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ESSa - Dissertações de Mestrado Alunos

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  • Vivências dos enfermeiros de um serviço de urgência na comunicação de más notícias à pessoa em situação crítica e família
    Publication . Azevedo, Ana Patrícia Pinto de; Baptista, Gorete
    O presente relatório de estágio clínico foi desenvolvido no âmbito do 2º Curso de Mestrado de Enfermagem Médico-cirúrgica na área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, do Instituto Politécnico de Bragança. Segundo o planeamento proposto, o relatório encontra-se organizado em duas partes. A primeira parte tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas no decorrer dos locais de estágio e apresentar uma análise crítica e reflexiva dos cuidados de enfermagem realizados, como forma de aprimorar as competências gerais e específicas da Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da pessoa em situação crítica. A segunda parte, consiste num trabalho de investigação relacionado com a comunicação de más notícias, cujo objetivo é compreender as vivências dos enfermeiros relativamente à comunicação de más notícias à pessoa e família em situação crítica. Para este estudo, optou-se por uma metodologia qualitativa fenomenológica, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas a enfermeiros que exercem funções num serviço de urgência de uma Unidade Local de Saúde da região Norte de Portugal. A amostra do presente estudo foi composta por 10 enfermeiros, que aceitaram participar no estudo de forma voluntária, utilizando um método de amostragem não probabilística por conveniência. A maioria da amostra corresponde ao sexo feminino, solteiros, com uma média de 38 anos de idade, com um tempo médio de experiência profissional de 15,2 anos e em contexto de urgência uma média de 12,2 anos de experiência profissional. Os resultados do presente estudo revelam que a formação em comunicação de más notícias, sobretudo através de métodos práticos como o role-play, é essencial para o desenvolvimento de competências técnicas e emocionais dos enfermeiros do SU. A utilização do protocolo SPIKES e a integração de uma abordagem centrada na pessoa são recomendadas para garantir uma comunicação ética, eficaz e adaptada às necessidades de cada PSC e familiares. Assim, é fundamental investir em formação estruturada e contínua, suportada por protocolos claros e por apoio emocional e institucional, promover a qualidade da comunicação e o bem-estar dos enfermeiros. O estágio clínico nos diferentes campos de aprendizagem, permitiu o desenvolvimento de competências necessárias para a prestação de cuidados à pessoa em situação crítica. As competências relacionadas com a comunicação de más notícias, são uma componente fundamental na prestação de cuidados à pessoa e à família a vivenciar processos de doença crítica. Ao longo deste percurso, foi possível prestar cuidados ao doente e à sua família durante o processo de doença, com enfoque na prestação de cuidados de enfermagem especializados, ajustados às necessidades do doente crítico e dos seus familiares.
  • Perfil epidemiológico e fatores associados ao tipo de enfarte em adultos submetidos a angioplastia coronária primária
    Publication . Felisberto, Hugo Alexandre Pinto; Baptista, Gorete
    O presente relatório descreve o percurso desenvolvido durante os estágios no Laboratório de Hemodinâmica, no Serviço de Urgência Polivalente e nos Cuidados Intensivos, integrados na componente profissionalizante do Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, área da Pessoa em Situação Crítica (CMEMC-EPSC), da Escola Superior de Saúde de Bragança. Numa segunda parte foca-se no estudo empírico realizado numa Unidade Hospitalar do interior norte de Portugal, centrado na caraterização epidemiológica dos adultos submetidos a angioplastia coronária primária e nos fatores associados à evolução do enfarte. Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico dos adultos submetidos a angioplastia coronária primária; descrever os fatores de risco cardiovasculares presentes nesta população; caracterizar o perfil clínico, eletrocardiográfico e angiográfico dos doentes incluídos no estudo; analisar a associação entre variáveis sociodemográficas, clínicas e angiográficas com os tipos de enfarte. Métodos: Estudo observacional, retrospetivo, descritivo e correlacional numa amostra de 363 doentes com enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (EAMcST), entre 1 de janeiro de 2022 e 31 de dezembro de 2023. Utilizou-se um instrumento de recolha de dados estruturado através da plataforma CardioBase® e análise dos processos clínicos. Resultados: A média etária foi de 67,96±12,31 anos, com predominância masculina (69,4%) e maior prevalência de doentes em 2023 (53,2%). O acesso radial direito foi o mais utilizado (87,4%) e a artéria descendente anterior a mais implicada (36,8%). Verificou-se associação significativa entre hipertensão arterial e a artéria culpada (p=0,008). O tempo médio entre início dos sintomas e intervenção foi de 7h12min, com um tempo médio do procedimento de 42 minutos. Conclusão: O estudo confirma a relevância da angioplastia coronária primária no EAMcST e a importância do acesso radial, destacando a associação entre hipertensão arterial e artéria responsável pela oclusão. Os estágios contribuíram para o desenvolvimento de competências especializadas em EMC-EPSC, com foco na humanização, controlo de fatores de risco e cuidados personalizados.
