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ESSa - Teses de Doutoramento

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  • Study of antioxidant, antiproliferative and apoptosis-inducing properties of wild mushrooms from the Northeast of Portugal
    Publication . Vaz, Josiana A.; Ferreira, Isabel C.F.R.; Vasconcelos, M. Helena; Martins, Anabela
    Mushrooms are known as a powerful source of bioactive compounds including antioxidants, inhibitors of human tumour cell lines growth, inducers of apoptosis and enhancers of immunity. Indeed, many pre-clinical studies have been conducted in human tumour cell lines and in some cases a number of compounds isolated from mushrooms have followed to clinical trials. The Northeast of Portugal is one of the European regions with higher wild mushrooms diversity. However, to our knowledge, no studies had been conducted so far to verify their bioactivities. The main aim of this work was the evaluation of the bioactive properties (antioxidant properties and growth inhibitory potential on human tumour cell lines) of wild edible mushrooms collected in the Northeast of Portugal. Once properly identified, methanolic, ethanolic and boiling water extracts were prepared from thirty eight wild mushroom species collected in that region. Chemical characterization was obtained by high performance liquid chromatography (HPLC) coupled to a photodiode array detector (DAD) or to a refraction index detector (RI). Antioxidant activity assays were carried out in those extracts, including evaluation of 2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPH) radicals scavenging capacity, reducing power and inhibition of β-carotene bleaching. Extract-induced cell growth inhibition was assessed with the sulforhodamine B assay in four human tumour cell lines (NCI-H460 - lung cancer, MCF-7 -breast cancer, HCT-15 -colon cancer and AGS - gastric cancer). The effects on cell cycle profile and apoptosis were evaluated by flow cytometry and the effect on the expression levels of proteins related to cell cycle and apoptosis was further investigated by Western blotting. Three wild edible mushroom species revealed growth inhibitory activity in the studied human tumour cell lines: Clitocybe alexandri ethanolic extract, Lepista inversa methanolic extract and Suillus collinitus methanolic extract. C. alexandri ethanolic extract induced an S-phase cell cycle arrest and increased the percentage of apoptotic cells, in the NCI-H460 cell line. The analysed mushroom species also provided interesting antioxidant potential, mainly the boiling water extract of L. inversa which showed the highest DPPH radical scavenging activity, reducing power and β-carotene bleaching inhibition. S. collinitus methanolic extract induced a slight increase in the number of cells in G1, with a concomitant decrease in the percentage of cells in the S phase of the cell cycle and an increase in the percentage of apoptotic cells, in the MCF-7 cell line. The combined use of the S. collinitus methanolic extract and etoposide caused a greater decrease in the percentage of cell growth, when compared to either of them used individually, indicating the potential benefit of this combination. The tested extracts were chemically characterized and protocatechuic, p-hydroxybenzoic, p-coumaric and cinnamic acids were the main compounds identified on the phenolic (methanolic and ethanolic) extracts, while mannitol, trehalose and arabinose were the main sugars found in the polysaccharidic (boiling water) extracts after hydrolysis. The individual compounds identified in the extracts were submitted to a screening of tumour cells growth inhibitory activity, but only the phenolic acids and a related compound, cinnamic acid, presented activity. This compound was found to be the most potent one regarding cell growth inhibition in the NCI-H460 cell line. The effect of the individual and combined treatment with the identified compounds was also evaluated. Cinnamic and protochatequic acids caused a statistically significantly reduction in the number of viable cells. In addition, p-hydroxybenzoic acid did not show any significantly reduction in the viable cell number. Nevertheless, it was verified that the concomitant use of the three compounds provided the strongest decrease in the viable cell number, suggesting a possible concomitant effect of those compounds. Overall, the present work has contributed to further understand the bioactive potential of wild edible mushrooms from the Northeast of Portugal. This study allowed to identify some species with antioxidant or tumour cell growth inhibitory potential.
  • Saúde reprodutiva – planeamento familiar conhecimentos e comportamentos sexuais dos adolescentes portugueses
    Publication . Correia, Teresa I.G.
