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- A construção de postverbais em portuguêsPublication . Rodrigues, Alexandra Soares; Rio-Torto, Graça Maria de Oliveira e SilvaA formação de postverbais no português é caracterizada tradicionalmente como decorrente de um processo subtractivo a que se chama “derivação regressiva”. Esta classificação é devida a uma visão concatenativa e superficial que confunde a base derivante com a forma citacional do verbo. Uma análise mais apurada permite esclarecer que a forma derivante dos postverbais é o radical do verbo a que se agrega um marcador de classe -o, -a ou -e (cap. 1). A existência de substantivos que partilham o mesmo radical com verbos e que exibem características formais semelhantes às dos postverbais, mas que o não são, conduz à necessidade de encontrar critérios que possibilitem a identificação destes últimos. Os critérios propostos baseiam-se na análise sincrónica das estruturas morfofonológicas, sintáctico-semânticas e semânticas dos substantivos em apreço, assim como na filtragem diacrónica que visa excluir possíveis pares substantivo/verbo não construídos no português. Sob um ponto de vista sincrónico, a identificação dos postverbais assenta na descrição das estruturas morfológica, semântica e sintáctica do verbo derivante e da sua comparação com os mesmos níveis estruturais do produto lexical e mais especificamente no facto de o derivado manifestar ou não herança das propriedades das estruturas eventiva e argumental do verbo, ainda que manifeste autonomia lexical relativamente à sua base (cap. 2 e 3). Finalmente, como o mesmo postverbal ostenta em texto significações várias, são analisados os critérios co-textuais que possibilitam uma interpretação mais fina da significação actualizada em determinado enunciado (cap. 4).
- Formação de substantivos deverbais sufixados em portuguêsPublication . Rodrigues, Alexandra SoaresO presente estudo visa descrever e explicar a formação lexical dos substantivos deverbais sufixados do português europeu. Sob uma perspectiva léxico-mental, baseada no programa “arquitectura paralela” de Jackendoff (2002), desenvolve-se um modelo genolexical designado por “RFPs em interfaces”. Com este modelo, mantém-se a importância da base derivacional, seguindo perspectivas orientadas para o input. Contudo, a base derivacional não é delimitada sintacticamente. Na nossa abordagem, cabe às estruturas semânticas da base a construção do novo lexema. A maior inovação do nosso modelo consiste na assunção de que a formação de palavras é simultaneamente orientada para o output, seguindo abordagens (Plag 1999, 2004) que reconhecem a identidade e a operacionalidade semânticas dos afixos. No nosso modelo, o mesmo afixo pode ser agregado a diferentes tipos de bases sem ter de ser multiplicado em afixos homónimos. Os produtos lexicais construídos a partir de diferentes bases partilham um determinado componente pelo qual é responsável a carga semântica do afixo. Simultaneamente, há diferenças entre os produtos de acordo com os componentes semânticos de cada tipo de base. O modelo “RFPs em Interfaces” é concebido como um domínio dinâmico onde existem regras de formação de palavras e afixos. As regras de formação de palavras são entendidas como subdomínios dinâmicos onde todas as operações concernentes às diferentes estruturas linguísticas são combinadas para formar itens lexicais. Estas operações são primariamente semânticas e morfológicas. Contudo, outros domínios podem aí intervir, como o pragmático e o processual.
- Condições de formação de nomes postverbais em portuguêsPublication . Rodrigues, Alexandra SoaresO estudo que aqui se apresenta sobre os postverbais do português tem como principal objectivo a análise das condições por que se pauta a selecção das bases destes substantivos deverbais. Essas condições serão estabelecidas quer em termos de impossibilidades quer de possibilidades estruturais que regem a formação dos substantivos conversos integrados na Regra de Formação de Palavras de nomina actionis.
- A construção de postverbais em portuguêsPublication . Rodrigues, Alexandra SoaresA formação de postverbais no português é caracterizada tradicionalmente como decorrente de um processo subtractivo a que se chama “derivação regressiva”. Esta classificação é devida a uma visão concatenativa e superficial que confunde a base derivante com a forma citacional do verbo. Uma análise mais apurada permite esclarecer que a forma derivante dos postverbais é o radical do verbo a que se agrega um marcador de classe -o, -a ou -e (cap. 1). A existência de substantivos que partilham o mesmo radical com verbos e que exibem características formais semelhantes às dos postverbais, mas que o não são, conduz à necessidade de encontrar critérios que possibilitem a identificação destes últimos. Os critérios propostos baseiam-se na análise sincrónica das estruturas morfofonológicas, sintáctico-semânticas e semânticas dos substantivos em apreço, assim como na filtragem diacrónica que visa excluir possíveis pares substantivo/verbo não construídos no português. Sob um ponto de vista sincrónico, a identificação dos postverbais assenta na descrição das estruturas morfológica, semântica e sintáctica do verbo derivante e da sua comparação com os mesmos níveis estruturais do produto lexical e mais especificamente no facto de o derivado manifestar ou não herança das propriedades das estruturas eventiva e argumental do verbo, ainda que manifeste autonomia lexical relativamente à sua base (cap. 2 e 3). Finalmente, como o mesmo postverbal ostenta em texto significações várias, são analisados os critérios co-textuais que possibilitam uma interpretação mais fina da significação actualizada em determinado enunciado (cap. 4).