  • Ablação da fibrilação auricular: perfil epidemiológico e fatores associados ao sucesso do tratamento
    Publication . Vaz, Susete Maria Pereira de Matos Paula; Baptista, Gorete
    Este relatório reflete o percurso formativo desenvolvido com o objetivo major de adquirir as competências comuns e específicas inerentes ao exercício profissional do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, na área da Pessoa em Situação Crítica. Foi promovida a capacidade de investigação, competência essencial no contexto da prática clínica sustentada na evidência científica. Essa vertente investigativa culminou na realização de um estudo que procurou analisar a relação entre variáveis sociodemográficas, clínicas e fatores de risco cardiovascular com o sucesso terapêutico, as complicações e o tempo de recidiva em doentes submetidos a ablação por fibrilhação auricular, numa unidade hospitalar localizada no Norte de Portugal. Objetivo: Descrever o percurso formativo ao longo dos diversos contextos de estágio e desenvolver uma reflexão crítica sobre as atividades desenvolvidas durante esses momentos de prática. Com a investigação pretendemos: caracterizar o perfil sociodemográfico de doentes submetidos à ablação da fibrilhação auricular, numa unidade hospitalar do Norte de Portugal; descrever os fatores de risco cardiovascular presentes na amostra; identificar as principais variáveis clínicas dos doentes submetidos à ablação; analisar a influência do tempo de espera para a realização da ablação nas complicações do tratamento; analisar a associação entre fatores de risco cardiovascular e o tempo de recidiva da fibrilhação auricular. Métodos: Desenvolvimento de competências através de três estágios clínicos centrados no cuidado ao doente crítico (Laboratório de Eletrofisiologia, Serviço de Urgência e Serviço de Medicina Intensiva). Para o desenvolvimento da competência de investigação, realizou-se um estudo do tipo observacional, retrospetivo, descritivo e correlacional, numa amostra de 94 doentes que realizaram ablação por fibrilhação auricular, entre os anos de 2022 e 2023, numa Unidade Hospitalar situada no interior norte de Portugal. Os dados foram recolhidos através de uma grelha de registo estruturada, construída com base nas informações disponíveis na plataforma informática CardioBase, no impresso clínico específico utilizado para os doentes submetidos a ablação por fibrilhação auricular, na consulta do processo clinico, bem como no livro de registo do serviço de eletrofisiologia. Resultados: A amostra maioritariamente constituída por doentes com mais de 65 anos (43,6%) e do sexo masculino (60,6%), com uma média de idades de 63,04±7,56 anos. A maioria apresenta excesso de peso (45,7%) e um IMC médio de 28,00 kg/m². Entre os fatores de risco cardiovascular, destacam-se a hipertensão arterial (69,1%), dislipidémia (59,6%) e apneia do sono (34,0%), obesidade (31,9%), tabagismo (20,2%) e diabetes (18,1%). A maioria dos diagnósticos foi realizada através de eletrocardiograma (71,3%). O procedimento de ablação teve uma taxa de sucesso clínico de 100%. Apenas 3,2% dos doentes desenvolveram hematomas no local de acesso femoral. O tempo médio de espera pela ablação foi de 121 dias. Entre os casos com recidiva (n=7), esta ocorreu em média aos 453 dias após o procedimento. A recidiva de fibrilhação auricular ocorreu em 7,4% dos casos, com 92,6% dos doentes a manterem ritmo sinusal. Não se registaram evidências de significância estatística relativamente à influência do tempo de espera para a realização da ablação nas complicações do tratamento, nem à relação entre os fatores de risco cardiovascular e o tempo até à recidiva da fibrilhação auricular. Conclusão: Os estágios foram condição sine qua non para desenvolver as competências previstas para o enfermeiro especialista e mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Critica. Os resultados obtidos, do estudo de investigação, indicam uma elevada eficácia do procedimento de ablação na manutenção do ritmo sinusal ao longo do período de seguimento, com uma taxa reduzida de recidiva de fibrilhação auricular. Estes dados reforçam a relevância da ablação como uma opção terapêutica eficaz para o controlo da arritmia em doentes selecionados.