    A Saúde Sexual e Reprodutiva é um componente da saúde geral dos indivíduos e tem sido alvo de crescente interesse nos países desenvolvidos (1). Os comportamentos dos adolescentes assumem um papel de extrema importância dado que os estilos de vida adquiridos neste período tendem a permanecer durante o resto da vida, sendo 70,0% das mortes prematuras entre adultos, devido a comportamentos iniciados na adolescência (2). As relações sexuais dos adolescentes, em idades cada vez mais precoces, representam uma preocupação de Saúde Pública, quer nacional quer Europeia (1). Os comportamentos que lhes são inerentes acumulam enormes custos, tanto a nível individual, familiar, social e cultural como a nível dos serviços de saúde (2,3). Mais de metade das infecções causadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) afecta jovens entre os 15 e os 24 anos de idade, devendo por isso, a prevenção centrar-se neste grupo etário e conseguir obter-se a sua participação nessa prevenção. Para a maioria das pessoas, a actividade sexual começa na adolescência e em muitos países os adolescentes são sexualmente activos antes dos 15 anos de idade (1). Decorridas mais de duas décadas da epidemia da Síndroma de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), os jovens continuam desinformados sobre relações sexuais e doenças sexualmente transmissíveis. Em países com epidemias do Vírus da Imunodeficiência Humana generalizadas, como por exemplo a Guiné Equatorial ou a Serra Leoa, mais de 80,0% das mulheres entre os 15 e os 24 anos de idade não tinham conhecimentos sobre o HIV. No Azerbaijão e no Uzbequistão, em 2001, um terço dos adolescentes do sexo feminino nunca tinha ouvido falar de SIDA, e na Somália, apenas 26,0% das mulheres tinha ouvido falar mas somente 1,0% sabia como evitar a infecção (1). Os poucos detentores da informação, não se protegem porque lhes falta o conhecimento prático, o apoio e os meios para adoptar comportamentos seguros (1). As diferenças internacionais nas leis e nos conceitos que regem a Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR), as diferenças seculares nos comportamentos e nos estilos de vida, aliadas ao desconhecimento das práticas efectivas dos adolescentes, dificultam o conhecimento sobre a Saúde Sexual e Reprodutiva a nível mundial. Estas diferenças, inter e intra países, podem ser compreendidas através da especificidade de características pessoais, sociais e culturais das populações. Os estilos de vida estão interligados a questões específicas pessoais (valores humanos, atitudes e oportunidades) e a aspectos sociais, culturais e económicos, estando as doenças sexualmente transmissíveis fundamentalmente relacionadas com práticas, crenças sociais e culturais, do foro íntimo, pessoal e privado (4). Assim, a Saúde Sexual e Reprodutiva tem que ser entendida como o resultado de um processo de construção psicossocial, em função do qual os comportamentos mais elementares, como as dimensões estritamente fisiológicas da sexualidade, ou mais elaborados, como as sociais e culturais, se tornam significativos e fazem parte da saúde geral do indivíduo (5-7). Se recuarmos no tempo verificamos que os conceitos ligados à Saúde Sexual e Reprodutiva nem sempre foram tão vastos. A possibilidade de decidir o número de filhos que se quer ter resultou de um movimento de ideias iniciado no século XVIII por Malthus. Em Portugal expandiu-se durante a Primeira República e sofreu avanços e recuos que resultaram da evolução política, no entanto, em Outubro de 1974 fez-se a primeira referência expressa, num texto oficial, à necessidade de informar o público sobre Planeamento Familiar (8,9). Em Março de 1976, foram criadas oficialmente as consultas de Planeamento Familiar em todos os Centros de Saúde do país, integradas nos Serviços de Saúde Materno-Infantil. A Constituição Portuguesa de 1976, no seu artigo 67º., garantiu esse direito fundamental aos cidadãos. Em 1984 foram aprovadas as Leis sobre planeamento familiar, interrupção voluntária da gravidez, educação sexual e protecção à maternidade, sendo o princípio da liberdade sexual reforçado no Sistema Jurídico Português (9,10). Estas leis foram revistas em 1999, tornando-se mais abrangentes e responsabilizadoras da família como um todo e reforçando as garantias do direito à Saúde Sexual e Reprodutiva (11). A evolução conceptual de Planeamento Familiar, em Portugal, pode ser dividida em duas etapas. A primeira, nos anos de 1970-1980, correspondendo à integração do Planeamento Familiar na Saúde Materno-Infantil. A segunda, desenvolveu-se de acordo com o programa de Acção da Conferência Internacional das Nações Unidas Sobre a População e Desenvolvimento no Cairo-1994, que propunha a integração do Planeamento Familiar na Saúde Reprodutiva (12). As Declarações e Programas de Acção, tanto da Conferência do Cairo, como da Quarta Conferência das Nações Unidas Sobre as Mulheres-Pequim, 1995 (12) foram consideradas marcos importantes no modo de conceber e aceitar a sexualidade e as questões relacionadas com a reprodução. A nível mundial, antes, os problemas associados à reprodução humana eram abordados em termos de crescimento populacional e de políticas demográficas. Depois, a sexualidade e a Saúde Reprodutiva foram consideradas na óptica dos Direitos Humanos como um factor indispensável à emancipação das mulheres e um elemento importante para o progresso das sociedades. De acordo com a proposta da Organização Mundial de Saúde (13) sobre Saúde, População e Desenvolvimento, apresentada à Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento – Cairo, 1994, a Saúde Sexual passou a ser definida como a integração dos aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser humano, de um modo que seja positivamente enriquecedor e contribua para o desenvolvimento da personalidade, da comunicação e das relações pessoais. Por sua vez, a Saúde Reprodutiva passou a referirse ao sistema, às funções e aos processos de reprodução em todos os estádios da vida. Estes conceitos de grande abrangência vão muito além da perspectiva biológica da sexualidade, que terá surgido no início do século XIX em dois registos complementares: o da biologia da reprodução e o da medicina sexual (14). A sexologia como disciplina, surgia associada ao conceito de perversão, definindo tudo o que fosse exterior ao coito heterossexual reprodutivo como crime e depravação.
