ESSa - Dissertações de Mestrado Alunos
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- Eficácia do treino muscular inspiratório no desmame ventilatório de utentes submetidos a ventilação mecânica inavasiva - uma scoping reviewPublication . Reis, Jessica Sofia de Sousa Antunes; Novo, André; Casado, SóniaO Treino dos Músculos Inspiratórios (TMI) tem vindo a ser estudado como estratégia de Reabilitação Respiratória (RR) para facilitar o desmame ventilatório em utentes submetidos a Ventilação Mecânica Invasiva (VMI). A disfunção da musculatura respiratória, em particular do diafragma, é uma complicação frequente nestes utentes e pode prolongar a dependência do ventilador, aumentando o risco de complicações e a duração da estadia em cuidados intensivos. Objetivo: Mapear a evidência científica acerca da eficácia do TMI no desmame ventilatório em utentes submetidos a VMI internados em Unidades de Cuidados Intensivo (UCI), de forma a contribuir para a clarificação do seu papel na prática clínica. Métodos: A presente pesquisa consiste numa scoping review e apoia-se na estrutura metodológica proposta pelo Joanna Briggs Institute (JBI). A pesquisa foi efetuada nas bases de dados PubMed, EBSCOhost, Scopus, SciELO e RCAAP (Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal), segundo critérios de inclusão previamente definidos, ou seja, publicações entre 2015-2025; estudos com disponibilidade integral dos textos e com acesso livre; população-alvo com idade superior a 18 anos, submetidos a VMI em UCI, estudos que investigam o TMI como intervenção principal no desmame ventilatório; idioma português, inglês ou espanhol. Resultados: Foram identificadas num total de 78 publicações, para a análise foram incluídas quatro. Os estudos reconhecem que a intervenção de TMI é segura e benéfica, principalmente na melhoria da força muscular inspiratória e na otimização da função respiratória; contudo, verifica-se que o seu efeito sobre o desmame ventilatório em utentes sob VMI é indireto, não constituindo um fator determinante na redução do tempo de desmame. Conclusão: Embora o TMI possa constituir uma intervenção útil como parte de uma abordagem de RR em utentes ventilados, a sua eficácia específica na redução do tempo de desmame permanece por comprovar, sendo necessários estudos multicêntricos, com protocolos harmonizados e amostras robustas, para clarificar o seu papel e otimizar a sua aplicação clínica.
- Avaliação da Alteração do Conhecimento dos Estudantes do 11º ano sobre o Acidente Vascular Cerebral após a realização do curso do Projeto Somos Um®Publication . Moura, Hugo Eduardo Jesus dos Santos Minhoto; Martins, MatildeO Acidente Vascular Cerebral continua a ser uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal e em todo o mundo. A população portuguesa apresenta reduzido nível de conhecimento sobre a doença Acidente Vascular Cerebral. Objetivo: Analisar a alteração da média de conhecimento sobre a doença AVC, dos estudantes do 11º ano, de uma escola secundária do norte de Portugal, após a realização do curso do Projeto Somos Um®. Objetivos específicos: caracterizar a amostra quanto às suas características sociodemográficas; identificar o número de respostas certas por questão antes da realização do curso do Projeto Somos Um®; identificar o número de respostas certas por questão após a realização do curso do Projeto Somos Um®; analisar a alteração do número de resposta certas após o curso Projeto Somos Um®; analisar a relação entre a variação da média do conhecimento dos jovens estudantes do 11º ano sobre a doença Acidente Vascular Cerebral e as caraterísticas sociodemográficas da amostra antes e após a realização do curso Projeto Somos Um® Metodologia: Estudo quase-experimental (pré e pós-intervenção) e transversal. A população-alvo é constituída por 132 estudantes do 11º ano, ano letivo 2023/24, de uma escola secundária do norte de Portugal. Definiu-se como critérios de inclusão: estudantes com idade igual ou superior a 15 anos; respondam à totalidade do questionário, e com autorização dos encarregados de educação. Assim, obteve-se uma amostra de 83 participantes, por amostragem não probabilística por conveniência. A recolha de dados realizou-se nos dias 10 e 17 de abril de 2024, através de um questionário que constituía a caraterização sociodemográfica dos