina; Mendes, Eugénia; Preto, Leonel; Novo, AndréOs doentes com Insuficiência Renal Crónica (IRC) sofrem alterações sistémicas, nomeadamente na composição corporal, pelo aumento de fluídos corporais e pela perda acentuada de massa muscular (1). À semelhança de outros grupos musculares, a função dos músculos inspiratórios em doentes com IRC em programa regular de hemodiálise está comprometida, com achados como diminuição da força muscular, alteração dos volumes e redução da função pulmonar (2) A avaliação da Pressão Inspiratória Máxima (PIM) reflete a força muscular inspiratória, sendo considerada um dos principais indicadores da função muscular respiratória (3). Temos como objetivos: avaliar a Pressão Inspiratória Máxima em doentes em hemodiálise; caracterizar a força dos músculos inspiratórios em doentes hemodialisados; apoiar o desenvolvimento de intervenções de reabilitação respiratória adequadas a esta população. Foi avaliada a PIM em dois momentos distintos, pré e pós sessão de diálise, na última sessão de diálise semanal, utilizando o dispositivo eletrónico Power Breathe KH2®. As medições foram realizadas em posição sentada, com utilização de pinça nasal, de modo a evitar fugas de ar. Cada participante executou cinco manobras inspiratórias máximas, precedidas de expiração até ao volume residual, considerando-se para análise o valor mais elevado entre as manobras aceitáveis (mantidas por, pelo menos, um segundo) e reprodutíveis (variação ≤10%). Os valores obtidos foram classificados de acordo com a escala “Very poor; Poor; Fair; Average; Good; Very Good; Excellent”(4). Os dados foram analisados de forma descritiva, apresentando-se as medidas de tendência central e dispersão (média e desvio-padrão), de modo a caracterizar o desempenho inspiratório da amostra. Foram avaliados cinco doentes hemodialisados (4 mulheres e 1 homem) com idade média de 66±32,53 anos e média de 5,60±4,95 de anos em hemodiálise. Nenhum deles apresenta patologia respiratória conhecida. Na avaliação pré-diálise 1 doente apresentou valores de PIM classificado como “Very Poor”, 2 doentes obtiveram a classificação “Poor” e os 2 restantes “Fair”, com média de 41,4±18,45cmH2O. No final da sessão de diálise 1 doente mante a classificação “Very Poor”, 1 obteve a classificação “Poor”, 2 doentes ficaram com valores “Fair” e o restante obteve classificação “Average”. Obteve-se um valor médio de 50,75±14,66cmH2O. Observou-se uma melhoria nos valores médios de PIM de 9,53 cmH2O, quando comparados os dois momentos de avaliação. Apesar da reduzida dimensão da amostra. Estes resultados vão de encontro a outros estudos, em que tal diferença na avaliação pré e pós diálise é justificada pela ultrafiltração efetuada durante a sessão dialítica, que repercute positivamente na performance muscular inspiratória (2,5). Em ambos os momentos de avaliação todos os doentes apresentaram valores inferiores aos que se consideram como aceitáveis para excluir fraqueza muscular inspiratória clinicamente significativa (PIM ≥80 cmH2O em homens e ≥70 cmH2O em mulheres) (3,4). A avaliação da PIM em doentes hemodialisados é fundamental para identificar precocemente estas alterações. A enfermagem de reabilitação deve intervir prioritariamente nestes doentes, implementando estratégias de treino muscular inspiratório e acompanhamento contínuo, para minimizar os efeitos da IRC na função respiratória e na capacidade funcional.
