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  • Acidentes de trabalho nas instituições de saúde do distrito de Bragança
    Publication . Martins, Matilde
    O tipo de actividade profissional e as condições em que é desempenhada constituem factores determinantes do risco para a Saúde os trabalhadores. As últimas estatísticas do DRHS sobre acidentes de trabalho nas instituições de saúde, apontam para um aumento da incidência de acidentes e, consequentemente, para o aumento do absentismo laboral e dos encargos que lhe são inerentes. Com o objectivo de obter elementos necessários a uma correcta análise dos acidentes de trabalho nas instituições de saúde do distrito de Bragança, no período de 1996 a 2001, nomeadamente identificação das características do acidentado e do próprio acidente, desenhamos um estudo retrospectivo, a partir da análise dos registos dos inquéritos sobre acidentes de trabalho do DRHS, referente a 223 trabalhadores. Os resultados revelaram um aumento progressivo da incidência dos acidentes de trabalho. O grupo profissional responsável pelo maior número de acidentes foi o dos enfermeiros (45,3%), o grupo etário mais acidentado foi entre os 45-49 anos, relativamente ao tempo de serviço, o maior número de acidentes aconteceu em pessoas com mais de 10 anos de serviço (64,12%), e a principal causa de acidente foi a picada de agulha (36,3%). Os factores que contribuíram significativamente (p<0,000) para acidente com baixa, influenciando a média de dias perdidos, foram a idade superior a 45 anos, o baixo nível habilitacional, o desempenhar tarefa em horário fixo, os acidentes por quedas e as lesões músculo-esqueléticas. Os Odds Ratios e respectivos IC a 95% demonstraram que os trabalhadores com lesões músculo-esqueléticas apresentam um risco maior de ter acidente com baixa (OR=18,113; IC=7,786-42,135). O possuir habilitações superiores ao 12º ano e o praticar horário por turnos revelaram-se factores protectores (OR=0,325 e OR=0,451 respectivamente).
  • Caraterização dos acidentes de trabalho nos hospitais do distrito de Bragança entre 2000 e 2010
    Publication . Martins, Matilde; Barbiéri, Maria do Céu; Correia, Teresa I.G.
    O ambiente hospitalar é caraterizado pelo elevado número de riscos desde os físicos, os químicos, os biológicos aos psicossociais, que afetam a saúde dos trabalhadores, tanto da prestação de cuidados diretos ao utente como os de serviços de apoio, expondo-os a condições favoráveis à ocorrência de acidentes de trabalho. Objetivos: Caraterizar os acidentes de trabalho nas unidades hospitalares do distrito de Bragança entre 2000 e 2010, descrever o perfil epidemiológico do acidentado e identificar as causas e consequências dos acidentes de trabalho. Material e Métodos: Estudo epidemiológico transversal retrospetivo referente ao período de 1 de janeiro de 2000 e 31 de dezembro de 2010. A informação foi obtida através do inquérito anónimo de notificação dos acidentes, referente a 453 trabalhadores. A recolha de dados foi realizada por uma das investigadoras após autorização do Conselho de Administração durante o mês de janeiro de 2011 nos dias úteis entre as 9:00 e as 17:00 horas no serviço saúde ocupacional. Resultados: A maior prevalência verificou-se no género feminino (83,7%), no grupo profissional dos Técnicos Superiores de Saúde (61,0%), na faixa etária 40-99 anos (33,9%) e com habilitações literárias licenciatura (59,8%). Em trabalhadores com mais de 10 anos de tempo de serviço (77,1%), em regime de nomeação (88,8%) e a praticar horário por turnos (70,7%). O local com maior sinistralidade foi no internamento (40,7%). Em média os acidentes ocorreram às 12,8 horas (s±4,7), à segundafeira (18%), nos dois primeiros dias de trabalho após descanso semanal (55,5%) e entre a 1ª e a 3ª hora de trabalho (36,1%). A principal causa de acidente foi a picada de agulha (34,6%) e o agente de lesão ferramentas/utensílios respondeu por (44,9%). Resultaram em incapacidade (33%) dos acidentes e o nº de dias perdidos foi de 7 931. Os membros superiores foram mais afetados (54,4%) e as feridas foi a lesão mais frequente (43,4%) seguida dos entorses/distensões (21,4%). Discussão/Conclusões: Os achados evidenciaram maior prevalência dos acidentes nos técnicos superiores de saúde, possivelmente pela proximidade conferida pela assistência direta aos pacientes por parte destes técnicos. A picada de agulha foi a causa mais relevante, facto que está associado às características das atividades realizadas por estes profissionais, como preparação/administração de medicação, pesquisa de glicémia capilar, punções venosas, realização de pensos, entre outras. Ressalta, assim, a importância de implementar medidas preventivas/educativas e revisão dos processos de trabalho de forma a minimizar os acidentes e as suas consequências.