participantes e questões de avaliação do conhecimento relativamente à doença Acidente Vascular Cerebral. O estudo foi submetido e obteve o parecer favorável da Comissão de Ética, nº 515751. Resultados: Os participantes tinham idades entre os 15 e os 20 anos, sendo a maioria de alunos com 16 anos,50,6% do sexo feminino, a maioria dos pais e mães tinham como nível de escolaridade o 9º ano, o seu agregado familiar era constituído maioritariamente por 4 a 5 elementos, relativamente ao historial familiar de doença Acidente Vascular Cerebral, apesar da resposta mais obtida ter sido “Não”, todas as outras opções (Sim e Não Sei) encontram-se em números muito próximos, e em relação ao curso formativo frequentado a maioria dos estudantes frequentava o curso profissional (55,4%). Estes apresentavam um défice de conhecimento sobre a doença Acidente Vascular Cerebral, nas áreas da fisiopatologia, fatores de risco, meio a acionar para pedir ajuda e a importância temporal no tratamento da doença Acidente Vascular Cerebral. Evidenciou-se a alteração da média de conhecimento entre os dois momentos, verificando-se um aumento da média de conhecimento dos jovens estudantes sobre a doença Acidente Vascular Cerebral na pós-intervenção. Não se verificou relação, estatisticamente significativa, entre as caraterísticas sociodemográficas e a média de conhecimento sobre o Acidente Vascular Cerebral, o que pode sugerir que a intervenção foi eficaz e acessível transversalmente, permitindo ainda, desmistificar mitos e estereótipos sobre o Acidente Vascular Cerebral. Conclusões: Na pós-intervenção constatou-se o aumento da média de conhecimento dos jovens estudantes do 11º ano sobre a doença Acidente Vascular Cerebral. As caraterísticas sociodemográficas não foram os fatores predisponentes na alteração da média de conhecimento sobre o Acidente Vascular Cerebral nos jovens estudantes, concluindo-se que o Projeto “Somos Um®”, teve um papel fundamental na disseminação de conhecimento em saúde e prevenção de doenças, com elevado impacto na população geral e nas gerações futuras. Sugere-se a inclusão sistemática de conteúdo sobre doenças tempo-dependentes (Acidente Vascular Cerebral e Enfarte Agudo Miocárdio) nos currículos escolares, lecionada por Enfermeiros, de forma a contribuir para a literacia em saúde dos jovens estudantes, como estratégia sustentável de prevenção primária e promoção da saúde.
- Prevalência da sarcopenia e fatores associados em idosos referenciados para a rede nacional de cuidados continuados integradosPublication . Sousa, Elisabete da Conceição Vilar Gregório; Mendes, Eugénia; Pires, Patrícia Maria Rodrigues PereiraA Sarcopenia é uma condição multifatorial caracterizada pela perda progressiva de força, função e massa muscular, associada ao envelhecimento e fortemente correlacionada com desnutrição, dependência funcional e risco aumentado de queda. A sua elevada prevalência em contextos hospitalares justifica a implementação de estratégias de rastreio sistemático e intervenções precoces. Objetivo: Avaliar a prevalência da Sarcopenia em idosos internados num serviço de medicina interna a aguardar integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, e identificar os fatores clínicos, funcionais e nutricionais associados à Sarcopenia. Métodos: Estudo descritivo, transversal e de natureza quantitativa, realizado numa amostra de conveniência composta por 100 idosos internados num serviço de medicina interna de uma Unidade Local de Saúde no norte do país. O protocolo de recolha de dados incluiu informações sociodemográficas, clínicas e funcionais. A Sarcopenia foi avaliada pelo questionário SARC-F. Resultados: A prevalência de Sarcopenia na admissão foi de 95%, com uma média de pontuação SARC-F de 7,3 ± 1,5. Observaram-se correlações negativas significativas entre a gravidade da Sarcopenia e o estado nutricional (R = -0,377; p < 0,001), força de preensão palmar (R = -0,253; p = 0,013), perímetro gemelar (R = -0,373; p < 0,001) e nível de independência funcional (p < 0,001). A maioria dos participantes apresentava desnutrição (57,9%), défice cognitivo (58,9%) e alto risco de queda (60%). Conclusão: A Sarcopenia revela uma prevalência alarmante entre idosos hospitalizados, estando fortemente associada a desnutrição, diminuição da força muscular e elevada dependência funcional.
