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Advisor(s)
Abstract(s)
«A morte é a última coisa que fazemos na vida, não deveríamos fazê-lo com
elegância?».
A questão de partida é: quem já iniciou a estrutura das suas Diretivas Antecipa-
das de Vontade (DAV)? Quem já – pelo menos –, pensou nisso? Será que gosta-
ríamos de pensar nisso?
Em que gostamos de pensar, quando pensamos? Se o «pensar» emergir de uma
decisão consciente, gostamos de pensar, em pensamentos construídos a partir de
memórias e ou expetativas prazerosas, voltadas para a perceção de nós próprios, em estados de corpo positivos, de bem-estar e tranquilidade. Como Damásio1 (2020)
explicita, os sentimentos «exercem um poder muito especial sobre nós», e de
alguma forma orientam inconscientemente a direção das nossas motivações para
pensar e ou agir. Raramente nos seduz a infelicidade como tema... e quando vamos
nesta direção, todos em nosso redor nos aconselham. «Não penses nisso»... somos
humanos. A nossa cultura de desenvolvimento, remete-nos à seleção de emoções
ditas positivas, como companheiras prioritárias... e esta é também uma razão pela
qual, não nos ocorre pensar, em preparar a morte. Nem há, de forma global, a
construção de uma ética de pensamento, em torno de «pensar a morte». A terminalidade, como assunto geral e «morrer», de forma mais específica, são temas e conteúdos que os humanos vivem de forma distanciada, como se fosse algo a que
não se acede, sem definição de imagem nem explicitação de experiência. É algo
abstrato, longe, de que não sabemos... e portanto, não vale a pena dar atenção.
Em parte, faz sentido. A morte, é a única experiência, da qual, a vida nos dá a
certeza absoluta de que vai acontecer. Neste pressuposto, não há ética.
Description
Keywords
Ética Morte
Citation
Rodrigues, Cristiana; Veiga-Branco, Augusta (2023). Testamento vital ou a autoconsciência das coragens. Um estudo em ética e saúde. In Desafios de ética contemporânea. Lisboa: Sílabo, p. 301-310. ISBN 978-989-561-296-3