Teses de Mestrado ESSa
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Browsing Teses de Mestrado ESSa by Field of Science and Technology (FOS) "Ciências Médicas::Biotecnologia Médica"
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- Desenvolvimento de conservantes de base natural para a indústria alimentarPublication . Vilanculo, Edson Miguel; Alves, Maria José; Heleno, Sandrina A.O uso de aditivos conservantes nos produtos alimentares é extremamente importante para garantir a segurança e qualidade dos alimentos, contudo, existe uma grande preocupação com a quantidade de substâncias químicas que lhes são adicionadas. Atualmente, a preferência dos consumidores tem recaído sobre produtos alimentares com baixo teor de aditivos e, quando possível, aditivos naturais, pois são considerados pelo consumidor como elementos menos prejudiciais à saúde. Além disso, verifica-se que é cada vez mais importante a ingestão de alimentos ricos em minerais na dieta diária, visto que, são microelementos que participam em diferentes processos metabólicos dos seres vivos. Desta forma, o objetivo deste trabalho consistiu no desenvolvimento de potenciais ingredientes conservantes naturais para indústria alimentar através da formulação de sinergismos entre sais da água termal e extratos da flor de castanheiro e alecrim, com posterior incorporação das formulações em sumos naturais de melancia. Foram determinadas as propriedades bioativas (atividade antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória e citotóxica) dos extratos naturais e dos sais da água termal; o perfil fenólico dos extratos e o conteúdo mineral dos sais. Foram definidos diferentes sinergismos (50:50, 20:80, 80:20, 40:60, 60:40), que foram sujeitos a uma caracterização bioativa, fenólica e mineral. Após a seleção dos sinergismos mais promissores, estes foram incorporados num sumo de melancia que foi sujeito a um controlo nutricional, mineral, físico-químico e microbiano ao longo de 5 dias. Os extratos revelaram um conteúdo interessante em compostos fenólicos e os sais da água termal são ricos em minerais. O sinergismo de 20% de sais de água termal com 80% de extrato de flor de castanheiro e o de 20% de sais de água termal com 80% de extrato de alecrim revelaram ter um maior potencial bioativo, sendo selecionados para incorporação nos sumos. Após 5 dias de tempo de prateleira verificou-se que o perfil nutricional, mineral e físico-químico dos sumos não sofreu alterações significativas. Também se verificou que não houve crescimento de microrganismos ao longo dos 5 dias, o que comprova a eficácia dos ingredientes naturais desenvolvidos. No entanto não foi possível corroborar o efeito conservante das formulações, encontrando-se em curso análises dos sumos por um período maior. No entanto, o sumo desenvolvido pode ser considerado um alimento funcional, devido ao seu fortalecimento com sais provindos da água termal, um produto relevante e inovador para a indústria alimentar.
- A realidade virtual como ferramenta para a reabilitação psicossocial e de sintomas negativos na desordem do espectro da esquizofreniaPublication . Fonseca, Jessica Dayane Oliveira; Novo, André; Fernandes, HélderA saúde mental tem sido alvo de mais atenção nos últimos tempos, cada vez mais pessoas são diagnosticadas com algum tipo de doença mental, economicamente falando os custos destas patologias foram de cerca de 2,5 mil milhões de dólares em 2010, representando assim mais custos do que as doenças crónicas como o cancro ou a diabetes e espera-se que estas estimativas dupliquem até 2030. A esquizofrenia, por sua vez, é uma das doenças psiquiátricas mais comuns no mundo e mesmo após anos de investigação ainda existem lacunas no tratamento farmacológico dos sintomas apresentados, transferindo assim uma grande responsabilidade para a reabilitação destes pacientes. A realidade virtual (RV) tem sido considerada como um método de reabilitação promissor para algumas doenças psiquiátricas. Desta forma, é extremamente importante analisar o impacto destas intervenções, bem como compreender o nível de conhecimento dos futuros profissionais sobre o assunto. OBJETIVOS: Analisar e comparar o efeito da RV na reabilitação dos sintomas negativos do espectro da esquizofrenia. MÉTODOS: Foram realizados dois estudos. O primeiro foi uma revisão sistemática da literatura, onde foram realizadas pesquisas entre julho e agosto de 2021, nas bases de dados Web of Science, Scopus e PubMed. O segundo estudo foi um estudo de observação descritiva transversal, as respostas foram recolhidas através de um inquérito entre 06 e 25 de janeiro de 2022. A população da amostra era de adultos e estudantes do Instituto Politécnico de Bragança. RESULTADOS: Na revisão sistemática, as pesquisas resultaram em 201 registos, mas apenas 4 preencheram os critérios de elegibilidade. A maior limitação desta parte do trabalho foi o pequeno número de estudos que preencheram todos os critérios pré-estabelecidos, mas ainda foi possível observar o efeito positivo da intervenção com RV sobre a sintomatologia negativa da esquizofrenia. No segundo estudo, foram recolhidas as respostas de 216 estudantes de três cursos do Instituto Politécnico de Bragança, foram realizadas análises estáticas e comparadas variáveis a fim de avaliar as suas percepções e conhecimentos sobre a RV, bem como as suas crenças sobre doenças mentais. CONCLUSÕES: A realidade virtual aplicada à reabilitação da sintomatologia negativa na desordem do espectro da esquizofrenia mostrou ser uma intervenção com um enorme potencial com efeitos médios a grandes, contudo, os estudantes mostraram pouco conhecimento sobre o assunto e alguma preocupação sobre a nocividade da tecnologia, mas mostraram acreditar no potencial da técnica e na capacidade dos pacientes de receberem intervenções com esta tecnologia.
