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  • Allium oleraceum L.: uma liliácea esquecida da flora de Portugal
    Publication . Aguiar, Carlos; Carvalho, Ana Maria
    Embora não existam registos publicados a atestar a presença de A. oleraceum em Portugal (vd. J. PASTOR & A. VALDÉS, Revisión del género Allium (Liliaceae) en la Península Ibérica e Islas Baleares. Ann. Univ. Hisp., 1983; J. do A. FRANCO & M.L. ROCHA AFONSO, Nova Flora de Portugal, vol. III(1): 76-96, 1994), no herbário PO está depositado um exemplar correctamente identificado desta espécie – BA, Trancoso, Tamanhos, num carvalhal (G. Costa s/n, 29-VII-1969, PO 10171) – com um comentário manuscrito, da autoria do seu colector, confirmando tratar-se de uma nova espécie para Portugal. Nos últimos anos recenseamos várias localidades transmontanas de A. oleraceum, todas elas com um reduzido número de indivíduos e localizadas em margens de caminhos pouco nitrofiliza-das ou em arrelvados perenes mesófilos não nitrófilos, normalmente com um substrato de rochas básicas ou ultrabá-sicas. Recentemente, foi ainda detectada uma outra população no canhão do rio Douro internacional em solos derivados de sienitos (A. AMADO, com. pessoal). Conclui-se que, territorialmente, o A. oleraceum tem o seu óptimo fitossocioló-gico em fitocenoses de Agrostion castellanae (terr.), embora noutras para-gens peninsulares seja considerada uma característica de Trifolio-Geranietea (S. RIVAS-MARTÍNEZ et al., Itinera Geobot. 15, 2002).
  • Terras de Trás-os-Montes, uma geologia singular, com rochas raras. Implicações nos georecursos e na flora
    Publication . Preto, Elisa; Dias, Rui; Aguiar, Carlos
    Terras de Trás-os-Montes (TTM) é um vasto território delimitado a oeste pelo alinhamento das montanhas ocidentais Marão-Alvão-Larouco, a sul pelo rio Douro, a Norte e a Este pela fronteira com Espanha. Atualmente as Terras de Trás-os-Montes são uma sub-região estatística de nível III, integrada na Região do Norte. Confronta a oeste com o Alto Tâmega, a norte e este com Espanha e a sul com a NUTS III Douro. A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT M) é um agrupamento de municípios, constituída por nove concelhos, concretamente Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
  • A vegetação e herbivoria num território em acelerada mudança
    Publication . Aguiar, Carlos
    A estrutura das etapas sucessionais e a sua prevalência na composição dos mosaicos vegetacionais à escala da paisagem são, em grande medida, controlados pelos padrões de perturbação. Num passado ainda recente, o território português era esquadrinhado por 15 raças de bovinos, 16 de ovinos, 6 de caprinos (com vários ecótipos) e 6 raças de equídeos, com uma ecologia alimentar diversa e cargas pastoris suficientes para explorar ao limite a enorme diversidade de recursos forrageiros disponíveis. Focando a discussão nos espaços de montanha do norte do país, o pastoreio misto, por vezes conciliando as quatros espécies antes referidas, complementado com um fogo pastoril tópico e a arranca de toiças de arbustos para lenhas e carvões, promoveu um coberto de vegetação herbáceas vivaz em detrimento das comunidades vegetais arbustivas. O bosque detinha outras funções, era a fonte de madeiras de construção e um seguro para os tempos difíceis. A oligotrofia intrínseca do substrato rochoso das nossas montanhas, a intensa lixiviação de bases causada pela baixa CTC e pela elevada precipitação, e a exportação de nutrientes para as terras baixas por via animal explicam que o coberto vegetal fosse dominado por comunidades de Agrostis capillaris em granitos e de A. curtisii em xistos e corneanas, comunidades de Violion caninae (Nardetea strictae) de taxonomia mal conhecida. Uma dependência funcional estrita conectava as formações herbáceas vivazes de montanha, em grande parte de propriedade comunal, aos lameiros privados de Molinio-Arrhenatheretea e às restantes componentes dos sistemas tradicionais de agricultura. A principal função da vegetação herbácea dos baldios de montanha era alimentar de nutrientes os lameiros e terras agrícolas, atuando os herbívoros domésticos como meio de transporte
  • Flora
    Publication . Aguiar, Carlos; Monteiro-Henriques, T.; Coutinho, Xavier Pereira; Sánchez-Mata, D.
