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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
PNas entrevistas que se sucederam à estreia nacional de “Noite Escura”, em 2004, João
Canijo usou uma expressão recorrente: disse que pretendia “afogar a tragédia”. A isso,
ele acrescentou: “Quis tornar a tragédia absolutamente indiferente no meio das vidas de
uma casa de alterne. Onde é que hoje a tragédia e os sentimentos da tragédia podem ser
tão indiferentes se não num mundo de mentira, de representação permanente que é o
mundo do alterne?”. Canijo, claro, sabia do que falava. Para ele, a tragédia grega serve
como texto base já desde “Filha da Mãe”, de 1990, e foi objectivo principal dos seus
filmes desde “Ganhar a Vida”. A partir de “Noite Escura”, o realizador procurava um
objectivo antigo: adaptar a trilogia da “Oresteia”, com a ideia final de, no último dos
três filmes, trabalhar sobre a “Electra”. Contudo, esta trilogia acabaria por nunca ficar
completa: para além de “Noite Escura”, de 2004, e “Mal Nascida”, de 2007, existe
também o argumento “Piedade”, que deveria ser o filme do “meio”, mas que nunca foi
produzido. Tentemos, por isso, organizar as ideias, porque o mundo da tragédia grega é
bastante complexo. Na verdade, a trilogia da “Oresteia” só está completa na versão de
Ésquilo, o primeiro dos três grandes poetas trágicos.
Description
Keywords
Tragédia grega João Canijo Violência Oresteia
Citation
Ribas, Daniel (2009). João Canijo e a tragédia grega: adaptação da trilogia “Oresteia” ao cinema português contemporâneo. Drama: Revista de Cinema e Teatro. 1, p. 26-29