  • Acidentes de trabalho versus absentismo laboral
    Publication . Martins, Matilde; Silva, Norberto Anibal Pires; Correia, Teresa I.G.
    Introdução: As últimas estatísticas da Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS) sobre acidentes de trabalho nas instituições de saúde, apontam para um aumento da incidência de acidentes e, consequentemente, para o aumento do absentismo laboral. Objectivo: analisar as consequências dos acidentes de trabalho nas instituições de saúde do distrito de Bragança. Material e Métodos: estudo transversal retrospectivo, recorrendo ao registo de acidentes de trabalho notificados, e aos balanços sociais das instituições, constituindo uma amostra de 223 trabalhadores. Resultados: do total dos acidentes 40,8% resultaram em absentismo laboral temporário, faltando em média 67,23 dias por acidente, num total 6 116 dias, o que ascendeu a um custo aproximado de 168 856.271 €. Os factores que contribuíram significativamente (p <0,000) para absentismo laboral, influenciando a média de dias perdidos, foram a idade superior a 45 anos, o baixo nível habilitacional, o desempenhar tarefa em horário fixo, os acidentes por quedas e as lesões musculosqueléticas. Os Odds Ratios e respectivos IC a 95% demonstraram que os trabalhadores com lesões musculosqueléticas apresentam um risco maior de ter absentismo laboral (OR=18,113; IC=7,786-42,135). O possuir habilitações superiores ao 12º ano e o praticar horário por turnos revelaram-se como factores protectores (OR=0,325 e OR=0,451 respectivamente). Discussão: Os dados da ACSS de 2009, indicam como número de dias perdidos 52 702, resultando em incapacidade temporária 1 581 e 87 em incapacidade permanente. Também a corroborar os nossos dados, vários estudos referem as pessoas com baixos salários, com baixo nível habilitacional e a desempenhar funções menos especializadas as mais expostas a acidentes e acidentes mais graves. Conclusões: Dada a relevância, humana e económica, deste problema os estudos apontam para a realidade dos acidentes de trabalho em meio hospitalar e para a necessidade de implementação de melhores condições laborais de forma a reduzi-los em número e em consequências nefasta.
  • Epidemiologia dos acidentes de trabalho numa unidade hospitalar do Nordeste Transmontano
    Publication . Martins, Matilde; Barbiéri, Maria do Céu; Correia, Teresa I.G.
