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- Terras de Trás-os-Montes, uma geologia singular, com rochas raras. Implicações nos georecursos e na floraPublication . Preto, Elisa; Dias, Rui; Aguiar, CarlosTerras de Trás-os-Montes (TTM) é um vasto território delimitado a oeste pelo alinhamento das montanhas ocidentais Marão-Alvão-Larouco, a sul pelo rio Douro, a Norte e a Este pela fronteira com Espanha. Atualmente as Terras de Trás-os-Montes são uma sub-região estatística de nível III, integrada na Região do Norte. Confronta a oeste com o Alto Tâmega, a norte e este com Espanha e a sul com a NUTS III Douro. A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT M) é um agrupamento de municípios, constituída por nove concelhos, concretamente Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
- A vegetação e herbivoria num território em acelerada mudançaPublication . Aguiar, CarlosA estrutura das etapas sucessionais e a sua prevalência na composição dos mosaicos vegetacionais à escala da paisagem são, em grande medida, controlados pelos padrões de perturbação. Num passado ainda recente, o território português era esquadrinhado por 15 raças de bovinos, 16 de ovinos, 6 de caprinos (com vários ecótipos) e 6 raças de equídeos, com uma ecologia alimentar diversa e cargas pastoris suficientes para explorar ao limite a enorme diversidade de recursos forrageiros disponíveis. Focando a discussão nos espaços de montanha do norte do país, o pastoreio misto, por vezes conciliando as quatros espécies antes referidas, complementado com um fogo pastoril tópico e a arranca de toiças de arbustos para lenhas e carvões, promoveu um coberto de vegetação herbáceas vivaz em detrimento das comunidades vegetais arbustivas. O bosque detinha outras funções, era a fonte de madeiras de construção e um seguro para os tempos difíceis. A oligotrofia intrínseca do substrato rochoso das nossas montanhas, a intensa lixiviação de bases causada pela baixa CTC e pela elevada precipitação, e a exportação de nutrientes para as terras baixas por via animal explicam que o coberto vegetal fosse dominado por comunidades de Agrostis capillaris em granitos e de A. curtisii em xistos e corneanas, comunidades de Violion caninae (Nardetea strictae) de taxonomia mal conhecida. Uma dependência funcional estrita conectava as formações herbáceas vivazes de montanha, em grande parte de propriedade comunal, aos lameiros privados de Molinio-Arrhenatheretea e às restantes componentes dos sistemas tradicionais de agricultura. A principal função da vegetação herbácea dos baldios de montanha era alimentar de nutrientes os lameiros e terras agrícolas, atuando os herbívoros domésticos como meio de transporte
- Nota introdutóriaPublication . Aguiar, CarlosA informação fóssil mostra que a diversidade em espécies aumentou paulatinamente, com interrupções catastróficas, desde a emergência da vida terrestre, há mais de 3950 milhões de anos (Raup & Sepkoski, 1982; Signor, 1990; Tashiro et al., 2017). No que às plantas terrestres diz respeito, o número de espécies progrediu num crescendo inexorável a partir do seu aparecimen- to, algures nas margens de um curso de água doce no Câmbrico Superior/Ordovícico Inferior (Niklas, Tiffney & Knoll, 1983; Strother, 2016). Portanto, em média, a taxa de especiação foi superior à taxa de extinção, ainda que permeada por eventos catastróficos, e nunca coexistiram tantas espécies de plantas no planeta Terra como no Holocénico (últimos 11 500 anos). A distribuição da diversidade específica vegetal e das ameaças que sobre ela pendem é desigual à escala planetária. Os chamados hotspots de biodiversidade são caracterizados por níveis excecionais de endemismo e por perdas massivas de habitat (Myers, 1988). Atualmente, estão referenciados 36 hotspots (CEPF, 2019) — boa parte do território continental português está incluído no hotspot «Bacia Mediterrânica» (Myers et al., 2000). O conceito de hotspot é uma tentativa de operacionalizar a identificação das regiões do globo onde deve ser concentrada a atenção dos cientistas da biodiversidade e o investimento em conservação.
