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Abstract(s)
Portugal tem sofrido, sobretudo ao longo deste último meio século, não só de numerosos, mas também de
alguns grandes incêndios florestais, que acarretam avultados prejuízos económicos, sociais e ambientais. De entre estes, porventura um dos menos conhecidos, diz respeito à erosão das vertentes e dos solos florestais
que ocorre algum tempo depois dos incêndios, razão pela qual pretendemos dar a conhecer casos por nós
estudados no Norte e Centro de Portugal. Apontam-se casos de erosão hídrica associados tanto a
movimentações de partícula a partícula, de que são exemplo os ravinamentos, como a movimentações em
massa, quer provocadas por deslizamentos, quer devidas a enxurradas, processos morfogenéticos que muitas vezes são acelerados pelos sobrantes do incêndio, os quais, na presença de precipitações abundantes, mormente quando elas são intensas, contribuem para a mobilização de maior quantidade de partículas minerais e, até, de pedaços de rocha, que são transportados para a base das vertentes, ou, então, para maiores distâncias, quando transportadas pelos cursos de água. Consideram-se situações registadas em diferentes contextos geológicos, designadamente em solos formados a expensas de xistos, graníticos e calcários, bem como em depósitos de cobertura, essencialmente constituídos por rocha alterada e depósitos de vertente. Apresentam-se algumas das situações por nós estudadas durante os últimos trinta anos, sobretudo associadas a precipitações intensas mas, por vezes, também decorrentes de precipitações menos intensas que se prolongaram no tempo. Frequentemente, quando esse transporte é assegurado pelas linhas de água, os materiais minerais e as matérias orgânicas podem percorrer longas distâncias e ficar depositados fora da área queimada, facto que contribui para que nem sempre sejam associados aos incêndios florestais, mas somente ao episódio hidrometeorológico intenso que diretamente o originou, tanto mais que estes se podem registar passados vários meses sobre o decurso dos incêndios a que os processos morfogenéticos estão intimamente associados e que são a causa indireta, dado que se, anteriormente, não tivesse havido o incêndio, eles não ocorreriam ou, a acontecerem, teriam uma intensidade bem menor.
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Citation
Lourenço, Luciano; Bento-Gonçalves, António; Vieira, António; Nunes, Adélia; Martins, Bruno; Ferreira, Carmén; Figueiredo, Tomás de; Fonseca, Felícia (2016). Processos erosivos intensos em solos florestais após incêndios: Estudos de caso no Norte e Centro de Portugal. In VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo (UMS 2016). Coimbra. ISBN 978-989-96461-5-5
Publisher
Universidade de Coimbra