    Enquanto, que nos sectores industriais houve um decréscimo, na área da saúde, ocorreu um aumento de acidentes, tendo-se registado em 1997 um total de 3024 e em 2007 um total de 5063 ocorrências, com uma taxa de incidência de 27,15% e de 39,28% respectivamente. ACSS, (2009) O ambiente hospitalar é complexo e representa um elevado número de riscos para os seus trabalhadores, tanto na prestação de cuidados directos ao utente como para todos os trabalhadores de outros serviços de apoio à prestação de cuidados. Estas instituições, são fonte de múltiplas circunstâncias que potenciam e originam inúmeros acidentes de trabalho com as consequentes repercussões na saúde e na qualidade de vida dos trabalhadores, por um lado e no absentismo e na economia das empresas e dos países por outro. Seco, (2008) e Uva (2009). Analisar a epidemiologia dos acidentes de trabalho numa Unidade de Saúde do Nordeste Transmontano.Estudo transversal retrospectivo, recorrendo aos registos de notificação dos acidentes de trabalho, aos inquéritos da DGRS e às fichas de urgência no período de 1 de Janeiro de 2008 a 31 de Dezembro de 2009, referentes a 80 trabalhadores. A caracterização do grupo de pessoas onde se verificou o maior número de acidentes de trabalho foi: o grupo profissional dos enfermeiros (50%), seguindo-se as auxiliares de acção médica (23,8%) o sexo feminino (88,8%), com a licenciatura (48,8%), a trabalhar nos serviços de medicina (15,0%), de urgência (15%) e bloco operatório (11,2%), o grupo etário entre os 50-54 anos (27,5%), com mais de 10 anos de serviço (88,8%%) e a praticar horário por turnos (80,1%). As principais causas de acidente foram a picada de agulha (31,3%) e a queda do trabalhador (26,3%). As partes do corpo mais atingidas foram as mãos (43,8%) e as lesões do tronco (16,7%). A maior prevalência dos acidentes verificou-se à segunda-feira (27,7%) e em média ocorreram às 13,8 horas. Dos 40% de acidentes que provocaram incapacidade temporária absoluta, 34,8% recaíram no grupo profissional dos enfermeiros e igual proporção no grupo das AAM, 78,8% acima dos 45 anos, 78,3% a praticar horário por turnos e 70,3% foram lesões músculo-esqueléticas. Discussão: Neste estudo verificou-se que metade dos acidentes de trabalho ocorreu no grupo profissional dos enfermeiros e no sexo feminino, o que se explica pelo facto da enfermagem ser maioritariamente, ainda, uma profissão do género feminino, dados concordante com outros estudos. Paulino, (2008) e Ribeiro (2010). A maior ocorrência de acidentes de trabalho verificou-se nos profissionais que trabalham em serviços mais diferenciados e mais complexos. Paulino, (2008) e Ribeiro (2010). A investigação revelou que os acidentes mais graves atingem em proporções iguais o grupo dos enfermeiros e das auxiliares de acção médica. Estes grupos são os mais representativos nos hospitais e também pelas características e peculiaridades de executarem grande parte das acções em cuidados directos e ininterruptos ao paciente, expondo-os mais aos riscos laborais. Sassi, (2004), Júnior (2010). Os acidentes de trabalho podem afectar todos os profissionais das instituições de saúde, no entanto a sua gravidade associa-se significativamente com a categoria profissional e o tipo de lesão.
  • Frequência de acidentes de trabalho nos serviços de urgência dos Hospitais Portugueses entre 2000 e 2010
    Publication . Martins, Matilde; Barbiéri, Maria do Céu; Correia, Teresa I.G.
    O ambiente de trabalho hospitalar é caraterizado por agregar um conjunto de fatores de risco, que vão desde os físicos, aos químicos, aos biológicos e aos psicossociais, que expõem os seus trabalhadores a riscos acrescidos para a sua saúde, facilitando a ocorrência de acidentes de trabalho. Uva (2007); Martins, Silva e Correia (2012). Nos serviços de urgência/emergência, estes fatores são agravados. Os serviços de urgência/emergência são caracterizados por atenderem vítimas de doença súbita ou trauma em situação muitas vezes de risco de vida, que exige uma atuação rápida e recurso a tecnologia de ponta, favorecendo ou intensificando os riscos de acidentes de trabalho nestes profissionais. Os estudos nacionais e internacionais evidenciam o serviço de urgência como o segundo local com maior notificação de acidentes de trabalho. Ruiz, Barbosa e Zaida (2004); ACSS (2009); Martins, Silva e Correia (2012) Consideramos assim imperioso conhecer as condições em que ocorrem os acidentes de trabalho nestes serviços, as circunstâncias que os determinam e os influenciam, para deste modo produzir evidências que permitam, com