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- Tele-reabilitação respiratóriaPublication . Vaz; Sérgio; Pires; Patrícia; Félix, Andreia; Magalhães; Bruno; Seco-Calvo, Jesus; Novo, AndréNo contexto atual de rápidas transformações tecnológicas, a tele-reabilitação respiratória emerge como um campo de significativa relevância e potencial. A incorporação de tecnologias de informação e comunicação (TIC) na prática clínica de reabilitação respiratória não só responde às exigências crescentes de acessibilidade e eficiência, mas também reflete um compromisso com a continuidade e qualidade da prestação de cuidados em circunstâncias variadas, incluindo crises de saúde pública como a pandemia de COVID-19. Este resumo visa explorar a integração da tele-reabilitação nos sistemas de saúde, destacando os desafios e oportunidades que caracterizam esta modalidade terapêutica. Através de uma revisão crítica, discutiremos como a tele-reabilitação respiratória, apoiada por tecnologias emergentes, oferece uma alternativa viável e eficaz aos métodos convencionais de entrega de reabilitação, permitindo superar limitações físicas e geográficas, bem como a importância estratégica da enfermagem de reabilitação neste contexto. OBJETIVOS Explorar a integração da Tele-reabilitação nos sistemas de saúde Destacar os desafios e oportunidades que caracterizam a Tele-reabilitação respiratória DESENVOLVIMENTO O termo "tele saúde" é amplamente utilizado para descrever a oferta de cuidados de saúde à distância, utilizando tecnologias de informação e comunicação (TIC). Esta abordagem inclui a participação de várias profissões da saúde e emprega um amplo leque de tecnologias, como videoconferências, plataformas digitais, aplicativos móveis e dispositivos de transmissão de dados. Tecnologias mais avançadas, como sensores vestíveis, realidade virtual, robótica e plataformas de jogos terapêuticos, também fazem parte do campo da tele saúde, cuja evolução acompanha os constantes avanços tecnológicos. À medida que a tecnologia se desenvolve, a prestação de cuidados de reabilitação adapta-se, refletindo a inovação contínua no setor da saúde (Vitacca, 2020). O crescimento do uso da tele saúde tem sido impulsionado pelos avanços tecnológicos e pela maior disponibilidade dessas ferramentas, com a literatura científica demonstrando seu sucesso em diversos contextos. Este modelo beneficia tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde, ao reduzir as lacunas no acesso a serviços essenciais, economizando tempo e dinheiro. Um dos principais benefícios da tele saúde é a possibilidade de os pacientes receberem tratamento em casa, eliminando a necessidade de transporte e promovendo a conveniência e acessibilidade (Ransdell et al., 2021). Dentro da tele saúde, a tele-reabilitação é uma subcategoria focada na prestação de serviços de reabilitação à distância. Esta inclui uma ampla gama de intervenções, desde avaliação e monitorização até supervisão, educação e aconselhamento. A tele-reabilitação mantém as vantagens dos métodos clássicos de reabilitação, enquanto supera algumas das suas limitações, como a barreira da distância, facilitando o acesso aos cuidados de saúde diretamente no domicílio dos pacientes (Salawu et al., 2020). Assim, surge como uma alternativa viável às intervenções presenciais, com o benefício adicional de oferecer flexibilidade e personalização no tratamento (Özden et al., 2022). Do ponto de vista clínico, a tele-reabilitação permite novas estratégias de intervenção em todo o espectro de cuidados, combinando as vantagens de programas institucionais e domiciliares. Apesar de ser realizada remotamente, a tele-reabilitação preserva componentes essenciais da reabilitação, como o treino de exercício, a motivação e a educação dos pacientes, além de promover a autogestão da doença (Hansen et al., 2020). Com a evolução das tecnologias, a gestão dos pacientes em reabilitação também se moderniza, introduzindo um novo paradigma na prestação de cuidados (Guy et al., 2021). A eficácia da tele-reabilitação é amplamente respaldada por meta-análises recentes, que mostram que os seus resultados são comparáveis aos de programas tradicionais de reabilitação presencial. Estudos demonstram que programas de tele-reabilitação respiratória oferecem segurança, qualidade e eficácia clínica equivalentes aos métodos convencionais. Esses resultados são cruciais para a ampliação da tele-reabilitação e sua aceitação entre os pacientes (Snoswell et al., 2023). Além disso, a confiança nas tecnologias de tele saúde e a insatisfação com os cuidados tradicionais são preditores significativos para a adesão dos pacientes a esses programas. Altas taxas de satisfação e adesão têm sido observadas, com taxas de conclusão significativamente superiores aos métodos presenciais (Gabriel et al., 2023). Estudos destacam que a tele-reabilitação não é apenas uma alternativa viável, mas pode ter vantagens sobre o atendimento presencial, ao superar barreiras físicas e geográficas. Os benefícios incluem a redução de custos, menor necessidade de deslocação e maior comodidade para pacientes com mobilidade reduzida. A experiência acumulada tanto pelos profissionais quanto pelos pacientes sugere que a tele-reabilitação pode progressivamente alterar a perceção sobre os métodos de cuidados à distância, consolidando-se como uma solução eficaz e acessível no futuro da reabilitação (Holland et al., 2021; Laver et al., 2020). CONSIDERAÇÕES FINAIS /CONCLUSÃO O panorama da tele-reabilitação respiratória, enquadrado na modernização dos sistemas de saúde, revela uma intersecção promissora entre tecnologia e cuidados, proporcionando um caminho viável para responder os desafios inerentes ao acesso e à prestação de cuidados de reabilitação respiratória. A tele-reabilitação oferece, tanto para pacientes como para profissionais de saúde, destacando-se como uma modalidade que exerce um papel importante na redução de desigualdades no acesso aos cuidados de saúde. Não deve ser vista apenas como uma alternativa aos programas convencionais presenciais, mas sim como uma componente integrante do futuro da reabilitação respiratória, por forma a melhorar continuamente a acessibilidade e eficiência dos cuidados de saúde. A integração de soluções de tele-reabilitação nos sistemas de saúde exige uma abordagem multifacetada que envolve não apenas a adoção de tecnologia, mas também a formação contínua de profissionais de saúde, a adaptação dos pacientes à nova modalidade de prestação de cuidados e o desenvolvimento de políticas que suportem uma implementação eficaz. A necessidade do estabelecimento de diretrizes claras é imperativa para assegurar a qualidade, a segurança e a eficácia dos programas de telereabilitação, alinhando-os com os padrões de cuidados presenciais.