Teses de Mestrado ESSa
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Browsing Teses de Mestrado ESSa by advisor "Almeida-de-Souza, Juliana"
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- Avaliação do estado nutricional das crianças com idades menor ou igual a 5 anos no Hospital Nacional Simão Mendes- Guiné BissauPublication . Djassi, Isuf Baba; Pereira, Ana Maria Geraldes Rodrigues; Almeida-de-Souza, JulianaEste Relatório de Estágio de Natureza Profissional, realizado no âmbito do Curso de Mestrado em Ciências Aplicada à Saúde-Ramo de Intervenção Comunitária, reflete o trabalho desenvolvido no Hospital Nacional Simão Mendes, mais concretamente no serviço de Centro de Recuperação Nutricional Intensiva (CRENI), e Centro de Recuperação Nutricional Aguda (CRENAG) da Guiné Bissau. No Estágio cumpriu-se um total de 375 horas, e foi possível participar, integrado em equipas de saúde, no processo de prestar cuidados de enfermagem às crianças internadas e em ambulatório. Foi ainda objetivo avaliar o estado nutricional das crianças com idades igual ou inferior a 5 anos internados no Hospital Nacional Simão Mendes, caracterizando-as de acordo com o perfil sociodemográfico, com recolha do diagnóstico clínico no momento de admissão e na alta hospitalar. Com a avaliação efetuada foi possível verificar que a desnutrição constituiu o principal diagnóstico de entrada (83,3%), seguindo-se de anemia (20%), enfermidade diarreica aguda (11,7%), desidratação (8,3%) e malária (3,3 %), verificando-se ainda que 28,3% das crianças apresentavam edemas. No que concerne ao diagnóstico de saída, 3,3% revelaram a existência de SIDA/VIH, 16,7% anemia, 8,3 % desnutrição aguda moderada, e 3,3% desnutrição aguda e desidratação. Considerando todos os parâmetros de peso na avaliação do z-score (peso-idade, peso- estatura e IMC-idade), à entrada e à saída, as crianças, foram categorizadas com algum grau de desnutrição numa percentagem que variou de 62% a 100%. Considera-se que este Estágio foi uma mais valia, permitindo o desenvolvimento de técnicas na área de enfermagem, assim como refletir sobre a importância dos enfermeiros na avaliação do desenvolvimento infantil e seu estado nutricional. A intervenção dos técnicos de saúde junto da comunidade para aumentar a literacia nutricional é fundamental, de forma a auxiliar no alcance das metas da OMS / UNICEF para 2030 no sentido de erradicar a desnutrição.
- Consumo nutricional e padrões alimentares de grávidas portuguesasPublication . Nogueira, Clotilde; Almeida-de-Souza, Juliana; Dias, L.G.A gravidez é uma fase do ciclo de vida da mulher em que ocorrem inúmeras alterações, pois o seu corpo adapta-se para desenvolvimento e crescimento do feto no seu interior. Existem vários fatores que afetam a saúde na gravidez, bem como o desenvolvimento e o crescimento fetal e que podem ter implicações nefastas na saúde futura de ambos, entre eles a alimentação, pelo que o aporte de nutrientes deve ser o adequado. A avaliação da adequação da alimentação pode realizar-se através da análise dos alimentos ou nutrientes ingeridos, contudo, a determinação de padrões alimentares de um determinado grupo populacional permite avaliar a alimentação no seu todo sem se focar de forma isolada em alimentos ou nutrientes. A análise de padrões alimentares possibilita ter uma perceção mais abrangente da qualidade da dieta, permitindo melhorar as recomendações para determinado grupo populacional de acordo com as especificidades encontradas, e promover uma melhor saúde da população. Objetivo: Pretende-se com este trabalho, estudar padrões alimentares de grávidas portuguesas. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal numa amostra de 704 grávidas portuguesas (idade mediana= 33 anos). Avaliou-se a ingestão dietética e alimentar durante a gravidez através de um questionário de frequência alimentar. Através da consulta do boletim da grávida obtiveram-se dados sociodemográficos, antecedentes pessoais maternos, consumo habitual de álcool e tabaco, comorbilidades e registos clínicos. Relativamente à análise estatística, foram definidos 26 grupos de alimentos para a identificação dos padrões alimentares a posteriori, e utilizou-se o algoritmo K-means. Na comparação das medianas relativas à ingestão alimentar e nutricional estimada, entre os diferentes padrões alimentares, aplicou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Na presença de diferenças significativas, a comparação