segurança, intervir nas diferentes variáveis promovendo a saúde e prevenindo a doença nestes locais. Este estudo teve como objetivo analisar a notificação de acidentes de trabalho nos serviços de urgência de cinco unidades hospitalares portuguesas entre 2000 e 2010. Estudo epidemiológico transversal retrospetivo, referente ao período de 1 de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2010. Realizado nos serviços de urgência de cinco hospitais portugueses, prestando assistência continua a utentes com diferente e diversos graus de complexidade. Todos os trabalhadores neste serviço fazem uma cobertura assistencial de 24 horas por dia de forma rotativa. Definiram-se como critérios de inclusão, trabalhar no serviço de urgência e ter acidente de trabalho notificado. A amostra foi constituída por 495 trabalhadores. A informação foi obtida recorrendo aos registos anónimos do inquérito de notificação dos acidentes de trabalho da Direção de Recursos Humanos da Saúde. A recolha de dados foi realizada, após autorização dos Conselhos de Administração das respetivas instituições, no período de janeiro a setembro de 2011, nos dias úteis entre as 9:00 e as 17:00 horas no serviço de recursos humanos/saúde ocupacional de cada instituição. Os dados foram codificados, inseridos e analisados em base de dados SPSS® (Statistical Package for Social Sciences) versão 18.0 para Windows. As medidas de frequência, neste estudo, foram calculadas tendo como população o total de acidentes notificados (459) nos cinco serviços de urgência. Do total de 3870 acidentes notificados, nos cinco hospitais, 495 (12,7%) foram nos serviços de urgência. Verificou-se um aumento da notificação de acidentes ao longo dos anos de (3,8%) em 2000 para (11,9%) em 2010. Estes resultados vão de encontro aos dados publicados pela Administração Central dos Serviços de Saúde que apontam para um aumento da taxa de acidentes notificados nas instituições de saúde entre 1997 e 2007 de aproximadamente 12%. Nestes serviços, a maior notificação de acidentes foi na categoria profissional dos enfermeiros (50,9%) seguida da categoria dos auxiliares de ação médica (34,3%), no género feminino (76,6%), no grupo etário de 20-29 anos (34,4%) e com mais de 10 anos de serviço (38,8%). Dados corroborados por outros estudos nesta área de especialidade. Nishide, Benatti e Alexandre (2004); Barbosa, Figueiredo e Paes (2009); Martins, Silva e Correia (2012). Os enfermeiros são os profissionais mais representativos na equipe, que prestam a maior parte dos cuidados diretos, de forma ininterrupta, recorrendo a tecnologia sofisticada, em situações de emergência, e stress. A existência de maior notificação de acidentes no grupo etário mais jovem pode dever-se ao facto de nos serviços de urgência as equipes serem maioritariamente jovens, precisamente pela dinâmica de trabalho que estes serviços incutem. Em trabalhadores com nível habilitacional de licenciatura (60,9%), com relação jurídica de emprego de nomeação (60%) e a praticar horário por turnos (87,7%). A maior frequência de acidentes notificados verificou-se nas três primeiras de trabalho (39,2%) e nos dois primeiros dias de trabalho após descanso semanal (55,5%). Em média os acidentes ocorreram às 13 horas (dp= +/- 5,7 horas), com prevalência às segundas-feiras (17,8%) e com uma distribuição mais ou menos homogénea ao longo dos anos. Dados também corroborados por outros estudos, que referem uma maior frequência de acidentes no início do turno de trabalho, por ser neste período que recai uma grande intensidade de trabalho e pela inadaptabilidade do trabalhador no primeiro dia e nas primeiras horas. Ruiz, Barbosa e Zaida (2004); Barbosa, Figueiredo e Paes (2009); Martins, Silva e Correia (2012). As principais causas foram a picada de agulha (48,9%), seguida dos cortes/pancadas (14,4%) e dos esforços excessivos/movimentos inadequados (13,5%), provocados por ferramentas/instrumentos (58%) e pela mobilização de doentes (11,7%). Vários estudos identificam como a principal causa de acidente em meio hospitalar a picada de agulha, facto que se prende com o tipo e frequência de procedimentos realizados neste contexto, como punçoes venosas, pesquisas de glicémia, colheita de sangue, preparação e administração de terapêutica, realização de pensos, realização de cirurgias, entre outros. Nishide, Benatti e Alexandre (2004); Izidoro, Iwamoto e Camargo (2010); Silva, Machado, Santos e Marziale (2011); Martins, Silva e Correia (2012). A parte do corpo mais atingida foi as mãos (58,8%) seguida do tronco (11,3%) e o tipo de