Browsing by Author "Nogueira, Clotilde"
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- Avaliação da qualidade do solo em povoamentos florestais recém instalados no Nordeste de PortugalPublication . Fonseca, Felícia; Martins, Afonso; Figueiredo, Tomás de; Nogueira, Clotilde; Guerra, AlziraA qualidade do solo é um conceito centrado na dinâmica das propriedades e processos do solo, constituindo um factor essencial na sustentação global da biosfera e, em particular, na sustentabilidade dos sistemas florestais. Durante as duas últimas décadas do século XX, ocorreu uma modificação na percepção geral da importância do solo como um componente chave dos ecossistemas, o que contribuiu para o reconhecimento da necessidade de manter ou melhorar a sua capacidade de realizar uma multiplicidade de funções. Por outro lado, tomou-se consciência que o solo não é um recurso inesgotável, que usado de forma imprópria ou sob má gestão pode perder-se num período relativamente curto de tempo, com poucas oportunidades para a sua recuperação. Estes aspectos estimularam a necessidade do estabelecimento de critérios que permitam avaliar a qualidade dos solos e compará-la quando estes são submetidos a diferentes práticas de mobilização, quer em agricultura, quer na instalação de povoamentos florestais. Compreender os efeitos das práticas de mobilização e uso da terra na qualidade do solo e identificar os indicadores (propriedades) que permitam a sua avaliação vem-se constituindo como um dos mais importantes objectivos da ciência do solo. Neste contexto, foi avaliada a qualidade do solo em povoamentos florestais recentemente plantados, em cuja instalação se aplicaram três tratamentos de mobilização com armação do terreno em vala e cômoro (VC). Os tratamentos, a comparar com o solo original, foram: (1) sem ripagem prévia (SRVC); (2) com ripagem localizada (RLVC); (3) com ripagem contínua (RCVC). A avaliação da qualidade do solo baseou-se nas propriedades morfológicas e na análise laboratorial de amostras colhidas nas profundidades 0-20 e 20-40 cm de 12 perfis do solo dos tratamentos (4 na linha de plantação, 4 na entre linha, 4 no cômoro) e nas mesmas profundidades em 4 perfis do solo original. Foram também determinados os correspondentes índices de qualidade do solo. O efeito da mobilização sobre as propriedades físicas do solo traduziu-se num incremento da espessura efectiva, redução da massa volúmica aparente, e aumento dos teores em limo e argila. A variação positiva da espessura efectiva e do teor em argila e a variação negativa da massa volúmica aparente seguem a sequência SRVC> RLVC> RCVC. Sobre as propriedades químicas do solo o efeito traduziu-se numa redução dos teores de carbono orgânico e azoto total e num aumento da acidez do solo e dos teores de fósforo e potássio extractáveis. De um modo geral, a aplicação da ripagem localizada (RLVC) e da ripagem contínua (RCVC) traduziu-se em efeitos menos positivos que a não aplicação de ripagem (SRVC). Como seria de esperar, a mobilização contribuiu para uma melhoria da qualidade do solo resultando em índices de 0,56, 0,53 e 0,41, respectivamente para os tratamentos SRVC, RLVC e RCVC, contra 0,32 no solo original. Pela análise destes resultados, que sintetizam o impacto de técnicas com armação do terreno em vala e cômoro em propriedades físicas e químicas do solo, a ripagem prévia não resultou em vantagens tais que a tornem recomendável.