  • Perceção do conhecimento e executabilidade das práticas forenses de enfermeiros do serviço de urgência
    Publication . Alves, Liliana Marisa Pinto Sampaio; Baptista, Gorete
    O presente Relatório Final de Estágio Profissional, realizado no âmbito do Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área da Pessoa em Situação Crítica (EMCPSC), visa uma análise crítica e fundamentada do percurso de estágio, desenvolvido em três contextos distintos: Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologia (UCIC), Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente (UCIP) e Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC), integrados numa Unidade Local de Saúde (ULS) do Norte de Portugal. A estrutura do relatório está dividida em duas partes: a primeira documenta o desenvolvimento de competências clínicas, comuns e específicas, conforme os referenciais da Ordem dos Enfermeiros [OE]; a segunda apresenta trabalho de investigação realizado, baseado na prática especializada e orientado para a melhoria contínua da qualidade dos cuidados, com o tema “Perceção do Conhecimento e Executabilidade das Práticas Forenses de Enfermeiros do Serviço de Urgência”. Em cada secção é feita uma análise crítica e reflexiva, sustentada na evidência científica e nos padrões de qualidade definidos pela profissão, com o intuito de evidenciar a evolução de competências, a capacidade de integração da teoria na prática e o impacto das experiências no crescimento pessoal e profissional enquanto futura enfermeira especialista. Objetivos: Analisar os processos de aprendizagem e de aquisição e desenvolvimento de competências, no âmbito da prestação de cuidados à pessoa em situação crítica; Identificar o perfil sociodemográfico e profissional da amostra; Analisar a perceção do conhecimento e a executabilidade dos procedimentos referentes às Práticas Forenses (PF) de enfermeiros do Serviço de Urgência (SU); Analisar se o perfil sociodemográfico, a formação, a categoria profissional e o tempo de exercício profissional de enfermagem no SU se relacionam com a perceção do conhecimento e a executabilidade das PF; Analisar se existe relação entre a perceção do conhecimento das PF de enfermeiros do SU e a sua executabilidade. Métodos: Para a concretização do primeiro objetivo, utilizou-se uma metodologia descritiva, analítica e reflexiva. No que concerne aos seguintes, realizou-se um estudo descritivo-correlacional de caráter transversal, com a aplicação do “Questionário sobre a Preservação de Vestígios na Assistência à Vítima por Enfermeiros” (QPVAVE), de Gomes, Corte-Real & Chaves (2016) aos enfermeiros que exercem funções nos SU de uma ULS do Norte de Portugal, nos meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025. A amostra foi constituída por 94 enfermeiros. O tratamento dos dados foi efetuado através do programa informático de tratamento estatístico IBM® (International Business Machines) SPSS® (Statistical Package for the Social Science), versão 30.0 para Windows 11, com recurso a procedimentos de estatística descritiva e analítica. Foram salvaguardados os princípios éticos. Resultados: As competências em análise foram adquiridas. No âmbito da investigação, no que concerne à executabilidade, “nunca executei” foi resposta dada pela maioria dos participantes, em todas as categorias. Quanto à perceção do conhecimento, a opção “conhecia vagamente” foi a mais predominante, seguida da opção “desconhecia”. O perfil sociodemográfico, a formação, a categoria profissional e o tempo de exercício profissional de enfermagem no SU, não evidenciaram correlações estatisticamente significativas com a perceção do conhecimento e a executabilidade das PF. A análise das correlações de Pearson, revelou padrões maioritariamente fracos a moderados, e estatisticamente significativos entre as variáveis de executabilidade e perceção do conhecimento das PF. Conclusão: Os processos de aprendizagem e de aquisição e desenvolvimento de competências, no âmbito da prestação de cuidados à Pessoa em Situação Crítica (PSC) foi cumprido. Quanto ao estudo de investigação, os enfermeiros a exercer funções nos SU apresentam lacunas significativas, tanto ao nível da executabilidade como da perceção do conhecimento das PF. Perante estes resultados, torna-se imperativo o reforço da formação em Enfermagem Forense (EF), bem como a implementação de protocolos institucionais claros e oportunidades práticas supervisionadas, que favoreçam a consolidação de competências.
