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  • Programa de luta biológica para tratamento do Cancro do Castanheiro (Cryphonectria parasitica (Murrill) Barr)
    Publication . Pereira, Eric Carvalho; Araújo, Arsénio; Coelho, Valentim; Gouveia, Maria Eugénia
    O Cancro do Castanheiro é uma doença que se desenvolve nos troncos e remos do castanheiro provocando, em pouco tempo, a morte da árvore. É uma doença de quarentena e um exemplo clássico do efeito devastador associado à introdução de organismos exóticos, neste caso o fungo parasita de origem asiática, Cryphonectria parasitica (Murrill) Barr, não existindo substâncias fungicidas eficazes o único meio de luta disponível em Portugal baseia-se na eliminação dos tecidos doentes com o objectivo de reduzir o inóculo do parasita. O método é muito laborioso e pouco eficaz colocando o ecossistema castanheiro numa situação de grande fragilidade e provocando graves prejuízos económicos. A luta biológica por Hipovirulência é um meio de luta muito eficaz que proporciona a cicatrização dos cancros e a recuperação dos castanheiros como foi verificado em muitos programas experimentais na Europa. A luta biológica para o tratamento do Cancro do Castanheiro é um método selectivo e eficaz, baseado no conhecimento da população do agente patogénico e do ecossistema castanheiro. Estudos de investigação e desenvolvimento experimental financiados pela FCT e programa PRODER permitiram obter um bioproduto (DICTIS) específico para o tratamento do Cancro do Castanheiro em Portugal que obteve autorização de aplicação pelo Ministério de Agricultura (DGAV – entidade oficial que autoriza a utilização de produtos para o tratamento de plantas) na região da DRAPNorte e DRAPAlentejo. O programa baseia-se na transferência de tecnologia e no conhecimento aprofundado do funcionamento do ecossistema castanheiro e no desenvolvimento de ferramentas para ampliar, manter e garantir suporte à base de dados de tratamentos com o agente biológico; elaborar e actualizar a cartografia de distribuição do fungo parasita; concretizar a produção (scale up) do agente biológico de forma a potenciar a recuperação das árvores doentes e garantir o vigor dos soutos.
  • Caracterização da estrutura populacional de Cryphonectria parasitica para aplicação da luta biológica por hipovirulência: um caso de estudo na Serra da Padrela
    Publication . Pereira, Eric Carvalho; Prospero, Simone; Araújo, Arsénio; Coelho, Valentim; Rigling, Daniel; Gouveia, Maria Eugénia
    O castanheiro europeu (Castanea sativa Mill) é a principal espécie do sistema agroflorestal nas regiões montanhosas de Portugal. O castanheiro é atualmente afetado por vários agentes patogénicos agressivos, destacando-se o fungo Cryphonectria parasitica, que causa o Cancro do Castanheiro, que provoca a morte da árvore. A Hipovirulência, associada à presença de Cryphonectria hypovirus 1 no fungo fitoparasita, é um método específico e eficiente no controlo biológico do Cancro do Castanheiro. Para uma aplicação eficaz deste método no campo é necessário conhecer as características das estirpes agressivas de C. parasitica presentes no campo. Na Serra da Padrela foi selecionado um souto para realizar este estudo. Foi efetuado uma caracterização dos cancros ativos, e posteriormente o seu tratamento por Hipovirulência. Dos isolados obtidos dos cancros, 99% eram agressivos, sendo identificados 3 isolados como hipovirulentos. Todos foram classificados como vc-type EU-11, estando em maior abundância o mating-type 2, numa proporção de 2:1 comparativamente ao mating-type 1. Os cancros agressivos foram tratados com as estirpes hipovirulentas compatíveis tendo-se observado ao fim de 1 ano uma recuperação das árvores afetadas tendo-se confirmado a presença das estirpes hipovirulentas em cancro anteriormente agressivos.
  • Eficácia do tratamento do Cancro do Castanheiro em ensaios de inoculação com estirpes hipovirulentas de Cryphonectriaparasitica(CHV1) em Trás-os-Montes (Portugal)
    Publication . Pereira, Eric Carvalho; Araújo, Arsénio; Prospero, Simone; Coelho, Valentim; Rigling, Daniel; Gouveia, Maria Eugénia
    O castanheiro europeu (Castanea sativa Mill) é a principal espécie do sistema agroflorestal nas regiões montanhosas de Portugal. O castanheiro é atualmente afetado por vários agentes patogénicos agressivos, destacando-se o fungo Cryphonectria parasitica, que causa o Cancro do Castanheiro, que provoca a morte da árvore. A Hipovirulência, associada à presença de Cryphonectria hypovirus 1 no fungo fitoparasita, é um método específico e eficiente no controlo biológico do Cancro do Castanheiro. Para uma aplicação eficaz deste método no campo é necessário conhecer as características das estirpes agressivas de C. parasitica presentes no campo. Na Serra da Padrela foi selecionado um souto para realizar este estudo. Foi efetuado uma caracterização dos cancros ativos, e posteriormente o seu tratamento por Hipovirulência. Dos isolados obtidos dos cancros, 99% eram agressivos, sendo identificados 3 isolados como hipovirulentos. Todos foram classificados como vc-type EU-11, estando em maior abundância o mating-type 2, numa proporção de 2:1 comparativamente ao mating-type 1. Os cancros agressivos foram tratados com as estirpes hipovirulentas compatíveis tendo-se observado ao fim de 1 ano uma recuperação das árvores afetadas tendo-se confirmado a presença das estirpes hipovirulentas em cancro anteriormente agressivos.
