ESA - Capítulos de Livros
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Browsing ESA - Capítulos de Livros by Author "Caria, Telmo"
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- Aplicação do modelo de análise do trabalho profissional burocrático ao trabalho social no terceiro sectorPublication . Caria, Telmo; Pereira, Fernando A.Neste capítulo continuaremos a aprofundar e explicitar os contornos da relação entre os tipos de TPB com as organizações do terceiro sector social e, de forma articulada, apresentamos e discutimos os pressupostos metodológicos seguidos no estudo empírico realizado, aplicado ao caso das ONL envolvidas no trabalho social. Na parte final do capítulo começaremos a apresentar uma parte dos resultados que obtivemos sobre o trabalho profissional neste sector, salientando as configurações do TPB, quanto às suas dimensões de organização e de orientação das finalidades da atividade, e quanto aos conteúdos do trabalho social.
- Constrangimentos e subjetividades do trabalho social na configuração do trabalho profissional burocráticoPublication . Caria, Telmo; Pereira, Fernando A.As teorias sociais sobre o profissionalismo e a profissionalização, desenvolvidas pela tradição de investigação anglo-americana, tenderam a considerar o trabalho profissional em serviço social como uma “semiprofissão” (Macdonald, 1995; Henriquez, 1999). Esta interrogação sobre o valor relativo da profissionalização em trabalho e serviço social tanto pode ser encontrada nas teorias sociais funcionalistas que idealizam atributos abstratos para distinguir as profissões institucionalizadas em ordens profissionais dos restantes grupos profissionais, como pode ser encontrada nas teorias sociais weberianas que identificam as propriedades sociais e históricas que permitem o desenvolvimento de um maior poder simbólico nos grupos profissionais de trabalho social (Weiss-Gal & Welbourne, 2007).
- O sistema de profissões no trabalho social: trabalho de equipa, formação e jurisdições profissionaisPublication . Caria, Telmo; Loureiro, Armando; Costa, Isabel; Pereira, Fernando A.; César, FilipaAs condições sociais de incerteza e flexibilidade em que hoje se desenvolve o trabalho profissional, como foi referido no capítulo 3, podem facilmente gerar conflitos nas fronteiras que separam as diferentes profissões (conflitos de jurisdições na relação entre conhecimento e trabalho), gerar obstáculos ao reconhecimento da expertise e gerar pressões para a intermutabilidade das tarefas e das formações. Esta colocação do problema das relações interprofissionais é inspirada numa abordagem, como vimos, baseada numa lógica em que o poder profissional é visto como dependente de uma perspetiva histórica dos processos de controlo institucional que cada profissão desenvolve sobre a oferta de trabalho, pressupondo que existe apenas a intencionalidade estratégica de procurar o fechamento e o monopólio do mercado contra os restantes grupos profissionais rivais.
- O trabalho profissional burocrático: construção do modelo de análise para o terceiro sector socialPublication . Caria, Telmo; Pereira, Fernando A.; Silva, MargaridaAtualmente, a Sociologia das Profissões, de origem anglo-saxónica e inspiração neoweberiana, abandonou a discussão sobre os critérios que podem definir o ideal tipo de profissão (Sacks, 2010). Contudo, continua a colocar a hipótese do profissionalismo resistir à lógica das organizações burocráticas, especialmente quando estas dependem, funcional e institucionalmente, da autoridade legal do Estado (Noordegraaf, 2007). Em consequência, continua-se a reproduzir uma explicação sobre a profissionalização do trabalho na base da existência de uma potencial dicotomia entre burocracias e profissões. Isto é, uma perspetiva de análise que legitimou, e legítima, dois modelos de explicação para o poder profissional: o modelo continental e o modelo liberal (Sciulli, 2005). No entanto, reconhece-se que na Europa Ocidental, primeiro devido ao desenvolvimento do Estado Providência e depois devido ao desenvolvimento da New Public Management (NPM) há uma progressiva convergência histórica na análise sobre o poder das profissões que tende a superar as divergências existentes (Svensson e Evetts, 2010). Esta convergência histórica pode ter uma fundamentação teórica weberiana. Burocratização e profissionalização podem ser vistos como dois fenómenos que coexistem e que se reforçam mutuamente no quadro de processos de racionalização da vida social, embora se reconheça que ambos podem ser considerados como modalidades diferenciadas de ação racional e que o princípio da colegialidade profissional possa ser parcialmente subsumido pela lógica organizacional (Waters, 1989; 1993). Do nosso ponto de vista, burocracia e profissão podem ser compatíveis, porque partimos do pressuposto que um dos critérios que melhor descreve o desenvolvimento histórico do trabalho profissional é a existência de grupos profissionais que, no fundamental, devem o seu estatuto social a uma educação escolar e científica prolongada e à posse de um diploma de ensino superior, ou seja: um trabalho qualificado baseado em ciência e em conhecimento abstrato (Brante, 2010; Abbott, 1988; Champy, 2011; Caria, 2005, 2006, 2012). Na atualidade, os conceitos de ‘burocracia profissional’, de ‘pós-burocracia’, de ‘profissionalismo organizacional’ e de “legitimação da institucionalização racional das organizações” (Mintzberg, 1979; Johnson et al. 2009; Evetts, 2012; Meyer e Rowan, 1977) são bons exemplos de possibilidades analíticas disponíveis para perceber as modalidades de coexistência das burocracias com as profissões nas sociedades capitalistas. O desenvolvimento mais recente da NPM permite especificar esta coexistência em organizações do terceiro sector que têm parcerias para o desenvolvimento de trabalho de serviço social, no âmbito das políticas e programas do Estado Providência, numa sociedade pós-industrial (Bezes, et al. 2011; Evers, 1995; Salomon e Anheier, 1998). Neste capítulo desenvolvemos o conceito de trabalho profissional burocrático (TPB) procurando encontrar um modelo de análise que permita entender as diferentes configurações da profissionalização do trabalho por relação com a diversidade histórica das formas de racionalização das organizações, geralmente designadas como burocratização (Heydebrand, 1989).
- Trajetórias e contextos de trabalho social: uma abordagem comparativa em Serviço SocialPublication . Pereira, Fernando A.; Caria, Telmo; Biltes, RaquelNeste capítulo, mais do que encontrar regularidades sociais e/ou simbólicas, procura-se, por via da significação e da reflexividade dos profissionais sobre a sua experiência socio-organizacional de trabalho e sobre a sua trajetória profissional, entrar no pormenor e no detalhe de compreender o modo como se desenvolve o espaço social de construção intersubjetiva das profissões sociais, dando para isso voz aos assistentes sociais. Procuramos compreender como é que um potencial sistema de regularidades entre profissões e organização do trabalho de equipa se transforma em configurações contextuais e individuais, incluindo: significações sobre a mobilidade na carreira, sobre os tipos de utentes dos serviços, sobre funções e relações de trabalho hierárquicas e em equipa e sobre os tipos de tarefas e conteúdos de trabalho, entre outros. De igual modo, procuramos perceber como é que condições da prática, prescrições simbólicas para a ação e medidas macro de política social (que se apresentam e são reconhecidas como constrangimentos externos à acção profissional) acabam por coexistir com a construção intersubjectiva de contextos de trabalho suportados pelas práticas, pela interacção social, e pela linguagem e crenças dos profissionais.