  • Conhecimento dos Enfermeiros do serviço de urgência sobre via verde sépsis na pessoa em situação crítica: impacto de uma atividade formativa
    Publication . Basto, Rita Pinto; Magalhães, Carlos Pires
    O presente relatório foi desenvolvido no âmbito do mestrado de Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da pessoa em situação crítica. A sua elaboração encontra-se estruturada em duas partes. A primeira parte apresenta uma análise reflexiva sobre as experiências vivenciadas nos diferentes contextos clínicos que contribuíram para a aquisição e desenvolvimento de competências gerais e específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica à pessoa em situação crítica. A segunda parte expõe o trabalho de investigação desenvolvido no domínio da via verde sépsis (VVS), com o objetivo de analisar o contributo de uma atividade formativa para o desenvolvimento dos conhecimentos dos enfermeiros do serviço de urgência sobre a VVS na abordagem da pessoa em situação crítica. A sépsis, designada por uma reação inflamatória generalizada do organismo em resposta a um foco infecioso, instalado em qualquer órgão do corpo humano. Atualmente é uma preocupação a nível mundial, sendo responsável por uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo mundo. A sépsis e o choque séptico são uma emergência clínica, sendo o seu reconhecimento precoce determinante para o tratamento eficaz. O reconhecimento precoce exige das equipas de Enfermagem do Serviço de Urgência conhecimentos sobre os sintomas sugestivos de sépsis. Foi realizado um estudo quase-experimental com delineamento intragrupo, de cariz quantitativo, a uma amostra de 61 enfermeiros de um Serviço de Urgência do Norte de Portugal, que se disponibilizou a participar no estudo de forma voluntária. O instrumento de recolha de dados utilizado foi o questionário, realizado e construído por Caulino (2021). No estudo foi aplicado o questionário pré e pós implementação de atividade formativa sobre VVS, para avaliar o contributo da formação no conhecimento da amostra do estudo. A amostra é predominantemente do sexo feminino, com idade compreendida entre os 31 e os 40 anos, maioritariamente detentores de pós-graduação em Emergência/Trauma, com média de 10,8 anos de experiência profissional, e de 6,5 anos de experiência profissional em serviço de urgência. Antes da implementação da atividade formativa, 3,3% da amostra enquadrava-se no nível de conhecimento sobre VVS classificado como muito mau, 13,1% no nível de conhecimentos classificado como mau, 55,7% no nível de conhecimento razoável, 26,2%% no nível bom e 1,6% da amostra no nível muito bom. Após a implementação da formação constatou-se que nenhum participante apresentou níveis de conhecimento muito mau ou mau, e a percentagem de participantes com nível de conhecimento razoável, diminuiu para 14,8%, o nível de conhecimento bom aumentou para 42,6%, no nível de conhecimento muito bom pré e pós formação verificou-se um aumento significativo de 1,6% para 42,6% da amostra. Os diferentes ensinos clínicos permitiram vivenciar um vasto contacto com a pessoa em situação crítica, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências especificas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da pessoa em situação critica. A competência do cuidar da pessoa, família a vivenciar processos complexos de doença critica foi uma prática diária dos vários campos de estágio. Para tal o enfermeiro deve ser detentor de conhecimentos que lhe permitam responder de forma rápida e holística à pessoa em situação crítica.A formação implementada mostrou ser um pilar fundamental para dar resposta ao domínio do desenvolvimento das aprendizagens profissionais. É imperioso que os enfermeiros no serviço de urgência sejam detentores de um conhecimento aprofundado dos sinais e sintomas sugestivos de ativação de VVS, considerando ser os primeiros profissionais de saúde que contactam com o doente.