lesão mais frequente foram as feridas (56,6%), os entorses/distensões (13,5%) e as contusões/esmagamentos (12,1%). Resultaram em incapacidade (22,4%) e o número de dias perdidos variou entre o mínimo de 1 dia e o máximo de 259 dias num total de 3 970, recaindo a média por acidente em 8 dias. O número de dias perdido correlacionou-se, através da correlação de pearson, positiva e significativamente com o grupo profissional, considerando o grupo profissional mais qualificado nos primeiros níveis, com o tempo de serviço, com o grupo etário, com o agente da lesão e tipo de lesão. E negativamente com o nível habilitacional, o numero de dias face ao descanso semanal. O que quer dizer, que os acidentes mais graves ocorrem preferencialmente nas categorias profissionais menos qualificadas e especializadas, com mais tempo de serviço e com idade mais avançada. Estes grupos profissionais além da exposição aos riscos caraterísticos do ambiente hospitalar, acrescem outros, como, sobrecarga de trabalho, salários insuficientes, formação inadequada, insatisfação e insegurança ocupacional. Os nossos dados corroboram os resultados dos estudos de Ruiz e Izidoro que referem que são frequentes e mais graves os acidentes que envolvem trabalhadores que auferem menores salários, como auxiliares de ação médica, trabalhadores de lavandaria, cozinha ou de serviços de apoio. Ruiz, Barbosa e Zaida (2004) e Izidoro, Iwamoto e Camargo (2010) Este estudo possibilitou identificar os acidentes de trabalho registados nos serviços de urgência de cinco unidades hospitalares portuguesas, verificando-se um aumento da notificação ao longo dos anos. O grupo profissional onde se verificou maior notificação foi o dos enfermeiros e no grupo etário mais jovem. A principal causa de notificação foi a picada de agulha e a parte do corpo atingida as mãos. No entanto os acidentes mais graves relacionaram-se com as auxiliares de ação médica e com o grupo etário com idades mais avançadas. Parecem-nos necessárias mudanças no ambiente de trabalho e a implementação de programas de prevenção, dirigidos a estes grupos específicos, para minimizar os acidentes e as suas consequências em ambiente de urgência/emergência.
  • Caraterização dos acidentes de trabalho nos hospitais do distrito de Bragança entre 2000 e 2010
    Publication . Martins, Matilde; Barbiéri, Maria do Céu; Correia, Teresa I.G.
    O tipo de atividade profissional e as condições em que é desempenhada constituem dois factores determinantes de risco para a Saúde Ocupacional. O ambiente hospitalar é caraterizado pelo elevado número de riscos desde os físicos, os químicos, os biológicos aos psicossociais, que se potenciam afetando a saúde dos trabalhadores, tanto da prestação de cuidados diretos ao utente como os de serviços de apoio à prestação de cuidados, expondo-os a condições favoráveis à ocorrência de acidentes de trabalho. As últimas estatísticas do DRHS sobre acidentes de trabalho nas instituições de saúde, apontam para um aumento da incidência de acidentes, e consequentemente para o aumento do absentismo laboral e dos encargos que lhe são inerentes. Caraterizar os acidentes de trabalho nas unidades hospitalares do distrito de Bragança entre 2000 e 2010, descrever o perfil epidemiológico do acidentado e identificar as causas e consequências dos acidentes de trabalho. Estudo epidemiológico transversal retrospetivo referente ao período de 1 de Janeiro de 2000 e 31 de Dezembro de 2010. A informação foi obtida através do inquérito anónimo de notificação dos acidentes, referente a 453 trabalhadores. A recolha de dados foi realizada por uma das investigadoras após autorização do Conselho de Administração durante o mês de Janeiro de 2011 nos dias úteis entre as 9:00 e as 17:00 horas no serviço saúde ocupacional. No período do estudo foram notificados 453 acidentes. Em 2006 foi o ano onde se verificou maior notificação (17,4%). A maior prevalência verificou-se no género feminino (83,7%), no grupo profissional dos Técnicos Superiores de Saúde (61,0%), dos quais (50%) foi na categoria profissional dos enfermeiros, seguido dos Auxiliares de Acção Médica (26,9%), na faixa etária 40-99 anos (33,9%), com habilitações literárias de licenciatura (59,8%) e com menos do 9º ano de escolaridade (33,7%). Em trabalhadores com mais de 10 anos de tempo de serviço (77,1%), em regime de nomeação (88,8%) e a praticar horário por turnos (70,7%). O local com maior sinistralidade foi no internamento (40,7%), respondendo o serviço de medicina por 12,9% seguido do serviço de urgência (12,6%) e o bloco operatório (9,9%). Em média os acidentes ocorreram às 12,8 horas (s±4,7), à segunda-feira (18%), no mês de Novembro (11,0%) e no mês de Junho (9,7%), nos dois primeiros dias de trabalho após descanso semanal (55,5%) e entre a 1ª e a 3ª hora de trabalho (36,1%). As principais causas de acidente foram a picada de agulha (34,6%) e os esforços excessivos/movimentos inadequados (17,6%), o agente de lesão ferramentas/utensílios respondeu por (44,9%) seguido da mobilização de doentes (14,5%). Como principais consequências, observou-se (33,0%) dos acidentes resultaram em incapacidade e o nº de dias perdidos foi de 7 931, variando entre o mínimo de 1 e o máximo de 941, recaindo a média em 17,7 dias de trabalho por acidente. Os membros superiores foram os mais afetados (54,4%), respondendo as mãos por (47,1%) e as feridas foi a lesão mais frequente (43,4%) seguido dos entorses/distensões (21,4%). Os achados evidenciaram uma maior prevalência dos acidentes dentro do grupo dos técnicos superiores de saúde, especialmente o grupo profissional dos enfermeiros, possivelmente pela proximidade conferida pela assistência direta aos pacientes por parte destes técnicos. A picada de agulha foi a causa mais relevante, facto que está associado às características das atividades realizadas pelo grupo profissional dos enfermeiros, como preparação/administração de medicação, pesquisa de glicémia capilar, punções venosas, realização de pensos, entre outras. As consequências evidenciadas, como a parte do corpo mais atingida o tipo de lesão também nos remetem param as características das condições em que estas atividades profissionais são desempenhadas. Ressalta, assim, a importância de implementar medidas preventivas por meio de estratégias educativas e de revisão dos processos de trabalho por forma a minimizar os acidentes de trabalho bem como as consequências que lhe estão associadas. Igualmente importante é o acompanhamento e monitorização da situação de saúde dos trabalhadores dos hospitais através dos serviços de saúde ocupacional.
  • Epidemiology of occupational accidents in five Portuguese hospitals between 2000-2010
    Publication . Martins, Matilde; Barbiéri, Maria do Céu; Correia, Teresa I.G.
    Hospital workers perform their activity in terms of potential professional risk, namely accidents at work. These setting a public health problem by the individual, social and economic repercussions that entail. Analyze the epidemiology of occupational accidents in five Portuguese hospital units between 2000 and 2010 and examine the variables that correlate with work absenteeism. Retrospective cross-sectional epidemiological study for the period of January 1, 2000 and December 31, 2010. The information was obtained through anonymous survey for accident notification 3382 workers. Data collection was performed by one of the researchers, after authorization of the Board of Directors between March and September 2011 on working days between the 09:00 and the 17:00 hours in occupational health service. During the study period were reported 3382 accidents. The highest prevalence was found in females (82.9%), in the superior health technicians (57.8%) followed by the medical auxiliaries (32.9%), in the age group 18-29 years (30%) and undergraduate qualifications (58.5%). On workers with more than 10 years service time (46.2%) in naming scheme (64.7%) and the practice shift schedule (82.6%). The highest accident rate occurred in internment (40.7%), internal-medicine service answering for 13.7% followed by the emergency department (13.1%). On average the accidents occurred at 12.8 hours (± 4.6 s), on Monday (18%) in the first two working days after weekly rest (56.8%) and between the 1st and 3rd hour of work (47.1%). The main cause of accidents was the stinging needle / hack per object (51.1%) and the agent of injury tools / utensils (49%). Resulted in inability 31.9% and the number of days lost was 45817. The upper limbs (55.3%) were the most affected body part injured and the most frequent injury was wounds (44.9%). Through the pearson correlation, we see that the number of days lost is positively and significantly correlated with the time of service, the type of injury and age and negatively with the academic qualifications, the number of hours completed by the accident, the day of the week and the year. Labour absenteeism increases with age, time of service, low academic qualifications and in the early hours of work. The data provide scientific support to implement preventive measures and health protection of workers in hospitals.
