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Gestão da dor no doente crítico: atitudes, perceções e conhecimentos dos enfermeiros
| datacite.subject.fos | Ciências Médicas::Ciências da Saúde | |
| datacite.subject.sdg | 03:Saúde de Qualidade | |
| datacite.subject.sdg | 04:Educação de Qualidade | |
| dc.contributor.advisor | Baptista, Gorete | |
| dc.contributor.author | Fernandes, Ana Catarina Diegues | |
| dc.date.accessioned | 2025-11-05T11:20:42Z | |
| dc.date.available | 2025-11-05T11:20:42Z | |
| dc.date.issued | 2025 | |
| dc.description.abstract | Este relatório tem como objetivo refletir sobre o desenvolvimento das competências do enfermeiro especialista em enfermagem médico-cirúrgica, com foco no cuidado à pessoa em situação crítica. Além disso, inclui uma investigação sobre a gestão da dor no doente crítico, analisando as atitudes, perceções e conhecimentos dos enfermeiros sobre este tema. A primeira parte do relatório aborda o desenvolvimento de competências do enfermeiro especialista e mestre, destacando a importância da prática clínica para consolidar conhecimentos teóricos. Foram realizados três estágios clínicos em Unidade Local de Saúde - PPCIRA, Serviço de Medicina Intensiva e Urgência Médico-Cirúrgica, onde foram realizadas atividades fundamentais na aquisição de saberes para o desenvolvimento das competências fundamentais de enfermagem especializada na abordagem ao doente crítico. Durante esses estágios, de forma especifica e voltada para a temática de investigação em apreço, houve oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre a gestão da dor, compreender a importância da sua avaliação sistemática e contínua e reconhecer as intervenções autónomas que podem ser aplicadas para minimizar o desconforto dos doentes. A dor é considerada pela Direção-Geral de Saúde (DGS) como o 5º sinal vital, sendo essencial a sua correta valorização e monitorização. Em Serviços de Medicina Intensiva, onde os doentes enfrentam quadros complexos de falência orgânica e recuperação difícil, a dor pode ser negligenciada, especialmente em pacientes sedados, que possuem dificuldade em comunicar. A avaliação e reavaliação contínua da dor, através de instrumentos validados e do registo detalhado das intervenções, é crucial para uma gestão mais eficaz e para evitar complicações como sofrimento desnecessário, impactos psicológicos negativos e atraso na recuperação funcional. Assim, a segunda parte do relatório refere-se à investigação realizada sobre a gestão da dor no doente crítico. Foi conduzido um estudo analítico, transversal e quantitativo, com uma amostra de 44 enfermeiros do Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE). Os dados foram recolhidos por meio de um questionário, aplicado nos meses de novembro e dezembro de 2023, respeitando os princípios éticos da investigação. A análise estatística foi realizada com o software IBM SPSS Statistics 26.0. Os resultados demonstraram que a formação dos enfermeiros na área da gestão da dor ainda é insuficiente: apenas 9,1% dos inquiridos frequentaram formação específica sobre dor no doente crítico, e 4,5% receberam formação geral na área da dor. Quanto à avaliação da dor, os instrumentos mais utilizados são as escalas de BPS (81,8%) e EN (77,3%). No entanto, apenas 9,1% dos enfermeiros avaliam a dor apenas quando o doente se queixa, o que sugere que a avaliação pode não ser sistemática. 79,5% dos enfermeiros avaliam a dor durante procedimentos invasivos, 77,3% quando o doente está sedado e 70,5% durante o posicionamento do paciente. A reavaliação da dor também apresenta fragilidades. Apenas 15,9% dos enfermeiros realizam a reavaliação a cada duas horas, sendo que 81,8% a realizam apenas uma hora após a administração de analgesia, 88,6% quando o doente refere dor, 79,5% após procedimentos invasivos e 75% após o reposicionamento do paciente. Apesar disso, verificou-se que os enfermeiros aplicam estratégias autónomas e interdependentes para a gestão da dor, o que indica que há conhecimento sobre o tema, mas a prática pode ser melhor estruturada. Quanto ao sistema de informação PaTIENT.CARE©, os enfermeiros consideram não pertinente a obrigatoriedade da avaliação da dor a cada duas horas, mas apoiam o registo obrigatório da localização, tipo de dor, irradiação e causa sempre que a dor é avaliada. Além disso, valorizam a associação do score da dor às intervenções autónomas de enfermagem. A análise estatística revelou associações significativas entre a valorização das queixas do doente e a perceção sobre o sistema de registos. Foi observado que os enfermeiros que consideram importante o registo sistemático da dor também tende a avaliar e reavaliar a dor de forma mais regular, em vez de apenas quando o doente está sedado ou analgesiado. Estes dados reforçam a importância da sensibilização dos profissionais para a necessidade de uma gestão contínua e estruturada da dor. Em conclusão, destaca-se que os estágios desempenharam um papel fundamental na aquisição e consolidação de competências do enfermeiro especialista, permitindo a aplicação prática dos conhecimentos teóricos adquiridos. Relativamente à investigação, conclui-se que os enfermeiros demonstram atitudes positivas na gestão da dor, mas há necessidade de maior investimento na formação profissional. A padronização da avaliação e reavaliação da dor, aliada a uma formação contínua, é essencial para garantir uma gestão eficaz da dor no doente crítico e, consequentemente, melhorar a qualidade dos cuidados prestados. | por |
