Browsing by Author "Silva, Catarina Raquel Teixeira da"
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- COVID-19: avaliação da imunidade humoral em profissionais de saúde e em utentes de laresPublication . Silva, Catarina Raquel Teixeira da; Rodrigues, Carina; Teixeira, CristinaA vacinação é uma estratégia eficaz de prevenção. Vários estudos comprovam que ela reduz a ocorrência de infeções por COVID-19, bem como a gravidade dos sintomas e a mortalidade associada à doença. Tanto a infeção natural pelo vírus SARS-CoV-2, quanto a imunização por meio da vacinação desencadeiam uma resposta imunológica que resulta na produção de anticorpos direcionados contra a proteína viral Spike (IgG anti-S). Em pessoas vacinadas, com vacinas de tecnologia de RNA mensageiro, é possível identificar aquelas que foram recentemente infetadas por meio da deteção de anticorpos contra a proteína Nucleocapsídeo (IgG anti-N) e essa reatividade observada será exclusivamente devido à infeção e não à vacinação, uma vez que a proteína Nucleocapsídeo não é o alvo na formulação dessas vacinas. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a imunidade humoral em profissionais de saúde, da Unidade Local de Saúde do Nordeste de Bragança e em utentes de lares da terceira idade, também do distrito de Bragança. Esta avaliação foi realizada em momentos distintos, o primeiro antes da administração da primeira dose de reforço da vacina COVID-19 (T1) e, a segunda, antes da 2a dose de reforço (T2), através de uma quantificação de anticorpos específicos anti-SARS-CoV-2, no soro dos participantes. O estudo envolveu 231 profissionais de saúde, 148 (79,2%) mulheres e 74 (20,8%) homens, com uma média de idades de 48,9±10,1 anos e 222 utentes de lares de idosos, 148 (66,6%) mulheres e 74 (33,3%) homens, com uma média de idades de 87,2±8,1 anos. Todos os participantes foram vacinados com os esquemas de vacinação definido pelo Serviço Nacional de Saúde. Os testes serológicos foram realizados em amostras de soro através de um Imunoensaio de micropartículas quimioluminescentes. Para tal, foram utilizados os ensaios da Abbott, SARS-CoV-2 IgG II, que quantifica os anticorpos contra a proteína da espícula (Spike; anti-S/RBD) e Quant e SARS-CoV-2 IgG Quant I que nos dá a reatividade para os anticorpos anti-nucleocapsídeo (anti-N), no equipamento ARCHITECT i1000SR (Abbott). Na análise qualitativa, definindo pontos de corte estabelecidos pelo fabricante, foram identificadas diferenças significativas na reatividade para anti-N e anti-S, de acordo com a data da colheita (T1 ou T2). Em ambos os grupos verificou-se um aumento considerável na reatividade contra os anticorpos anti-N em T2, o que sugere um aumento na percentagem de indivíduos com infeção recente na segunda colheita uma vez que estes anticorpos resultam da resposta à infeção e não como resultado da inoculação. Para os anticorpos anti-S, a reatividade em T1 foi de 95.5% para os idosos e 99.5% e em T2 foi de 100% para ambos os grupos. A análise quantitativa dos anticorpos anti-S revelou diferenças significativas entre os níveis de anticorpos apresentados em unidades de ligação a anticorpo (BAU) nos dois períodos em estudo. Para o total de participantes do grupo de utentes de lares e profissionais de saúde e os valores foram muito superiores em T2 vs T1, foram respetivamente [mediana; Interquartil;IQR], 4015.7 [1709.9; 5680.0] vs. 278.2 [72.4; 1086.5] para os utentes de lares, como no grupo de profissionais de saúde 455.3 [160.4; 1608.7] vs. 104.6 [50.9; 342.1]. A mesma diferença foi observada quando a amostra foi estratificada pelo sexo e pelas categorias “com infeção” e “sem infeção”. Na análise dos grupos em estudo, observamos uma seroprevalência substancialmente mais elevada dos anticorpos anti-S e anti-N no período que precede a segunda dose de reforço em comparação com a primeira. Os participantes apresentaram níveis de anticorpos anti-S significativamente superiores na segunda colheita, sugerindo uma resposta robusta à administração da dose adicional e ao aumento do número de infeções. Embora estes resultados sejam promissores para compreender a cinética de variação de anticorpos na COVID-19, a eficácia protetora precisa ser corroborada por estudos adicionais, incluindo investigações sobre a capacidade de neutralização e a imunidade celular.