  • A depressão no idoso
    Publication . Magalhães, Emília
    O estudo da Depressão é já há alguns anos objecto de investigação em vários países. A pesquisa bibliográfica efectuada permitiu-nos considerar que a Depressão possa ser mais elevada nos idosos institucionalizados que nos não institucionalizados. Pretendemos comparar e analisar, como se comportam relativamente à Depressão – função de um conjunto de variáveis ou propriedades independentes que supusemos poderem ter relação com ela – três grupos de base: – os Idosos Institucionalizados (LI’s), os que frequentam Centros de Dia (CD’s) e os que vivem em suas Casas (RS’s). Esta questão, apresenta-se como possível de ser investigada através de um método exploratório-analítico, segundo uma via quantitativa, embora, dada a natureza dos dados em análise, a maioria deles traduzam à partida respostas do tipo qualitativo, pelo que recorremos à Análise Multivariada (AM) e em particular, à Análise Facto- rial de Correspondências Múltiplas (AFCM) – método de redução de dados “não numéricos”, usado para converter grupos de variáveis categóricas (nominais) em contínuas É usado intensamente de gráficos que o “expert” interpreta, baseado normalmente em heurísticas (Gráfico III–1, p, 426 e seguintes). A Análise Exploratória dos Dados (AED), constituiu a primeira fase do estudo, procurando observar-se a distribuição das diversas propriedades nos grupos amos- trados. A análise univariada das propriedades vs Sexo, possibilitou estabelecermos algumas hipóteses iniciais de agregação em tornos dos locais (CD’s, LI’s e RS’s). Continuando sempre na perspectiva de uma interacção com os dados, no sentido de os “deixar falar”, procedemos de seguida, a uma Análise de Componentes Princi- pais (ACP), ainda que, dado a natureza do método, ficassem de fora algumas das propriedades em estudo por não serem métricas. Embora as escalas de avaliação de sintomas não sejam suficientes para fazer o diagnóstico da Depressão, podem no entanto, ajudar a identificar indivíduos cujos sin- tomas depressivos excedem a norma, proporcionando um meio para seguir as mo- dificações relacionadas com o tratamento (SPAR & LA RUE [1998] p. 49) No presente trabalho utilizámos adicionalmente e como complemento ao Questionário elaborado para o efeito, as escalas,  ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA, de YESAVAGE; BRINK; ROSE et al. [1982];  ÍNDICE DE ACTIVIDADES INSTRUMENTAIS, de LAWTON & BRODY [1969];  INVENTÁRIO DE AUTO-CONCEITO, de VAZ SERRA In: I CONGRESSO PORTUGUÊS DE TERAPIA COMPORTAMENTAL [1985] 
A aplicação do Questionário e das três escalas referidas, sobre uma amostra de 744 indivíduos de ambos os sexos com mais de 65 anos de idade, residentes no Distrito de Bragança, em Lares de Idosos (LI’s), Centros de Dia (CD’s) e ainda Residentes (RS’s), nas suas casas na cidade de Bragança, constituiu o datum analisado. Na impossibilidade de cobrirmos exaustivamente a população de idosos, estabelece- mos uma amostragem inicial de 30%, proporcional ao tamanho, nos Lares de Idosos (LI’s) e Centros de Dia (CD’s). Relativamente aos Residentes em suas casas ou nas da família (RS’s), utilizámos a base cartográfica da cidade (Figura V-1 – “Plots” da Amostragem na Cidade), tendo estabelecido sobre uma quadrícula sobreposta àquela, uma amostragem segundo um dado algoritmo que garantiu a aleatoriedade do processo. Inquiriram-se 537 idosos institucionalizados (LI’s), 97 em Centros de Dia (CD’s) e 120 em suas Casas (RS’s). Embora a amostragem não traduza a realidade, dado não termos respeitado as proporções da população, o que a Figura III-1 – População e Proporções da Amostragem, revela, foi o estudo possível. Estamos convictos que o nível de discriminação não foi o mais adequado, mas sabemos também que outros estudos virão e estes dados serão parâmetros balizadores para melhores amostragens e interpretações mais correctas. O Questionário e as Escalas foram elaborados de início, no propósito da sua leitura automática, pelo que as todas as questões foram numeradas, usando um tipo (“font”), que transpõe por simples correspondência a numeração para um código de barras – Code 39. A leitura por recurso a uma vulgar caneta óptica, permitiu a construção de um ficheiro de texto, posteriormente importado para um Sistema Relacional de Base de Dados a fim de permitir uma mais conveniente manipulação e consulta dos dados. Embora não tenhamos concluído de uma forma absoluta – em parte pelas razões já invocadas – sobre a diferenciação dos níveis de Depressão nos diversos locais con- siderados, ainda que os testes nos indiquem que a suposição inicial está correcta; o estudo possibilitou-nos isolar um conjunto restrito de variáveis que supomos muito relacionadas com a Depressão: – A Dor, a Dificuldade em lidar com a Dor, as Queixas Dolorosas, o Sentir-se Só entre outras, e ainda, observar as diferenças tão profundas entre Mulheres e Homens, bem como identificar alguns padrões que naturalmente serão objecto de novos estudos ou mesmo como proposta para uma nova escala.
