Browsing by Author "Costa, Rafael de Quevedo"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Avaliação de conforto térmico em edifícios de interpretação ambiental em áreas protegidas no contexto transfronteiriço (Portugal – Espanha)Publication . Costa, Rafael de Quevedo; Gonçalves, Artur; Ribeiro, A.C.; Almeida, ElianeO conforto térmico humano desempenha um papel importante na qualidade de vida das populações, sendo uma componente da qualidade ambiental. O seu estudo pode contribuir para uma melhor gestão e adequação de edifícios e suas envolventes, melhorando a habitabilidade desses espaços. A avaliação do conforto térmico insere-se no âmbito da Bioclimatologia, tratando do elo entre os elementos climáticos e a fisiologia humana. Neste domínio, as variáveis de conforto térmico, condicionadas pelo contexto climático, são alteradas pelos edifícios e finalmente estão ainda sujeitas à perceção subjetiva dos utilizadores. Assumindo esta complexidade, esta tese, desenvolvida no âmbito do projeto transfronteiriço BIOURB NATUR, inclui uma série de estudos exploratórios de análise de conforto térmico e de perceção de conforto térmico em Casas de Interpretação Ambiental, no espaço transfronteiriço entre o Norte de Portugal e a provincia espanhola de Castela e leão, durante o período de inverno. Neste âmbito, pretendeu-se avaliar as condições de conforto térmico exterior e interior das casas analizadas, para além de avaliar a perceção de conforto dos utilizadores dos edifícios, com o fim último de fornecer indicações valiosas para a gestão da energia e adaptação bioclimática dos mesmos. A metodologia aplicada inclui a monitorização de diversos locais com recurso a estações de conforto térmico (interior) e a uma estação meteorológica (exterior), complementada pela realização, em alguns locais, de inquéritos de conforto térmico (interior). Os resultados obtidos para o interior dos edifícios foram analisados em contraste com sistemas de referência, como sejam a norma ASHRAE (1992), a ISO 7730 (2005) e a escala térmica de Fanger (1972), já os dados para os espaços exteriores foram interpretados pela Carta Bioclimática de Olgyay (1963). Para o estudo da perceção dos utilizadores foram desenvolvidos e aplicados inquéritos tendo como referência a norma ISO 10551. Os resultados obtidos traduzem a presença de condições pouco propícias à obtenção de conforto térmico nos espaços exteriores. No contexto interior, verificou-se que as condições de conforto térmico foram diversas, traduzindo a diversidade de contextos nas diferentes casas de interpretação ambiental estudas. Os resultados demonstram ainda que os edifícios que já se encontram em funcionamento e que apresentam soluções térmicas ativas e passivas apresentam melhores condições para a obtenção de conforto térmico, o que levou os utilizadores a demonstrarem uma melhor perceção de conforto. No caso dos edifícios que se encontram encerrados, a obtenção de condições de conforto térmico no período de inverno estará dependente da aplicação de medidas de incremento da temperatura, de modo ativo e passivo, sendo apresentadas algumas estratégias de adaptação. Os resultados da avaliação subjetiva de conforto térmico demonstram ainda a inexistência de condições que satisfaçam igualmente todos os utilizadores dos espaços interiores, refletindo a dificuldade de se atingir níveis adequados e universais de conforto térmico no interior dos edifícios.
- Avaliação de conforto térmico em edifícios de interpretação ambiental em áreas protegidas no contexto transfronteiriço (Portugal – Espanha)Publication . Costa, Rafael de Quevedo; Gonçalves, Artur; Ribeiro, A.C.; Feliciano, Manuel; Furst, Leonardo; Pérez, MariaO estudo do conforto térmico pode contribuir para uma melhor gestão e adequação de edifícios e suas envolventes, apesar da complexidade existente referente à subjetividade humana quanto ao clima, melhorando a habitabilidade desses espaços. Este artigo, desenvolvido no âmbito do projeto POCTEP BIOURB NATUR, inclui uma série de estudos exploratórios de análise de conforto térmico e de perceção de conforto em Casas de Interpretação Ambiental, no espaço transfronteiriço entre Portugal e Espanha, durante o período de inverno. Neste âmbito, pretendeu-se avaliar as condições de conforto térmico exterior e interior das casas analisadas, para além de avaliar a perceção de conforto dos utilizadores dos edifícios.