- Avaliação da Terapêutica Farmacológica e da Qualidade de Vida em Doentes com Artrite ReumatóidePublication . Patrocínio, Cátia Sofia Francisco; Pereira, Olívia R.; Lameiras, Emanuel Onofre SerraA Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória com impacto significativo na qualidade de vida (QV) dos doentes. A sua cronicidade e incapacidade exige terapêuticas eficazes, acompanhamento regular e medidas complementares de autocuidado. Neste contexto, a terapêutica farmacológica tem um papel importante e é essencial compreender de que forma fatores como a adesão e satisfação com o tratamento, a atividade da doença e a dor se refletem no bem-estar destes doentes. Objetivo: Avaliação da terapêutica farmacológica e da qualidade de vida em doentes com AR, considerando fatores como adesão e satisfação com o tratamento, bem como a atividade da doença e a dor. Metodologia: Foi realizado um estudo exploratório, transversal e descritivo-correlacional, aos doentes com AR acompanhados nas consultas de Reumatologia da Unidade Local de Saúde do Nordeste E.P.E. (ULSNe), selecionados por conveniência, de acordo com a disponibilidade demonstrada nas consultas e o tempo definido para a recolha de dados. Foram recolhidos dados sociodemográficos e dados relativos à terapêutica medicamentosa. Para a avaliação da adesão ao tratamento, foi aplicada a escala MAT; a satisfação com o tratamento foi avaliada através da aplicação do questionário validado TSQM e foram recolhidos dados terapêuticos que permitiram a caracterização da terapêutica e a aplicação do ICFT. A qualidade de vida foi avaliada com recurso à aplicação do questionário EQ-5D-3L. Por fim, os dados sobre a atividade da doença e a intensidade da dor foram fornecidos pela equipa médica, obtidos através do DAS28 PCR e EVA, respetivamente. Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o software IBM de tratamento de dados Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 30.0.0. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da ULSNe e foram atendidos os princípios éticos para a investigação definidos na Declaração de Helsínquia e suas adendas. Resultados: Foram inquiridas 61 pessoas (de um total de 270 doentes), em que a maioria é do sexo feminino, a média de idades é de 65 anos (DP= 12,3) e o 1.º ciclo é o nível de escolaridade mais frequente. Os medicamentos mais utilizados relacionados diretamente com a doença são os medicamentos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs) como o metotrexato, seguidos dos anti-anémicos como o ácido fólico, dos medicamentos que atuam diretamente no osso e no metabolismo do cálcio (este grupo inclui bifosfonatos, cálcio e vitamina D), dos glucocorticóides e dos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). Na análise das correlações de Spearman, observou-se que a satisfação com o tratamento está associada a maior adesão terapêutica e melhor qualidade de vida, sobretudo quando os doentes percecionam maior eficácia e conveniência da terapêutica. Por outro lado, níveis mais elevados de dor e maior atividade da doença associaram-se a pior qualidade de vida. Conclusão: Neste estudo, a satisfação com o tratamento é um fator importante para a adesão à terapêutica e qualidade de vida, enquanto a dor e a atividade da doença permanecem determinantes negativos do estado de saúde.
- A qualidade de vida pela implementação de programas de telerreabilitação cardíaca em pessoas com doença coronária: uma revisão umbrellaPublication . Coelho, Bernadette Correia; Preto, LeonelAs doenças cardíacas constituem uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível mundial, representando um desafio crescente para os sistemas de saúde. A reabilitação cardíaca convencional, ainda que eficaz, encontra barreiras significativas de adesão relacionadas com a acessibilidade geográfica e a disponibilidade de recursos humanos especializados. Neste contexto, a telerreabilitação cardíaca emergiu como uma estratégia inovadora, especialmente reforçada durante a pandemia de COVID-19, permitindo dar, à distância, continuidade aos programas de reabilitação. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto/benefícios da telerreabilitação na qualidade de vida da pessoa com doença coronária. Metodologia: Revisão umbrella da literatura. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed e Cochrane, tendo sido aplicados critérios de inclusão que contemplaram revisões sistemáticas e meta-análises publicadas nos últimos dez anos. Dos 17 artigos inicialmente identificados, 5 foram incluídos no estudo, por cumprirem todos os critérios de elegibilidade. Resultados: A análise evidenciou que a telerreabilitação cardíaca é eficaz na melhoria da capacidade funcional, no controlo de fatores de risco cardiovascular, na adesão terapêutica e no bem-estar psicológico. Alguns estudos reportaram redução da mortalidade cardiovascular, hospitalizações e reinternamentos, com benefícios semelhantes ou superiores aos obtidos na reabilitação cardíaca presencial. Conclusão: Conclui-se que a telerreabilitação cardíaca promove ganhos significativos em saúde e qualidade de vida, devendo ser considerada uma prioridade de saúde, e alvo de novas investigações que avaliem o impacto económica e as barreiras tecnológicas à sua adoção.