- Aspectos da formação dos substantivos postverbais do portuguêsPublication . Rodrigues, Alexandra SoaresCom este trabalho, pretendemos demonstrar que a conversão é o mecanismo mais adequado para a descrição da formação dos postverbais do português. Devido à semelhança formal entre estes substantivos deverbais e os substantivos derivantes de verbos não-afixados, analisaremos alguns critérios morfofonológicos, sintáctico-temáticos e semânticos que, quando usados conjuntamente, permitem a distinção entre os dois tipos de substantivos.
- Formação de substantivos deverbais sufixados em portuguêsPublication . Rodrigues, Alexandra Soares; Rio-Torto, Graça Maria de Oliveira e SilvaO presente estudo visa descrever e explicar a formação lexical dos substantivos deverbais sufixados do português europeu. Sob uma perspectiva léxico-mental, baseada no programa “arquitectura paralela” de Jackendoff (2002) (cap. I, § 1.1), desenvolve-se um modelo genolexical designado por “RFPs em interfaces” (cap. II). Com este modelo, mantém-se a importância da base derivacional, seguindo perspectivas orientadas para o input (e.g. Corbin 1987; Rio-Torto 1993, 1998, 2004). Contudo, a base derivacional não é delimitada sintacticamente. Na nossa abordagem, cabe às estruturas semânticas da base a construção do novo lexema. A maior inovação do nosso modelo consiste na assunção de que a formação de palavras é simultaneamente orientada para o output, seguindo abordagens (Plag 1999, 2004) que reconhecem a identidade e a operacionalidade semânticas dos afixos. No nosso modelo, o mesmo afixo pode ser agregado a diferentes tipos de bases sem ter de ser multiplicado em afixos homónimos. Os produtos lexicais construídos a partir de diferentes bases partilham um determinado componente pelo qual é responsável a carga semântica do afixo. Simultaneamente, há diferenças entre os produtos de acordo com os componentes semânticos de cada tipo de base. O modelo “RFPs em Interfaces” é concebido como um domínio dinâmico onde existem regras de formação de palavras e afixos. As regras de formação de palavras são entendidas como subdomínios dinâmicos onde todas as operações concernentes às diferentes estruturas linguísticas são combinadas para formar itens lexicais. Estas operações são primariamente semânticas e morfológicas. Mas outros domínios podem aí intervir, como o pragmático e o processual. Para cada RFP são definidas operações. Isto significa que é possível manter a concepção da RFP de nomes de acção, se a operação entre a base derivante e o produto já não for definida como uma mera operação verbo > substantivo, mas como uma operação entre determinados componentes semânticos da base bem definidos e um conjunto de componentes semântico também bem definido que constitui o produto. Isto significa que cada RFP é construída a partir de muitas sub-regras. Os afixos são caracterizados como contendo componentes semânticos. Estes componentes são observáveis indirectamente através dos efeitos semânticos homogéneos em produtos de diferentes RFPs. Duas RFPs diferentes podem estar em interface pela acção de um afixo que opera em ambas. Tal ocorre se os componentes semânticos do afixo forem compatíveis com os componentes semânticos das bases particulares a que os afixos se agregam. Assim, existem pelo menos dois níveis diferentes de compatibilidade semântica. Um nível é o da RFP. Neste nível, a carga semântica do afixo tem de ser compatível com a operação semântica geral entre a base e o produto. O segundo nível é muito mais refinado. Este estabelece que o afixo tem de ser semanticamente compatível com os componentes semânticos da base. Isto explica que um afixo possa operar numa RFP, mas não possa, em princípio, ser agregado a todas as bases que constituem o input dessa regra. Por outro lado, o mesmo afixo pode operar em outras RFPs. Este tipo de comportamento é explicável se tomarmos uma abordagem generativa do léxico e da semântica na linha de Pustejovsky (1995). A estrutura semântica é um domínio complexo, formado por fiadas múltiplas (Jackendoff 2002). A importância da semântica no campo de formação de palavras levou-nos a compreender o contributo real de outros componentes na formação dos deverbais. Contra visões tradicionais, estabelecemos que a estrutura argumental não intervém na formação dos substantivos deverbais. Se alguns deverbais possuem estrutura argumental, esta é desenvolvida dentro do deverbal, como consequência da sua configuração semântica. A estrutura argumental não é herdada da base verbal. O mesmo ocorre em relação a deverbais que designam indivíduos. Nestes casos, não é um argumento da base verbal que é projectado para formar o semantismo do deverbal. O único material responsável pelos produtos localiza-se nos níveis semânticos. Estes postulados teóricos só poderiam ser alcançados através de uma alimentação contínua entre dados empíricos e problemas teóricos. Os dados empíricos provêm de 8414 substantivos sufixados deverbais e 8414 bases e dos 13708 semantismos desses produtos. A relação entre os