Repository logo
 
Publication

Culturas, Identidades e Litero-Línguas Estrangeiras. Atas do II Colóquio Internacional de Línguas Estrangeiras (CILE)

dc.contributor.authorDotras Bravo, Alexia (Ed.)
dc.contributor.authorAlves, Ana M. (Ed.)
dc.contributor.authorMartins, Cláudia (Ed.)
dc.contributor.authorSilva, Elisabete Mendes (Ed.)
dc.contributor.authorChumbo, Isabel (Ed.)
dc.date.accessioned2019-09-03T09:49:45Z
dc.date.available2019-09-03T09:49:45Z
dc.date.issued2019
dc.description.abstractDestacarmos a comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante leva-nos a recordar a revolução cultural, intelectual e política que dela irrompeu. É indiscutível que a Reforma edifica um dos acontecimentos decisivos na história da Europa e do mundo, tendo influenciado profundamente a perceção teológica, histórica, mental e política da cultura ocidental em geral. O ideário da Reforma teve implicações não apenas religiosas, mas igualmente políticas, sociais, culturais e linguísticas, revestidas de um pendor revolucionário na medida em que a extensão das suas consequências foi vastíssima, patente, por exemplo, na criação da ideia de nação protestante, nacionalista e, sobretudo, baseada no sistema erastiano (e.g. a Grã-Bretanha). Por outro lado, gerou uma bipolarização no mundo, devido a  Contrarreforma, liderada por Espanha e Filipe II, de cariz católico e tradicionalista, embora a ideia inicial fosse também uma transformação da Igreja. Considerado um dos precursores do Iluminismo e da democracia, Lutero criou os alicerces para o conceito de cidadão responsável. Não descobrindo a liberdade moderna, intensificou a dialética em que a liberdade é reconhecível como um processo ambíguo. Associado ao humanismo, transformou a visão do homem dando maior ênfase a  liberdade e responsabilidade do indivíduo, criando uma base para a participação social e política e imputando ao estado a responsibilização na educação escolar. Deixou uma marca profunda na sociedade, dando impulsos importantes no âmbito do ensino, da música, das artes e da língua com a tradução da Bíblia, promovendo assim um fortalecimento do diálogo intercultural para a aproximação das Culturas. Ainda que numa época e contexto muito específicos, terá sido, como sublinha Timothy Garton Ash, criador deste neologismo (Herspring, 1994), uma Refolução, isto é, um processo de alteração política, social e económica que combina simultaneamente elementos da reforma, ou modificações estruturais, e elementos da revolução. Em vez de destruir totalmente os antigos sistemas, os novos sistemas políticos democráticos baseiam-se naqueles não só em termos de estrutura, como de pessoas. Este autor pretendia referir-se a  Europa de Leste, nomeadamente Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria. Posteriormente, o neologismo passou a ser igualmente aplicado a s primaveras árabes (cf. Keane, 2011). Esta amálgama acaba por ser “uma recusa radical da escolha entre revolução e reforma”, termos estes que se podem apresentar como particularmente sensíveis em determinadas culturas, devido a  violência que ocorreu nas respetivas histórias nacionais e/ou locais. A palavra cunhada pretende afastar-se da violência inerente a s revoluções, uma vez que as primaveras árabes, neste caso, se distinguiram pela recusa de os intervenientes enveredarem por reações violentas, típicas da lógica revolucionária. Outros aspetos distintivos residem na atenção colocada a  civilidade, ou seja, no significado estratégico que a construção e defesa do espaço público implicam, manifesta, por exemplo, na integração de várias crenças religiosas no mesmo espaço, entre outros. A Reforma Luterana, começando por representar um grito de protesto contra os abusos da Igreja Católica, acabou por ter implicações revolucionárias em todas as áreas da vida humana que não apenas no campo religioso. Na senda da defesa contínua da liberdade humana e da proteção dos