múltipla das médias das ordens realizou-se através do teste post-hoc Fisher-Least Significant Difference (LSD). Resultados: Foram identificados três padrões alimentares, Fruta&Hortícolas, Laticínios e Baixo consumo. O padrão denominado Frutas&Hortícolas, caracterizou-se por um consumo superior de hortícolas e fruta fresca, assim como de leguminosas, peixe, fibra dietética, ácido fólico e ferro, também apresentou um menor consumo de produtos de pastelaria, fast-food e bebidas açucaradas que as restantes grávidas. Verificou-se que as participantes que integraram este padrão eram as que mais cumpriam as recomendações nutricionais para hidratos de carbono, fibra dietética, lípidos, cobre, ácido fólico e vitamina C, eram mais velhas, fumavam menos antes da gravidez e apresentavam uma maior percentagem com escolaridade superior a 12 anos de escolaridade e com profissão qualificada. O padrão alimentar designado Lacticínios, apresentou um consumo maior de alimentos do grupo lacticínios, bem como pastelaria, bebidas açucaradas e doces. As grávidas que integraram este padrão apresentaram maior consumo de proteína, gordura saturada e cálcio. Observou-se neste padrão uma maior percentagem de adequação do consumo alimentar no cálcio, ferro, magnésio, zinco, selénio, sódio e vitamina D. Observaram-se maiores hábitos tabágicos antes da gravidez nas grávidas pertencentes a este padrão. O padrão alimentar designado por Baixo consumo caracterizou-se por apresentar um menor consumo na maioria dos grupos de alimentos, apresentou um consumo energético estatisticamente inferior aos restantes padrões, assim como em todos os nutrientes analisados. Este padrão integrou mais de metade das participantes, e apresentou uma percentagem de grávidas com profissão não qualificada (45%) superior à dos restantes padrões. Conclusões: A identificação e o estudo de padrões alimentares é uma ferramenta que permite avaliar a qualidade da dieta. A alimentação das grávidas é um fator de risco para a saúde materna e fetal, que pode ter implicações na saúde futura da população, pelo que conhecer o consumo alimentar e nutricional deste grupo populacional, com recurso aos padrões alimentares permite avaliar de uma forma mais global a dieta, possibilitando melhorar as recomendações e promover uma melhor saúde da população em geral.
- Diabetes Tipo 2 em Polícias do Ministério do Interior da Guiné-Bissau: Risco, Prevalência e Fatores AssociadosPublication . Sambú, Siaca; Almeida-de-Souza, JulianaA diabetes é um distúrbio metabólico complexo caraterizado por hiperglicemia, uma condição fisiologicamente anormal caracterizada níveis elevados de glicose no sangue. A diabetes tem diferentes classificações e a tipo 2 representa 90–95% de todas as diabetes. O risco de ocorrência desta doença aumenta com a idade, com a obesidade, em indivíduos com baixos níveis de atividade física e naqueles que pertencem a certos grupos étnicos, como os africanos. A hiperglicemia a longo prazo leva a várias complicações microvasculares e macrovasculares, principais responsáveis pela morbilidade e mortalidade associada à doença. A prevalência da diabetes na população mundial adulta é de 10,5%, ou seja, 537 milhões de pessoas de 20 a 79 anos vivem com doença. Prevê-se que esse número aumente para 783 milhões até 2045 em todo o mundo. No entanto, as previsões de aumento da prevalência não são iguais para todas as regiões do globo. O aumento previsto para África é aproximadamente 10 vezes superior ao da Europa. Isto significa que existe atualmente 24 milhões de adultos africanos a viverem com diabetes e estima-se que em 2045 este número aumente para 55 milhões. Na Guiné-Bissau, país da África Subsariana com uma população estimada em 2022 de 2.105.572 de habitantes, a prevalência de diabetes é desconhecida. Estima-se, no entanto, que em 2021 existiam 18 bissau-guineenses por cada 1000 habitantes com diabetes diagnosticas e outros 10, por cada 1000 habitantes, com diabetes não diagnosticada. Infelizmente, a Guiné-Bissau, país considerado de baixo rendimento, tem investido poucos recursos no diagnóstico e tratamento de doenças crónicas incluindo a diabetes. No entanto, para que seja possível contrariar as estimativas de aumento exponencial da diabetes na Guiné-Bissau, é necessário tomar medidas de prevenção e tratamento eficazes, é, portanto, essencial conhecer quantos e quem são os bissau-guineses que vivem com diabetes. É necessário também encontrar soluções económica