- Ultrabásicos de Cabeço de VidePublication . Costa, José C.; Neto, Carlos; Aguiar, Carlos; Flor, António; Pereira, PauloAs rochas ultrabásicas (ou ultramáficas) são relativamente frequentes no Alentejo. Dada a exiguidade dos afloramentos, e em consequência de processos morfogenéticos (e.g., movimento das partículas do solo por ação da gravidade) ou de lavouras e outras operações agrícolas, os produtos da meteorização destas rochas estão, geralmente, misturados com materiais provenientes de solos adjacentes derivados de outras litologias. Nas imediações de Cabeço de Vide (Alto Alentejo), nos concelhos de Fronteira e de Alter do Chão, ocorre, porém, uma área mais ou menos contínua e homogénea de solos ultrabásicos, suficientemente extensa para albergar uma flora e vegetação de grande originalidade regional, o objeto deste capítulo (Figura 1). Toda esta região apresenta uma ocupação humana com evidências que recuam ao Neolítico, testemunhadas por abundantes monumentos megalíticos que, ainda hoje, podem ser visitados em diversos pontos. A ocupação romana está assinalada pela importante e monumental vila romana da Horta da Torre, cujas ruínas podem ser observadas a cerca de dois quilómetros a sudeste de Cabeço de Vide. Contudo, a principal atração regional consiste nas Termas da Sulfúrea, situadas nos arredores de Cabeço de Vide e cuja exploração data da ocupação romana da Península Ibérica, mais precisamente desde que o imperador César Augusto aí mandou instalar um balneário (termas). Estas apresentam águas denominadas como sulfúreas (estando na origem do nome das termas), com um pH muito elevado (11,5), uma característica invulgar relacionada com a presença de rochas ultrabásicas.
- Anemia en rumiantes por consumo de plantas tóxicasPublication . Ferrer, Luis Miguel; Ramos, Juan Jose; Lacasta, Delia; Ruiz, Héctor; Aguiar, Carlos; Quintas, HelderLa anemia en pequeños rumiantes es una reducción de la masa de células rojas sanguíneas, caracterizada por la disminución del número de glóbulos rojos circulantes, de la hemoglobina y del valor hematocrito. Consecuentemente, se produce una reducción de la capacidad del transporte de oxígeno. Es la alteración hemática más frecuente y, generalmente, es secundaria a otros procesos.
- Afloramentos de carbonatos do norte de PortugalPublication . Aguiar, Carlos; Alves, Paulo MiguelA distribuição espacial das plantas é irregular – uma constatação aparentemente trivial que encerra algumas das perguntas de investigação-chave da botânica evolutiva e da ciência da vegetação atual. Que fatores ecológicos explicam a distribuição desigual das plantas e a sua organização em comunidades vegetais? E quais os fatores mais importantes? Disponibilidade de água, características físicas e químicas do solo, perturbação pelo fogo, pela herbivoria ou pelo pisoteio? A correlação entre o substrato geológico e as propriedades do solo e a distribuição das plantas e a estrutura do coberto vegetal tem sido profusamente documentada desde os trabalhos pioneiros dos fundadores da ciência do solo, o russo Vasily Dokuchaev (1846-1903) e, da escola europeia de fitossociologia, o suíço Josias Braun-Blanquet (1884-1980). Os termos calcícola e calcífugo (ou silicícola) são, respetivamente, usados para qualificar uma dicotomia recorrente na ecologia das plantas: as plantas que preferem e estão adaptadas a solos derivados de rochas carbonatadas, de pH neutro a básico, vs., outras, de solos ácidos, pobres em bases (e.g., cálcio e magnésio). Os efeitos ecofisiológicos dos carbonatos e das rochas ácidas são complexos, multifatoriais: além da biodisponibilidade de bases (cálcio e magnésio), envolvem desequilíbrios nutricionais ao nível do solo relacionados com a solubilização (e.g., níveis tóxicos de alumínio e magnésio) ou a precipitação de nutrientes vegetais (e.g., deficiência em fósforo e ferro nos solos calcários), em função do pH (Varennes, 2003). As plantas calcícolas são basófilas – i.e., habitam solos de reação básica (pH > 7) –, mas nem todas as plantas basófilas são calcícolas (Font Quer, 1985); a diferenciação destas duas tipologias ecológicas não tem fronteiras claras, nem sempre é possível.