  • Acidentes de trabalho em meio hospitalar: custos associados
    Publication . Rodrigues, Urbano; Correia, Teresa I.G.; Martins, Matilde
    O ambiente hospitalar constitui de per si um complexo meio propício ao surgimento de acidentes de trabalho com os custos associados. Estudar os acidentes de trabalho em meio hospitalar e os custos associados. Participantes e Métodos: Estudo longitudinal retrospetivo. A amostra foi constituída por 164 trabalhadores, que no período de 2006/2010, tiveram acidente de trabalho notificado numa unidade hospitalar do norte de Portugal. A recolha dos dados foi realizada no período de 01/12/2011 a 30/04/2012 no Departamento de Recursos Humanos, através dos boletins de participação dos acidentes e da ficha de registo de urgência, junto do responsável pelo departamento. Recorreremos à estatística descritiva e à inferencial através do teste ANOVA. Os resultados revelaram as variáveis que se associaram significativamente com os custos e foram: grupo profissional (p=0,048); parte do corpo atingida (p=0,002); ação que conduziu à lesão (p=0,031); exames auxiliares de diagnóstico (p<0,001); agente da lesão (p<0,001) e dias de trabalho perdidos (p<0,001). Os médicos foram o grupo com maior média (7 605,60 €) nos custos por acidente e os enfermeiros os mais acidentados (55,5%). O grupo etário mais acidentado situou-se nos 50-54 anos com predominância feminina (82,3%) e mais de 10 anos de serviço (89,0%), sendo a principal causa, a picada de agulha (32,3%). Os esforços excessivos/movimentos inadequados foi a lesão que apresentou média de custos (6 501,96€) mais elevada. As mãos foram a parte do corpo mais lesionada, sendo a cabeça a que apresentou maior média de custos (9 633,58 €). O maior número de acidentes registou-se entre as 8-16 horas (62,8%) e nos serviços de internamento médico (29,3%). Os trabalhadores com ausências faltaram em média 50,93 dias. Os custos dos acidentes de trabalho são uma realidade com repercussões económicas significativas, afetando não só os trabalhadores individualmente mas também as instituições e a sociedade em geral.
  • Perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho nos enfermeiros de uma unidade hospitalar do norte do país.
    Publication . Martins, Matilde; Correia, Teresa I.G.