    The invaluable commented checklist of the vascular flora of the ultramafic rocks of northeastern Portugal of Pinto da Silva (1970) has been recently reviewed by Aguiar and Monteiro-Henriques (ined.). These authors’ accept 568 taxa, 29% of which (164 taxa) are new additions to the original catalogue of Pinto da Silva (1970). A subset of it with the most frequent and floristically relevant species is presented in Table 6. New additions have been highlighted with an asterisk (*). The most noticeable neophytes have been included and marked with an open rhombus (◊). A few synonyms have been added to facilitate the reading of the list of Pinto da Silva (1970). Familiar circumscription and higher taxa are according, respectively, to APG III (2009) and Chase & Reveal (2009). The main sources of infrafamiliar taxonomic information were the Flora Iberica (Castroviejo 1981+), Nova Flora de Portugal (Franco 1971; 1984; Franco & Rocha Afonso (1994; 1998), The Checklist of the Portuguese Vascular Flora (Sequeira et al. 2011) and, among others, the taxonomic revisions of Romero et al. (1988) (Agrostis), Díaz Lifante & Valdés (1996) (Asphodelus), La Guardia & Blanca (1987) (Scorzonera), Schippmann (1991) and Voght (1991) (Leucanthemum). We followed different taxonomic or nomenclatural criteria from Flora Iberica or Nova Flora de Portugal in Armeria langei subsp. marizii, Anthyllis sampaioana, A. vulneraria subsp. lusitanica, Alyssum serpyllifolium subsp. lusitanicum, Asplenium adiantum-nigrum subsp. corunnense, Carlina hispanica, Centaurea langei, Festuca elegans subsp. merinoi, Helianthemum apenninum subsp. rothmaleri, Tuberaria guttata and Trifolium striatum var. brevidens. The preparation of a checklist of ultramafic vascular flora is a difficult task. First of all, flora checklists are unfinished assignments because plants come and go with time. On the other hand, the northeastern Portugal ophiolites lithology is heterogeneous and complex. Peridotites, and similar ultramafic rocks, appear in stretched outcrops dispersed among macromorphologically similar basic rocks. The soils that have covered the ultramafic rocks many times catch materials from nearby mafic and leucocratic rocks. Finally, deep soils, rich in organic matter, derived from ultramafic rocks, usually have a similar flora to other nearby lithologies. The serpentine effect is in practice impossible to spatialize and quantify; consequently an ultramafic vascular flora checklist brings together plants of rather diverse ecology, and is by itself of limited scientific value.
  • O género Fumana (Dunal) Spach em Trás-os-Montes
    Publication . Amaro, Anabela; Aguiar, Carlos
    Os revisores do género Fumana para a Flora Iberica (J. GÜEMES & J. MOLERO, In: S. CASTROVEJO et al., Flora Iberica, vol. III: 422-436, 1993) localizam a Fumana ericifolia, em Portugal, nas antigas províncias da Beira Litoral, Estremadura e Ribatejo. Recentemente, detectamos este taxon na margem portuguesa do rio Douro internacional, mais concretamente a jusante da barragem de Bemposta, concelho de Mogadouro. Embora não se tenha procedido a um recenseamento da espécie podemos assegurar que o número de indivíduos na localidade é muito pequeno e, aparentemente, estão todos concentrados num único local. O habitat "fissuras de rochas" caracte-rístico desta caméfita, consoante é descri-to por por GÜEMES & MOLERO (op. cit.), é concordante com as nossas observações nesta primeira localidade transmontana. Do ponto de vista fitossociológico, a F. ericifolia surge em comunidades basófilas de caméfitos, pouco perturbadas pelo Homem, do sinendemismo lusitano-duriense Sileno duriensis-Aphyllanthetum monspeliensis Amado et al. 2003 (cf. C. AGUIAR et al., Silva Lusitana 11(1): 107-109, 2003).
