ESSa - Dissertações de Mestrado Alunos
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- Adesão ao regime terapêutico da pessoa portadora de Diabetes Mellitus tipo 2Publication . Sousa, Marta; Mata, Maria Augusta; Anes, EugéniaA diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crónica, associada a elevada morbilidade e mortalidade, em larga expansão em todo o mundo. Esta passou de doença rara a verdadeira pandemia, que ameaça aumentar em flecha ao longo deste século. Este estudo tem como objetivos: avaliar a adesão ao regime terapêutico em utentes com diabetes mellitus tipo2, nacionalidade portugueses e franceses e analisar se a adesão ao regime terapêutico é diferente segundo a, variáveis sociodemográficas clínicas. Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, descritivo analítico e transversal realizado com uma amostra de 280 participantes selecionados por conveniência (240 são de nacionalidade portuguesa e 40 são franceses), foi realizada uma entrevista que decorreu no momento da realização da consulta de enfermagem. O instrumento de recolha de dados integra dados sócio demográficos, clínicos e o questionário da avaliação das atividades de autocuidado com a diabetes AACD) de Bastos, Severo & Lopes, 2007). A maioria dos participantes portugueses 68,3% (n=164) têm idades iguais ou superiores a 65 anos e os franceses a maioria tem idade inferior a 65 anos (n=27; 67,5%). Nos dois grupos o sexo masculino é representado por igual percentagem (55,0%). Em ambos os grupos foram observados antecedentes familiares de diabetes, sendo a maior proporção os progenitores. Na adesão global ao regime terapêutico e na maioria das atividades de autocuidado são os portugueses que evidenciam médias mais elevadas de adesão (média=26,27 portugueses e 25,17 franceses). Confirmou-se apenas a existência de diferenças estatisticamente significativas na atividade da alimentação específica (p <0,001) nos utentes franceses. Os resultados da estatística inferencial evidenciam que as variáveis sociodemográficas são fortes mediadoras da adesão ao regime terapêutico. Já nas variáveis clinicas as diferenças estatísticas observadas foram menos expressivas. Estas variáveis deverão ser tidas em conta na elaboração e implementação de programas de intervenção que visem promover a adesão ao tratamento da diabetes.
- Adesão ao regime terapêutico medicamentoso da pessoa com doença renal crónica em programa de hemodiálisePublication . Ferreira, Anabela Martins; Magalhães, Carlos PiresA adesão ao regime medicamentoso na pessoa com doença renal crónica (DRC) em hemodiálise é deveras importante, de resto, como destaca a vasta literatura científica da área, relevando a necessidade de se avaliar a mesma. Objetivos: Avaliar a adesão ao regime terapêutico medicamentoso dos inquiridos. Identificar a relação das variáveis sociodemográficas e clínicas com a adesão ao regime terapêutico medicamentoso. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo correlacional e transversal, inserido numa abordagem quantitativa, com o objetivo de avaliar a adesão ao regime terapêutico medicamentoso da pessoa com doença renal crónica em programa de hemodiálise. A amostra reporta-se aos utentes com DRC que se encontravam a realizar hemodiálise numa clínica privada da região norte de Portugal. Obteve-se uma amostra de 110 doentes. Para avaliar o nível de adesão ao regime medicamentoso dos indivíduos, foi aplicado um questionário composto pela caraterização sociodemográfica e clínica, e o instrumento Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT), adaptado e validado para a população portuguesa por Delgado e Lima (2001). O estudo obteve o consentimento por parte de uma comissão de ética (no74/2022) e por parte do centro de hemodiálise. Foi assegurada a livre participação, com respetiva assinatura do consentimento informado por parte dos utentes. Resultados: A amostra é maioritariamente do sexo feminino (64,5%; n = 71), com idades compreendidas entre os 65 e os 84 anos (68,2%; n = 75), casados ou em união de facto (65,5%; n = 72), com habilitações ao nível do 1.o ciclo (52,7%; n = 58). Globalmente, o valor médio obtido nos sete itens da escala MAT foi de 5,36±0,472. Verificou-se com base no padrão dicotómico da escala que 83,64% da amostra (n = 92) enquadrava-se como aderente e 16,36% (n = 18) como não aderente. A análise inferencial mostrou haver diferença estatisticamente significativa entre a adesão e a coabitação, em que os inquiridos que viviam com outras pessoas (ERPI) foram os que apresentaram pontuações mais elevadas na adesão. Conclusão: Apesar da elevada percentagem de aderentes, o seu incremento é possível e desejável, visando a obtenção de ganhos em saúde.