- Percepção da carga individual de trabalho dos enfermeiros de um serviço de urgência de uma unidade de local de saúde do norte de PortugalPublication . Afonso, Arlindo José Cardoso; Magalhães, Carlos PiresO presente relatório de ensino clínico, elaborado no âmbito do Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da Pessoa em Situação Crítica, evidencia o desenvolvimento das competências gerais e específicas do enfermeiro especialista, bem como a capacidade de análise crítico-reflexiva adquirida nos diferentes contextos de prática. O trabalho organiza-se em duas partes: a primeira aborda o percurso formativo e o aperfeiçoamento das competências clínicas; a segunda apresenta um estudo de investigação sobre a perceção da carga individual de trabalho dos enfermeiros num serviço de urgência de uma ULS do Norte de Portugal. Na componente prática, realizada em cuidados intermédios, cuidados intensivos polivalentes e serviço de urgência, foi possível consolidar competências avançadas no cuidado à pessoa em situação crítica. Destacam-se a gestão do cuidado em instabilidade clínica, tomada de decisão em contextos complexos, liderança de equipas e garantia da segurança e qualidade dos cuidados. Estas competências revelam-se essenciais para a redução da perceção de sobrecarga e para a promoção de ambientes de trabalho seguros, influenciando a satisfação e retenção dos profissionais. A investigação desenvolvida teve como objetivo analisar a perceção da carga individual de trabalho dos enfermeiros e identificar fatores sociodemográficos e profissionais associados. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional, transversal e quantitativo, realizado com 85 enfermeiros de um universo de 94, por meio de questionário aplicado em novembro de 2024. A amostra foi maioritariamente feminina (72,9%), valor semelhante ao panorama nacional reportado pela Ordem dos Enfermeiros. Os resultados revelaram uma perceção moderadamente positiva da carga de trabalho (73,73 numa escala de 105), sugerindo margem de melhoria considerando os riscos associados à sobrecarga, como diminuição da qualidade dos cuidados, aumento do stress e menor intenção de permanência no serviço. Verificou-se que variáveis como tempo de serviço, regime laboral, responsabilidades familiares e estatuto profissional influenciam significativamente esta perceção. Estes achados convergem com a literatura internacional, que relaciona a resiliência, o apoio organizacional e a adequação de recursos com melhores indicadores de satisfação profissional. A reflexão crítica realizada após o estudo reforça o papel determinante da liderança de enfermagem, da gestão adequada de recursos humanos e da criação de ambientes de prática favoráveis. Estas dimensões, reconhecidas pela Ordem dos Enfermeiros e pela evidência internacional, contribuem para cuidados mais seguros, redução do stress ocupacional e promoção do bem-estar dos profissionais.
- O Conhecimento dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação Relativo a Dispositivos MédicosPublication . Dias, Andrea Natália Teixeira; Novo, André; Luís, Ana Mafalda Filipe de Matos PintoO conhecimento dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação (EEER) relativo a Dispositivos Médicos (DM) assume relevância num contexto de crescente desenvolvimento tecnológico, valorização e expansão do exercício profissional, especialmente no âmbito da prescrição. Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento dos EEER relativo aos DM. Métodos: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal e observacional, realizado em duas Unidades Hospitalares de uma Unidade Local de Saúde no Norte de Portugal. Aprovado pela Comissão de Ética da instituição. Foram selecionados 53 EEER por amostragem não-probabilística por conveniência. Foi desenvolvido um questionário suportado no Regulamento (UE) 2017/745 e no Regulamento nº 392/2019, composto por:1-caraterização sociodemográfica; 2-avaliação do conhecimento em quatro domínios: conhecimento geral relativo aos DM; informações que constam nos rótulos dos Dispositivos Médicos de Uso Único (DMUU); informações das instruções de utilização dos DMUU e símbolos gráficos