  • Gestão da dor no doente crítico: atitudes, perceções e conhecimentos dos enfermeiros
    Publication . Fernandes, Ana Catarina Diegues; Baptista, Gorete
    Este relatório tem como objetivo refletir sobre o desenvolvimento das competências do enfermeiro especialista em enfermagem médico-cirúrgica, com foco no cuidado à pessoa em situação crítica. Além disso, inclui uma investigação sobre a gestão da dor no doente crítico, analisando as atitudes, perceções e conhecimentos dos enfermeiros sobre este tema. A primeira parte do relatório aborda o desenvolvimento de competências do enfermeiro especialista e mestre, destacando a importância da prática clínica para consolidar conhecimentos teóricos. Foram realizados três estágios clínicos em Unidade Local de Saúde - PPCIRA, Serviço de Medicina Intensiva e Urgência Médico-Cirúrgica, onde foram realizadas atividades fundamentais na aquisição de saberes para o desenvolvimento das competências fundamentais de enfermagem especializada na abordagem ao doente crítico. Durante esses estágios, de forma especifica e voltada para a temática de investigação em apreço, houve oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre a gestão da dor, compreender a importância da sua avaliação sistemática e contínua e reconhecer as intervenções autónomas que podem ser aplicadas para minimizar o desconforto dos doentes. A dor é considerada pela Direção-Geral de Saúde (DGS) como o 5º sinal vital, sendo essencial a sua correta valorização e monitorização. Em Serviços de Medicina Intensiva, onde os doentes enfrentam quadros complexos de falência orgânica e recuperação difícil, a dor pode ser negligenciada, especialmente em pacientes sedados, que possuem dificuldade em comunicar. A avaliação e reavaliação contínua da dor, através de instrumentos validados e do registo detalhado das intervenções, é crucial para uma gestão mais eficaz e para evitar complicações como sofrimento desnecessário, impactos psicológicos negativos e atraso na recuperação funcional. Assim, a segunda parte do relatório refere-se à investigação realizada sobre a gestão da dor no doente crítico. Foi conduzido um estudo analítico, transversal e quantitativo, com uma amostra de 44 enfermeiros do Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE). Os dados foram recolhidos por meio de um questionário, aplicado nos meses de novembro e dezembro de 2023, respeitando os princípios éticos da investigação. A análise estatística foi realizada com o software IBM SPSS Statistics 26.0. Os resultados demonstraram que a formação dos enfermeiros na área da gestão da dor ainda é insuficiente: apenas 9,1% dos inquiridos frequentaram formação específica sobre dor no doente crítico, e 4,5% receberam formação geral na área da dor. Quanto à avaliação da dor, os instrumentos mais utilizados são as escalas de BPS (81,8%) e EN (77,3%). No entanto, apenas 9,1% dos enfermeiros avaliam a dor apenas quando o doente se queixa, o que sugere que a avaliação pode não ser sistemática. 79,5% dos enfermeiros avaliam a dor durante procedimentos invasivos, 77,3% quando o doente está sedado e 70,5% durante o posicionamento do paciente. A reavaliação da dor também apresenta fragilidades. Apenas 15,9% dos enfermeiros realizam a reavaliação a cada duas horas, sendo que 81,8% a realizam apenas uma hora após a administração de analgesia, 88,6% quando o doente refere dor, 79,5% após procedimentos invasivos e 75% após o reposicionamento do paciente. Apesar disso, verificou-se que os enfermeiros aplicam estratégias autónomas e interdependentes para a gestão da dor, o que indica que há conhecimento sobre o tema, mas a prática pode ser melhor estruturada. Quanto ao sistema de informação PaTIENT.CARE©, os enfermeiros consideram não pertinente a obrigatoriedade da avaliação da dor a cada duas horas, mas apoiam o registo obrigatório da localização, tipo de dor, irradiação e causa sempre que a dor é avaliada. Além disso, valorizam a associação do score da dor às intervenções autónomas de enfermagem. A análise estatística revelou associações significativas entre a valorização das queixas do doente e a perceção sobre o sistema de registos. Foi observado que os enfermeiros que consideram importante o registo sistemático da dor também tende a avaliar e reavaliar a dor de forma mais regular, em vez de apenas quando o doente está sedado ou analgesiado. Estes dados reforçam a importância da sensibilização dos profissionais para a necessidade de uma gestão contínua e estruturada da dor. Em conclusão, destaca-se que os estágios desempenharam um papel fundamental na aquisição e consolidação de competências do enfermeiro especialista, permitindo a aplicação prática dos conhecimentos teóricos adquiridos. Relativamente à investigação, conclui-se que os enfermeiros demonstram atitudes positivas na gestão da dor, mas há necessidade de maior investimento na formação profissional. A padronização da avaliação e reavaliação da dor, aliada a uma formação contínua, é essencial para garantir uma gestão eficaz da dor no doente crítico e, consequentemente, melhorar a qualidade dos cuidados prestados.