  • Manual de boas práticas para o tratamento biológico do cancro do castanheiro (Cryphonectria parasitica) em Portugal
    Publication . Gouveia, Maria Eugénia; Bragança, Helena; Moura, Luísa; Coelho, Valentim
    O cancro do castanheiro é uma doença associada ao fungo Cryphonectria parasitica (Murril) Barr, espécie de origem asiática, invasora e muito agressiva em castanheiro que provoca a morte dos ramos e progressivamente de toda a árvore. A European and Mediterranean Plant Protection Organization (EPPO) categoriza o fungo C. parasitica como um organismo de quarentena da lista A2 ou seja, um organismo de quarentena mas já presente em muitos dos países da Europa (EPPO, 2022). A doença foi introduzida na Itália em 1938 e está presente em Portugal, com carater epidémico desde 1989 (Abreu, 1992). Nos finais dos anos 90 a doença estava já presente em toda a área de castanheiro com uma taxa média de 10 % de árvores infetadas (Gouveia et al., 2001). A taxa de infeção é muito variável existindo locais com valores de 28,5 % de castanheiros doentes enquanto em outros locais a taxa de infeção é reduzida (1,8 %) ou não estava ainda presente. O desenvolvimento epidémico continuou e, em pouco tempo, atingiu em alguns locais valores de incidência superiores a 40% (Bragança, 2007). As medidas de quarentena e legislativas (então obrigatórias uma vez que a EU categorizava o fungo como organismo de quarentena), evidenciaram pouca eficácia e não evitaram a dispersão e avanço da doença. Para controlar a doença não existem meios de luta eficazes e não estão disponíveis castanheiros resistentes à doença. A luta biológica com utilização de estirpes hipovirulentas de C. parasitica (hipovirulência) é um meio de luta muito eficaz que promove a cicatrização dos cancros e a total recuperação dos castanheiros doentes e considerado pela EFSA (2016) como o meio mais adequando e mais eficaz para mitigar e controlar os elevados riscos que a doença coloca em termos económicos, sociais e ecológicos. A luta biológica é uma estratégia de proteção das plantas que se baseia no conhecimento aprofundado do parasita, do hospedeiro e do ecossistema, e cujo objetivo é restabelecer o equilíbrio natural e evitar os elevados prejuízos ambientais e económicos. A hipovirulência é um meio de luta biológico que ocorre de forma natural na natureza mediado por processos biológicos e moleculares complexos que envolve o fungo parasita (C. parasitica), o agente de controlo biológico - o vírus (Cryponectria hypovirus 1 - CHV1) que se multiplica exclusivamente no interior do fungo, o castanheiro (Castanea sativa) e ainda as muitas condições ambientais que determinam todo o processo. Atualmente o tratamento do cancro do castanheiro em Portugal baseia-se preferencialmente na aplicação da luta biológica com base em estirpes hipovirulentas de C. parasitica seguindo o estipulado no “Programa Experimental para o Tratamento Biológico do Cancro do Castanheiro com Base em Estirpes Hipovirulentas de Cryphonectria parastica - Estirpes CHV1” autorizado pela entidade nacional competente (DGAV - Ministério da Agricultura). É objetivo deste Manual de Boas Práticas para o Tratamento Biológico do Cancro do Castanheiro (Cryphonectria parasitica) em Portugal comunicar e divulgar o novo método de tratamento do cancro do castanheiro baseado na utilização de estirpes hipovirulentas de C. parasitica (Estirpes CHV1). Pretende-se ainda contribuir para a compreensão dos mecanismos biológicos envolvidos no processo de recuperação das árvores e clarificar e elucidar o contexto da sua aplicação prática nos soutos para que as potencialidades do método sejam atingidas e assim se recupere a vitalidade e resiliência do ecossistema castanheiro. O Manual de Boas Práticas destina-se a um conjunto alargado de utilizadores dos quais se destacam os produtores de castanheiro e técnicos agrícolas e florestais especializados e para todos os interessados em proteção vegetal em especial nos novos métodos e novas estratégias no tratamento das doenças das plantas. O manual foi concebido para proporcionar a compreensão dos mecanismos biológicos envolvidos no processo de recuperação dos castanheiros e apresentar de forma integrada a atuação dos diferentes intervenientes em formato esquematizado com as diferentes etapas, objetivos e ações para uma aplicação informada da luta biológica no tratamento do cancro do castanheiro. Foram ainda incluídos de forma mais aprofundada e complementar em formato “caixa” os fundamentos científicos dos mecanismos biológicos que determinam a eficácia do método.