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Advisor(s)
Abstract(s)
O pinheiro manso (Pinus pinea L.) tem vindo a assumir cada vez mais importância em Portugal constituindo
a base de uma fileira produtiva com elevado valor acrescentado. As áreas arborizadas com esta espécie
sofreram um aumento de 12 % entre os Inventários IFN5 e IFN6, potenciado pelo elevado valor de mercado
do pinhão. Embora a distribuição da espécie se concentre maioritariamente no Sul ela apresenta também
potencial para outras zonas, nomeadamente a Terra Quente Transmontana (TQT), sendo recomendada pela
Carta Ecológica para esta região. Os mais de 150 ha arborizados com pinheiro manso na TQT que resultaram,
em parte, dos vários Quadros Comunitários de Apoio, justificam a necessidade de implementar estudos de
caracterização da cultura para poder aplicar uma gestão adequada e maximizar a sua produtividade em
sistema multifuncional. Os povoamentos existentes na região são relativamente jovens e, foram instalados
com elevada densidade para lenho/fruto estando a ser reconvertidos para a produção de pinha através da
aplicação de desbastes após 20 anos. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar o potencial da espécie
em sistema multifuncional na TQT e aumentar o acesso à informação para a divulgação da cultura na região.
Para tal avaliou-se a produção em volume, biomassa e carbono, bem como a produção de pinha e pinhão e
outros produtos complementares da exploração como os cogumelos. A pesquisa foi realizada numa área de
40ha de pinheiro manso (41°31’27.30” N, 7°15’58.39”W), com cerca de 25 anos, no âmbito do projeto PDR2020
GO_FTA+siv. Neste trabalho foram consideradas 5 parcelas permanentes de monitorização de 2500m² cada,
instaladas no inverno 2018/19 e dados de Inventário Florestal realizado no repouso vegetativo 2019/20. Foi
aplicada uma amostragem aleatória na totalidade do povoamento tendo sido selecionadas 20 parcelas de
500m². Efetuou-se a caracterização dendrométrica do povoamento e procedeu-se à quantificação dos demais
produtos (volume de madeira, biomassa, armazenamento de C, pinhas, pinhões e cogumelos). A produção
de pinha foi quantificada com base na contagem do número de pinhas/árv. dentro da parcela tendo sido
recolhidas 4 pinhas/árv. para análise laboratorial. As pinhas/pinhões foram avaliadas em peso, características
biométricas e sanidade. Os cogumelos foram avaliados periodicamente em 3 transetos de 50m2 por parcela de
monitorização (2 não desbastadas e 3 desbastadas). Foi quantificado o número e peso verde de cada espécie.
Os resultados mostraram que a produção média em volume de madeira dos povoamentos foi de 50,66 m³ha-1,
sem desbaste, e 24,28 m³ha-1, com desbaste. O armazenamento total de carbono nas árvores foi em média
30,62 t Cha-1, sem desbaste, e 15,61 t Cha-1, com desbaste. O peso médio verde das pinhas na safra 2018/19 foi de
277,71g, e a taxa de perfuração por inseto de 2,53%; na safra de 2019/20, foi de 237,32g, e 2,45%, respetivamente.
Em média foram necessárias 3,6 pinhas para obter 1 kg de pinha. O rendimento em miolo de pinhão foi de
2,21%, na safra 2018/19, e 2,09% na safra 2019/20. Foram observadas cinco espécies de cogumelos comestíveis:
Lactarius deliciosus, Russula cyanoxantha, Cantharellus lutescens, Tricholoma sp. e Suillus granulatus. Os
resultados demonstram que a produção de pinha, nesta fase, ainda não se encontra maximizada devido ao
desbaste recente (> 600 árv.ha-1 para 169 árv.ha-1, em média). Contudo, o potencial de produção da cultura
mostra-se muito promissor principalmente quando se considera uma gestão multifuncional.
Description
Keywords
Gestão multifuncional Produção de pinha e pinhão Biomassa Armazenamento de carbono Cogumelos
Citation
Porrua, Douglas; Nunes, Luís; Dias, Cremildo; Cortez, José Paulo; Patrício, Maria Sameiro (2022). Pinheiro manso (Pinus pinea L.): uma espécie com potencial para a Terra Quente Transmontana. In Maria Alice Pinto, Maria Emilia Silva, Joao Carlos Azevedo, Miguel Sequeira, Nuno Ribeiro, Paulo Fernandes, Paulo Mateus, Susana Dias (Eds.) 9º Congresso Florestal Nacional: Livro de Resumos. Funchal
Publisher
Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais