Browsing by Author "Vieira, Cristina"
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- Dar visibilidade científica a assuntos na sombra: contribuições mútuas entre os estudos de género e a investigação qualitativaPublication . Bergano, Sofia; Vieira, CristinaA relação entre os estudos de género, desenvolvidos sobretudo a partir de perspetivas feministas, e as metodologias qualitativas é o eixo matricial da reflexão a que este trabalho se propõe. Os estudos de género têm contribuído para a construção de um conhecimento crítico que põe em causa alguns dos pilares da investigação mais tradicional, designadamente, a independência entre o/a investigador/a e objeto de estudo, a neutralidade ideológica da ciência e a homogeneidade das categorias sociais. Neste sentido, é nossa intenção ilustrar os contributos dos estudos de género para a afirmação da investigação qualitativa e simultaneamente referir como é que estes desenvolvimentos, cujos pilares epistemológicos parecem entrar em contradição com os pressupostos positivistas de construção do conhecimento científico, permitem a apreensão e a análise da complexidade que caracterizao campo interdisciplinar dos estudos de género e áreas afins.
- Do pessoal ao político: as metodologias de investigação qualitativa como aliadas da açãoPublication . Bergano, Sofia; Vieira, CristinaTem sido incómodo o persistente questionamento dos pressupostos tradicionais de produção do conhecimento científico que é feito pelos Estudos sobre as Mulheres, de Género e Feministas (EMGF) às ciências sociais e humanas. Esta visão crítica estende-se, porém, também às ciências ditas exatas, que há muito começaram a abandonar a defesa do monismo metodológico, deixando de acreditar que há apenas uma via de trabalho credível – a nomotética – para separar o domínio especulativo do científico. Os argumentos de contestação usados pelos/as investigadores/as dos EMGF prendem-se não apenas com a conceção de sujeito (abstrato) que é objeto de estudo, mas também com a suposta neutralidade dos contextos ou, diríamos, com o quase «branqueamento» das condições de vida das pessoas, o que tornaria, nessa perspetiva, plausível aceitar a universalidade das generalizações ou validar a exaustividade inerente à noção de representatividade das amostras. Trata-se assim, de repensar criticamente as dimensões ontológicas e epistemológicas que alicerçam o trabalho de investigação, bem como as vertentes metodológicas e éticas do saber que vai sendo construído nas diversas áreas científicas.