  • A sexualidade do adolescente: a perspectiva do profissional de enfermagem dos cuidados de saúde primários
    Publication . Brás, Manuel Alberto
    A sexualidade humana é algo indissoluvelmente ligado à natureza humana, sendo tão primitiva quanto ela, evoluindo tal como o próprio homem, adaptou-se à sua complexidade e realidade. Por aquela ocorrer regra geral na intimidade, os pontos de referência são raros e com frequência distorcidos. Exactamente por este motivo o comportamento sexual é, pensamos, terreno fértil para a existência de inúmeros tabus. Em pleno século XXI, teima em ser tema de difícil abordagem, pois persiste a existência de um conjunto de factores que condicionam e que também inibem a expressão dos pensamentos e atitudes bem como das próprias práticas (Sousa Brigite Lopes; Ferreira Sandra Jorge 2003; Vaz J. Machado et al., 2007). Optamos por esta temática porque à semelhança de Almeida, (1996:19) “constitui um desafio, uma vez que reflectir sobre esta esfera do conhecimento é quase como apostar numa corrida contra o tempo, principalmente se tivermos consciência das rápidas transformações das vivências, dos conceitos e dos discursos que se prendem quer com a sexualidade quer com a adolescência”. A informação sexual dos adolescentes é regra geral reduzida e não raras vezes incorrecta. Muita da informação que os jovens conseguem, é adquirida através do grupo de amigos, irmãos mais velhos e meios de comunicação social. A escassa informação que possuem, tem frequentemente muitas lacunas o que vem aumentar as dificuldades dos jovens no tocante à sua própria sexualidade (Miguel Nuno, 1994; Andrade Isabel, 1996; Marques António et al., 2000; Macpherson Ann, 2001; Sampaio Daniel, 2006; Vaz J. Machado et al., 2007). Desta forma procuramos perspectivar o desenvolvimento sexual do jovem adolescente, inserido no contexto geográfico, histórico e cultural português e, particularmente, a importância que os profissionais de enfermagem dos cuidados de saúde primários, concedem à sexualidade dos jovens adolescentes, com quem diariamente privam no âmbito da sua actividade profissional. Sexualidade e educação sexual são dois aspectos que o profissional de enfermagem dos cuidados de saúde primários, deve ter em linha de conta. As necessidades de saúde dos adolescentes revestem-se de características muito peculiares, que são eco do processo de crescimento e desenvolvimento com que se entrelaçam. A conquista de conhecimentos, a reorganização da identidade pessoal representa necessidades cognitivas que paralelamente às motivações de carácter estético, afectivo e sexual merecem especial atenção e apreço (Andrade Isabel, 1996; Prazeres Vasco, 1998; Marques António et al., 2000, Macpherson Ann, 2001; Sampaio Daniel, 2006; Vaz J. Machado et al., 2007). As exigências de saúde têm nestas idades expressões ímpares, mercê do meio e da conjuntura de vida de cada jovem. As suas condutas envolvem muitas vezes riscos de cariz biológico, psicológico e social. Estes aspectos justificam que as acções dinamizadas pelos profissionais de enfermagem dos cuidados de saúde primários na promoção da saúde infanto-juvenil sejam presididas, pela valorização das componentes psicossocial das necessidades de cariz biológico ou vice-versa (Andrade Isabel, 1996; Prazeres Vasco, 1998; Grande Nuno, 1999; Marques António et al., 2000; Macpherson Ann, 2001; Sampaio Daniel, 2006; Vaz J. Machado et al., 2007). Com o objectivo de procurar identificar conhecimentos, comportamentos atitudinais, opiniões e valores dos profissionais de enfermagem dos cuidados de saúde primários, face à sexualidade dos adolescentes em Portugal, desenvolvemos um estudo de cariz misto (quantitativo e qualitativo) e transversal, em 1735 profissionais de enfermagem de 226 Centros de Saúde das 18 Sub-Regiões de Saúde do Continente e das 2 Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas da Madeira e Açores. A análise dos resultados obtidos sugere que, a idade média dos enfermeiros inquiridos é de 39 anos (o que corresponde à moda). Pela análise da mediana, observamos que (50%) dos enfermeiros tem entre 22 e 37 anos e os outros (50%) têm entre 37 e 68 anos de idade. Dos inquiridos, (93,3%) são do sexo feminino, enquanto que (6,7%) são do sexo masculino. Dos inquiridos podemos ver que (7,5%) provêm das ilhas e (92,5%) do continente. A habilitação académica mais frequente nos enfermeiros inquiridos é a licenciatura em (47,1%). A maioria dos enfermeiros (79,9%) frequentou o ensino público, enquanto que (20,1%) frequentaram o ensino privado. 