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- Lista das Mesas Administrativas da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Bragança de 1900 à presente vigência (2016-2019)Publication . Castro, MaríliaNa monografia da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, repetidamente já mencionada como uma obra incontornável para a história desta Irmandade, Pe. José de Castro elencou o nome de todos os provedores e presidentes de Comissões Administrativas, a que a documentação alude, até ao ano económico de 1947-1948 – data da publicação da sua obra. Volvidos setenta anos, a Santa Casa de Bragança conta no amago dos seus corpos gerentes com distintas coadjuvações, que refletem não só as alterações estatutárias do seu Compromisso ao longo do século XX, bem como, as necessidades de uma Instituição em contínuo crescendo ao nível das diversas respostas que, atualmente neste novo milénio engloba. Por tal, a estruturação de uma listagem mais pormenorizada dos seus corpos gerentes (Mesas Administrativas e Comissões Administrativas) apresentou-se como de imensa pertinência para a história da Santa Casa e também para a história da cidade de Bragança. Por tal motivo, no rol agora apresentado englobaram-se para além dos nomes dos provedores e presidentes, desde o início do século XX, a menção dos restantes membros das Mesas e Comissões (e quando possível indicando as distribuições de responsabilidade pelos pelouros existentes) até à presente vigência.
- Encargos e funções religiosas da Misericórdia de BragançaPublication . Castro, MaríliaO monografista da Irmandade brigantina dedicou na sua obra um capítulo à igreja privativa (capítulo III) tecendo nele, todas as considerações e descrições da igreja, capela do Senhor dos Passos, altares devocionais, sacristia, coro alto, alfaias e paramentaria que lhe foram possíveis. Ficamos através delas a conhecer a dimensão de uma igreja que aumentou arquitetonicamente, algumas reformas que a Irmandade teve disponibilidade económica em empreender, e em cujas palavras se depreende a existência, então, de um património que o decurso dos tempos e dos corpos gerentes não foi capaz de preservar.
- Viver, celebrar, morrer…Publication . Castro, MaríliaAs “práticas do bem-fazer”, de que se destaca o socorro aos desvalidos, integraram aquela que foi, com certeza, a mais empolgante missão da Misericórdia. Mas houve outras manifestações promovidas, animadas e tuteladas pela associação confraternal (ou em colaboração com outros parceiros), em que as gentes da coletividade se envolveram e participaram com devoção e emoção. Trata-se de serviços religiosos, de festividades marcantes e de rituais ligados a momentos fulcrais do calendário litúrgico, da vida da Misericórdia e da vida dos crentes. Foram iniciativas que se impuseram, sobretudo, pela sua componente religiosa (sagrada) – graças a encenações realizadas e à arte de criar emoção e fascínio… – e que marcaram as existências dos que aqui viveram as vidas que lhes deram para viver.
- Arte e iconografiaPublication . Castro, MaríliaQuando se fala do retábulo-mor da Misericórdia, temos que se começar por referir os excelentes trabalhos de Luís Alexandre Rodrigues1 . Muito do que devia ser dito já foi exemplarmente dito… Por isso, sem descurar aspetos estéticos e artísticos – que ele tão bem trata –, acabámos por orientar mais estas nossas reflexões (por motivos que serão avançados) para a temática da Senhora do Manto tão presente, pelo seu elevado valor simbólico, no ministério religioso das Santas Casas e com uma tão grande visíbilidade na iconografia do variado património artístico das misericórdias. Além do mais, não podíamos deixar de abordar aquela que é, com certeza, a mais importante obra artística do património da Misericórdia.
- A Misericórdia e as toleradasPublication . Castro, MaríliaEste capítulo tem uma pequena história… Na documentação do Arquivo da Misericórdia apareciam, com alguma frequência, alusões às toleradas. Quando surgiu o convite para participar no Encontro Fronteiras do Preconceito, promovido pelo Arquivo Distrital de Bragança, no “Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza”, achámos que falar de prostitutas – e das relações dessas mulheres com uma instituição como a Misericórdia – se ajustava à temática e ao espírito do colóquio. Para a breve intervenção, que aí fizemos, produzimos um escrito sucinto que, mediante o aprofundamento da investigação e a maturação do projeto, foi crescendo.