utilizados na rotulagem dos DM; 3-competências dos EEER e 4-fonte de conhecimento. O questionário foi revisto e validado por dois peritos, submetido a prova-piloto e posteriormente aplicado. A análise estatística realizada no software SPSS, incluiu estatística descritiva, correlacional e comparativa. Resultados: Os EEER tinham idades compreendidas entre 29-66 anos, a maioria era do género feminino, prestava cuidados de saúde, realizou ensinos aos doentes/cuidadores informais, selecionou DM (73,6%), dos quais 76,9% definiu especificações técnicas para aquisição desses DM. Embora 52,8% tivesse recebido formação/informação relativa aos DM, 79,2% não estava satisfeito com o seu conhecimento, tendo 84,9% manifestado necessidade de formação, nomeadamente sobre especificações técnicas e reprocessamento. O domínio do conhecimento com melhor classificação correspondeu às informações que as instruções de utilização do DMUU devem conter (82,9±15,7%). Enquanto o domínio com pior classificação correspondeu ao conhecimento sobre símbolos gráficos na rotulagem dos DM (67,4%±9,0%). Variáveis como idade, função de gestão e formação prévia dos EEER influenciaram o nível de conhecimento nos domínios. Conclusão: O nível de conhecimento dos EEER relativo aos DM classificado comom “Bom” contribui para cuidados mais eficientes, capazes, equitativos e com impacto direto na cultura organizacional de segurança. Os domínios do conhecimento com melhor classificação foram concordantes com a relevância dada pelos EEER à capacitação dos doentes/cuidadores informais. O défice de conhecimento identificado no domínio dos símbolos gráficos dos DM reforça a necessidade de formação contínua, atualizada e sistematizada, como oportunidade para responder aos desafios emergentes e a escassez de evidência científica realça a necessidade de estudos que suportem e consolidem o conhecimento dos EEER e agreguem valor ao processo de tomada de decisão relativo aos DM.
- Efetividade da electroestimulação neuromuscular na pessoa em situação crítica: uma umbrella reviewPublication . Bartolomeu, Ana Rita Alves; Preto, Leonel; Gaspar, LuísA fraqueza muscular adquirida em cuidados intensivos apresenta-se cada vez mais como um problema clínico, surgindo frequentemente ligado ao aumento da morbilidade e mortalidade em contexto de cuidados intensivos. Classicamente, apresenta-se com um quadro clínico caracterizado por tetraparésia flácida sem atingimento dos nervos cranianos, com reflexos osteotendinosos normais ou hiporrefléxicos e sem alterações de sensibilidade. Neste sentido, emerge a electroestimulação neuromuscular como opção terapêutica para mitigar este problema, mesmo em pessoas em situação crítica que não estão colaborantes nem capacitados para participarem ativamente em programas de mobilização precoce. Objetivo: Analisar a evidência disponível relativamente à efetividade da electroestimulação neuromuscular em pessoas em situação crítica, com particular enfoque na preservação da força muscular, manutenção da massa muscular e redução do tempo de internamento em cuidados intensivos. Métodos: Esta Umbrella Review seguirá a metodologia do Joanna Briggs Institute. Literatura publicada em inglês e português nas bases de dados MEDLINE, CINAHL Complete, Scopus, e PEDro serão consideradas para inclusão. Resultados: Foram elegíveis para esta revisão abrangente oito artigos, nos quais foram identificados os programas de electroestimulação neuromuscular e os resultados ao nível da sua efetividade no ganho de força muscular, massa muscular e diminuição do tempo de internamento em cuidados intensivos. Da análise descritiva realizada, demostrou que o programa de electroestimulação na pessoa em UCI, apresentou resultados ao nível do ganho de força muscular e atenuação da perda de massa muscular, já em relação ao tempo de internamento hospitalar não houve evidência que tenha contribuído para a sua redução. Conclusão: A electroestimulação neuromuscular tem efeitos benéficos na mitigação da perda de força e massa muscular em pessoas em situação crítica, contudo, no que concerne ao tempo de internamento em cuidados intensivos os efeitos revelam-se menos consistentes.