67,3% dos enfermeiros inquiridos considera que a sua Escola não lhe proporcionou formação adequada sobre sexualidade e que esta não é significativamente independente da Sub-região de Saúde. Os enfermeiros especialistas ou chefes tem uma idade entre 36 e 55 anos e entre 16 a 40 anos de profissão, tem especializações e/ou mestrado e filhos adolescentes. A esmagadora maioria dos enfermeiros (89,9%) diz lidar habitualmente com adolescentes, também depreendemos que lidar habitualmente com adolescente não é significativamente independente da Região de Saúde onde o enfermeiro exerce actividade (2=23,254; g.l.=6; P <0,001***). Dos enfermeiros inquiridos (85,2%), referem que o grupo etário que mais procura os serviços de saúde por problemas de índole sexual é o de jovens maiores de 15 e menores de 20 anos do sexo feminino (85,9%) sendo que estes variam de Região para Região de Saúde. A contracepção é para a esmagadora maioria dos enfermeiros (95,0%), o assunto mais frequentemente colocado pelos adolescentes. Dos inquiridos 88,5% não possui formação específica sobre sexualidade, também este tipo de formação difere de umas para outras Sub-regiões de Saúde (2=54,054; g.l.=19; P <0,001***). Dos enfermeiros que possuem formação específica sobre sexualidade, (34,7%) adquiriram-na em cursos de formação pós-básica especializada. A maioria dos enfermeiros (62,3%), considera que as crenças e valores dos pais e da sociedade influenciam a liberdade sexual dos adolescentes este tipo de opinião também é diferente segundo as Sub-regiões de Saúde (2=130,99; g.l.=57; P <0,001***). Para os enfermeiros inquiridos os dois principais agentes de socialização do jovem são: a família e o grupo de pares. A maioria dos enfermeiros (86,5%), é de opinião que os amigos são as pessoas com quem os adolescentes falam mais facilmente sobre sexualidade e pensam que eles estão pouco informados sobre a sua sexualidade e bem como sobre métodos contraceptivos. A maior parte dos enfermeiros (77,2%), considera que os adolescentes recorrem habitualmente ao grupo como estratégia de reacção aos seus problemas de índole sexual. Modalmente, (67,1%) dos enfermeiros são de opinião que quando os adolescentes pensam na sexualidade, pensam fundamentalmente na sua própria sexualidade. A maioria dos enfermeiros (55,4%) é de opinião que é preferencialmente à família a quem mais compete a informação, educação e comunicação sobre sexualidade aos jovens adolescentes. A maioria dos inquiridos é de opinião que a idade da primeira relação sexual é cada vez mais precoce, mas no entanto existe uma maior tendência em afirmar que a idade da primeira relação sexual dos rapazes se tem mantido. Das hipóteses de investigação formuladas, verificamos a existência de relação entre: H1 – A formação sobre sexualidade proporcionada pela escola aos inquiridos versus a idade e o tipo de escola frequentada. H2 – O hábito dos inquiridos em lidar habitualmente com os adolescentes versus a idade e categoria profissional. H3 – A formação específica dos enfermeiros inquiridos para lidar com adolescentes versus a idade, categoria profissional, ter filhos adolescentes, hábito e obtenção de informação para lidar com adolescentes. H4 – O possuir formação específica sobre sexualidade por parte dos inquiridos versus a idade, local de residência, habilitações, ter formação de base sobre sexualidade, ter filhos adolescentes, hábito de lidar habitualmente com adolescentes e ter formação específica para lidar com adolescentes. H5 – A opinião dos inquiridos sobre o agente de socialização mais importante nos papéis sexuais do jovem adolescente versus a idade, estado civil, local de residência, habilitações, formação específica para lidar com adolescentes e formação específica sobre sexualidade. H6 – A opinião que os enfermeiros inquiridos têm sobre a informação dos adolescentes acerca da sexualidade versus o local de residência e a existência de conhecimentos sobre sexualidade aquando da iniciação sexual. H7 – A opinião que os enfermeiros têm sobre o esclarecimento dos adolescentes quanto ao uso de métodos contraceptivos versus o local de residência e a sua opinião sobre a informação dos adolescentes acerca da sexualidade. H8 – A opinião dos enfermeiros sobre o valor que os adolescentes dão à primeira relação sexual versus a idade, sexo, habilitações académico-profissionais. H9 – A opinião dos enfermeiros sobre a masturbação na adolescência versus a idade e sexo. H10 – A opinião dos enfermeiros acerca de falar sobre sexualidade aos jovens adolescentes versus a idade, sexo, local de residência, tipo de escola frequentada, formação específica para lidar com adolescentes. H 11 – A opinião dos enfermeiros sobre os grandes problemas dos adolescentes com 10-14 e 15 - 19 anos na esfera da sexualidade versus o local de residência.