- Adesão ao regime terapêutico medicamentoso em idosos no concelho de BragançaPublication . Paradinha, Fernanda Maria Rodrigues Afonso; Brás, Manuel Alberto; Magalhães, Carlos PiresDe acordo com a definição estabelecida pela OMS (2002), um sujeito é considerado idoso a partir dos 65 anos. Devido à sua idade e à acumulação de problemas de saúde, este setor da população apresenta maior predisposição para polimedicação, o que pode influenciar a sua Adesão ao Regime Terapêutico Medicamentoso. Neste sentido, o principal objetivo deste trabalho consiste em avaliar a ARTM bem como a sua relação com o grau de dependência e com variáveis sociodemográficas e clínicas da população-alvo. Mais ainda, pretende-se que a informação recolhida contribua para a implementação de medidas que permitam melhorar a ARTM dos idosos do concelho de Bragança. Face aos objetivos delineados realizou-se um estudo de tipologia observacional, descritivo e analítico de coorte transversal e paradigma quantitativo. Os dados foram obtidos pela aplicação de um formulário com questões sociodemográficas e clínicas, a escala MAT e a escala de Barthel. A amostra é constituída por 400 idosos do concelho de Bragança, com uma média de idades de 75.33 ± 7.34 anos, maioritariamente feminina. Relativamente à Adesão ao Regime Terapêutico Medicamentoso, verificou-se que 82.75% da amostra era aderente. Conclui-se que o sexo feminino é o que mais adere; quanto à idade, verifica-se que a percentagem de aderentes à terapêutica diminui com o aumento da mesma. O local de residência não interfere na adesão, os indivíduos com menor instrução apresentam menor adesão e os inquiridos que coabitam com o cônjuge apresentaram maior percentagem de adesão terapêutica. A ARTM vai diminuindo em relação ao aumento do número de doenças e ao número de medicamentos diário. Verificou-se que a ARTM depende significativamente de orientação na preparação da medicação e está associada à alteração da medicação, sendo que os indivíduos que a substituem apresentam menores índices de adesão. Do total dos inquiridos, 87.00% foram considerados independentes e 73.30% afirma não possuir qualquer tipo de apoio domiciliário, mas adere à terapêutica. Tendo em conta a dificuldade manifestada na preparação da medicação, pensou-se na criação de um software onde o profissional de saúde deverá inserir todas as informações relativamente à terapêutica. Esta informação seria transmitida para um smartwatch, que fará soar um alarme sempre que fosse necessário tomar a medicação, apresentando no ecrã o medicamento e a sua dosagem e em simultâneo dar essa informação em alta-voz.
