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Abstract(s)
Partiremos da análise de diários juvenis de
carácter ficcional, os quais nos levam a repensar toda a poética referente à classificação genológica do diário, nomeadamente a problematizar a questão da
temporalidade. Blanchot, em O livro por vir, afirmou
que o diário “está vinculado a uma cláusula que,
embora pareça leve, é temível: deve respeitar o
calendário” (Blanchot 1984: 193). Estes diários
juvenis não apresentam, porém, uma indicação clara
do tempo de escrita, não respeitando essa imposição
do calendário. Esta libertação do calendário instaura
um contar-se de forma atemporal, evidenciando uma
clara desvinculação em relação aos contextos
históricos e sociais. O tempo, surgindo-nos como um
presente ad aeternum, torna-se volátil. Acresce que a
atemporalidade deste discurso diarístico dialoga com
um caráter essencialmente atópico das vivências do
narrador-personagem. O sujeito que assume a escrita
XVII ENCONTRO INTERNACIONAL DE REFLEXÃO E INVESTIGAÇÃO- 2013
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do diário move-se num mundo típico do jovem da
civilização ocidental contemporânea sem, contudo,
localizar essas vivências num local preciso. Estes
procedimentos narrativos concorrem para a criação
de uma universalização / globalização das situações
diegéticas, dos enredos apresentados, e do modelo de
vida juvenil, pretendendo gerar uma estandardização
dos comportamentos juvenis. Este discurso diarístico
instaura uma nova forma de se contar,
problematizando também a questão da sinceridade.
Description
Keywords
Diário juvenil Temporalidade Ficcionalidade
Pedagogical Context
Citation
Teixeira, Carlos (2013). A problemática da temporalidade nos diários juvenis contemporâneos (ficcionais). In XVII Encontro Internacional de Reflexão e Investigação. Vila Real
Publisher
Universidade de Trás-os-Mones e Alto Douro, Escola de Ciências Humanas e Sociais