  • Conhecimento dos enfermeiros sobre o risco de ocorrência de síndrome coronária aguda na pessoa com dor torácica
    Publication . Fernandes, Luís Miguel Lucas; Magalhães, Carlos Pires
    A dor torácica é um dos sinais clínicos mais significativos, integrados na Síndrome coronária aguda (SCA), sendo assim promotora da afluência dos doentes aos serviços de urgência do nosso país. Os enfermeiros deverão ter uma resposta adequada e atempada, de forma a uma minimização continua dos critérios de gravidade, com uma respetiva estratificação deste quadro e um encaminhamento célere, com uma repercussão direta do tempo de isquemia total e consequentes comorbilidades. Objetivos: Avaliar o conhecimento dos enfermeiros sobre o risco de ocorrência de síndrome coronária aguda na pessoa com dor torácica num serviço de urgência de uma unidade local de saúde do norte do país, bem como a sua relação com as variáveis sociodemográficas e profissionais. Metodologia: Estudo observacional, analítico-transversal, de cariz quantitativo, com a aplicação de um questionário a uma amostra de 73 enfermeiros de um serviço de urgência do norte do país. Resultados: A idade média da amostra situa-se nos 33,58 ± 7,33 anos, sendo maioritariamente do sexo feminino (68,5%). O tempo de exercício profissional varia entre os 2 e os 32 anos, com uma média de 10,27 ± 6,69 anos. A média do tempo de exercício profissional no serviço de urgência é de 6,15 ± 6,51 anos. Obteve-se uma pontuação média para a variável conhecimento de 56,03 (DP = 13,51), com valores observados a situarem-se entre 25 e 100. A variável conhecimento revelou associação com a variável “tempo no serviço de urgência” (p<0.05) e com a variável “sexo” (p = 0,022), com os participantes do sexo masculino e os que possuíam maior experiência no serviço de urgência a apresentarem pontuações médias mais elevadas. Conclusão: As pontuações médias obtidas ficaram abaixo do valor máximo possível e desejado, indicando margem para melhoria. Sugerem-se estratégias educativas transversais no âmbito da temática, com componente prática, para o seu incremento.
  • Dificuldades percecionadas pelos enfermeiros na reanimação cardiopulmonar intra-hospitalar: um estudo descritivo-correlacional
    Publication . Marques, Vânia Daniela Almeida; Gonçalves, Ana Rita Veloso
    Este relatório de estágio surge de um processo de aquisição e desenvolvimento de competências especializadas à PSC e da realização de um trabalho de investigação empírico subordinado ao tema “Dificuldades percecionadas pelos enfermeiros na reanimação cardiopulmonar intra-hospitalar”. Objetivos: Com o relatório de estágio objetiva-se descrever e analisar as atividades desenvolvidas durante o estágio clínico e examinar o processo de aquisição e desenvolvimento das competências especializadas na área de enfermagem à PSC. Com o estudo de investigação objetiva-se analisar as dificuldades percecionadas pelos enfermeiros de um hospital do norte do país na reanimação cardiopulmonar intra-hospitalar. Métodos: No relatório de estágio foi adotada uma metodologia descritiva, analítica e reflexiva. No estudo de investigação adotou-se uma metodologia de natureza quantitativa, descritiva, correlacional e transversal, no qual foi aplicado um questionário a uma amostra não probabilística de 201 enfermeiros, cujos dados recolhidos foram tratados na análise estatística descritiva e inferencial com recurso ao SPSS versão 26. Resultados: A aprendizagem prática e baseada em evidência durante o estágio clínico contribuiu para a consolidação de competências especializadas à PSC. Os resultados da investigação empírica indicam que os enfermeiros percecionam níveis de dificuldade baixos a moderados em diferentes dimensões da RCP-IH. As dificuldades percecionadas diferem em função do tempo de experiência profissional (p=0,029), do serviço de onde exercem funções (p<0,001), da situação profissional (p=0,019) e da formação em SAV (p<0,001). Conclusão: As competências especializadas consolidadas contribuem para a autonomia e segurança na prestação cuidados especializados de qualidade à PSC. É fundamental investir na formação em RCP contínua, orientada pelas necessidades e dificuldades dos enfermeiros e ajustadas às suas características profissionais bem como, investir em estratégias de melhoria com foco na otimização da prestação de cuidados em RCP-IH.