- Avaliação do efeito de operações de preparação do terreno no armazenamento e distribuição de carbono em jovens povoamentos florestaisPublication . Fonseca, Felícia; Martins, Afonso; Figueiredo, Tomás de; Guerra, Alzira; Nogueira, ClotildeO Protocolo de Quioto tem como principal objectivo reduzir a emissão de gases com efeito estufa na atmosfera provenientes das actividades humanas. As acções de florestação e reflorestação, com utilização de técnicas de preparação do terreno adequadas, contribuem para uma maior produtividade dos sistemas e menores impactes no solo e no ambiente, podendo contribuir para o cumprimento dos objectivos daquele protocolo. A avaliação do sequestro de carbono decorreu num povoamento misto de Pseudotsuga menziesii (PM) e Castanea sativa (CS), com dois anos de idade, onde se testam sete modalidades de preparação do terreno com diferentes intensidades (ligeira, intermédia e intensiva), constituídas por: (1) testemunha, sem mobilização (TSMO); (2) plantação à cova, com broca rotativa (SMPC); (3) ripagem contínua, seguida de lavoura localizada com riper equipado com aivequilhos (RCAV); (4) sem ripagem e armação do terreno em vala e cômoro (SRVC); (5) ripagem localizada e armação do terreno em vala e cômoro (RLVC); (6) ripagem contínua e armação do terreno em vala e cômoro (RCVC); (7) ripagem contínua seguida de lavoura contínua (RCLC). Com o objectivo de avaliar o efeito destas técnicas no sequestro de carbono no sistema (solo e material vegetal), foram analisadas amostras de biomassa aérea e subterrânea (vegetação herbácea e espécies florestais) e de solo. As amostras de biomassa herbácea e solo foram colhidas numa área de um metro quadrado, correspondendo as amostras de solo às profundidades 0-5; 5-15; 15-30 e 30-60 cm. A biomassa das espécies florestais foi determinada a partir de 16 árvores (8 PM e 8 CS) em tratamentos de intensidade de mobilização intermédia e intensiva. Os resultados mostram: (i) mais de 90% do total de carbono armazenado no sistema encontra-se no solo, sendo que mais de 60% encontra-se nos primeiros 30 cm; (ii) os primeiros 5 cm de solo são os que apresentam menor quantidade de carbono, verificando-se um acréscimo em profundidade com o aumento da intensidade de mobilização; (iii) o contributo da vegetação herbácea e respectivas raízes é pouco expressivo; (iv) a massa de carbono por árvore é mais elevada em CS do que em PM, e é idêntica entre tratamentos no caso de CS e muito diferente no caso de PM; (v) o armazenamento global de carbono foi afectado pela mobilização, ocorrendo geralmente, uma redução no armazenamento com o aumento da intensidade de mobilização.
- Avaliação do efeito de operações de preparação do terreno no armazenamento e distribuição de carbono em jovens povoamentos florestaisPublication . Fonseca, Felícia; Martins, Afonso; Figueiredo, Tomás de; Guerra, Alzira; Nogueira, ClotildeConsiderando as limitações dos solos geralmente ocupados por floresta – deficiente suporte radical, fraca estabilidade, deficiente reserva de água e carências de nutrientes, é prática corrente recorrer-se a trabalhos de preparação do terreno, envolvendo mobilizações mais ou menos intensas, de forma a diminuir ou eliminar essas limitações (WolTell & Hampson, 1997). Porém, a orientação desses trabalhos não tem sido devidamente suportada por resultados experimentais que permitam a selecção das técnicas mais adequadas a cada situação e optimizem a rentabilidade e a sustentabilidade dos ecossistemas. A correcta instalação de povoamentos florestais, que se traduza em melhor produtividade e menores impactes no solo e no ambiente, prende-se ainda com a crescente preocupação sobre os efeitos no aquecimento do planeta e nas alterações climáticas (Birdsey et 01., 1993) e, nesse processo, é fundamentai fazer-se a selecção adequada das técnicas de preparação do terreno para novas plantações, para satisfação de um requisito, cada vez mais actual, de gestão sustentada de recursos (Worrell & Hampson, 1997).
- Avaliação temporal do efeito do fogo controlado em propriedades químicas do solo, em áreas de montanha cobertas por matosPublication . Nogueira, Clotilde; Fonseca, Felícia; Figueiredo, Tomás deO fogo é um fator ecológico natural na maioria dos ecossistemas, e embora os ecossistemas mediterrâneos sejam dele dependentes, não é sinónimo de que conseguem suportar qualquer tipo e frequência de incêndio. Atualmente os fogos florestais constituem um grave problema nos ecossistemas mediterrâneos. O abandono das áreas rurais originou a acumulação de biomassa combustível. Uma das técnicas aplicadas na gestão da vegetação em espaços florestais é o fogo controlado, que visa reduzir a carga combustível garantindo uma diminuição do perigo de incêndio. A sua aplicação em áreas estratégicas pretende substituir de uma forma gradual os incêndios que ocorrem durante o período estival por queimas pouco intensas realizadas no Inverno. Esta técnica não reúne consenso relativamente aos impactos que causa, dado que o fogo reduz ou elimina temporariamente a cobertura vegetal do solo e diversas alterações podem ocorrer nas propriedades físicas, químicas, mineralógicas e biológicas do solo. Este trabalho tem como objetivo avaliar temporalmente o efeito do fogo controlado em propriedades químicas do solo, em áreas de montanha cobertas por mato, dentro do Parque Natural de Montesinho (PNM), cujos 75 000 ha estão, em aproximadamente um terço, ocupados por mato.