de rastreio da doença, de forma a identificar níveis de risco e canalizar os poucos recursos de diagnóstico para aqueles com maiores riscos. Neste sentido, o objetivo principal deste estudo foi identificar o risco de desenvolver diabetes em 10 ano e a prevalência da diabetes tipo 2 não diagnosticada numa amostra de polícias do Ministério do Interior da Guiné-Bissau. Este estudo também teve como objetivo avaliar o perfil sociodemográfico, clínico e do estado nutricional destes polícias, bem como caracterizar este perfil de acordo com o risco de diabetes e com a prevalência de diabetes tipo 2 não diagnosticada. Portanto, realizou-se um estudo observacional transversal descritivo e analítico no Ministério do Interior da Guiné-Bissau, em Bissau, junto dos polícias sem diagnóstico prévio de diabetes, utilizando uma entrevista, uma avaliação física e um teste da glicémia capilar em jejum e de hemoglobina glicada, quando aplicável, por um enfermeiro do departamento do Serviço de Saúde do Ministério do Interior. Através da entrevista foi possível identificar para cada participante o sexo, a idade, o estado civil, os hábitos e estilos de vida como hábitos tabágicos, alcoólicos, prática de exercício físico, toma de medicação para tensão arterial, glicémia elevada prévia, história familiar de diabetes e o consumo de frutas ou hortícolas. Na avaliação física, foi possível avaliar o peso, a altura, a percentagem de massa gorda, a circunferência da cintura e a tensão arterial. O índice de massa corporal foi calculado e classificado segundo critérios da Organização Mundial de Saúde. Do mesmo modo, para a circunferência da cintura, para a percentagem de massa gorda e para a tensão arterial, os participantes foram classificados segundo critérios internacionalmente aceites. Com base na entrevista e na avaliação física, calculou-se o risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos, através da ferramenta FINDRISC. Para cada participante foi atribuída uma pontuação de 0 a 26, que corresponde ao risco de diabetes e quanto maior a pontuação, maior o risco. Com base na pontuação, os participantes foram classificados de acordo com o nível de risco em: baixo, ligeiro, moderado, alto ou muito alto. A glicémia em jejum foi avaliada através de teste rápido para determinação da glicémia capilar após jejum de oito horas e a prevalência de diabetes não diagnosticada foi considera para valores superiores a 126 mg/dl. A hemoglobina glicada foi avaliada apenas para os indivíduos que tiveram valores de glicémia em jejum superior ou igual a 110mg/dL, através de um teste rápido com uma amostra de sangue capilar, utilizando- se um aparelho portátil, e a prevalência de diabetes não diagnosticada foi considera para valores superiores a 6,4%. O risco de diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos para os polícias do Ministério do Interior da Guiné-Bissau foi de 7 em 26 pontos, classificado em risco ligeiro, sendo que 17% da amostra foi classificada com um risco moderado ou superior. O risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos foi maior nas mulheres, nos polícias divorciados, nos que tinham hábitos alcoólicos, nos que apresentaram uma gordura corporal classificada em obesidade e os classificados com tensão arterial alta ou hipertensão. A prevalência de diabetes tipos 2 não diagnosticada entre os polícias da amostra foi de 6,7% para critérios de glicemia em jejum e de 9% para a hemoglobina glicada. Uma maior glicémia em jejum foi superior para os polícias do sexo masculino, os viúvos(as), para aqueles que tinham uma atividade física inferior a 150 ou superior a 300 minutos por semana, os que tinham hábitos alcoólicos, com uma classificação da gordura corporal em excesso e aqueles classificados com uma tensão arterial classificada em hipertensão. Encontrou-se também que os valores de glicémia em jejum e de hemoglobina glicada foram superiores nos indivíduos classificados com níveis de risco de diabetes superiores, medidos pelo FINDRISC. A prevalência de diabetes tipo 2 não diagnosticada nesta amostra foi superior ao estimado para a Guiné-Bissau, pelo que é de extrema importância a realização de um estudo de prevalência de âmbito nacional alargado. O instrumento FINSRISC pode ser uma ferramenta valiosa na predição do risco de bissau-guineenses, podendo ser utilizadas em campanhas de sensibilização para a diabetes tipo 2 e em sessões de educação para saúde sobre os seus fatores de risco.