- Adolescência e sexualidade: conhecimentos, atitudes, comportamentos e traços de personalidade de estudantes do ensino secundário do distrito de BragançaPublication . Aragão, Laura da Conceição; Brás, Manuel Alberto; Sousa, FilomenaOs estudos sobre a sexualidade nos adolescentes têm mostrado que, globalmente, estes apresentam conhecimentos sobre a sexualidade apesar de continuarem a ter comportamentos de risco. O presente estudo de natureza quantitativa, analítica e transversal, tem como objetivos identificar os conhecimentos e comportamentos face à sexualidade e traços de personalidade de adolescentes do ensino secundário de três escolas secundárias do distrito de Bragança, bem como analisar se as variáveis sociodemográficas e traços de personalidade interferem nos mesmos. Participaram no estudo 752 adolescentes do 10º (35,1%), 11º (35%) e 12º ano (29,9%) de escolaridade, com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos ( =16,46), de ambos os sexos, residentes em meio urbano e meio rural, sendo-lhes aplicado um inquérito por questionário. Os principais resultados mostraram que 95,9% dos adolescentes considera possuir conhecimentos sobre sexualidade e 44,4% expressou ter conhecimentos sobre métodos contracetivos. Os resultados das hipóteses estudadas evidenciam diferenças estatisticamente significativas nos conhecimentos destes adolescentes em função do sexo, da idade, do local de residência, ano de escolaridade e nível socioeconómico. Realça-se que os adolescentes apresentaram comportamentos sexuais de risco, com diferenças estatisticamente significativas em função do sexo, idade, local de residência e ano de escolaridade. Observou-se, ainda, que o neuroticismo e a extroversão, enquanto traços de personalidade, se encontravam correlacionados com os conhecimentos dos adolescentes e seus comportamentos sexuais, apresentando variações em função do sexo, do local de residência e do nível socioeconómico. Com o intuito de se conceberem e implementarem projetos de intervenção nesta população, investigações futuras devem ser conduzidas para se aprofundarem os conhecimentos, comportamentos sexuais e traços de personalidade dos adolescentes do distrito de Bragança, pois o investimento na saúde sexual dos jovens é um valioso passo no sentido do desenvolvimento sustentado, tanto para benefício do indivíduo como da sociedade.
- Analisar a adaptação da pessoa à ostomia de eliminação intestinalPublication . Bento, Sílvia Marisa Gonçalves; Martins, MatildeA construção de uma ostomia de eliminação intestinal, confere à pessoa portadora, necessidades acrescidas e processos de transição, sendo obrigada a adaptações e transformações em todos os níveis. Objetivos: Analisar os fatores que influenciam a adaptação da pessoa à ostomia de eliminação numa consulta de Estomaterapia de uma unidade local de saúde do norte de Portugal. Método: Estudo analítico transversal, com 21 doentes portadores de ostomia de eliminação, seguidos em Consulta de Enfermagem de Estomaterapia, durante o mês de julho de 2023. Como instrumento de recolha de dados foi utilizado a Escala de Adaptação à Ostomia de Eliminação, após autorização prévia da sua autora. Este teve o parecer favorável da Comissão de Ética. Resultados: A maioria dos doentes são do sexo masculino (66,7%), com uma média de idades de 69,14 anos, casados ou em união de facto, com o ensino básico, sendo 66,7% reformados e vivem 61,9% com o companheiro. 85,7% possuem colostomia, definitivas 57,1%. O total da escala apresentou o valor médio de 177,49± 19,62 pontos evidenciando boa adaptação à ostomia. As características sociodemográficas e clínicas, não se associaram com as dimensões e com o total da Escala de adaptação à ostomia de eliminação. Conclusão: Registamos uma boa adaptação. Sugerimos a elaboração de um guia de cuidados ao doente ostomizado, de forma a serem apreendidos de forma uniforme, os ensinos ministrados assim como o reforço das práticas de enfermagem.