- Avaliação temporal do efeito do fogo controlado em propriedades químicas do solo, em áreas de montanha com matosPublication . Nogueira, Clotilde; Fonseca, Felícia; Figueiredo, Tomás deAtualmente os fogos florestais constituem um grave problema nos ecossistemas mediterrâneos. O abandono das áreas rurais tem contribuído para a acumulação de biomassa combustível. Uma das técnicas aplicadas na gestão da vegetação nestes espaços é o fogo controlado. O fogo reduz ou elimina temporariamente a cobertura vegetal e diversas alterações podem ocorrer ao nível das propriedades físicas, químicas, mineralógicas e biológicas do solo. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo estudar a evolução temporal do efeito do fogo controlado de baixa severidade em áreas de montanha cobertas com matos, em propriedades químicas do solo. O estudo decorreu no Parque Natural de Montesinho (Aveleda), que ocupa uma área aproximada de 75000 ha, sendo que cerca de 1/3 desta área está coberta por matos. A amostragem realizou-se numa área de matos com cerca de 5 ha que foi sujeita a fogo controlado. Em sete locais, distribuídos aleatoriamente foram colhidas amostras de solo antes, imediatamente após, dois meses, seis meses e três anos após o fogo controlado nas profundidades 0-5, 5-10 e 10-20 cm. Os resultados obtidos na situação imediatamente após o fogo mostram uma diminuição dos teores das bases de troca e um aumento dos teores de matéria orgânica, potássio e fósforo extraíveis, condutividade elétrica e acidez de troca. Três anos após o fogo constata-se que as propriedades químicas do solo tenderam a evoluir para a situação pré fogo.
- Changes in soil chemical properties after prescribed fire in a mountain area covered by shrubsPublication . Fonseca, Felícia; Figueiredo, Tomás de; Nogueira, ClotildeCurrently, forest fires are a serious problem in the Mediterranean ecosystems. The abandonment of the rural areas has led to the accumulation of biomass fuel. One of the techniques applied in the management of vegetation in forest areas is the prescribed fire, which aims to reduce the combustible load guaranteeing a reduction of the risk of fire. Its application in strategic areas intends to gradually replace the fires that occur during the summer period for less intense burnings carried through winter. The fire temporarily reduces or eliminates the vegetal covering of the ground and several alterations may occur in the physical, chemical, mineralogical and biological properties of the soil. This work aims to evaluate the temporal evolution of the effect of prescribed low severity fire in mountain areas covered with shrubs in some soils properties. The study took place in Aveleda, within the area of the Montesinho Natural Park, Northeast Portugal, which possesses a surface of about 75000 ha, being approximately one-third occupied by shrubs. Sampling took place in an area with approximately 5 ha, occupied by shrubs, which was subjected to controlled fire. In eleven different locations, randomly scattered, soil samples were collected before the controlled fire at different depths: 0-5 cm, 5-10 cm and 10-20 cm. To monitor the development of the properties in time, soil samples were once again collected in the same places, two months, six months and three years after the prescribed fire. Three years after the prescribed fire, and at depth of 0-5 cm, it turned out that the soil pH values were similar to those seen before the fire. However, the same was not verified with the values of the exchangeable bases, extractable potassium and electric capacity that differ from the observed ones before the fire. It also appears that the controlled fire, affects the chemical properties differently throughout the soil profile.
- Comparação das perdas de solo por erosão estimadas usando o modelo WEPP com as medidas num povoamento florestal em fase de instalaçãoPublication . Nogueira, Clotilde; Figueiredo, Tomás de; Fonseca, Felícia; Guerra, Alzira; Martins, AfonsoO WEPP (Water Erosion Prediction Project), desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, representa uma tecnologia de previsão de erosão, baseada em princípios fundamentais tais como: geração estocástica do clima, teoria de infiltração, hidrologia, física do solo, desenvolvimento vegetativo, hidráulica e mecanismos de erosão. As vantagens mais notáveis do modelo incluem a capacidade de estimar a distribuição da perda de solo, espacial e temporalmente, permitindo a sua extrapolação para diferentes condições, que seriam inviáveis a nível prático e económico, recorrendo a trabalho de campo (Flanagan et al., 1995). O presente trabalho tem como objectivo comparar os valores de perda de solo estimados através do modelo WEPP com os medidos num povoamento florestal em fase de instalação. O ensaio experimental, com um povoamento misto de Pseudotsuga mensiezii e Castanea