produtos e as bases foi avaliada morfologicamente. No cap. III, analisamos a relação entre a estrutura morfológica das bases e a dos produtos de cada afixo. A avaliação do contributo dos componentes semânticos das bases é focada no cap. IV. Neste capítulo, explicamos quais os tipos de componentes semânticos é que deverão ser considerados para entendermos o seu contributo na formação dos diferentes semantismos de cada produto. O capítulo V desenvolve um aparelho formal baseado na abordagem generativa do léxico e da semântica. Tomando cada componente semântico oriundo das fontes possíveis (estrutura eventiva da base, estrutura léxico-conceptual da base, afixo e extra), que foram previamente definidas, este aparelho explica o modo como os componentes se combinam entre si para formar os semantismos dos produtos. Os mecanismos responsáveis pela operação de combinação são a “coindexação” (seguindo uma proposta de Lieber 2004) e a “projecção” (cap. II). Os capítulos VI e VII aplicam o modelo desenvolvido nos capítulos anteriores à análise dos deverbais de evento e de não-evento, respectivamente. Os dados encontram-se organizados em quatro anexos. Os anexos A e B contêm dados numéricos relativos aos semantismos distribuídos por produto (com orientação para o afixo) e por base léxico-semântica. Os anexos X e Y contêm a aplicação do aparelho formal para a compreensão da formação dos semantismos por afixo e por base léxico-semântica.
- Para compreender o mecanismo de formação dos chamados “derivados regressivos”Publication . Rodrigues, Alexandra SoaresA tradição gramatical insere na derivação regressiva produtos lexicais díspares cujo maior número é composto por substantivos deverbais (e.g. fabrico, janta, mordo, palpite). Estes substantivos deverbais, a que chamaremos “postverbais”, não obedecem, no entanto, aos parâmetros de um processo genolexical subtractivo. Uma análise rigorosa dos pressupostos da derivação regressiva e a sua comparação com os mecanismos de produção dos postverbais conduz à impossibilidade de integração destes no conjunto dos lexemas derivados por subtracção. Observados o estatuto do morfema do infinitivo verbal e o não paralelismo entre a vogal temática do verbo e o marcador de classe do substantivo, concluiremos que a forma derivante não é o infinitivo do verbo, mas o seu radical a que se juntam os marcadores de classe -o, -a e -e. Refutado o carácter regressivo da formação dos postverbais, torna-se necessário aduzir critérios que permitam solucionar a direccionalidade entre os membros de um par lexical formado por um substantivo e por um verbo. A dificuldade, ou a menor obviedade, na identificação do derivante e do derivado em pares como janta/jantar e rato/ratar deve-se à inexistência de marcas formais, como sufixos derivacionais, que apontem que o substantivo é derivado ou derivante do verbo. Nos casos em que a operação de derivação se faz mediar por um sufixo derivacional, este problema não se levanta. Por exemplo, no par arborizar/arborização, a presença do sufixo -ção no substantivo indica que estamos perante uma relação em que o substantivo é o derivado e o verbo é o derivante. No par rubor/ruborescer o sufixo -esc- permite identificar o verbo como derivado e o substantivo como derivante. Nos pares substantivo/verbo em que não interveio nenhum sufixo derivacional é necessária a utilização de critérios que não se limitem à observação da superfície dos lexemas. Assim, os critérios a usar na identificação de pares substantivo > verbo baseiam-se na observação de traços morfofonológicos, sintáctico-temáticos e semânticos do substantivo e do verbo. Os traços morfofonológicos têm que ver com a presença de afixos verbais no substantivo. Assim, no par enguedelha/enguedelhar, a presença do prefixo en-, que permite formar verbos denominais e não substantivos deverbais, leva a concluir que o verbo é a base e o substantivo o seu produto. Pelo contrário, no par ornamento/ornamentar, o verbo é produto do substantivo, facto que se torna visível pela presença do sufixo -ment- operador da derivação deverbal e não denominal. A observação da posição do acento no substantivo é outro critério a ter em conta na dilucidação da direccionalidade em análise. Como o derivado herda do derivante traços semânticos e sintáctico-temáticos, se o substantivo for deverbal apresentará, por um lado, significações provenientes quer da estrutura argumental quer da estrutura eventiva do verbo de base, e, por outro, a capacidade de funcionar ele próprio como predicador. Os referidos critérios, perspectivados sob uma abordagem sincrónica das estruturas dos lexemas, deverão ser ainda complementados por uma abordagem diacrónica. Esta não é entendida como a referência redutora, porque quase sempre baseada em registos escritos limitados, a pretensas primeiras abonações do substantivo e do verbo. O critério diacrónico resulta num precioso instrumento se perspectivado como auxílio na dilucidação, por exemplo, do carácter presente ou pretérito de algumas estruturas morfológicas/morfemáticas.