- Análise da adesão dos profissionais à higienização das mãos numa unidade local de saúde de Portugal entre 2018-2021Publication . Vilarinho, Mário José Medeiros; Martins, MatildeAs infeções Associadas aos Cuidados de Saúde são um problema de saúde à escala mundial, com implicações significativas na morbilidade e mortalidade, nos custos para doentes, famílias e sociedade e na qualidade dos cuidados de saúde. A principal forma de prevenção das infeções é uma medida simples de higienização das mãos (HM) e do próprio local. Objetivos: Analisar a adesão dos profissionais de saúde à HM numa Unidade Local de Saúde (ULS) de Portugal, no período de 2018-2021. Metodologia: Desenvolveu-se um estudo transversal analítico. A população são todos os profissionais de uma ULS de Portugal, a amostra são todos os profissionais que foram sujeitos a uma ou mais observações de HM entre 2018-2021, constituindo uma amostra de 13 610 observações. O instrumento de recolha de dados foi uma grelha de registo, elaborada em programa SPSS, para onde foram transpostos os dados, que foram fornecidos pela coordenadora local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), anonimizados, após parecer favorável da Comissão de Ética (n.o 55/2022). Resultados: Observamos que a taxa global de adesão à HM foi de 80,26%. As maiores taxas de adesão verificaram-se no ano de 2021 (86,46%), no quarto momento (87,44%), nos enfermeiros (87,69%), no departamento da saúde da mulher da criança (84,92%). As menores taxas de adesão verificaram-se no ano 2018 (74,56%), no segundo momento (70,11%), nos médicos (72,60%), no departamento de urgência, emergência e cuidados intensivos (72,57%). Pode constatar-se que existem diferenças, estatisticamente significativas, na taxa de adesão dos profissionais à HM por departamentos, ano e profissionais (p<0,05). Conclusão: Concluímos que a taxa de adesão dos profissionais à HM é inferior ao recomendado pela DGS. O ano de 2018, o segundo momento de higienização, os médicos e o departamento de Urgência, Emergência e Cuidados Intensivos apresentaram taxas de adesão mais baixas e com diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Sugerimos sensibilizar, através de campanha periódicas de HM, lembretes e auditorias. A realização de outros estudos que permitam inferências para a população.
- Análise da carga de trabalho de enfermagem de um serviço de medicina intensivaPublication . Simões, João Lindo; Martins, Matilde; Magalhães, Carlos PiresEnquadramento: Os índices de quantificação da carga de trabalho de Enfermagem são, atualmente, um dos recursos utilizados para o planeamento e avaliação dos Serviços de Medicina Intensiva (SMIs). A evidência mostra que são vários os fatores relacionados com as pessoas em situação crítica e com o seu internamento, que potencialmente se relacionam com a variabilidade na carga de trabalho de enfermagem neste contexto. Objetivos: Analisar a carga de trabalho da equipa de enfermagem de um Serviço de Medicina Intensiva (SMI) de um Hospital da Região Centro de Portugal, nos últimos 5 anos e avaliar a relação entre os fatores sociodemográficos, antropométricos e clínicos das pessoas em situação crítica e a carga de trabalho da equipa de enfermagem do referido serviço. Métodos: Realizou-se um estudo retrospetivo, transversal e analítico, numa amostra de 730 pessoas com idade ≥ 18 anos e admitidas entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2019. A carga de trabalho de enfermagem foi avaliada através dos registos prévios da avaliação da escala Simplified Therapeutic Intervention Scoring System (TISS-28). Resultados: Na avaliação da TISS-28, verificou-se uma média de 34,2 ± 6,9 pontos na primeira avaliação. Resultados mais baixos foram encontrados para a última avaliação e valores médios. Os resultados mostram que as Atividades básicas foram as que apresentaram a maior percentagem de tempo gasto (38,0%) seguidas do Suporte cardiovascular (26,5%). A TISS-28 mostra resultados consistentes ao longo do período em estudo, apesar de se verificar uma pequena redução de tendência nos últimos 2 anos. Verificou-se uma maior possibilidade de valores mais baixos na TISS-28 para pessoas com idade ≤ 44 anos e com menor tempo de internamento (≤ 7 dias). Também se verificou que as pessoas classificadas na classe IV de Cullen na admissão (OR=2.483) e com um percentil de peso normal ou mais elevado (OR=1,871 e 1,534, respetivamente) têm uma maior possibilidade de apresentar pontuações mais elevadas da TISS-28. Conclusão: O conhecimento dos fatores relacionados com a carga de trabalho de enfermagem possibilita instituir medidas para melhorar o desempenho nas intervenções de enfermagem, a partir da redefinição de prioridades assistenciais, aumento da produtividade, gestão de recursos humanos e redução de custos adicionais à organização, relacionados com possíveis eventos adversos, entre outros.