- Vivências dos enfermeiros de um serviço de urgência na comunicação de más notícias à pessoa em situação crítica e famíliaPublication . Azevedo, Ana Patrícia Pinto de; Baptista, GoreteO presente relatório de estágio clínico foi desenvolvido no âmbito do 2º Curso de Mestrado de Enfermagem Médico-cirúrgica na área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, do Instituto Politécnico de Bragança. Segundo o planeamento proposto, o relatório encontra-se organizado em duas partes. A primeira parte tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas no decorrer dos locais de estágio e apresentar uma análise crítica e reflexiva dos cuidados de enfermagem realizados, como forma de aprimorar as competências gerais e específicas da Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da pessoa em situação crítica. A segunda parte, consiste num trabalho de investigação relacionado com a comunicação de más notícias, cujo objetivo é compreender as vivências dos enfermeiros relativamente à comunicação de más notícias à pessoa e família em situação crítica. Para este estudo, optou-se por uma metodologia qualitativa fenomenológica, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas a enfermeiros que exercem funções num serviço de urgência de uma Unidade Local de Saúde da região Norte de Portugal. A amostra do presente estudo foi composta por 10 enfermeiros, que aceitaram participar no estudo de forma voluntária, utilizando um método de amostragem não probabilística por conveniência. A maioria da amostra corresponde ao sexo feminino, solteiros, com uma média de 38 anos de idade, com um tempo médio de experiência profissional de 15,2 anos e em contexto de urgência uma média de 12,2 anos de experiência profissional. Os resultados do presente estudo revelam que a formação em comunicação de más notícias, sobretudo através de métodos práticos como o role-play, é essencial para o desenvolvimento de competências técnicas e emocionais dos enfermeiros do SU. A utilização do protocolo SPIKES e a integração de uma abordagem centrada na pessoa são recomendadas para garantir uma comunicação ética, eficaz e adaptada às necessidades de cada PSC e familiares. Assim, é fundamental investir em formação estruturada e contínua, suportada por protocolos claros e por apoio emocional e institucional, promover a qualidade da comunicação e o bem-estar dos enfermeiros. O estágio clínico nos diferentes campos de aprendizagem, permitiu o desenvolvimento de competências necessárias para a prestação de cuidados à pessoa em situação crítica. As competências relacionadas com a comunicação de más notícias, são uma componente fundamental na prestação de cuidados à pessoa e à família a vivenciar processos de doença crítica. Ao longo deste percurso, foi possível prestar cuidados ao doente e à sua família durante o processo de doença, com enfoque na prestação de cuidados de enfermagem especializados, ajustados às necessidades do doente crítico e dos seus familiares.
- Perfil epidemiológico e fatores associados ao tipo de enfarte em adultos submetidos a angioplastia coronária primáriaPublication . Felisberto, Hugo Alexandre Pinto; Baptista, GoreteO presente relatório descreve o percurso desenvolvido durante os estágios no Laboratório de Hemodinâmica, no Serviço de Urgência Polivalente e nos Cuidados Intensivos, integrados na componente profissionalizante do Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, área da Pessoa em Situação Crítica (CMEMC-EPSC), da Escola Superior de Saúde de Bragança. Numa segunda parte foca-se no estudo empírico realizado numa Unidade Hospitalar do interior norte de Portugal, centrado na caraterização epidemiológica dos adultos submetidos a angioplastia coronária primária e nos fatores associados à evolução do enfarte. Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico dos adultos submetidos a angioplastia coronária primária; descrever os fatores de risco cardiovasculares presentes nesta população; caracterizar o perfil clínico, eletrocardiográfico e angiográfico dos doentes incluídos no estudo; analisar a associação entre variáveis sociodemográficas, clínicas e angiográficas com os tipos de enfarte. Métodos: Estudo observacional, retrospetivo, descritivo e correlacional numa amostra de 363 doentes com enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (EAMcST), entre 1 de janeiro de 2022 e 31 de dezembro de 2023. Utilizou-se um instrumento de recolha de dados estruturado através da plataforma CardioBase® e análise dos processos clínicos. Resultados: A média etária foi de 67,96±12,31 anos, com predominância masculina (69,4%) e maior prevalência de doentes em 2023 (53,2%). O acesso radial direito foi o mais utilizado (87,4%) e a artéria descendente anterior a mais implicada (36,8%). Verificou-se associação significativa entre hipertensão arterial e a artéria culpada (p=0,008). O tempo médio entre início dos sintomas e intervenção foi de 7h12min, com um tempo médio do procedimento de 42 minutos. Conclusão: O estudo confirma a relevância da angioplastia coronária primária no EAMcST e a importância do acesso radial, destacando a associação entre hipertensão arterial e artéria responsável pela oclusão. Os estágios contribuíram para o desenvolvimento de competências especializadas em EMC-EPSC, com foco na humanização, controlo de fatores de risco e cuidados personalizados.