  • Competência emocional em professores - um estudo em discursos do campo educativo
    Publication . Veiga-Branco, Augusta
    Este estudo foi desenhado no sentido de conhecer os comportamentos e atitudes que identificam as cinco capacidades da Competência Emocional dos Professores, a partir do construto teórico da Inteligência Emocional (Goleman, 1995). Para tanto, assumiu-se como opção metodológica, o desenvolvimento de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa. O percurso quantitativo aborda uma amostra, de 464 professores do Ensino Básico e Secundário. A partir das suas respostas à “Escala Veiga Branco das capacidades da Inteligência Emocional”, emergiram 18 Factores, construídos através de técnicas de Análise Factorial de componentes principais. O percurso qualitativo, com base de referência na “grounded theory”, aborda os dispositivos discursivos de uma amostra intencional de 18 sujeitos. Desta análise, resultou uma teoria fundamentada nos dados, acerca da Competência Emocional em professores, dentro do seu campo de acção. O Construto teórico é corroborado, tanto pelas respostas da amostra do percurso quantitativo, como dos discursos da amostra do percurso qualitativo; seja relativamente às atitudes que identificam cada uma das Capacidades, seja ao nível de relação entre estas e o nível de Competência Emocional. Mas além destas evidências, são encontradas outras, que expõem e dão a conhecer, a interacção entre os sujeitos (a partir das suas reacções emocionais) e os contextos, do tecido relacional e institucional, ao nível micro e macro do sistema educativo. Dos resultados empíricos emergiu: - um perfil de “Maior e Menor Competência Emocional” em contextos de trabalho. - a confluência de cinco lógicas argumentativas construtoras de Competência Emocional no campo educativo, que revelam formas pessoais e intransmissíveis de interagir nos contextos de vida, no sentido (auto e inter) adaptativo e de (auto)organização. O estudo contribui para dar consistência à ideia expressa na literatura de que há, no professor, factores comportamentais – que poderão ser ensinados e aprendidos – que levam à Competência Emocional, quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Mas em conclusão o que em tese se defende, é que a Competência Emocional é de natureza intra pessoal mas restrita a um certo âmbito contextual. As capacidades que dizem respeito às estratégias de gestão emocional dos professores, emergem tanto dos limites do sujeito como dos limites do campo educativo, facto que é importante em Ciências de Educação.
