Browsing by Author "Silva, Jessica Mara Morais da"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Bioecologia da vespa-das-galhas-do-castanheiro, (Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu) e combate biológico com Torymus sinensis KamijoPublication . Silva, Jessica Mara Morais da; Bento, Albino; Santos, Ana Lúcia LoboDryocosmus kuriphilus Yasumatsu, mais conhecida como vespa-das-galhas-do- castanheiro, é considerada, a nível mundial, uma praga-chave do castanheiro (EFSA 2010). Esta praga de origem asiática (China) dispersou-se rapidamente pelo mundo, estabelecendo-se primeiramente em países como o Japão e a Coreia do Sul, passando pelos Estados Unidos da América e chegando por fim à Europa. A vespa-das-galhas-do- castanheiro ataca os gomos do castanheiro, induzindo a formação de galhas que por sua vez impedem o desenvolvimento do castanheiro, resultando numa redução significativa do crescimento e da produção. Na Europa os primeiros casos de ataque de D. kuriphilus foram registados em Itália no ano de 2002, dispersando-se rapidamente nos anos seguintes por países como a França, Suiça e mais tarde (2014) referenciada pela primeira vez em Espanha. Em Portugal, esta praga foi regista por primeira vez em 2014, dispersando-se rapidamente no território continental e nos arquipélagos, causando grande alarmismo e alguns estragos e prejuízos. Para grande preocupação dos agricultores, esta praga tem uma grande capacidade de dispersão e adaptação, com a parte mais sensível do seu ciclo biológico a ocorrer no interior dos gomos e galhas, dificultando assim o combate convencional através da aplicação de inseticidas. Este inseto tem sido objeto de múltiplos estudos nos países onde já se encontra estabelecido. D. kuriphilus é considerada pela EFSA (2010) a praga mais importante associada ao castanheiro. Sendo a região de Trás-os-Montes, uma das mais importantes zonas de produção de castanha em Portugal, considerou-se necessário conhecer melhor a bioecologia do inseto, os parasitoides autóctones e as possibilidades do combate biológico. Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de estudar o ciclo biológico da vespa-das-galhas-do-castanheiro e a avaliação do controlo biológico da praga, com recurso ao parasitoide exótico Torymus sinensis Kamijo. O trabalho compreende a colheita e dissecação de gomos/galhas do castanheiro para estudo do ciclo biológico da praga, a monitorização do parasitoide T. sinensis e a identificação de parasitoides autóctones emergidos de galhas de inverno (do ano anterior). Foi possível observar que a altitudes de 770 metros os adultos de D. kuriphilus apareceram um mês mais cedo do que nas galhas colhidas a 890 metros de altitude. A mesma tendência verificou-se também no aparecimento de pupas e larvas L3. Os resultados obtidos no ensaio de emergência de T. sinensis em condições naturais, mostram um pico de emergência em finais de março, sendo que as primeiras galhas foram observadas apenas em início de maio. Em média, emergiram mais T. sinensis nas amostras das largadas do ano de 2021. Os pontos de monitorização de largadas realizadas no ano de 2022 apresentaram uma taxa de parasitismo média elevada, com valores situados entre 3,13% e 36,81%, com seis das Freguesias com taxas de parasitismo abaixo dos 10%. Na monitorização dos parasitoides autóctones foram identificados indivíduos pertencentes à superfamília Chalcidoidea e às superfamílias Ichneumonoidea e Ceraphronoidea. O período de emergência destes parasitoides foi registado entre final de março e início de maio, tendo sido identificados em maior número parasitoides pertencentes à espécie Eupelmus uruzonus Nees e ao género Mesopolobus sp.