- Análise da infeção do local cirúrgico em doentes submetidos a cirurgia ortopédica majorPublication . Fernandes, Daniela Alexandra; Martins, MatildeA Infeção do Local Cirúrgico (ILC) afeta aproximadamente um terço dos doentes submetidos a um procedimento cirúrgico e a sua incidência varia entre 2-15%, dependendo de múltiplos fatores. Objetivos: Analisar os fatores associados à Infeção do Local Cirúrgico em doentes intervencionados a Cirurgia Ortopédica Major em um Serviço de Ortopedia de uma Unidade Hospitalar do Norte entre 2020 e 2021. Metodologia: Estudo transversal analítico, realizado em 589 doentes internados, num serviço de ortopedia, para serem submetidos a cirurgia ortopédica major no período compreendido entre 2020 e 2021. Como instrumento de recolha de dados foi criada uma grelha que reúne informação do doente, da cirurgia e do cumprimento de Bundles, recorrendo à informação do sistema informático SClínico, fornecida anonimizada pelo diretor de serviço. Estes, foram inseridos e analisados no programa SPSS®, versão 26.0, pelo número de codificação atribuído, respeitando o anonimato e sigilo da informação. O estudo obteve parecer favorável da Comissão de Ética no 46/2022. Resultados: A maioria dos participantes é do sexo masculino (56,5%), com idades entre os 57 e 78 anos (60,9%), com Índice de Massa Corporal elevado (91,3%) e com Hipertensão Arterial (73,9%). Foram admitidos na véspera (83,5%) com classificação III segundo a American Association of Anesthesiology (ASA) (65,2), tempo cirúrgico até uma hora (61,5%), tendo alta até ao 7o dia (68,3%). A cirurgia mais comum foi a Prótese Total do Joelho (68,3%). A prevalência de infeção foi de 3,9%, sendo a Prótese Total da Anca responsável por 60,9% das infeções. Verifica-se diferenças estatisticamente significativas, entre Infeção do Local Cirúrgico e tabagismo, insuficiência cardíaca, tremor, duração da cirurgia, tempo pós-operatório e tipo de cirurgia (p<0,05%). Conclusão: Observamos uma frequência de Infeção do Local Cirúrgico significativa em particular na Prótese Total da Anca em doente fumadores, com insuficiência cardíaca, com tremor e maiores tempos cirúrgicos e de internamento. Sugerimos, referenciar os doentes fumadores a consultas de cessação tabágica, controlo da insuficiência cardíaca e o tremor e otimizar os tempos cirúrgicos e de internamento e a realização de outros estudos que fortaleçam estes resultados.
- Análise da presença de anticorpos específicos para a proteína Nucleocápside em ruminantes de explorações do Nordeste TransmontanoPublication . Almeida, Dara Gothe Lima; Rodrigues, Carina; Quintas, HelderO coronavírus SARS-CoV-2 é o agente causador da pandemia COVID-19. Segundo o ECDC, a situação epidemiológica do SARS-CoV-2 em humanos e animais está em constante evolução. Até à data, entre as espécies de animais de exploração que parecem transmitir o SARS-CoV-2, estão os visons americanos. Esta espécie parece apresentar uma maior probabilidade de ser infetada por humanos ou outros animais e, posteriormente, transmitir o SARS-CoV-2. No entanto, a informação é escassa relativamente a muitas outras espécies domesticadas. O principal objetivo deste estudo é identificar potencial exposição ao SARS-CoV-2 entre pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) em explorações no nordeste de Portugal. Foi realizada uma análise serológica em 600 amostras de sangue (300 de ovelhas e 300 de cabras) recolhidas desde o início da pandemia de COVID-19, abrangendo vários períodos pandémicos (T1: primeira vaga alfa; T2: delta; T3: omicron). As amostras de soro foram obtidas após centrifugação e este foi separado e conservado a -80ªC. Estas amostras foram colhidas durante visitas técnicas de veterinários das organizações de produtores pecuários como parte de vários estudos zoonóticos realizados na região em 27 explorações diferentes. Todas as amostras de soro recolhidas nos períodos especificados foram submetidas a análises sorológicas utilizando um ensaio imunoenzimático indireto de ligação de anticorpos (ELISA) para detetar a presença de anticorpos IgG contra a nucleocápside (N) do SARS-CoV-2 nas amostras de soro (Kit ELISA multi-espécies de duplo antigénio D Screen SARS-CoV-2, seguindo as instruções do fabricante, para esta deteção de anticorpos). Entre as amostras analisadas, 460 cumpriram os critérios de qualidade aceitáveis para o teste realizado (230 de cabras e 230 de ovelhas). Destas, 8 apresentaram um resultado positivo (1.7%), indicando a presença de anticorpos IgG contra a proteína N do SARS-CoV-2 (IgG anti-N), das quais 5 em caprinos (2.17%) e 3 em ovinos (1.3%). É importante notar que 2 dessas amostras positivas foram recolhidas durante o período T1, três delas, durante o período T2 e 2 durante o período T3. Importante ainda, 2 das amostras positivas eram provenientes da mesma exploração. As amostras positivas pertenciam a animais de 6m-2 a e eram exclusivamente fêmeas.
