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Abstract(s)
A distribuição espacial das plantas é irregular – uma
constatação aparentemente trivial que encerra algumas
das perguntas de investigação-chave da botânica
evolutiva e da ciência da vegetação atual. Que fatores
ecológicos explicam a distribuição desigual das plantas
e a sua organização em comunidades vegetais? E quais
os fatores mais importantes? Disponibilidade de água,
características físicas e químicas do solo, perturbação
pelo fogo, pela herbivoria ou pelo pisoteio?
A correlação entre o substrato geológico e as propriedades
do solo e a distribuição das plantas e a estrutura
do coberto vegetal tem sido profusamente documentada
desde os trabalhos pioneiros dos fundadores da
ciência do solo, o russo Vasily Dokuchaev (1846-1903)
e, da escola europeia de fitossociologia, o suíço Josias
Braun-Blanquet (1884-1980). Os termos calcícola e
calcífugo (ou silicícola) são, respetivamente, usados
para qualificar uma dicotomia recorrente na ecologia
das plantas: as plantas que preferem e estão adaptadas a
solos derivados de rochas carbonatadas, de pH neutro a
básico, vs., outras, de solos ácidos, pobres em bases (e.g.,
cálcio e magnésio). Os efeitos ecofisiológicos dos carbonatos
e das rochas ácidas são complexos, multifatoriais:
além da biodisponibilidade de bases (cálcio e magnésio),
envolvem desequilíbrios nutricionais ao nível do solo
relacionados com a solubilização (e.g., níveis tóxicos de
alumínio e magnésio) ou a precipitação de nutrientes
vegetais (e.g., deficiência em fósforo e ferro nos solos
calcários), em função do pH (Varennes, 2003). As plantas
calcícolas são basófilas – i.e., habitam solos de reação
básica (pH > 7) –, mas nem todas as plantas basófilas são
calcícolas (Font Quer, 1985); a diferenciação destas duas
tipologias ecológicas não tem fronteiras claras, nem
sempre é possível.
Description
Keywords
Vegetação de Portugal Vegetação calcícola Fitossociologia Flora de Portugal
Pedagogical Context
Citation
Aguiar, Carlos; Alves, Paulo (2020). Afloramentos de carbonatos do norte de Portugal. In Porto, M. (ed.) Sítios de Interesse Botânico de Portugal Continental. Lisboa: INCM, p. 9-17. ISBN 978-972-27-2878-2
Publisher
Imprensa Nacional Casa da Moeda