  • Conservation status of the threatened Iberian Peninsula narrow endemic Antirrhinum lopesianum Rothm. (Scrophulariaceae)
    Publication . Bernardos, Sónia; Amado, Anabela; Aguiar, Carlos; Santos, Cledir; Fernández Diez, Javier; Gonzalez-Talavan, A.; Amich, Francisco
    Antirrhinum lopesianum Rothm. is a narrow endemic of the Lusitan Duriensean biogeographical sector (central western Spain and north-eastern Portugal). The species is listed as threatened in several Spanish documents, although it does not figure as such in any Portuguese document. This paper provides a detailed study of its distribution, estimates of the sizes of its populations, the threats it faces, and its current conservation status. The total number of individuals thought to exist is only 768, distributed along the valley of the River Duero on the Spanish – Portuguese border (562, 71.2%), and in the Portuguese Sabor River valley (206, 26.8%). The main threat to the species is loss of habitat: about one third of the Iberian populations can be considered threatened; one population containing 37.6% of all these plants (289) is severely threatened. To determine the Area of Occupancy and the Extent of Occurrence, an exhaustive bibliographical survey was carried out, and herbarium specimens deposited in several institutions were revised. It is, therefore, classifiable as Critically Endangered in Portugal and Endangered in Spain
  • Nota introdutória
    Publication . Aguiar, Carlos
    A informação fóssil mostra que a diversidade em espécies aumentou paulatinamente, com interrupções catastróficas, desde a emergência da vida terrestre, há mais de 3950 milhões de anos (Raup & Sepkoski, 1982; Signor, 1990; Tashiro et al., 2017). No que às plantas terrestres diz respeito, o número de espécies progrediu num crescendo inexorável a partir do seu aparecimen- to, algures nas margens de um curso de água doce no Câmbrico Superior/Ordovícico Inferior (Niklas, Tiffney & Knoll, 1983; Strother, 2016). Portanto, em média, a taxa de especiação foi superior à taxa de extinção, ainda que permeada por eventos catastróficos, e nunca coexistiram tantas espécies de plantas no planeta Terra como no Holocénico (últimos 11 500 anos). A distribuição da diversidade específica vegetal e das ameaças que sobre ela pendem é desigual à escala planetária. Os chamados hotspots de biodiversidade são caracterizados por níveis excecionais de endemismo e por perdas massivas de habitat (Myers, 1988). Atualmente, estão referenciados 36 hotspots (CEPF, 2019) — boa parte do território continental português está incluído no hotspot «Bacia Mediterrânica» (Myers et al., 2000). O conceito de hotspot é uma tentativa de operacionalizar a identificação das regiões do globo onde deve ser concentrada a atenção dos cientistas da biodiversidade e o investimento em conservação.
  • Arquitetura de plantas
    Publication . Aguiar, Carlos
    A arquitetura de plantas, o objeto maior deste livro, é o ramo da morfologia vegetal especializado no estudo integrado da natureza e do arranjo espacial das partes das plantas. Embora se sirva de conceitos e termos cuja origem recua, em muitos casos, ao séc. XVII, a arquitetura de plantas desenvolveu-se tardiamente, a partir da segunda metade do séc. XX. A fenologia, outro tema deste documento, tem por objeto fenómenos biológicos recorrentes e a sua variabilidade em função das condições ambientais. Nesta publicação optou-se por uma abordagem descritiva da fenologia, restringindo-a à descrição dos chamados estádios fenológicos, percorridos pelas plantas ao longo dos seus ciclos vegetativo e reprodutor. Este texto tem por destinatários alunos de nível universitário de agronomia e silvicultura, com um domínio razoável dos conceitos básicos de morfologia externa e interna (anatomia) das plantas-com-semente. Neste sentido é um prolongamento (com algumas matérias comuns) de um Manual de Botânica a ser publicado em 2015 (Aguiar, 2015). Não preciso de me perder em grandes considerações para justificar a importância do domínio destas matéria sem disciplinas aplicadas de ciências agrárias, como sejam a arboricultura, a viticultura, a silvicultura ou mesmo a horticultura. O texto justificar-se-à a si próprio, espero. Ficam muitos caminhos para explorar. Espero numa próxima edição abordar ou aprofundar questões tão importantes como o efeito da disponibilidade de recursos na estrutura da canópia, a seleção de modelos de poda em função da posição das inflorescências, a resposta das plantas lenhosas a diferentes tipos de corte, e a arquitetura das plantas herbáceas, com especial incidência nas leguminosas. A fenologia também precisa de ser mais aprofundada.