- Análise da via verde trauma de um serviço de urgência do norte de PortugalPublication . Gonçalves, Júlia Maria Talhas; Martins, MatildeO trauma é lesão no organismo que pode estar associado à morte ou a incapacidades temporárias ou permanentes de extensão variável. O seu prognóstico depende da celeridade de cuidados de saúde adequados. Os sistemas de saúde têm organizados redes estruturadas de emergência para atender a essas situações, sendo em Portugal operacionalizada por diretrizes produzidas pela Direção Geral de Saúde, a Via Verde Trauma (VVT). Objetivos: Descrever os resultados da implementação do protocolo da Via Verde Trauma num Serviço de Urgência Geral de um centro hospitalar da região norte de Portugal, no período de janeiro de 2021 a agosto de 2022 e analisar a mortalidade dos doentes inseridos em Via Verde Trauma. Métodos: Estudo transversal analítico. A população do estudo são todos os doentes inseridos em VVT num SU centro hospitalar da região norte de Portugal, com registos na base de dados de VVT, obtendo-se assim uma amostra de 204 participantes. Foi construída uma grelha para onde foi transposta a informação sobre sexo e idade da vítima, prioridade estabelecida pelo sistema de triagem de Manchester, tempo de permanência na SE, tipo de trauma e segmento afetado, critérios de ativação da VVT e causa subjacente ao trauma, destino do doente após os cuidados na SE, altas e óbitos. O estudo obteve o parecer favorável da comissão de ética. Resultados: A amostra foi constituída maioritariamente por vítimas do sexo masculino (75,0 %), com mais de 60 anos 41,7% e triados cor laranja 93,6%. O nível de consciência foi o critério absoluto que determinou a ativação da VVT (19,1%), mais frequente e a queda de uma altura superior a três metros (19,6%) foi o critério relativo mais frequente. A principal causa de ativação foram os acidentes de viação (55,4%), seguido das quedas (24,5%). O trauma fechado representou a esmagadora maioria (97,2%) dos traumas registados, que afetaram principalmente o segmento cranioencefálico (46,6%), seguido das extremidades e do torácico. Tiveram como destino outra valência do SU (72%). A taxa de mortalidade foi de 1,47% ocorreram na SE eram homens, com mais de 60 anos e triados com cor vermelha, com traumatismo cranioencefálico fechado e com tempo em emergência superior a uma hora. Não se verificou associação da mortalidade com as restantes variáveis. Conclusão: A VVT foi ativada maioritariamente em casos envolvendo o sexo masculino e pessoas mais velhas. O trauma é maioritariamente desencadeado por acidentes de viação e quedas, e resulta em traumas fechados, maioritariamente traumatismo cranioencefálico, das extremidades e torácicos. A mortalidade dos doentes inseridos na VVT foi reduzida, com três óbitos em 204 casos, associado a traumatismo cranioencefálico em vítimas com idade superior a 60 anos, dois do sexo masculino e uma do sexo feminino.