  • Impacto do exercício físico na pessoa com doença hepática crónica: scoping review
    Publication . Rodrigues, Sofia Isabel Heleno Vilares; Novo, André; Pires, Patrícia Maria Rodrigues Pereira
    A doença hepática é uma doença crónica com elevada morbilidade e mortalidade, frequentemente acompanhada por sarcopenia, fragilidade e perda funcional. A evidência científica tem demonstrado que o exercício físico é uma intervenção segura e eficaz na melhoria da capacidade funcional, composição corporal e qualidade de vida das pessoas com doença hepática. No entanto, persistem lacunas quanto à caracterização dos seus efeitos e às estratégias de implementação mais eficazes. Neste contexto, a enfermagem de reabilitação pode assumir um papel fundamental na avaliação funcional, prescrição do exercício e promoção da adesão. Objetivo: Mapear e sintetizar as evidências disponíveis sobre o impacto do exercício físico na pessoa com doença hepática crónica. Metodologia: Foi realizada uma scoping review, de acordo com a metodologia do Joanna Briggs Institute e as orientações PRISMA-ScR (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses for Scoping Reviews). A pesquisa foi efetuada em duas bases de dados (PubMed e Web of Science), com base na estratégia PCC (População, Conceito e Contexto). A seleção e análise dos estudos incluíram várias fases, culminando na extração e síntese temática dos dados. Resultados: Foram incluídos sete estudos publicados entre 2020 e 2025, com diferentes desenhos metodológicos. A maioria revelou melhorias na distância percorrida no teste de marcha de seis minutos, na força muscular, no índice de massa magra e na fadiga. Alguns estudos apontaram também melhorias na qualidade de vida e nos marcadores bioquímicos. Programas supervisionados demonstraram elevada adesão e as intervenções digitais emergem como estratégias promissoras. Conclusão: O exercício físico deve ser considerado componente essencial da abordagem terapêutica na doença hepática crónica, sendo o enfermeiro de reabilitação peça fundamental na sua implementação de forma segura e eficaz.
  • Contributos do enfermeiro de reabilitação à pessoa com alterações do equilíbrio postural – desenvolvimento e aplicação do EQUITAP
    Publication . Freitas, Cristina Marta Ribeiro; Gomes, Maria José; Salselas, Susana Banrezes
    O equilíbrio postural é um requisito essencial para a autonomia funcional e a prevenção de quedas, sobretudo na população idosa. O Enfermeiro de Reabilitação tem um papel central na avaliação e intervenção junto destas pessoas, recorrendo a instrumentos específicos e a estratégias terapêuticas que potenciem ganhos funcionais. Objetivos: Desenvolver instrumento físico de avaliação e treino de equilíbrio e marcha; avaliar o equilíbrio postural dos participantes no início, durante e após a aplicação do instrumento de avaliação e treino de equilíbrio e marcha; identificar os ganhos para recuperação do equilíbrio postural, autonomia, risco de queda e qualidade de vida. Métodos: Estudo de natureza quantitativa, descritiva com características de estudo piloto. Foi desenvolvido e implementado um instrumento físico de avaliação e treino do equilíbrio — um tapete estruturado com base nos parâmetros da Escala de Tine — concebido com o propósito de avaliar de forma sistematizada o equilíbrio postural e promover o seu treino terapêutico. Resultados: Os resultados demonstraram melhorias nas diferentes dimensões do equilíbrio e marcha avaliada pela Escala de Tine , com redução do número de participantes em alto risco de queda (84,6% para 38,5%) e aumento dos que apresentaram marcha e equilíbrio funcionais (0% para 46,2%). A execução dos exercícios terapêuticos no tapete evidenciou ganhos significa vos, com maior capacidade de realização sem ajudas ao longo do tempo. Conclusão: O estudo permitiu evidenciar que a intervenção do Enfermeiro de Reabilitação, aliada à aplicação estruturada de instrumentos de avaliação e ao uso de estratégias inovadoras como o tapete terapêutico, promove ganhos funcionais relevantes, traduzidos em maior autonomia e diminuição do risco de queda.