- Valorização de casca de marmelo como fonte de fibra e compostos bioativos: otimização da extração e avaliação de bioatividadesPublication . Pereira, Alexis; Pinela, José; Barros, Lillian; Nogueira, António José M.O marmelo é o fruto de Cydonia oblonga Mill., um membro da família da maçã e da pera (Rosaceae). Este não é apreciado cru devido à sua dureza, amargura e adstringência, mas é amplamente processado noutros produtos alimentares, como a marmelada, sendo a casca ou epicarpo descartado sem valor comercial. Como tal, este trabalho surgiu com o objetivo de avaliar o potencial deste subproduto ser integrado na cadeia de valor alimentar sob a forma de ingredientes alimentares ricos em compostos bioativos e fibra alimentar. Para alcançar este objetivo, foi implementado um desenho de composto central rotativo (DCCR) acoplado à metodologia de superfície de resposta (RSM), combinando as variáveis independentes tempo (1–119 min), temperatura (25–94 °C) e proporção de etanol (0–100%) numa matriz de 20 execuções. Após processamento da amostra, os sobrenadantes das extrações foram denominados de extratos bioativos (EB) e os resíduos sólidos de extratos concentrados em fibra (ECF), sendo a casca de marmelo totalmente aproveitada. Os rendimentos de extração foram determinados por gravimetria e, enquanto os EB foram caracterizados quanto à sua composição em compostos fenólicos, ácidos orgânicos e açúcares livres usando diferentes técnicas de cromatografia líquida, os ECF foram analisados quanto à sua cor e teores de fibra alimentar usando um colorímetro e um método enzimático-gravimétrico, respetivamente. Os resultados experimentais foram usados como variáveis dependentes (ou de resposta) e ajustados a uma equação polinomial quadrática para obtenção de modelos teóricos, os quais foram validados com base em diferentes critérios estatísticos (e.g., R2, R2Adj e falta de ajuste). Estes traduziram as tendências de extração e permitiram determinar as condições ótimas de extração. Os rendimentos de extração de EB e ECF contrabalançaram e variaram de 34,47 a 67,09% (m/m) e de 39,82 a 65,52% (m/m), respetivamente. No EB foi possível identificar 17 compostos fenólicos, incluindo 6 ácidos fenólicos, 9 flavan-3-óis e 2 flavonóis glicosilados, os ácidos oxálico, quínico e málico e os açúcares frutose, glucose e sacarose. O teor total de compostos fenólicos variou de 6,5 a 10,13 mg/g EB. No ponto central do desenho, os flavan-3-óis e os ácidos fenólicos representaram 40,3% e 34,6% da fração fenólica, respetivamente, e os flavonóis corresponderam a 25,1%. Entre os ácidos orgânicos detetados, o ácido málico foi o mais abundante (representando mais 95% do total de ácidos orgânicos), com teores chegando a 6,97 g/100 g EB. Assim, a casca de marmelo surgiu como uma fonte alternativa deste composto utilizado no setor alimentar e farmacêutico. Quanto aos açúcares, a frutose foi o mais abundante (60-79%), seguido pela glucose (11-25%). Estes dois açúcares redutores juntamente com a sacarose representaram 44 a 62,8% dos EB obtidos e, como esperado, os teores mais baixos estiveram associados ao uso de maiores proporções de etanol. Os modelos preditivos permitiram determinar as condições ótimas de processamento para o rendimento de EB (66,4 min, 28,4 ºC e 42,6% de etanol), compostos fenólicos (64,2 min, 88 ºC e 0% etanol) e ácido málico (87,7 min, 92,7 ºC e 54,4% etanol) que permitiram alcançar valores de respostas de 69 ± 2% (m/m), 10,6 ± 0,2 mg/g EB e 7,9 ± 0,3 g/100 g EB, respetivamente. Para os ECF, as maiores proporções de etanol estiveram associadas a maiores rendimentos, mas a menores teores de fibra alimentar (a qual representou 52,5-65,6% dos ECF), o que provavelmente se deveu à maior extração de açúcares solúveis. Além disso, quanto maior a percentagem de açúcares, mais claros (valores de L* mais elevados) foram os ECF. Pelo contrário, os ECF com maior proporção de fibra foram mais escuros, o que também poderá ter resultado do processamento a alta temperatura com 20–50% de etanol. A obtenção de ECF foi promovida por 69,1 min de extração a 61,3 ºC, usando 99,9% de etanol. Já o teor máximo de fibra alimentar (67 ± 1 g/100 g ECF) esteve associado ao processamento a 92,2 ºC com 35,5% de etanol, enquanto o tempo não foi significativo para o intervalo estudado. As condições associadas a máximos de extração de compostos fenólicos e ácido málico foram seguidamente usadas para obtenção de extratos enriquecidos nestes compostos bioativos, o que permitiu validar experimentalmente os modelos preditivos com uma boa concordância entre dados teóricos e experimentais. Depois disso, o potencial conservante destes extratos foi avaliado pela medição da sua atividade antioxidante via inibição da peroxidação lipídica e da hemólise oxidativa e potencial antimicrobiano contra bactérias e fungos associados a contaminações alimentares. Os extratos destacaram-se em vários aspetos comparativamente a aditivos alimentares usados como controlo positivo, principalmente os enriquecidos em ácido málico. Este trabalho mostrou que é possível valorizar a casca de marmelo em ingredientes alimentares bioativos e funcionais, seguindo uma estratégia de “desperdício zero”.