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Abstract(s)
Dizia já Durkheim (1922) que educar envolvia uma geração de adultos que sabe,
outra de jovens que aprende e um processo entre eles. É este processo que é
problemático: os conteúdos e as formas em que acontece definem-se conforme
conjunturas que dão os limites do que se ensina e como se ensina. As variadas formas
de ensinar que acontecem de cultura para cultura., bem como dentro de uma sociedade
em épocas históricas diferentes, são uma prova da proposta anterior. Mas, talvez, o que
é variável na processo educativo é o seu próprio objecto e o entendimento dele por
parte de geração de adultos e da geração de jovens. Uma sociedade jamais é
homogénea, embora o processo educativo tenha por objectivo homogeneizar em
algumas delas; as sociedades, pode talvez dizer-se, pensam que numa altura da vida
dos seus jovens podem pô-los todos no mesmo nível do saber, enquanto noutras
especializam-nos segundo as funções que definem o sistema classificatório das
pessoas. Ao mesmo tempo pode dizer-se que, se este fenómeno classificatório existe,
há também conhecimentos diversificados que coexistem com ele nas sociedades
hierárquicas, enquanto que as que conservam a sua memória histórica por meio de
anotar pela escrita a sua experiência, acabam por ter épocas diversas cuja coexistência
permite que as suas instituições ensinem conteúdos diversos. À frase de Durkheim
talvez se possa contrapor a conversa que tinha eu e um dos meus colaboradores com
uma rapariga reputadamente má para a aprendizagem escolar, numa aldeia que estudo
em Portugal: Fernanda- perguntámos- se a 5 retirarmos 3 quanto fica? A questão foi
colocada em português de criança e local, pelo meu colaborador, mas mesmo assim não
foi entendida.
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Keywords
Escrita Oralidade
Citation
Iturra, Raul (1989). A descontinuidade entre a escrita e a oralidade na aprendizagem. Bragança: Instituto Politécnico. (Série Estudos)