Browsing by Author "Madiavilla, Irene"
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- Composição fenólica e atividade biológica de extratos de casca e ramos de Juniperus communis L. (zimbro comum)Publication . Xavier, Virginie; Finimundy, Tiane C.; Amaral, Joana S.; Pinela, José; Calhelha, Ricardo C.; Oliveira, Izamara; Madiavilla, Irene; Esteban Pascual, Luis Saul; Ferreira, Isabel C.F.R.; Heleno, Sandrina A.; Barros, LillianA espécie Juniperus communis L., comumente designada “zimbro” em Portugal, é uma conífera, pertencente à familia Cupressaceae e adaptada à baixa disponibilidade de nutrientes no solo. O zimbro foi usado na medicina tradicional para tratar infeções urinárias, dermatites ou como diurético, entre outros, dada a sua composição em bioativos como compostos fenólicos, terpenóides e ácidos orgânicos. Nos últimos anos, vários estudos reportam o seu potencial antimicrobiano, antioxidante, antiinflamatório, efeitos anti-diabéticos, hipocolesterolémicos e ainda a sua ação neuroprotetora, bem como capacidade antiproliferativa contra células cancerígenas e a capacidade de ativar mecanismos hepatorrenais e gastroprotetores [1,2]. No âmbito do presente trabalho, que surge no contexto do projeto BBI-JU BeonNAT, a casca do zimbro foi separada da parte aérea e posteriormente moída à parte da restante biomassa (parte aérea composta por ramos e agulhas) para comparar estas duas frações ao mesmo tempo que se pretende aproveitar todas as partes da planta, promovendo um conceito de economia circular. Depois de moídas, as amostras foram extraídas por maceração e a composição fenólica de cada fração de biomassa foi analisada por HPLC-DAD-ESI/MS, onde 17 compostos foram identificados na casca e 14 compostos na restante biomassa. Enquanto que na casca foram apenas idenditificados flavan-3-ols, na parte aérea a maior parte dos compostos são flavonoides (10 identificados), seguido de 2 flavan-3-ois e ainda 2 ácidos fenólicos, sendo o composto maioritário, nos dois casos, um dímero de procyanidina. Para avaliar a biotividade dos extratos, realizou-se a análise antimicrobiana por microdiluição, utilizando bacterias Gram-positivas e Gram-negativas, isoladas de ambiente clínico e alimentar. A atividade antioxidante foi realizada por duas metodologías distintas: inibição da peroxidação lipídica em tecidos cerebrais de porco (TBARS) e inibição da hemólise oxidativa (OxHLIA), onde o extrato da casca de zimbro se mostrou mais promissor, apresentando um EC50 mais baixo (TBARS: EC50=11.300.88 g/mL e OxHLIA: 14.9±0.5 g/mL) em comparação com o extracto da parte aérea (TBARS: EC50=25.890.62 g/mL e OxHLIA: 47±1 g/mL). Por sua vez, a citotoxicidade foi avaliada numa cultura de células não tumorais: PLP2 (cultura primária de células de fígado de porco), em que ambos os extratos apresentaram toxicidade para esta linha celular. No entanto, de acordo com a aplicação-alvo, a toxicidade apresentada pelos extratos deve ser analisada mais profundamente, verificando esta condição em modelos de toxicidade específicos para cada indústria/produto. No geral, tendo em conta a composição química e as bioatividades comprovadas, os extratos quer da casca, quer da parte aérea do zimbro são potenciais matérias-primas para o desenvolvimento de produtos com aplicação na área alimentar, farmacêutica e/ou cosmética.
- Valorização de espécies mediterrânicas subutilizadas: obtenção de óleo essencial com propriedades bioativasPublication . Xavier, Virginie; Finimundy, Tiane C.; Amaral, Joana S.; Calhelha, Ricardo C.; Vaz, Josiana A.; Pires, Tânia C.S.; Madiavilla, Irene; Esteban Pascual, Luis Saul; Ferreira, Isabel C.F.R.; Heleno, Sandrina A.; Barros, LillianAs espécies C. sempervirens L. e J. communis L. são amplamente plantadas como arbustos ornamentais em parques e jardins, enquanto C. ladanifer L. é frequentemente encontrada em áreas silvestres. No entanto, estas espécies apresentam um elevado potencial para serem cultivadas em terrenos marginais [1]. Diferentes estudos investigaram a composição química dessas espécies por GC-MS; no entanto, a maioria refere-se ao óleo esencial (OE) obtido por hidrodestilação das folhas de C. ladanifer e C. sempervirens, assim como de bagas de J. communis, sendo escassa a informação sobre outras partes das plantas [2,3]. No âmbito do projeto BBI-JU BeonNAT, o presente estudo teve como objetivo avaliar a composição química de OE extraídos por destilação a vapor da parte aérea dessas três espécies e as suas propriedades bioativas (antioxidante, antibacteriana, citotóxica e anti-inflamatória) tendo como finalidade o desenvolvimento de produtos de base biológica em diferentes indústrias. Assim, cada espécie foi colhida em duas origens diferentes para procurar diferentes quimiotipos associados a diferentes localizações geográficas [4]. Os resultados obtidos sugerem que a colheita dessas espécies em diferentes localizações geográficas interfere no rendimento do OE e respectiva composição química, sendo que o maior teor de terpenos foi observado em C. sempervirens seguido de J. communis. Com exceção de uma das origens de C. ladanifer que apresentou viridiflorol como o composto mais abundante, as três espécies apresentaram em comum o -pineno como composto majoritário. Os OEs de C. ladanifer apresentaram potencial antibacteriano, apresentando valores de concentração mínima inibitória (CMI) de 0.3 a 1.25 mg/mL. Relativamente às restantes bioatividades, o OE de C. ladanifer, revelou uma inibição da oxidação de 83%, enquanto que o OE de J. communis apresentou citotoxicidade na linhagem celular MCF-7, e os OEs C. sempervirens e C. ladanifer exibiram o maior potencial na linha celular NCI-H460. Qualquer um dos óleos apresentou actividade antiinflamatória, destacando-se o maior potential na especie de C. sempervirens (IC50: 11-14 g/mL), seguido do OE de C. ladanifer (IC50: 19-21 g/mL) e J. communis (IC50: 24-85 g/mL). As espécies avaliadas revelaram ser uma fonte viável e de baixo custo de OEs que podem ser utilizados para o desenvolvimento de produtos de base biológica em diferentes industrias.