    Os profissionais de Enfermagem, por inerência da profissão que desempenham, constituem um grupo de risco para os acidentes de trabalho. As actividades que desenvolvem requerem grande proximidade física com o paciente, manipulação de materiais perfurocortantes, de fluidos corporais, num ambiente de dor e sofrimento lidando frequentemente com a morte. Assim, os Enfermeiros ficam expostos a vários factores de risco: físicos, químicos, mecânicos, biológicos, ergonómicos e psicossociais, que podem comprometer a sua saúde e facilitar a ocorrência de acidentes de trabalho.Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho nos profissionais de enfermagem de uma unidade hospitalar do norte do país entre 2007-2009. Analisar a associação entre de acidentes de trabalho e absentismo laboral. Contribuir para a educação em saúde ocupacional nos enfermeiros.Estudo epidemiológico transversal retrospectivo, referente ao período de 1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2009. Definiram-se como critérios de inclusão, ser enfermeiro e ter acidente de trabalho notificado. A informação foi obtida recorrendo ao registo de notificação dos acidentes de trabalho da DRHS e à ficha de registo no Serviço de Urgência. A recolha de dados foi realizada após autorização do Conselho de Administração durante o mês de Janeiro de 2011, nos dias úteis entre as 9:00 e as 17:00 horas no serviço de recursos humanos. Resultados: Foram notificados 66 acidentes de trabalho em enfermeiros, houve uma diminuição ao longos dos três anos de (37,9%) para (27,3%). A maior prevalência verificou-se no sexo feminino (90%), no grupo etário 50-54 anos (25,8%), a praticar horário por turnos (95,5%) e a trabalhar nos serviços de urgência (22,7%) e medicina (21,2%). O dia da semana mais acidentado foi a segunda-feira (27,3%), a distribuição ao longo do ano mostrou menor incidência nos meses de verão e maior no mês de Janeiro (15,2%). Em média os acidentes ocorreram às 13, 9 horas, 36,4% ocorreu entre 1ª e 3ª hora após o inicio do turno e 31,8% no 3º dia de trabalho após descanso semanal. As principais causas do acidente foram a picada de agulha (42,4%) e os esforços excessivos (18,2%) o que teve como consequência as feridas (48,5%) e entorses/distensões (24%). Atingiram maioritariamente as mãos (51,5%) e o tronco (17%), resultaram em incapacidade 22,5%, e perderam-se em média 10 dias de trabalho. Os acidentes mais frequentes nos enfermeiros são os provocados por material perfurocortante e por esforços excessivos. Prevalecem os acidentes no sexo feminino, na faixa etária mais idosa, nos serviços que exigem maior rapidez na actuação/decisão e maior esforço físico para cuidar dos pacientes.Evidencia-se a criação de estratégias dirigidas a estes profissionais, visando a prevenção de acidentes em meio hospitalar, como: implementação de programas contínuos de educação para a saúde laboral, monitorização e sensibilização dos enfermeiros para a necessidade de imunizações periódicas especificas, disponibilização EPI e de mobilização de paciente, entre outras, visando garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis.
  • Acidentes de trabalho nos enfermeiros portugueses
    Publication . Martins, Matilde; Correia, Teresa I.G.
    Os enfermeiros que trabalham nos hospitais estão expostos a muitos riscos que culminam em elevadas taxas de ocorrência de acidentes de trabalho. Problema de investigação: Caracterizar os acidentes de trabalho nos enfermeiros. Participantes: Participaram 1716 enfermeiros que tiveram acidente de trabalho notificado entre 2000-2010 em cinco hospitais portugueses. A informação foi obtida através do registo dos inquéritos, anónimos, de notificação dos acidentes de trabalho. Recolha e Análise de dados: A recolha de dados foi realizada após autorização dos Conselhos de Administração durante o ano de 2011. Os dados foram analisados em programa informático SPSS®. Os enfermeiros notificaram 1716 acidentes de trabalho, correspondendo a 44,4% do total dos acidentes notificados. A maior prevalência verificou-se no género feminino (85,5%), no grupo etário 18-29 anos (42,4%), com tempo de serviço superior a 10 anos (40,3%) e a praticar horário por turnos (85,5%). A picada por agulha foi a causa mais frequente (51,9%), seguida das quedas (13,4%) e dos esforços excessivos (12,4%). A sinistralidade foi maior nos serviços de medicina (19,2%), no primeiro dia de trabalho (34%) e nas três primeiras horas (47,3%). Em média os acidentes ocorreram às 12,4 horas. Atingiram os membros superiores (65,6%) e resultaram em ferimentos (68,4%). Os dados revelam que os acidentes de trabalho nos enfermeiros são maioritariamente provocados por picadas de agulhas, ocorrem no serviço de medicina, nos primeiros dias e primeiras horas de trabalho. Sugere-se a implementação de acções preventivas dirigidas e revisão dos processos organizativos de trabalho.