sativa, situa-se em Lamas de Podence, NE de Portugal, a cerca de 700 m de altitude, e compreende talhões de 375 m2, sujeitos a diferentes técnicas de preparação do terreno, dispostos aleatoriamente em três blocos, representando situações topográficas de planalto (Bloco I), encosta de declive acentuado (Bloco II) e encosta de declive moderado (Bloco III). Nos talhões em que a técnica de preparação do terreno usada foi ripagem contínua, seguida de lavoura contínua segundo o maior declive, foram colocadas duas micro-parcelas com 1m de largura e comprimento 14 m, onde se recolheu a água de escoamento e o sedimento transportado, após cada evento de precipitação nos anos de 2002 e 2003. As micro-parcelas no Bloco I, no Bloco II e Bloco III apresentam os seguintes declives respectivamente: 6,2%; 23,9% e 8,5%. Para as estimativas com o WEPP, foram introduzidos os ficheiros clima, solo e as características geométricas das micro-parcelas. A relação entre os valores de perda de sedimento média anual observada no ensaio e os valores estimados foi de 0,039; a relação entre os valores de escoamento médio anual observado no ensaio e os valores estimados foi de 19,38. A relação entre os valores médios anuais de perda de solo medidos e os valores estimados: no Bloco I foi de 0,95, apresentando como valores mínimo e máximo 0,13 e 2,55 respectivamente; no Bloco II foi de 0,033, variando entre 0,016 e 0,048 e no Bloco III foi de 0,089, compreendendo os valores de 0,0056 a 0,21. A relação entre os valores de escoamento médios anuais observados e os estimados foi no Bloco I de 0,56 variando de 0,23 a 0,86; no Bloco II foi de 0,035 tendo como mínimo 0,017 e máximo 0,049 e no Bloco III foi de 0,033 variando de 0,007 a 0,065, nesta relação nunca se verificou nenhum valor superior a 1. As diferenças observadas entre blocos devem-se às características do solo, assim como às características geométricas das micro-parcelas. Verifica-se que os valores observados de escoamento anual são inferiores aos valores estimados em diferentes períodos de simulação, sendo esta diferença, de uma forma geral, menor quando aumenta o período de simulação. Os resultados mostram que o modelo não representa com fiabilidade as condições experimentais, sendo pertinente a sua calibração para as condições dos povoamentos florestais em fase de instalação.
- Comparação das perdas de solo por erosão estimadas usando o modelo WEPP com as medidas num povoamento florestal em fase de instalaçãoPublication . Nogueira, Clotilde; Figueiredo, Tomás de; Fonseca, Felícia; Guerra, Alzira; Martins, AfonsoO presente trabalho tem como objectivo comparar os valores de perda de solo estimados através do modelo WEPP, com os medidos nos anos 2003 c 2004, em parcelas com a área de aproximadamente 14 m2 , colocadas num povoamento florestal misto de Pselldotsuga mensiezii e Castanea sativa em fase de instalação. O WEPP (Water Erosion Prediction Project), desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, representa uma tecnologia de previsão de erosão, baseada em princípios fundamentais tais como: geração estocástica do clima, teoria de infiltração, hidrologia, física do solo, desenvolvimento vegetativo, hidráulica e mecanismos de erosão.
- Consumo nutricional e padrões alimentares de grávidas portuguesasPublication . Nogueira, Clotilde; Almeida-de-Souza, Juliana; Dias, L.G.A gravidez é uma fase do ciclo de vida da mulher em que ocorrem inúmeras alterações, pois o seu corpo adapta-se para desenvolvimento e crescimento do feto no seu interior. Existem vários fatores que afetam a saúde na gravidez, bem como o desenvolvimento e o crescimento fetal e que podem ter implicações nefastas na saúde futura de ambos, entre eles a alimentação, pelo que o aporte de nutrientes deve ser o adequado. A avaliação da adequação da alimentação pode realizar-se através da análise dos alimentos ou nutrientes ingeridos, contudo, a determinação de padrões alimentares de um determinado grupo populacional permite avaliar a alimentação no seu todo sem se focar de forma isolada em alimentos ou nutrientes. A análise de padrões alimentares possibilita ter uma perceção mais abrangente da qualidade da dieta, permitindo melhorar as recomendações para determinado grupo populacional de acordo com as especificidades encontradas, e promover uma melhor saúde da população. Objetivo: Pretende-se com este trabalho, estudar padrões alimentares de grávidas portuguesas. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal numa amostra de 704 grávidas portuguesas (idade mediana= 33 anos). Avaliou-se a ingestão dietética e alimentar durante a gravidez através de um questionário de frequência alimentar. Através da consulta do boletim da grávida obtiveram-se dados sociodemográficos, antecedentes pessoais maternos, consumo habitual de álcool e tabaco, comorbilidades e registos clínicos. Relativamente à análise estatística, foram definidos 26 grupos de alimentos para a identificação dos padrões alimentares a posteriori, e utilizou-se o algoritmo K-means. Na comparação das medianas relativas à ingestão alimentar e nutricional estimada, entre os diferentes padrões alimentares, aplicou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Na presença de diferenças significativas, a comparação múltipla das médias das ordens realizou-se através do teste post-hoc Fisher-Least Significant Difference (LSD). Resultados: Foram identificados três padrões alimentares, Fruta&Hortícolas, Laticínios e Baixo consumo. O padrão denominado Frutas&Hortícolas, caracterizou-se por um consumo superior de hortícolas e fruta fresca, assim como de leguminosas, peixe, fibra dietética, ácido fólico e ferro, também apresentou um menor consumo de produtos de pastelaria, fast-food e bebidas açucaradas que as restantes grávidas. Verificou-se que as participantes que integraram este padrão eram as que mais cumpriam as recomendações nutricionais para hidratos de carbono, fibra dietética, lípidos, cobre, ácido fólico e vitamina C, eram mais velhas, fumavam menos antes da gravidez e apresentavam uma maior percentagem com escolaridade superior a 12 anos de escolaridade e com profissão qualificada. O padrão alimentar designado Lacticínios, apresentou um consumo maior de alimentos do grupo lacticínios, bem como pastelaria, bebidas açucaradas e doces. As grávidas que integraram este padrão apresentaram maior consumo de proteína, gordura saturada e cálcio. Observou-se neste padrão uma maior percentagem de adequação do consumo alimentar no cálcio, ferro, magnésio, zinco, selénio, sódio e vitamina D. Observaram-se maiores hábitos tabágicos antes da gravidez nas grávidas pertencentes a este padrão. O padrão alimentar designado por Baixo consumo caracterizou-se por apresentar um menor consumo na maioria dos grupos de alimentos, apresentou um consumo energético estatisticamente inferior aos restantes padrões, assim como em todos os nutrientes analisados. Este padrão integrou mais de metade das participantes, e apresentou uma percentagem de grávidas com profissão não qualificada (45%) superior à dos restantes padrões. Conclusões: A identificação e o estudo de padrões alimentares é uma ferramenta que permite avaliar a qualidade da dieta. A alimentação das grávidas é um fator de risco para a saúde materna e fetal, que pode ter implicações na saúde futura da população, pelo que conhecer o consumo alimentar e nutricional deste grupo populacional, com recurso aos padrões alimentares permite avaliar de uma forma mais global a dieta, possibilitando melhorar as recomendações e promover uma melhor saúde da população em geral.
- Dinâmica temporal do armazenamento de carbono em áreas de matos queimadas com fogo controlado, NE PortugalPublication . Silva, Diego Paulino; Fonseca, Felícia; Figueiredo, Tomás de; Nogueira, ClotildeO fogo controlado é uma prática de gestão da vegetação comumente utilizada na região mediterrânea e constitui uma importante ferramenta de redução da quantidade de combustível disponível, contribuindo para a redução do risco de ocorrência de incêndios florestais. Este trabalho tem como principal objectivo avaliar a dinâmica temporal do armazenamento de carbono na sequência da aplicação de um fogo controlado numa área de matos do Parque Natural de Montesinho, Nordeste de Portugal. Na área em estudo a vegetação era constituída (antes do fogo controlado), essencialmente por urze (44%), esteva (26%) e carqueja (30%). A carqueja e a urze apresentaram um fator de combustão de 80%, enquanto a esteva revelou maior resistência ao fogo, com um fator de combustão de 50%. Em 11 locais distribuídos aleatoriamente, foi avaliada a biomassa da vegetação arbustiva e do horizonte orgânico (numa área de 0,49 m2 por local) e colhidas amostras de solo nas profundidades 0-5, 5-10 e 10-20 cm, antes do fogo controlado, dois meses, seis meses e três anos após o fogo controlado. Os resultados mostram uma elevada redução do teor de carbono armazenado na biomassa da vegetação arbustiva e nos horizontes orgânicos do solo (0-5 cm de profundidade) mostrando uma perda de cerca de 5,7 t ha-1 ao fim de três anos. O carbono armazenado no solo mineral, nas profundidades 5-10 e 10-20 cm mostrou um comportamento diferente, com tendência de aumento, revelando um acréscimo de cerca de 6,4 t ha-1 no final do período considerado. Dois meses após o fogo a taxa anual de perda de carbono era de 43,5 t ha-1 ano-1 contra 21,5 t ha-1 ano-1 após 6 meses, apresentando um ganho de 0,24 t ha-1 ano-1 após três anos em relação a situação existente na vegetação e no solo antes do fogo controlado. Apesar da severidade do fogo controlado ter sido classificada de baixa, três anos após a sua ocorrência ainda são visíveis os efeitos no armazenamento de carbono no sistema.