- A Santa e Real Casa da Misericórdia de BragançaPublication . Castro, Marília; Lopes, Maria AntóniaA Santa Casa da Misericórdia de Bragança comemora os seus 500 anos de existência e, nesse âmbito, decidiu reeditar o livro de Monsenhor José de Castro A Santa e Real Casa da Misericórdia de Bragança, publicada em 1948. A iniciativa, da Mesa presidida pelo Sr. Provedor Dr. Eleutério Alves, não podia ser mais oportuna. Sempre apreciei esse estudo, elaborado com rigor e seriedade intelectual, pioneiro em si mesmo e inovador em conteúdo e metodologia em vários dos seus capítulos, destacando-se, portanto, entre tantas outras monografias de Misericórdias que depois foram surgindo. É claro que uma obra com 70 anos se ressente disso mesmo. O conhecimento historiográfico das Misericórdias em 1948 era ainda incipiente, envolto em lendas que se tomavam por reais e que o P.e José de Castro repete, como não podia deixar de fazer, guiando-se e remetendo escrupulosamente para a bibliografia de que dispunha. É por essa razão que os seus capítulos iniciais, de contexto nacional, se revelam mais problemáticos, a carecer de frequentes notas retificativas. Depois, quando explora a documentação da própria Santa Casa de Bragança, revela ser um bom investigador muito atento às potencialidades dos documentos que localizou. Sendo assim, publicar este livro com a contextualização historiográfica da época em que foi produzido e com a revisão crítica necessária foi sábia decisão da atual Mesa da Misericórdia; iniciativa esta que os bragançanos e os estudiosos das Misericórdias portuguesas devem aplaudir e agradecer porque a obra permanece imprescindível para o conhecimento do passado desta Santa Casa, sendo também um excelente ponto de partida para futuras publicações que incidam sobre outras vertentes do funcionamento desta multissecular instituição e da sociedade onde se inseria, com abordagens sectoriais a nível temático, metodológico e cronológico.
- A Santa e Real Casa da Misericórdia de Bragança. Percursos e olharesPublication . Monteiro, José Rodrigues; Castro, MaríliaAqui se deixam algumas (poucas) considerações para dizer ao que vimos. Não poderiam deixar de ser acompanhadas, nesta espécie de “Prefácio”, por brevíssimas reflexões sobre a Misericórdia – objeto primordial deste estudo – e sobre a efeméride que se vive neste ano de 2018 com as celebrações dos 500 anos de existência da instituição confraternal. Começamos por anunciar, desde já, que os ritualismos e as ações comemorativistas vão ficar marcados pela reedição da obra do Pe. José de Castro e por este nosso trabalho que, como esperamos, irá ter continuidade. * Primeiro Bragança… A história deste microcosmos, não obstante as especificidades e particularidades que o individualizaram e o singularizaram e que lhe garantiram (e ainda garantem) uma manifesta “personalidade”, só se explica se pensarmos na sua integração em espaços mais amplos e em complexos histórico-geográficos mais vastos com os quais dialoga e se interrelaciona. São parâmetros que lhe moldaram a existência. Depois a Misericórdia…A Misericórdia de Bragança, uma inter pares, que conta com uma longa história, feita de momentos solares e lunares, apesar da sua identidade, que se manteve ao longo de tão dilatado período de meio milénio, não constituiu apenas uma (só) Misericórdia. Subsume-se na história dos homens que fizeram e moldaram o país e a urbe e sofreu as vicissitudes dos tempos que lhe marcaram e compuseram os diferentes rostos que assumiu ao longo dos séculos. Sendo uma (una), foi várias. Mas não se pode esquecer que também ela marcou – num processo interativo – o fácies do aglomerado brigantino e o seu quotidiano. Foi de facto, por tudo o que se vai ver, um organismo vivo com uma enorme importância (difícil de avaliar) na construção da história de Bragança. Invoquemos, por se ajustarem à instituição brigantina, palavras de Maria Antónia Lopes… Ao falar da riqueza dos arquivos da Misericórdia de Coimbra, sublinha, exemplarmente, o significado da associação e a sua ação em múltiplas frentes, o enorme peso que teve na vida do aglomerado urbano e a interação entre a irmandade e a comunidade. É que “também nele [Arquivo] encontraremos a vida da cidade, o seu pulsar que tão condicionado foi