Browsing by Author "Santos, Jessica Caseiro"
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- Estudo da Avaliação da Perceção da Funcionalidade, Coesão e Adaptabilidade Familiar de Familiares de Idosos InstitucionalizadosPublication . Santos, Jessica Caseiro; Brás, Manuel Alberto; Anes, EugéniaA institucionalização do idoso é um tema complexo e delicado, que pode ter impactos significativos na vida dos idosos e das suas famílias. Várias são as razões que podem levar à institucionalização, como estados de dependência, solidão, falta de suporte familiar e necessidade de vigilância e acompanhamento no dia a dia. A institucionalização em Estruturas Residenciais para Idosos, como o próprio nome indica, admite idosos em regime de internamento. Nas mesmas são providenciados alojamento, alimentação e assistência de saúde, assegurando a prestação de cuidados adequados à satisfação das necessidades do utente, com vista à manutenção da sua autonomia e independência e promoção da sua qualidade de vida, potenciando a integração social e fomentando o processo de envelhecimento ativo. Este tipo de respostas sociais são muitas vezes a solução encontrada pelas famílias para cuidar do seu idoso. Não obstante, a participação da família na vida do seu familiar institucionalizado é de extrema importância e necessária, na medida em que o idoso deve nutrir um sentimento de pertença no seu seio familiar, e assentir que a família está presente e colaborante no seu dia a dia. Face ao exposto, surgiu a questão de investigação: Qual a relação entre as variáveis sociodemográficas e profissionais e a perceção da funcionalidade familiar, coesão e adaptabilidade familiar de familiares do idoso institucionalizado no concelho de Macedo de Cavaleiros? Objetivos: Analisar a relação entre as variáveis sociodemográficas e profissionais e a perceção da funcionalidade, coesão e a adaptabilidade familiar do familiar do idoso institucionalizado. Várias hipóteses de investigação foram elaboradas relacionando a funcionalidade familiar, a coesão e a adaptabilidade familiar com varáveis de caracterização do familiar, o número de visitas, o grau de parentesco com o idoso e as idas a casa, com o intuito de estabelecer uma relação estatística entre as varáveis sociodemográficas e profissionais, a coesão, a adaptabilidade e a funcionalidade familiar do familiar do idoso institucionalizado. Metodologia: Tratou-se de uma metodologia quantitativa, estudo observacional, descritivo, correlacional e transversal. O instrumento de colheita de dados foi o formulário aplicado aos familiares dos utentes residente em duas ERPI no concelho de Macedo de Cavaleiros em contexto de visita. Resultados: Antes da institucionalização 55,7% dos idosos viviam com os filhos e /ou cônjuge seguido de 40,6% dos idosos que viviam sozinhos. A ideia da institucionalização recaiu na sua maioria (74,5 %) sobre os filhos e ou cônjuge. A vigilância e acompanhamento (83%), bem como a dependência física (40,6%) foram os principais motivos apontados para a institucionalização. Na sua maioria (90,6%) a família considerou que a institucionalização foi a melhor opção para o idoso e considerou também que foi a melhor opção para a família (87,7%). Relativamente às idas a casa a maioria (50,9%) dos familiares da amostra optavam por dias não festivos do que por dias festivos (28,3%). Com a aplicação do APGAR familiar foi possível perceber que a maioria das famílias inquiridas (47,6%) eram altamente funcionais. A aplicação da Escala de FACES II, revelou que as famílias ao nível da coesão eram maioritariamente ligadas (53,8%) e ao nível da adaptabilidade flexíveis (47,2%), pelo que na sua maioria (48,1%) eram do tipo de família equilibrada. Conclusão: Foi possível caracterizar sociodemográfica e profissionalmente os familiares dos idosos institucionalizados inquiridos e, através das escalas APGAR familiar e FACES II, a sua perceção de funcionalidade familiar, coesão, adaptabilidade e tipo de família. Relativamente à questão de investigação: Qual a relação entre as variáveis sociodemográficas e profissionais e a perceção da funcionalidade familiar, coesão e adaptabilidade familiar do familiar do idoso institucionalizado no concelho de Macedo de Cavaleiros, foi possível estabelecer uma relação estatisticamente significativa entre a funcionalidade familiar e a coesão familiar (Χ2 49,042; p < 0,001), a adaptabilidade familiar (Χ2 41,400; p < 0,001) e o tipo de família (Χ2 52,456; p < 0,001). Foi também possível estabelecer uma relação estatisticamente significativa entre a funcionalidade familiar e o desempenho de um papel ativo por parte da família na vida do idoso, (Χ2 6,425; p< 0,05), o número de visitas (Χ2 20,498; p< 0,001), a união familiar, (Χ2 35,593; p < 0,001) e as idas a casa (Χ2 15,178; p< 0,001). Relativamente à coesão, foi possível comprovar relação estatística entre o número de visitas (Χ2 17,737; p< 0,001), o desemprenho de um papel ativo (Χ2 11,191; p < 0,01), e as idas a casa (Χ2 9,786; p < 0,01). Assim na adaptabilidade familiar foi possível determinar um relação estatística entre o número de visitas (Χ2 18,234; p < 0,001), o desempenho de um papel ativo (Χ2 7,760; p < 0,01) o hábito de levar a casa (Χ2 18,234; p < 0,001), a união familiar (Χ2 53,078; p < 0,001) e por fim a ideia da institucionalização partiu de quem ( Χ2 6,880; p < 0,05). No que diz respeito ao tipo de família concluímos relação estatística entre a ideia da institucionalização (Χ2 6,419; P < 0,05), o número de visitas (Χ2 11,910: p < 0.001), o desempenho de um papel ativo (Χ2 8,511; p < 0,01), o hábito de levar a casa (Χ2 15,072; p < 0,001) e por último a união familiar (Χ2 42,143; p < 0,001). No decorrer deste trabalho de investigação, foi também possível determinar qual a funcionalidade familiar, o grau de coesão e adaptabilidade familiar e consequentemente o tipo de família do idoso institucionalizado. Assim, face aos resultados obtidos, concluímos que os familiares de idosos com famílias percecionadas como funcionais mostram uma tendência clara de melhores índices de coesão, adaptabilidade, e classificação de família equilibrada apresentando união familiar, quando comparados com familiares de idosos de famílias percecionadas como disfuncionais demonstram menor tendência para visitar o idoso, para o levar para casa e para ter um papel ativo na vida do mesmo. Famílias extremadas ou de meio termo tendem a ter estruturas familiares mais rígidas e com menor interesse pelo idoso.