| dc.description.abstract | This report aims to reflect on the development of the competencies of the nurse specialist in medical-surgical nursing, with a focus on the care of critically ill patients. Additionally, it includes an investigation into pain management in critically ill patients, analyzing nurses’ attitudes, perceptions, and knowledge on the topic. The first part of the report addresses the development of the nurse specialist and master's level competencies, highlighting the importance of clinical practice in consolidating theoretical knowledge. Three clinical placements were carried out at a Local Health Unit – PPCIRA, the Intensive Care Unit, and the Medical-Surgical Emergency Department, where essential activities were undertaken for acquiring knowledge fundamental to the development of specialized nursing skills in the care of critically ill patients. During these placements, with a specific focus on the research theme in question, there was an opportunity to deepen knowledge about pain management, understand the importance of systematic and continuous pain assessment, and recognize autonomous interventions that can be applied to minimize patients’ discomfort. Pain is considered by the Direção Geral da Saúde (DGS) as the fifth vital sign, making its proper evaluation and monitoring essential. In Intensive Care Units, where patients face complex conditions of organ failure and difficult recovery, pain can be overlooked, especially in sedated patients who struggle to communicate. Continuous assessment and reassessment of pain, through validated tools and detailed documentation of interventions, are crucial for effective management and for avoiding complications such as unnecessary suffering, psychological harm, and delayed functional recovery. Thus, the second part of the report refers to the research conducted on pain management in critically ill patients. An analytical, cross-sectional, and quantitative study was carried out with a sample of 44 nurses from the Intensive Care Unit of the Local Health Unit of the Northeast (ULSNE). Data were collected through a questionnaire administered during November and December 2023, respecting ethical principles of research. Statistical analysis was performed using IBM SPSS Statistics 26.0. The results showed that nurse training in pain management is still insufficient: only 9.1% of respondents had attended specific training on pain in critically ill patients, and 4.5% had received general training in pain management. Regarding pain assessment, the most commonly used tools are the BPS scale (81.8%) and the EN scale (77.3%). However, only 9.1% of nurses assess pain solely when the patient complains, suggesting that assessment may not be systematic. About 79.5% of nurses assess pain during invasive procedures, 77.3% when the patient is sedated, and 70.5% during patient positioning. Pain reassessment also shows weaknesses. Only 15.9% of nurses reassess pain every two hours, while 81.8% do so one hour after analgesia administration, 88.6% when the patient reports pain, 79.5% after invasive procedures, and 75% after patient repositioning. Despite this, it was found that nurses apply both autonomous and interdependent strategies for pain management, indicating knowledge on the topic, although practice could be better structured. Regarding the PaTIENT.CARE© information system, nurses do not consider the mandatory two-hour pain assessment relevant but support the mandatory documentation of pain location, type, radiation, and cause whenever pain is assessed. Additionally, they value linking the pain score to autonomous nursing interventions. Statistical analysis revealed significant associations between the value placed on patients’ complaints and perceptions of the record-keeping system. It was observed that nurses who consider systematic pain documentation important also tend to assess and reassess pain more regularly, rather than only when the patient is sedated or receiving analgesia. These findings reinforce the importance of raising professional awareness about the need for continuous and structured pain management. In conclusion, the clinical placements played a key role in the acquisition and consolidation of specialist nursing competencies, allowing for the practical application of theoretical knowledge. Regarding the research, it is concluded that nurses show positive attitudes toward pain management, but there is a need for greater investment in professional training. Standardizing the assessment and reassessment of pain, alongside continuous education, is essential for ensuring effective pain management in critically ill patients and, consequently, improving the quality of care provided. | por |
| dc.identifier.tid | 204039657 | |
| dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10198/34953 | |
| dc.language.iso | por | |
| dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ | |
| dc.subject | Enfermeiros | |
| dc.subject | Gestão da dor | |
| dc.subject | Doente crítico | |
| dc.subject | Competências | |
| dc.subject | Formação | |
| dc.subject | Avaliação da dor | |
| dc.title | Gestão da dor no doente crítico: atitudes, perceções e conhecimentos dos enfermeiros | |
| dc.type | master thesis | |
| dspace.entity.type | Publication | |
| thesis.degree.name | Enfermagem Médico-Cirúrgica na área de Enfermagem à pessoa em Situação Crítica |
