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Conhecimento sobre Bioeconomia: um estudo exploratório com estudantes africanos do ensino superior

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A Bioeconomia é vista como um meio e um fim para se atingir a sustentabilidade abarcando as esferas social, ambiental e económica, com um arcabouço científico baseado nas inovações tecnológicas que permitam aumentar o bem-estar social através da promoção e divulgação do conhecimento (Dallendörfer et al., 2022). Neste contexto, esta investigação teve como objetivos examinar a compreensão e o nível de conhecimento de estudantes africanos do ensino superior sobre Bioeconomia. Efetivamente, serão eles que atuarão como mão de obra qualificada para o desenvolvimento sustentável e biotecnológico, e serão eles os futuros líderes das nações. Para isso, desenvolveu-se um estudo quantitativo, transversal e descritivo baseado num questionário adaptado de Dallendörfer et al. (2022) que foi aplicado, entre abril e maio de 2022, a estudantes do ensino superior que se enquadravam nos seguintes critérios de inclusão: (1) frequentavam um curso superior; (2) tinham idade entre os 18 e os 28 anos; (3) eram africanos. Optou-se por uma amostragem não probabilística, por conveniência, uma vez que se trata de um estudo exploratório. O questionário foi construído na plataforma Google Forms e, posteriormente, divulgado nas redes sociais dos investigadores, nomeadamente, o Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp. O questionário encontrava-se organizado em duas seções. A primeira continha perguntas que permitiram a caracterização do inquirido, nomeadamente, nacionalidade, meio onde reside (rural ou urbano), género, idade, dimensão do agregado familiar, número de elementos do agregado familiar, rendimento líquido mensal do agregado familiar e instituição de ensino frequentada. A segunda incluía 16 afirmações com 3 possibilidades de resposta, designadamente, “Verdadeira”, “Falsa” ou “Não sei”. Às questões identificadas corretamente foi atribuído 1 valor e às selecionadas incorretamente ou “não sei” foi atribuído 0 valores. Seguidamente, para classificar o nível de conhecimento, utilizou-se uma escala qualitativa aplicando-se a seguinte correspondência: (1) 0-19%: muito insuficiente; (2) 20-49%: insuficiente; (3) 50-69%: suficiente; (4) 70-89%: bom e (5) 90%-100%: muito bom. Foram obtidas 407 respostas válidas. A amostra incluiu inquiridos de cinco nacionalidades, designadamente, cabo-verdiana (50,9%), guineense (20,1%), santomense (14,0%), angolana (11,8%) e moçambicana (3,2%). Do total de inquiridos, a maioria era oriunda do meio rural (88,0%), era do género feminino (56,0%), fazia parte de um agregado familiar constituído, no máximo, por 4 elementos (69,3%). Para a maioria, o rendimento do agregado familiar era inferior a 705 euros/mês. E, apesar da amostra incluir estudantes de 74 instituições de ensino superior, localizadas fora ou no território português, a maioria dos estudantes frequentava um curso superior no Instituto Politécnico de Bragança (65,8%). Os resultados mostraram que a globalidade dos inquiridos conhecia o termo “Bioeconomia” (51,1%). Resultados semelhantes tinham sido obtidos no estudo realizado por Tomazini et al. (2024) que incluiu estudantes brasileiros (53,2%). No estudo desenvolvido por Výbošťok et al. (2022) que incluiu 1400 estudantes das áreas de engenharia florestal e silvicultura de 9 países europeus, os autores verificaram que 66% dos estudantes conheciam o termo. A proporção de estudantes que conheciam o termo foi ligeiramente superior no estudo de Masiero et al. (2020) atingindo os 70%. Contudo, Drejerska (2017), na Polónia, verificou que apenas 32% dos estudantes estavam familiarizados com o termo. Os termos relacionados com Bioeconomia conhecidos pelo maior número de inquiridos foram “Economia reciclagem” (53,1%) e “Economia verde” (52,3%). O termo menos conhecido foi “Economia linear” (36,1%), seguido dos termos “Economia de partilha” (38,8%) e “Ecoeconomia” (46,9%). O nível de conhecimento registado sobre Bioeconomia foi negativo (x ̅ = 43,67; σ = 7,456). Tendo em conta a nacionalidade dos inquiridos, verificou-se que o nível de conhecimento foi mais elevado e suficiente nos moçambicanos (x ̅ = 50,00; σ = 29,536) e menor e insuficiente nos angolanos (x ̅ = 40,89; σ = 31,632). A distribuição dos inquiridos pelo nível de conhecimento foi a seguinte: 25,6% muito insuficiente; 22,4% insuficiente; 36,4% suficiente; 15,5% bom e 0,2% muito bom. Quanto à opinião dos estudantes sobre o processo de substituição dos recursos fósseis por renováveis favorecendo a transição para a Bioeconomia sustentável, numa escala de 1 (absolutamente contra) a 7 (absolutamente a favor), a média registada foi de 5,29 (σ = 1,596). Estes resultados corroboram os achados de Dallendörfer et al. (2022) na população alemã. No presente estudo, os inquiridos de nacionalidade moçambicana (x ̅ = 5,5; σ = 1,698) mostraram-se mais favoráveis ao processo que os inquiridos de nacionalidade santomense (x ̅ = 5,00; σ = 1,634), seguidos dos guineenses (x ̅ = 5,17; σ = 1,678), cabo-verdianos ((x ) ̅= 5,37; σ = 1,457) e angolanos (x ̅ = 5,4; σ = 1,947). Foram identificadas lacunas no conhecimento dos estudantes acerca da Bioeconomia, as quais podem e devem ser colmatadas pelas instituições de ensino superior.

Description

Keywords

Bioeconomia Conhecimento Ensino superior Estudantes Sustentabilidade

Pedagogical Context

Citation

Ribeiro, M.I.B., Fernandes, A.I.R., Fernandes, A.P.R., Fernandes, A.J.G. (2024). Conhecimento sobre Bioeconomia: um estudo exploratório com estudantes africanos do ensino superior. In I Jornadas Afrociências: livro de resumos. Bragança: Instituto Politécnico de Bragança. p. 17-18. ISBN 978-972-745-336-8

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Instituto Politécnico de Bragança

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