- Ensino - aprendizagem em ciências de saúde: metodologias ativas no ensino superiorPublication . Borges, Ana Margarida; Almeida-de-Souza, Juliana; Vaz, Josiana A.; Ferro-Lebres, VeraA inovação formativa no contexto do ensino superior é caracterizada por uma ação intencional que visa melhorar a aprendizagem dos estudantes de forma sustentável. A evolução social e tecnológica exige uma constante adaptação do professor, a quem os estudantes, os empregadores e ele próprio colocam sucessivamente novos desafios. Este estágio curricular teve como objetivos: (a) adquirir competências no âmbito das metodologias de ensino-aprendizagem ativas no ensino superior; (b) frequentar o curso de “Aprendizagem, com base em processos e cocriação” para professores; (c) planear e gerir o processo de cocriação; (d) facilitar um projeto de cocriação e (e) produzir cientificamente, através da realização de uma revisão sistemática da literatura, acerca das metodologias ativas no ensino-aprendizagem no ensino superior. Estágio curricular onde foram desenvolvidas atividades no âmbito do ensino/aprendizagem em ciências de saúde, recorrendo a metodologias ativas no ensino superior pela participação na formação “Aprendizagem, com base em processos e cocriação” do projeto demola, facilitação de um projeto cocriativo, gestão do processo de cocriação e produção científica de um artigo de revisão sistemática da literatura. Durante o estágio foram cumpridas com sucesso atividades que foram de encontro com os objetivos delimitados tais como o desenho/facilitação de processos de cocriação; o conhecimento/aplicação de ferramentas de cocriação; a frequência/conclusão com aproveitamento do curso de “Aprendizagem, com base em processos e cocriação”; a participação no planeamento e gestão da Unidade Extracurricular Projeto Demola; a co facilitação do projeto de cocriação “Sustainable Smile”; e a redação/apresentação/publicação de um artigo de revisão de literatura. Os alunos são o futuro e devem ser o centro do processo de aprendizagem, e por isso, as metodologias ativas no ensino/aprendizagem superior devem ser usadas como ferramentas fundamentais de ensino.
- Impacto do programa “Escola de NutriChefs” na qualidade dos lanches escolares de crianças do 1º ciclo, em tempo de pandemia de COVID-19 – Estudo pilotoPublication . Sousa, Cátia Nadir; Almeida-de-Souza, JulianaNa infância as crianças começam a estabelecer algumas relações com a alimentação e nutrição. Sabe-se que a prática de uma dieta saudável promove o crescimento e desenvolvimento ideais, bem como é capaz de prevenir doenças não transmissíveis relacionadas à alimentação, como a obesidade. No entanto, além da importância da alimentação para o crescimento físico e biológico, a adoção de bons hábitos alimentares na infância torna-se crucial, uma vez que estes tendem a ser mantidos pela vida adulta. Deste modo, o estabelecimento de preferência por alimentos saudáveis nesta fase da vida é essencial, não só para a melhoria da qualidade alimentar, como para a prevenção do desenvolvimento de doenças na vida adulta. Este estabelecimento de preferência por alimentos saudáveis poderá ser promovido através da educação nutricional. No entanto, tanto a educação nutricional teórica como a educação nutricional prática (culinária saudável) têm sido relatadas como estratégias para a promoção de um consumo alimentar saudável entre as crianças. Estudos de intervenção prática com recurso à culinária saudável tem resultado em algumas mudanças positivas, nomeadamente no consumo de hortícolas e frutas, em algumas intervenções. No entanto, ainda são poucos estudos com resultados em outros grupos de alimentos ou nutrientes e com conclusões pouco consistentes. Neste sentido, esta dissertação de mestrado foi estruturada em duas partes: a primeira, foi dedicada à realização de uma revisão sistemática da literatura sobre a temática da educação nutricional com recurso à culinária saudável; a segunda parte, foi dedicada à implementação do projeto piloto Escola de Nutrichefs. Assim sendo, os dois objetivos gerais desta dissertação foram: 1. investigar se os indivíduos de todas as faixas etárias que participam em programas de educação nutricional com recurso a sessões de culinária saudável, melhoram os seus hábitos alimentares em comparação com um grupo controlo; 2. promover a adoção de melhores hábitos alimentares aos lanches em crianças do 