direitos fundamentais da humanidade, estes movimentos reformistas, com pendor revolucionário, têm a missão de renovar conceitos, ideias e valores que (refutam e) se impõem a paradigmas existentes. Desde 1517 a 2017, o mundo viu-se confrontando com alterações substanciais que moldaram o mundo, de Ocidente a Oriente. A sucessão de diferentes paradigmas ao longo dos tempos convocou em lugares e momentos distintos valores e ideias, cujo poder mobiliza culturas e gera conquistas ou fracassos. Os trabalhos apresentados cumpriram, em número e qualidade, os objetivos e desafios inicialmente propostos. As áreas da cultura, da literatura, da tradução e da língua estiveram em destaque, abordando temas como o ensino das línguas e as novas propostas didáticas; a importância das primeiras traduções da bíblia como elemento reformista, mas ao mesmo tempo revolucionário, na estrutura social e política da Europa seiscentista e as implicações políticas, sociais e religiosas da Reforma, só para indicar alguns. Para nosso regozijo, as comunicações foram apresentadas em quatro línguas estrangeiras (LE), direta ou indiretamente: português (enquanto LE), inglês, espanhol e alemão. Podemos, pois, concluir que os resultados finais do colóquio ultrapassaram em larga medida as expectativas do nosso Departamento, pela diversidade e profundidade de temas trazidos ao debate, não apenas confinados à área das línguas estrangeiras, mas alargados a um espectro mais abrangente que é a área das humanidades.pt_PT
dc.description.versioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpt_PT
dc.identifier.citationDotras Bravo. Alexia; Alves, Ana Maria; Martins, Cláudia Susana Nunes; Silva, Elisabete Mendes; Chumbo, Isabel (Eds.) (2019). Culturas, Identidades e Litero-Línguas Estrangeiras. Atas do II Colóquio Internacional de Línguas Estrangeiras (CILE). Bragança: Instituto Politécnico. ISBN 978-972-745-263-7pt_PT
dc.identifier.doi10.34620/2cile.2019
dc.identifier.isbn978-972-745-263-7
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10198/19523
dc.language.isoengpt_PT
dc.peerreviewedyespt_PT
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0/pt_PT
dc.titleCulturas, Identidades e Litero-Línguas Estrangeiras. Atas do II Colóquio Internacional de Línguas Estrangeiras (CILE)pt_PT
dc.typebook
dspace.entity.typePublication
person.familyNameDotras Bravo
person.familyNameAlves
person.familyNameMartins
person.familyNameSilva
person.familyNameChumbo
person.givenNameAlexia
person.givenNameAna M.
person.givenNameCláudia
person.givenNameElisabete Mendes
person.givenNameIsabel
person.identifier.ciencia-id8618-DFA2-3189
person.identifier.ciencia-idB21B-1565-793B
person.identifier.ciencia-id5E13-B7EA-F261
person.identifier.ciencia-idEE12-AC24-227B
person.identifier.ciencia-id911C-4C10-34F8
person.identifier.orcid0000-0001-5851-765X
person.identifier.orcid0000-0001-7762-2092
person.identifier.orcid0000-0002-3388-2340
person.identifier.orcid0000-0002-1782-2567
person.identifier.orcid0000-0002-9630-2905
person.identifier.scopus-author-id55681324600
person.identifier.scopus-author-id57214068155
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typebookpt_PT
relation.isAuthorOfPublicationb84a2cbd-aab6-4436-aaab-befe4b39da34
relation.isAuthorOfPublication06472333-82c6-4a77-bb9a-c3bf496f8db2
relation.isAuthorOfPublication4be85f99-b17e-4516-ae3d-b35381902076
relation.isAuthorOfPublicationc6cfeddd-2444-47cd-bd74-1da763a86608
relation.isAuthorOfPublicationa49f93c3-f07d-4c75-802f-8fecff68ccac
relation.isAuthorOfPublication.latestForDiscoverya49f93c3-f07d-4c75-802f-8fecff68ccac

Files

Original bundle
Now showing 1 - 1 of 1
No Thumbnail Available
Name:
2017 ebook II CILE Livro de Atas.pdf
Size:
936.79 KB
Format:
Adobe Portable Document Format
License bundle
Now showing 1 - 1 of 1
No Thumbnail Available
Name:
license.txt
Size:
1.75 KB
Format:
Item-specific license agreed upon to submission
Description:

Collections