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Abstract(s)
Com este trabalho pretendemos estudar as potencialidades ele
produção das tradicionais pastagens de montanha ("lameiros"), a sua
contribuição para a agricultura da região e para a conservação do meio
ambiente (solos), em comparação com a introdução de outras culturas pratenses
e forrageiras e até arbóreas, de modo a obter dados que justifiquem ou não a sua
manutenção.
Partindo ela caracterização da região em termos fisiográficos,
climáticos, pedológicos e de sistemas de agricultura, verificamos que estas
pastagens seculares de montanha se associam aos maiores efectivos de bovinos
e se distribuem por toda a faixa Oeste, Norte e Nordeste da Província, cujas
altitudes médias são superiores aos 700 m, daí o seu confinamento a zonas
ecológicas consideradas de montanha.
Os lameiros situam-se preferencialmente junto a linhas ele água ou
zonas edáficas naturalmente húmidas, beneficiando de regadio na sua totalidade
ou parcialmente, ocupando por conseguinte os melhores solos. Contudo, tendo
em atenção a variabilidade climática e de altitudes a que se situam, os diferentes
regimes ele utilização a que têm vindo a ser sujeitos e a disponibilidade de água,
são referidos e descritos os vários tipos ele lameiros.
Nessa perspectiva, estas pastagens são classificadas atendendo ao
regime de exploração predominante a que têm vindo a ser sujeitas, i1
disponibilidade ele água para rega ao longo do ano e ao seu enquadramento
fitossociológico, segundo TELES ( 1970). Desta inventariação florística são
destacadas as espécies com maior valor forrageiro para a alimentação animal
pertencentes às leguminosas, gramíneas e outras famílias de plantas, bem como
o seu recobrimento. Constata-se a existência ele espécies de gramíneas e
leguminosas com bom valor forrageiro e em percentagem suficiente, para que
o melhoramento destas pastagens se possa efectuar mantendo a vegetação
natural existente.
Faz-se uma apreciação crítica das técnicas culturais (regime de
exploração, regime hídrico e rega, limpeza e fertilização) aplicadas aos
lameiros, e da sua evolução. Focam-se os efeitos que elas têm na presença de
determinada vegetação espontânea e as alterações que provocam na sua
evolução e na produção, quando modificadas.
Em face destas relações, propõem-se modificações deste conjunto
de técnicas culturais com vista a melhorar a vegetação dos lameiros, ou seja, de
modo a aumentar a percentagem de recobrimento das espécies com melhor
valor forrageiro , baseados nomeadamente em dados obtidos na região e em
estudos feitos em condições semelhantes noutras regiões.
Salienta-se que o melhoramento deste conjunto de técnicas culturais
é imprescindível, quer quando se mantém a vegetação natural quer quando se
faz a sua destruição e se introduzem espécies melhoradas.
Para comparação faz-se a apresentação de produções obtidas em
pastagens e forragens instaladas na região, com as produções obtidas em
lameiros após fertilização mineral adequada, no período de Janeiro/Fevereiro-
Junho/Julho. Conclui-se que as produções das pastagens e forragens semeadas
Se situam entre as 6 e as 11 tde MS-ha-1, valores onde se enquadram as produções
obtidas nos lameiros sujeitos unicamente a fertilizações minerais adequadas,
ainda sem o melhoramento das restantes técnicas culturais.
Além disso, como resultado da comparação do valor nutritivo da
forragem obtida nestes lameiros e dos obtidos por outros autores neste tipo de
pastagens, com idênticos parâmetros fornecidos por algumas das principais
espécies melhoradas, verifica-se que os seus valores, em estados fenológicos
semelhantes, não diferem muito entre si. Esta indicação sugere-nos que a
qualidade das plantas semeadas pouco superior será à fornecida por esta
vegetação espontânea.
Em face destes dados e das limitações fisiográficas e edafo-climáticas
naturalmente impostas em zonas de montanha para a introdução de novas
culturas arvenses, arbustivas ou arbóreas, defendemos a manutenção destas
pastagens e o seu melhoramento. Com esta medida conservamos uma vegetação
natural rica em espécies, que podem vir a ser utilizadas na obtenção de plantas
melhoradas bem adaptadas à nossa região, controlamos a erosão, mantemos os
bons solos que a região possui e contribuímos para o aumento dos rendimentos
devidos à bovinicultura.
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Citation
Pires, Jaime; Pinto, Pedro Aguiar; Moreira, Nuno (1994). Lameiros de Trás-os-Montes: perspectivas de futuro para estas pastagens de montanha. Bragança: ESA. (Série Estudos; 29). ISBN 972-745- 025-3
Publisher
Instituto Politécnico de Bragança, Escola Superior Agrária