  • Tipologia dos lameiros de Trás-os-Montes
    Publication . Aguiar, Carlos; Monteiro-Henriques, T.; Pires, Jaime; Bastos, Pedro
    Os lameiros são pastagens seminaturais de flora indígena dependentes de uma gestão antrópica por pastoreio e/ou corte. Nas regiões de clima mediterrânico ou submediterrânico são constituídos por mosaicos complexos de comunidades vegetais. Os trabalhos clássicos do Eng.o Agrón. A. N. Teles nas décadas de 1960 e 1970 demonstraram que a maior parte da biomassa dos lameiros é produzida em comunidades de Arrhenatheretalia. Com menos biomassa, mas de enorme relevância na diversidade específica dos lameiros, participam nestes mosaicos comunidades de turfeiras minerotróficas (Scheuzerio-Caricetea fuscae), juncais (Molinietalia), vários tipos de vegetação seminitrófila anual (Geranio purpureae-Cardaminetalia hirsutae) ou perene (Galio- Alliarietalia) e, nos espaços mediterrânicos, ervaçais mesófilos de Agrostion castellanae (Stipo-Agrostietea castellanae), frequentemente dominantes nos lameiros de secadal. Uma revisão da taxonomia dos lameiros transmontanos efetuada no âmbito do projeto Interreg SUDOE SOS-Lameiros SOE1/P5/E0376 mostrou que estão por descrever duas comunidades de lameiro, de grande expressão territorial, concretamente, uma vicariante temperada da associação clássica Agrostio-Arrhenatheretum e uma associação de Festuca rothmaleri, com afinidades com a vegetação de Nardetea strictae. Observações efetuadas pelos autores nas últimas duas décadas indiciam que a comunidade de Festuca rothmaleri está em franca expansão à custa de um retrocesso de comunidades mais produtivas e com erva de melhor qualidade nutricional. Dados ainda preliminares mostram que esta comunidade pronuncia um processo de alteração do maneio e que está associada a solos oligotróficos e ácidos, com desequilíbrios nutricionais, possivelmente em consequência de uma história recente de exportação de nutrientes pelo feno sem a necessária reposição através de estrumes ou fertilizantes químicos.
  • Conservação da biodiversidade em pastagens: espécies vegetais em risco
    Publication . Espírito Santo, Dalila; Aguiar, Carlos
    As plantas herbáceas pratenses surgiram, pela primeira vez, em períodos muito recuados da história evolutiva das plantas com flor. Existem evidências de que no final do Mesozóico existiam já plantas adaptadas à pressão de pastoreio, neste caso por dinossáurios herbívoros. Supõe-se que estabilidade do clima tropical característico do Paleogénico não favoreceu a diversificação das plantas herbáceas. O recuo dos bosques tropicais terciários, causado pela diferenciação dos climas mediterrânico e temperado a partir do final do Miocénico, pelo contrário, possibilitou a radiação de novas linhagens de plantas pratenses. Os dados paleopalinológicos disponíveis indiciam que no final do Terciário savanas, ou mosaicos de prado e floresta, extensivamente pastados por grandes herbívoros, ocupavam trechos significativos da Península Ibérica. As plantas dominantes dos prados actuais são, certamente, descendentes directos das espécies de plantas que especiaram sob a pressão de pastoreio dos grandes herbívoros plio-plistocénicos, todos eles já extintos. Boa parte dos endemismos característicos das comunidades herbáceas actuais, por exemplo do género Centaurea, tem, no entanto, uma génese mais tardia. É possível que muitos deles se tenham diferenciado na primeira metade Holocénico a partir de pequenas populações isoladas pela expansão e dominância dos bosques. A história da vegetação herbácea continental portuguesa a partir da segunda metade do Holocénico foi, em grande medida, directa ou indirectamente controlada pelo pastoreio de animais domésticos. Numa fase inicial da alteração antrópica do coberto vegetal a eliminação da vegetação climácica teve como objectivo facilitar a pastorícia, mais concretamente de facilitar a circulação dos animais, de reduzir o risco de ataques de predadores e de expandir plantas herbáceas vivazes de maior palatibilidade e produtividade do que as plantas do sub-bosque das formações boscosas autóctones. A expansão antrópica da vegetação herbácea além de ter alargado a área de ocupação dos endemismos pratenses pôs em contacto taxa ou populações conspecíficas outrora isoladas. A promoção de trocas génicas pelo alargamento e coalescência da vegetação herbácea poderá ter estimulado um novo evento de especiação – e.g. sabe-se que a especiação híbrida teve grande importância na diversificação do género Armeria – e, em parte, explicar as dificuldades taxonómicas de vários taxa – e.g. Arrhenatherum elatius. Importa referir que este conjunto de hipóteses não está ainda devidamente testado. O fogo foi o mais importante instrumento de bloqueio dos processos sucessionais progressivos e de favorecimento da vegetação herbácea frente à vegetação arbustiva e arbórea. No entanto, a generalização do seu uso determinou, num processo de retroacção positiva, um incremento da abundância pirófitos, maioritariamente arbustivos e de fraco interesse pascícola, e a exclusão das plantas herbáceas perenes de maior interesse alimentar animal. A combinação de perturbações cíclicas do solo (mobilizações) com longos períodos de pousio, característica da agricultura de sequeiro mediterrânica, também ampliou a área de ocupação dos biótopos de vegetação herbácea. Porém, a erosão acelerada que persegue a cerealicultura de Outono-Inverno em toda a bacia mediterrânica acabou, à semelhança do fogo reiterado, por lentamente favorecer os arrelvados fugazes anuais de escassa produtividade em detrimento da vegetação herbácea perene.