1º ciclo, através da implementação do programa de educação nutricional e culinária saudável Escola de NutriChefs. Para a revisão sistemática da literatura, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, de agosto a setembro de 2020, com uma atualização em junho de 2021, nos motores de busca da PubMed, Web of Science e Scopus, com utilização da combinação de palavras chave: “diet AND culinary AND intervention”, ou sinónimos. Foram elegíveis os estudos que avaliassem os hábitos alimentares em indivíduos saudáveis de qualquer faixa etária submetidos a um programa de intervenção incluindo 3 ou mais sessões de culinária saudável, comparados a um grupo controlo. Para cada estudo, extraiu-se um conjunto de informação sobre a metodologia da intervenção e os resultados de comparação do grupo de intervenção com o grupo controlo no fim da intervenção, bem como se avaliou qualitativamente, cada estudo, através da lista do Joanna Brigs Institute. Os dados obtidos em cada estudo foram agrupados por grupos alimentares, alimentos, nutrientes e energia, bem como tendo em conta a contabilização do número de estudos com resultados positivos, negativos ou ausentes. O programa Escola de NutriChefs foi desenvolvido através de um estudo quase-experimental, com uma amostra de 34 crianças, divididas em grupo de intervenção (n=22) e grupo controlo (n=12). Foram ministradas quatro sessões de educação nutricional e onze sessões de educação com recurso à culinária saudável ao grupo de intervenção. Os pais das crianças de ambos os grupos receberam uma sessão de educação nutricional. A realização das receitas saudáveis, estava prevista ser executada pelas crianças, no entanto, apenas foram realizadas as três primeiras sessões e o programa foi suspenso devido à pandemia de COVID-19. Após seis meses, retomaram-se as restantes oito sessões, sob a forma de demonstração. A avaliação dos hábitos alimentares foi realizada através de registo fotográfico dos lanches escolares, antes e após a intervenção. A qualidade dos alimentos consumidos em cada um dos lanches (manhã e tarde) foi avaliada através de classificação conforme as orientações da Direção-Geral da Educação em alimentos “a promover”, “a limitar” e “a não disponibilizar”. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar medianas entre grupos, intervenção e controlo, e o teste de Wilcoxon quando se pretendeu comparar medianas intragrupos, entre a pré e pós intervenção, nos grupos de intervenção e controlo. No artigo de revisão sistemática da literatura foram selecionados 8 artigos, 5 quase-experimentais e 3 randomizados, com qualidade média de 71%. Verificou-se que em 75% dos estudos, os indivíduos do grupo de intervenção melhoraram algum parâmetro dos hábitos alimentares após a intervenção. As melhorias observadas foram o aumento do consumo de hortícolas (n=3), de fibra dietética (n=2), de cereais integrais (n=1) e de alimentos ricos em proteína (n=1). A principal limitação desta revisão foi a heterogeneidade metodológica dos estudos, a qual poderá ter ditado alguma confusão nos resultados obtidos. Já no programa Escola de NutriChefs, verificou-se que, na primeira avaliação, antes da pandemia, os participantes do grupo de intervenção, quando comparados ao grupo controlo, apresentaram maior número de alimentos “a promover” e menor número de alimentos “a não disponibilizar”. Na última avaliação, a meio da pandemia, os participantes do grupo de intervenção, em relação aos do controlo, mantiveram um número superior de alimentos “a promover”. Relativamente às alterações intragrupos, não houve mudanças para o grupo de intervenção, mas o grupo controlo diminuiu o número de alimentos “a promover”. A principal limitação deste estudo foi a interceção do mesmo pela pandemia de COVID-19, a qual resultou na suspensão do programa durante cerca de seis meses e a retoma com a necessidade de alterações à metodologia. Em suma, os programas de intervenção com recurso à culinária saudável parecem ter um efeito positivo nos hábitos alimentares dos participantes. O programa Escola de NutriChefs, apesar dos constrangimentos verificados devido à pandemia, parece influenciar positivamente algumas escolhas alimentares ao lanche pelas crianças. Por um lado, aqueles que participaram no programa mantiveram os alimentos saudáveis na lancheira; por outro lado, os que não participaram diminuíram o número de alimentos saudáveis.