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Em torno do nascimento

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A cada ano, quando iniciamos a preparação do Relatório de Primavera, confrontamo-nos com dois dilemas. Por um lado, como é conhecido, a maioria dos autores do Relatório são académicos, com forte experiência de investigação. Por isso, o nosso ímpeto inicial é sempre o de fazer um estudo aprofundado, precedido de uma extensa revisão da literatura, para fundamentar uma opinião sobre determinado tema. Estes estudos, no entanto, não cabem no objetivo de um relatório que deve ser realizado em poucos meses, focar os diversos temas relevantes do sistema de saúde e, sobretudo, tomar posição – o que é pouco habitual em cientistas habituados a questionar posicionamentos e ideologias. No entanto, a alternativa seria também para nós contranatura: redigir um panfleto político, baseado nos faits divers recentes, com pouco sustento de análise e muita política à mistura, para apoiar quem apreciamos ou atacar quem não gostamos – isto é, não ser mais do que uma versão escrita de alguns debates na Assembleia da República. O desafio com que nos deparamos a cada ano é encontrar um ponto intermédio entre estes dois mundos onde conseguirmos ser cientistas que opinam com base em análises fundamentadas, e não cientistas que “brincam aos políticos”, nem cientistas que nunca opinam porque “não se querem comprometer”. O nosso segundo dilema está relacionado com o tempo. Qual o espaço temporal sobre o qual devemos debruçar a nossa análise? Podemos optar pelo período mais recente, opinando sobre a capacidade resolutiva dos atuais dirigentes da saúde durante o último ano, ou na atual legislatura. O foco, nesta opção, recairia nos temas mais quentes do momento que talvez mais preocupem os cidadãos e decisores, como o acesso ao médico de família e aos cuidados continuados, a dívida dos hospitais, os tempos de espera, ou a melhor localização geográfica para o Infarmed. Outra opção seria analisar as grandes questões da saúde e dos cuidados de saúde dos portugueses, numa perspetiva longitudinal e, em última instância, observar como os atuais decisores têm lidado com as grandes problemáticas do envelhecimento, dos estilos de vida, ou da articulação entre os setores público e privado na saúde. Mais uma vez, a solução do dilema passa por encontrar um equilíbrio: escrever sobre o que acontece hoje, mas sem nunca esquecer a perspetiva a longo prazo, de onde viemos e para onde pretendemos ir, sabendo que a perspetiva longa diz respeito à saúde e bem-estar da população, que depende de muitos aspetos além do desempenho do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este Relatório reflete estes dilemas, por vezes mais opinativos, por vezes mais analíticos, por vezes falando do presente, e outras focando o que seria importante pensar para preparar o futuro.

Description

Keywords

Morbilidadade materna Práticas obstétricas Prematuridae Aleitamento materno

Pedagogical Context

Citation

Barros, Henrique; Rodrigues, Carina; Teixeira, Cristina (2018). Meio caminho andado. In Relatório Primavera 2018. Lisboa: Observatório Português dos Sistemas de Saúde. p. 29-41

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Publisher

Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS)

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