  • Estereótipos acerca das pessoas idosas em estudantes do ensino superior, no distrito de Bragança
    Publication . Magalhães, Carlos Pires
    O presente estudo procurou investigar a existência de estereótipos acerca das pessoas idosas em estudantes do ensino superior, no distrito de Bragança. Para a sua concepção recorreu-se a metodologias quantitativas. Nesse sentido construiu-se um instrumento de colheita de dados, com base na vasta bibliografia e nos estudos já realizados neste âmbito. A amostra submetida a tratamento estatístico foi de 376 indivíduos. O instrumento revelou uma boa consistência interna. A análise descritiva e exploratória dos estereótipos evidencia, para o contexto espaciotemporal estudado, que uma elevada percentagem da amostra concorda com a totalidade dos estereótipos de orientação positiva e discorda da maioria dos estereótipos de orientação negativa. Estes resultados vão ao encontro dos objectivos preconizados pelo Plano de Acção Internacional apresentado em 2002 na II Assembleia Mundial para o Envelhecimento, e estão em consonância com o estudo de Rodriguez e Postigo (2004) e com Royo et al. (2006), que salientam a tendência actual para uma imagem mais positiva acerca da velhice. Apesar do predomínio da discordância, alguns dos estereótipos persistem, estes incluem-se na estereotipia de dependência e na estereotipia da decadência da imagem física. Com base no posicionamento das respostas da amostra aos 40 estereótipos, destacam-se 3 grupos de sujeitos correspondentes a distintos perfis de resposta. Das várias hipóteses traçadas em função das distintas variáveis independentes para a escala de estereótipos, constatou-se que «o sexo», «a idade», e «o residir ou não com idosos no local de proveniência», foram as que mais diferenças estatisticamente significativas apresentaram. Quanto aos coeficientes de envelhecimento percebido pela amostra para os distintos atributos, é visível a percepção de um declive descendente ao longo das décadas (50-90) para a maioria dos atributos das distintas dimensões (biopsicossociais), que seguem unicamente a perspectiva de unidireccionalidade própria do envelhecimento biológico. O cálculo das médias de envelhecimento percebido em função das variáveis independentes revelou pequeníssimas diferenças. Quanto à última hipótese, um coeficiente de envelhecimento percebido mais negativo nos atributos «dependência», «felicidade» e «solidão», para o grupo 50/70, e nos atributos «solidão», «saúde física» e «felicidade», para o grupo 70/90, corresponderá a pontuações mais elevadas na 2.ª dimensão obtida da análise factorial da escala de estereótipos (dimensão esta que mereceu maior concordância por parte da amostra, denominada dependência afectiva e atencional), mas a capacidade explicativa destes atributos é muito reduzida.
  • A importância do provérbios na promoção da saúde
    Publication . Antão, Celeste
    Este estudo reflecte sobre a importância dos provérbios na saúde do indivíduo e insere-se no âmbito do doutoramento em Desarrollo e Intervencion ao longo do Ciclo Vital. Pretendeu-se abordar a saúde e as diferentes formas de a promover, bem como perceber até que ponto as mensagens geracionais podem ser resgatadas como estratégia de Promoção da Saúde e Prevenção da Doença. Parece hoje consensual, tal como muitos provérbios o explicitam, que a saúde tem que ser abordada de uma forma holística, positiva e como um recurso importante para a vida que urge preservar. No espectro do envelhecimento populacional, associado à crescente incidência e prevalência das doenças crónicas a Promoção da Saúde e a Prevenção da Doença, tal como a Organização Mundial de Saúde o reconhece, torna-se um investimento vital. Os objectivos que nortearam este trabalho foram: encontrar provérbios identificadores de atitudes e ou comportamentos de saúde, analisar os provérbios encontrados num contexto de Promoção e reflectir sobre o conteúdo das mensagens – do ponto de vista semântico dos provérbios, cientificamente aceites. Tem como finalidade, capacitar o indivíduo, de forma a aumentar o grau de literacia na área, optando por comportamentos promotores de saúde de modo a gerir os riscos e adversidades do dia-a-dia. Recorreu-se a uma abordagem mista, na tentativa de clarificar melhor a temática em estudo, tendo havido necessidade de fazer a análise e seriação os provérbios e posteriormente a análise de conteúdo e sua categorização de forma a fazer a integração dos diferentes provérbios numa amostra de 290 provérbios. A análise, relativa aos provérbios seleccionados, demonstrou que embora muitos não tenham qualquer base científica, 126 (43,45%), em maioria são corroborados cientifica-mente 164 (56,55%) quer por estudos efectuados quer por opinião expressa de personalidades e organizações com credibilidade científica na área. Dos 290 provérbios seleccionados, verificou-se que a grande maioria (250) ou seja 86,2% do total, se inserem no espaço conceptual do que se designa Promoção da Saúde, e apenas um total de 13,8% dizem respeito à Prevenção Primária e Secundária, sendo 22 e 18 provérbios respectivamente. Na categoria 1 – a comportamental, 67 provérbios, apelam ao auto - responsabilização e 48 deles, fazem referência aos excessos e/ou fazem directamente advertência a determinado comportamento. Tal como o comportamento em geral, os comportamentos de saúde poderão ser Influenciados por atitudes, hábitos, valores, sentimentos, crenças que caracterizam e definem o estilo de vida de cada pessoa. O recurso aos provérbios poderá ser uma estratégia na procura de mais e melhor saúde. This research was undertaken within the scope of the doctoral programme on “Desarrollo y Intervención during the life cycle”. It was intended that it would reflect about health and the different