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Advisor(s)
Abstract(s)
As boas práticas no âmbito da saúde familiar desenvolvem-se em torno de
modelos, teorias e instrumentos de avaliação essenciais à enfermagem neste contexto. Após a
avaliação o enfermeiro e a família decidem sobre a intervenção (Wright e Leahey, 2009). O Modelo
Calgary de Avaliação e Intervenção Familiar (MCAIF) (Wright & Leahey, 2012) surge para atender à
necessidade de investigar as famílias, descrevendo as dimensões: estrutural, desenvolvimental e
funcional. Compreender e estabelecer proximidade junto das famílias é uma vantagem do enfermeiro
de família, o que lhes permite prestar cuidados direcionados e avaliar a família enquanto sistema
funcional (Figueiredo, 2012). São objetivos do estudo: avaliar, identificar áreas (de atenção alteradas)
e estabelecer um plano de intervenção para minimização dos problemas identificados.
Metodologia: Foi usado o estudo de caso como estratégia metodológica e o MCAIF como referencial
teórico. O estudo foi realizado em contexto de uma UCSP e para a colheita de dados recorremos a
entrevistas dirigidas às famílias e análise de dados constantes nos aplicativos informáticos resultantes
de registos do enfermeiro de família. A aplicação do modelo permitiu realizar as análises familiares
levantando os principais itens relativos à estrutura (interna e externa – Genograma e Ecomapa),
desenvolvimento (Ciclo de Vida de Duvall) e funcionamento (APGAR Familiar). Foram analisados os
dados obtidos, identificados e elaborados diagnósticos de enfermagem e propostas de intervenções
segundo o Modelo.
Resultados e Discussão: A família “Andrade”, composta por mãe e filha, mantém com a família
alargada uma relação conflituosa. Família na etapa do ciclo vital familiar “Família idosa” e com score 7
na escala de APGAR familiar o que nos sugere uma família altamente funcional. No entanto é uma
família com graves problemas de comunicação e socialização familiar. A família “Barros” é uma família
constituída por cinco elementos, pai, três filhos e neto, tendo como família alargada um quarto filho,
e mãe, com quem mantém relação conflituosa. Segundo o ciclo vital familiar situa-se na etapa
“Famílias com crianças em idades pré-escolar” e com score de 4 na escala de APGAR familiar o que nos
sugere uma família moderadamente (dis)funcional. Família com problemas de comunicação, e
socialização familiar. A família “Castro”, é composta por cinco elementos, casal, a filha do casal e a sua
avó e o enteado do pai e família alargada os tios do pai. Segundo o ciclo vital familiar situa-se na etapa
“Famílias com crianças em idades pré-escolar”, e com score 9,75 na escala de APGAR familiar o que
nos sugere uma família altamente funcional. A família tem criança menor totalmente dependente, do
que resulta problemas de comunicação e socialização familiar. Delineamos intervenções para a gestão de conflitos provocados pela comunicação (sua ausência e forma de comunicar), cuidados e ensinos à
família no sentido da otimização do ambiente físico tendo em conta os recursos e competências da
família e comunidade. A relação familiar é sempre beliscada quando a comunicação familiar está
comprometida, o foco de atenção dos intervenientes é a melhoria dos aspetos comunicacionais da
pessoa “comprometida” e da família (Carvalho, 2012). Face aos diagnósticos comuns, as intervenções
de enfermagem e da equipa multiprofissional assentaram na promoção da comunicação e
(re)socialização familiar, facilitando, encorajando e providenciando mecanismos facilitadores da
manutenção da comunicação e (re)socialização familiar, encorajando a expressão de sentimentos e
expectativas dos membros. Relativamente à socialização familiar comprometida, os sintomas
negativos das pessoas portadoras de doença podem promover a falta de vontade e por reação tendem
para a conflitualidade dentro da família (Carvalho, 2012). Face à socialização familiar, procuramos
uma intervenção relativa à gestão de conflitos e uma (re)socialização mais efetiva, fornecendo apoio
familiar na procura de informação e recursos externos disponíveis, auxiliando as famílias no acesso ao
apoio social. Referimos só os focos transversais detetados, que englobaram os domínios cognitivo,
comportamental e afetivo, centradas na capacitação da família e na mobilização de recursos da família
e comunidade.
Conclusões: Foi possível evidenciar que a aplicação do MCAIF possibilita uma abordagem aprofundada
sobre a estrutura, o desenvolvimento e o funcionamento familiar, o que se configura como uma
ferramenta efetiva para identificar diagnósticos e intervenções na família. Face aos diagnósticos,
procuramos intervir, envolvendo as famílias tendo em conta seus valores e crenças. A intervenção
precoce, potencia a promoção, a autonomia e funcionamento familiar.
Description
Keywords
MCAIF Família Enfermeiro de Família Avaliação Familiar
Citation
Neves, Carla; Brás, Manuel (2019). Avaliação e intervenção familiar segundo modelo Calgary a três famílias utentes de um centro de saúde do Nordeste de Portugal: estudo de caso. In 1º Congresso Internacional de Enfermagem de Saúde Familiar da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Familiar. Arcos de Valdevez. ISBN 978-989-54290-0-4. p. 46-47
Publisher
Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Familiar