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Importa começar por reconhecer que a classificação genológica das obras literárias e dos textos a produzir pelos alunos é fator de abertura de horizontes de expetativas e, desse modo, elemento potenciador de possibilidades interpretativas e criativas. Os géneros têm uma força teórica e uma função hermenêutica que são relevantes na consideração de uma dimensão cronotópica da obra literária e que não podem ser menosprezadas nas práticas educativas. Neste âmbito, os géneros autobiográficos, pela sua proximidade à realidade da vida, abrem interessantíssimas possibilidades pedagógicas – o que é, aliás, reconhecido no Programa de português do ensino básico. Neste trabalho, procede-se a uma revisão da literatura de referência sobre esta relevante problemática, clarificando conceitos da teoria literária, no âmbito da arquitextualidade, e refletindo acerca da didática do texto literário na educação básica. Numa dimensão mais prática, procede-se a uma análise documental, cruzando uma leitura atenta das indicações constantes no Programa de português do ensino básico acerca da abordagem (no âmbito das competências específicas de leitura e escrita) aos géneros autobiográficos com as propostas constantes em manuais escolares da área disciplinar/disciplina de português. A abordagem proposta pelo Programa, para os três ciclos do ensino básico, evidencia uma estrutura em espiral, em que o saber dos alunos (e a sua competência textual – de produção e compreensão) se vai alargando e complexificando, quer pela profundidade de análise sugerida (em relação a textos autobiográficos) quer pela diversidade de géneros a trabalhar. Porém, a “tradução” desta estrutura em espiral para os manuais escolares nem sempre é evidente. A diferenciação entre biografia e autobiografia é, em alguns manuais, inexistente ou pouco clara. Do mesmo modo, não é feita, de forma sistemática e esclarecedora, a análise das especificidades genológicas dos diferentes textos autobiográficos, como é o caso das memórias, do diário ou do autorretrato. De entre as tarefas de produção escrita (em vários manuais designadas como “Oficina de escrita”), poucas são as que se reportam à produção de textos autobiográficos. Acresce um aspeto que nos parece ainda mais problemático: as tarefas de produção escrita de textos de caráter autobiográfico que são solicitadas aos alunos não são acompanhadas (nem precedidas) de uma reflexão/explicitação das caraterísticas genológicas deste tipo de textos.
Description
Keywords
Literatura Didática Arquitextualidade Autobiografia Manuais
Pedagogical Context
Citation
Teixeira, Carlos (2017). Didática da literatura: os géneros autobiográficos nos programas e manuais de português. Os sistemas educativos chinês e português: desafios à formação de professores. In Manuel Vara Pires; Cristina Mesquita; Rui Pedro Lopes; Graça Santos; Mário Cardoso; João Sousa; Elisabete Silva; Carlos Teixeira (Eds.) II Encontro Internacional de Formação na Docência (INCTE): Livro de resumos. Bragança
Publisher
Instituto Politécnico de Bragança