- Vegetação de turfeiras em Portugal continentalPublication . Neto, Carlos; Aguiar, Carlos; Alves, Paulo Jorge MendesAs turfeiras (ing., mire ou moor; esp., turbera) são ecossistemas azonais de grande originalidade e complexidade estrutural e florística característicos de solos permanentemente saturados ou submersos por uma delgada camada de água livre, normalmente ácida, oligotrófica (pobre em nutrientes) e fria. A persistência do encharcamento cria condições de anoxia (ausência de oxigénio) que se traduzem numa redução da atividade microbiana e da taxa de mineralização da matéria orgânica (MO). Nas turfeiras a anoxia é suficientemente prolongada para que a taxa de deposição exceda a taxa de mineralização da MO. Consequentemente, diferencia-se um substrato orgânico – a turfa –, em grande parte procedente da biomassa de musgos do género Sphagnum (esfagnos). Os Sphagnum s ão « engenheiros d e ecossistemas », dado que constroem e mantêm o biótopo que habitam (Figuras 1 e 2).
- O boânico asturiano que amava os AçoresPublication . Aguiar, CarlosConheci o José Antonio no mesmo dia em que conheci muitos outros botânicos-fitossociólogos espanhóis. Faz 28 anos, em Oviedo, nas XII jornadas de fitossociologia da AEFA. Era mais um daqueles dias enublados das Astúrias. Os meus sentimentos fundiam-se com o tempo enquanto esperava quem sabia muito mais do que eu, e o veredicto sobre um pequeno póster sobre os lameiros (prados de siega) de Trás-os-Montes.
- Vegetação de PortugalPublication . Aguiar, Carlos; Capelo, JorgeA componente vegetal dos ecossistemas é dominante na paisagem, quer em biomassa e número de espécies, quer nas suas funções ecológicas de regulação dos ciclos biogeoquímicos da água, macronutrientes e carbono. A sistematização científica dos tipos de ecossistema recorre ao conceito de comunidade vegetal. O conjunto das comunidades vegetais de um território constitui a sua vegetação. O ecossistema concebe-se, assim, como o conjunto conexo da comunidade vegetal e das condições ambientais onde esta mesma ocorre, isto é, do seu habitat. O estudo da composição florística, estrutura, habitat, sucessão ecológica, relação com o uso humano do território e história é o objeto da Ciência da Vegetação, também historicamente designada «Fitossociologia».
- Vegetação aquática e anfíbia herbácea de Portugal continentalPublication . Aguiar, Carlos; Portela-Pereira, EstevãoNeste capítulo faz-se uma curta introdução à vegetação herbácea aquática e anfíbia (semiterrestre) dulçaquícola de Portugal continental. A vegetação aquática é constituída por hidrófitos (plantas aquáticas), errantes ou enraizados, próprios de corpos de águas livres (i. e., permanentes, com alguma profundidade). Os hidrófitos errantes (pleustófitos) estão sobretudo adaptados a águas lênticas de lagoas e cursos de água de fraca corrente. Os hidrófitos enraizados tanto ocupam meios lênticos como meios lóticos (águas correntes). A vegetação anfíbia tem por habitat exsurgências de água ou as margens, encharcadas ou ciclicamente inundadas, dos corpos de água. Ainda que algumas comunidades anfíbias sejam inundadas com águas relativamente profundas, o seu desenvolvimento faz-se no estio, quando o nível da água livre desce e o solo, eventualmente, enxuga à superfície.