ways of promoting it, as well as figuring out if the generational messages can be perceived as a Strategy for Promoting Health and preventing disease. Today, it is quite consensual, and denoted by many proverbs, that health must be addressed holistically, positively and seen as a major resource to life, which urges to be protected. Promoting health implies capacitating the individual as to increase his literacy on this matter, so that everyone, individually or collectively, can opt for health promoting behaviours and be able to manage the daily risks and adversities. On the current scenario of an aged population, along with the increasing incidence and prevalence of chronic diseases, the Health Promotion and Disease Prevention, as recognised by the World Health Organisation, is a vital investment. Combined methodologies were adopted, in order to shed light on the subject under study, and there was a need to form categories to integrate the different proverbs of a sample of 290 proverbs. The analysis of the selected proverbs showed that, even though without any scientific basis (126 (43.45%)), the majority (164 – 56.55%) are scientifically proved either by studies or by opinions expressed by personalities and organisations with scientific credibility on the field. We acknowledge that access to information is ever increasing, technological evolution within the scope of pathology diagnosis is nowadays a reality and professionals are more and more prepared. Nevertheless, the results are not positive. From the 290 proverbs selected, the large majority (250) or 86.2% of the total did relate to Health Promotion, and only 13.8% were associated with Primary and Secondary Prevention, 22 and 18 proverbs respectively. Within the behavioural subcategory, 67 proverbs called for selfresponsability. 48 of these made reference to excesses and/or directly adverted to some kind of behaviour. As happens with general behaviour, health behaviours may be influenced by attitudes, habits, values, feelings and beliefs which characterise and define each person’s lifestyle. Recurring to proverbs may be a strategy when it comes to searching more and better health. Esta investigación desarrollada en el Doctorado en Desarrollo y de intervención durante el ciclo de vida. El uso de refranes pueden ser una estrategia en busca de más y mejor salud. La presente recerca desarrollada en el ámbito del doctorado en la temática: Desarrollo y Intervención al longo de Ciclo de Vida. Aquí se ha pretendido reflexionar sobre las cuestiones de la salud y las distintas formas de promover y hacer realidad la medida en que las generaciones mensajes pueden guardarse como una estrategia para la promoción de la salud y la prevención de enfermedades. El consenso parece hoy, al igual que muchos refranes para explicar que la salud se deba abordar de una forma global, positiva y como un recurso importante para la vida en la necesidad de preservar. Promover la salud, a fin de que la persona a aumentar su nivel de alfabetización en este ámbito a fin de que cada uno de ellos, individual o colectivamente, puede elegir cada vez más para llevar a cabo los promotores de salud, por un lado y otro que es capaz de gestión de los riesgos y las adversidades del día a dia. En el espectro de un envejecimiento de la población, junto con el aumento de la incidencia y la prevalencia de las enfermedades crónicas de promoción de la salud y la prevención de enfermedades, tales como la Organización Mundial de la Salud reconoce que es una necessidad vital. Se hay hecho la opcion de los métodos mixtos, en un intento de aclarar el tema en estudio, y hubo la necesidad de cursos de formación a fin de que la integración de los diferentes proverbios en una muestra de 290 proverbios El análisis de proverbios seleccionada, mostró que aunque muchos no tienen ninguna base científica, 126 (43,45%), en la mayoría son científicamente apoyado 164 (56,55%) y por estudios realizados por las opiniones expresadas por las personas y organizaciones con la credibilidad científica en la tematica. Se reconoce que la accesibilidad a la información es cada vez mayor, los avances tecnológicos en el diagnóstico de enfermedades es una realidad y los profesionales están cada vez más preparados, sin embargo, los resultados en la realidad en términos de salud no son alentadoras. En los 290 refranes seleccionados, se constató que la gran mayoría (250) es decir, el 86,2% del total, en relación con la promoción de la salud, y sólo un total de 13,8% se refiere a la prevención primaria y secundaria, y 22 y 18, respectivamente. En la sub - categoría de comportamiento, 67 refranes de la llamada libre - empoderamiento. En 48 de ellos se refieren a los excesos y / o hacem una advertencia a la conducta. El uso de refranes pueden ser una estrategia en busca de más y mejor salud.
  • Evaluación funcional y efectos de un entrenamiento aeróbico en pacientes hemodializados con insuficiencia renal crónica
    Publication . Novo, André
    Chronic renal insufficiency is described by the loss of the kidney’s capacity of eliminating toxic substances, concentrating urine and preserving the electrolytes. It also occurs a change in tire remaining renal functions. This disease may vary from a light malfunction to a severe renal insufficiency and it may also lead to renal terminal insufficiency. Its evolution varies and it may take many years to achieve the kidney’s internal structures impairment or it can develop rapidly (Basile, 2008). In the early stages the disease can be asymptomatic In fact, progression can be so slow that tire symptoms only occur when the kidney looses 9O% of its function (Levin et al., 2008). By presenting a progressive condition, morbidity and mortality are significant (Snively and Gutiérrez, 2004).