ESSa - Dissertações de Mestrado Alunos
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Browsing ESSa - Dissertações de Mestrado Alunos by Sustainable Development Goals (SDG) "04:Educação de Qualidade"
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- Importância Atribuída à Participação da Família na Prestação de Cuidados - Atitudes dos EnfermeirosPublication . Mendes, Maria Cristina Pinto; Brás, Manuel Alberto; Machado, Dora Margarida RibeiroA participação da família nos cuidados de saúde assume um papel de destaque na literatura e na prática da enfermagem, justificado pela interconexão com os diversos aspetos que influenciam a qualidade e a humanização da prestação de cuidados. Este estudo teve como objetivo principal relacionar a formação em enfermagem comunitária, na área de enfermagem de saúde familiar com perceção das atitudes dos enfermeiros em relação à importância da participação da família nos cuidados. Apoiamo-nos numa metodologia quantitativa, estudo observacional descritivo, correlacional e transversal, tendo como população alvo os enfermeiros que exercem funções em Portugal. Para seleção da amostra recorreu-se à técnica de amostragem não probabilística por redes (“bola de neve"). Para colheita de dados, foi disseminado, entre 5 de dezembro de 2023 até 1 de abril de 2024, um questionário online, dividido em duas partes: caracterização sociodemográfica e profissional da amostra e escala da importância das famílias nos cuidados de enfermagem - atitudes dos enfermeiros (IFCE-AE). O estudo teve parecer favorável da comissão de ética do Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Obtiveram-se 1007 respostas, validando-se 989. Os dados foram tratados com recurso ao suporte informático, R® versão 4.2.1. Da análise dos dados verificou-se que os enfermeiros da amostra possuem perceção de atitudes de suporte em relação às famílias e promovem a sua inclusão nos cuidados de enfermagem (81,49, em 104 pontos possíveis na escala). Também se identificou uma correlação significativa entre as variáveis sociodemográficas (estado civil, sexo, região onde exerce funções e idade), profissionais (local de trabalho, categoria profissional, tempo de serviço profissional, tempo de serviço na categoria profissional e experiência em cuidados de saúde primários), formação (habilitações literárias, especialidade e formação em Enfermagem de Saúde Familiar) e de contexto (experiência como cuidador) e a perceção das atitudes dos enfermeiros em relação à participação da família nos cuidados. Verificou-se uma relação estatisticamente significativa do variável sexo, com a perceção das atitudes nas dimensões 1 “parceiro dialogante e recurso a coping” (p=0,028), 2 “Família recurso nos cuidados de enfermagem” (p=0,032) e no score total (p=0,025). Em relação à idade, verificaram-se diferenças significativas nas dimensões 1 “parceiro dialogante e recurso a coping” (p<0,001), 2 “família recurso nos cuidados de enfermagem” (p=0,004), 3 “família como um fardo” (p<0,001) e no score total (p=0,009). O estado civil dos enfermeiros também apresentou diferenças estatisticamente significativas na perceção das atitudes em relação às dimensões 1 “parceiro dialogante e recurso a coping” (p=0,0003) e 3 “família como um fardo” (p<0,001). Quanto ao local de trabalho, verificaram-se diferenças significativas em todas as dimensões e no score total (p<0,001). O tipo de especialidade dos enfermeiros obteve uma relação significativa com a perceção das atitudes nas dimensões 1 “parceiro dialogante e recurso a coping”, 2 “família recurso nos cuidados de enfermagem” e no score total (p<0,001). Os enfermeiros com formação na área de Enfermagem de Saúde Familiar demonstraram ter uma perceção das atitudes mais favoráveis em comparação com os enfermeiros que não detêm essa formação, conforme evidenciado pelos scores médios (D1: 41,5; D2: 34,9; D3: 7,5; e score total: 83,8). Os resultados indicam ainda que ser cuidador de um familiar num processo de doença prolongado relaciona-se significativamente com a perceção das atitudes dos enfermeiros, nas dimensões 1 “parceiro dialogante e recurso a coping” (p=0,002), 2 “família recurso nos cuidados de enfermagem” (p=0,013) e no score total (p=0,005). Não foi observada relação estatisticamente significativa entre o apoio familiar e a perceção das atitudes dos enfermeiros sobre a importância da participação da família nos cuidados (p>0,05), nem entre o tipo de formação e a perceção dessas atitudes. Também se verificou que a experiência em cuidados de saúde primários não se relaciona com a perceção das atitudes dos enfermeiros em ambiente hospitalar, mas sim trabalhar em ambiente hospitalar ou unidades de cuidados de saúde primários. Este estudo parece evidenciar a importância da formação na área de saúde familiar, na perceção das atitudes dos enfermeiros, uma vez que os resultados apontam para uma influência positiva da formação para a inclusão da família durante a prestação de cuidados, quando comparado com enfermeiros sem formação na área.