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Cardoso, Norberto do Vale Loureiro Teixeira

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  • Suicídios, sudários e autobiografia na obra de António Lobo Antunes
    Publication . Cardoso, Norberto do Vale Loureiro Teixeira
    Evento paulatinamente esquecido, a guerra colonial portuguesa, travada durante década e meia, deixou um pesado lastro naqueles que a fizeram. Na literatura, a obra de António Lobo Antunes será, porventura, aquela que melhor espelha o fenómeno do suicídio como efeito dessa guerra, muito em particular nos primeiros romances, mas reaparecendo num romance mais recente: Não É Meia Noite Quem Quer Aí o suicídio não é apenas físico, mas exílio interior, solidão, fuga, mudez. Seremos ainda, como perspectivou Unamuno, um povo suicida? Ou trata-se agora de uma reavaliação colectiva, absolutamente necessária num tempo que se quer pós-colonial?
  • A cidadela inacabada: a contenção emocional em António Lobo Antunes
    Publication . Cardoso, Norberto do Vale Loureiro Teixeira
    TNum estudo intitulado “Um medo por demais inteligente, sobre autobiografias pessoanas”, Américo Diogo e Rosa Sil Monteiro, que consideram que Fernando Pessoa descobre, na interioridade (a que chamam ‘cidadela interior’), uma descoincidência entre a realidade intima e a realidade colectiva, o que gera uma introspecção ou, a bem dizer, uma autobiografia que não é uma “inteligência inibida pelo medo”, mas uma “inibição inteligente”. Pessoa preserva a sua ‘cidadela’ de um exterior no qual não se sente compreendido nem adaptado, concentrando-se no seu trabalho artístico, desenvolvido no seu ateliê (maioritariamente constituído por material inédito) que o conduz ao fingimento e à heteronímia. Esta percepção é deveras importante, uma vez que, na desvalorização do real, se concede “realidade unicamente ao ficcional”.
  • Bestiário da Literatura da Guerra Colonial Portuguesa
    Publication . Cardoso, Norberto do Vale Loureiro Teixeira
    Perscrutando várias obras que tratam o tema do colonialismo e da guerra colonial portuguesa, de entre elas sublinhando a obra de António Lobo Antunes, concluímos não haver uma epopeia que cante, como Os Lusíadas o fazem, o papel do português que combateu nessa guerra. Talvez essa falha de representação (conectada com a urgência em denegar e obliterar as memórias de um tempo em que um país, cuja posição europeia era subalterna, só em África se pensava próspero) derive do facto de o jovem português mobilizado para as colónias africanas não ter tido um papel linear. Efectivamente, a sua acção foi pautada por um desempenho dual, entre a prosperização e o alquebramento de um regime que, por um lado, se sustentava na guerra e, por outro, falhará exactamente através dela. O combatente português desliza para uma hesitação identitária ao nível pessoal e, sobretudo, social, parcialmente resolvida através de um bestiário onde se incluem o lobo e, sobretudo, o cão (imagens que alegorizam a transformação sofrida pelos jovens combatentes). Propomos, pois, que tenha sido na guerra colonial que melhor se tenham espelhado tais binómios: a) a experiência agónica que animaliza (ou canibaliza) o soldado; b) a experiência enquanto conhecimento que o leva a reavaliar a sua identidade individual e, extrapolando, a identidade colectiva.