pela ação da Misericórdia, polo importantíssimo da vida cívica e esperança única de milhares de seres desamparados”. E, numa esclarecedora radiografia social, prossegue: “aqui se cruzam os poderosos da urbe que são também os governantes da Confraria”, os artesãos que animam a vida económica “e dão corpo à irmandade, os despojados que a ela recorrem e que são afinal a sua razão de ser e até os padecentes que a Santa Casa acompanha ao suplício”. Nos arquivos encontra-se – o que também nos elucida sobre o valimento da associação – “a palavra tornada escrita de quem é pobre e desvalido, o desespero dos humildes, dos ignorados pela maioria das fontes e trabalhos históricos porque deles poucas vezes restam testemunhos. E quem não deixa memória morre definitivamente...”. E ainda há outra documentação que lança luz sobre o dia-a-dia da irmandade, que “permite mergulhar no passado da instituição, admirar os esforços dos irmãos, perceber o jogo de ambições, sorrir com as suas quezílias, compreender os seus desânimos”. São palavras que servem às mil maravilhas para ajudar a dizer a Misericórdia de Bragança 1. * As Santas Casas foram instituídas, no tempo de D. Manuel, sob proteção régia, “o que juridicamente as privilegiava e protegia”. Ficava interdita a “visitação” do Ordinário e seus oficiais, a menos que houvesse autorização régia para o efeito, o que reforça “o aspecto laico das Misericórdias” 2. As práticas de “bem-fazer”, inscritas no seu ADN, para além do auxílio material aos necessitados, não descuravam o acompanhamento das almas. Desde a sua fundação que a Santa e Real Casa da Misericórdia de Bragança se vê implicada (como as outras) no cumprimento das obras de misericórdia (sete corporais e sete espirituais) que foram matriz e húmus de grande parte dos seus programas e das suas ações. Mas a sua “missão primacial” foi mesmo o socorro aos pobres e aos miseráveis. Para comprovar a importância e o poder das misericórdias, se temos que relevar a inestimável obra assistencial, não podemos esquecer as manifestações e as realizações pelas quais foram responsáveis nos campos religioso, cultural e artístico. Todas estas dimensões nos ajudam a compreender o peso que tiveram no “coração da sociedade”. Sublinhe-se a sua multifuncionalidade, com uma vasta e plural ação social: assistência hospitalar, assistência aos expostos, concessão de dotes a órfãs pobres e virtuosas, educação de órfãs, “socorro vitalício a mulheres idosas e desamparadas”, realização de funerais gratuitos a pobres, fornecimento de remédios, apoio a presos e a sentenciados, esmolas e distribuição de alimentos… Essa ação ainda sai mais reforçada se pensarmos que, “muito embora [a Misericórdia] estivesse obrigada a grandes despesas com o culto por imposição dos legados que recebia, não gastou com cerimónias, obras ou artefactos de ostentação o grosso das suas receitas, que reservava aos pobres”. Assim sendo, “não o lamentemos. Tal parcimónia constitui a sua maior riqueza” 3. Para além da “vocação assistencial”, elas foram nas muitas localidades onde se instalaram, espaços “privilegiados de sociabilidade”. A Misericórdia de Bragança (como as demais) também funcionou como uma importante “rede de sociabilidade masculina” e foi ainda palco de lutas sociais e de disputas de poder 4. Tuteladas por entidades temporais – o que convém não esquecer –, foram (e ainda são) “instâncias de poder e de afirmação social” 5. A luta pelo domínio das misericórdias tem de ser inserida na história política. As monografias publicadas sobre as misericórdias, muitas delas notáveis trabalhos académicos, pautados por novas correntes historiográficas, patenteiam “as dificuldades por que têm passado estas associações confraternais” e o seu envolvimento com poderes locais e nacionais 6. Dos irmãos das misericórdias faziam parte os “importantes” das localidades: a melhor “nobreza”, as elites e a melhor “gente honrada entre os oficiais mecânicos”. Como é óbvio, nem todas as “elites” eram iguais – nas localidades mais modestas o grupo social dominante podia ser constituído, por exemplo, por comerciantes ou por agricultores …– o que se refletia na composição do tecido social da irmandade. O perfil dos provedores (também) acompanhava a configuração social dos seus “notáveis”.