- LIFE Maronesa – restaurar a produtividade e o stock de carbono das montanhas através da herbivoriaPublication . Aguiar, Carlos; Salvação, Juliana; Costa, Rafael de Quevedo; Rego, Avelino; Ferreira, A.; Marques, DuarteO pastoreio dirigido com rebanhos mistos de vacas e cabras, ou de vacas, cabras e ovelhas em áreas de monte (baldios) era uma componente essencial na estrutura e funcionamento dos sistemas de agricultura tradicionais de montanha do norte de Portugal. Nas últimas décadas, o retrocesso da pastorícia e o concomitante incremento da biomassa arbustiva traduziu-se na substituição da perturbação causada pela herbivoria por eventos de fogo de curto ciclo de recorrência e elevada intensidade e severidade. Consequentemente, a paisagem vegetal do monte modificou-se. Nas elevações graníticas, um coberto vegetal predominantemente herbáceo, perene e quase contínuo (nas bolsas de solo entre os afloramentos rochosos) de Agrostis capillaris e híbridos com A. castellana, ou de Arrhenatherum elatius subsp. bulbosum, foi substituído por mosaicos complexos de matos baixos dominados por Erica sp.pl. (nos solos mais delgados e oligotróficos), matos altos de Cytisus sp.pl. ou Genista florida (em solos um pouco mais profundos, em relevos tendencialmente côncavos), e comunidades herbáceas de etapas sucessionais regressivas (sobretudo ervaçais anuais e comunidades de Agrostis truncatula subsp. pl.). Em locais sujeitos a fogos particularmente intensos/severos de verão em 2016, a superfície coberta de solo nu pode não ultrapassar os 25%. Os fogos de elevada intensidade/severidade para além de selecionarem uma flora de menor interesse forrageiro reduzem a cobertura do solo com tecidos fotossintéticos e, por essa via, a produtividade forrageira das montanhas. A teoria ecológica mostra que padrões de perturbação de elevada intensidade afetam negativamente a diversidade biológica a várias escalas. A simplificação e a monotonização dos mosaicos sucessionais das montanhas com uma dominância quase absoluta de etapas sucessionais regressivas é uma evidência disso mesmo. Por outro lado, os fogos de elevada intensidade reduzem o stock de carbono no solo por volatilização da matéria orgânica do solo. A mostragem dos solos da serra do Alvão no âmbito do LIFE-Maronesa mostram que o fogo teve um fortíssimo impacto no stock de carbono e que prevalecem condições de elevada oligotrofia e acidez (vd. resumo de Aguiar et al., nesta publicação). Os sistemas de produção animal de montanha integram dois espaços complementares: o lameiro e o monte, o primeiro de posse privada, o segundo baldio. A degradação do monte teve, necessariamente, consequências na estrutura e função dos lameiros. Para além do abandono, em algumas áreas superior a 50%, os lameiros sofreram uma inversão da flora: os pretéritos lameiros de Holcus lanatus estão hoje dominados por Agrostis capillaris e híbridos, com perdas de produtividade em matéria seca de superiores a 50%. Estas alteração está certamente relacionada com a decadência da ciclagem e do stock de alguns nutrientes. O LIFE MARONESA - Market Awareness Raising for Opportunities in Needed Extensification and Soil-friendly Agriculture (LIFE19 GIC/PT/001285), é um projeto LIFE de Mitigação e Adaptação às alterações climáticas, tópico de Governança e Informação Climática, cofinanciado pelo programa LIFE da Comunidade Europeia. Este projeto foi estruturado em torno de uma conexão causal complexa que relaciona a produção de bovinos maronês num regime de pastoreio extensivo contínuo com restrições com o sequestro de carbono na matéria orgânica do solo e o restauro dos ecossistemas da montanha temperada (lameiro e monte), num território com solos profundamente alterados por um regime de fogos de elevada intensidade/severidade, estabilizados num steady state de baixa sequestração de carbono na SOM. A componente ecológica/agronómica do projeto envolve um número significativo e diversificado de ações como sejam a aplicação de calcário magnesiano, a disseminação de sementes através de fenos de boa qualidade, o uso do fogo controlado, a distribuição de manjedouras móveis na montanha, a construção de passagens canadianas, cercas e mangas de maneio, e a reconversão de giestais em lameiros com destroçamento mecânico do coberto arbustivo e estabilização pela herbivoria. Estas ações dirigem-se à diversificação do padrão de perturbação, ao aumento da pressão de pastoreio, à redução da intensidade/severidade do fogo, à restauração da fertilidade do solo e à dispersão das sementes. Admite-se que sejam suficientes para despoletar uma cadeia causal virtuosa que culminará no aumento da produtividade do monte e dos lameiros, no aumento da diversidade biológica, na sequestração de carbono no solo e na produção de riqueza.