Browsing by Author "Ranzan, Ana Paula"
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- Características e resposta hidrológica de pequenas bacias com lameiros do NE PortugalPublication . Ranzan, Ana Paula; Royer, Ana Caroline; Fonseca, Felícia; Figueiredo, Tomás de; Rosa, José Luís NunesOs lameiros são prados permanentes seminaturais com elevado valor ecológico, mas também paisagístico e produtivo no contexto das zonas de montanha do NE Portugal, onde ocupam faixas estreitas ao longo dos talvegues da rede hidrográfica natural. Este trabalho tem como objetivo comparar as características determinantes da resposta hidrológica de pequenas bacias com lameiros apresentando condições geomorfológicas e de uso distintas. Na área de estudo (zona da Alta Lombada e Onor, Parque Natural de Montesinho, NE de Portugal), foram selecionadas 16 pequenas bacias com lameiros no seu setor terminal a jusante, classificadas em 4 categorias (4 bacias por categoria) de acordo com o cruzamento dos critérios: (i) presença ou ausência de linha de água permanente; (ii) situação de uso ou de abandono da atividade agropecuária. Foram determinadas características geométricas, sistema de drenagem, relevo, litologia, pedologia e uso e ocupação do solo em cada bacia utilizando o software ArcGIS para tratar bases de dados georreferenciadas de livre acesso. A área de drenagem das 16 pequenas bacias selecionadas é inferior a 16 km2, verificandose que as bacias com rio (linha de água permanente) são mais extensas, apresentando, por isso, maior acumulação de fluxo. As bacias com lameiros sem rio mostram tempo de concentração menor, o que pode ocasionar maior risco de cheia. No conjunto das bacias estudadas, verificou-se forte correlação positiva entre as variáveis área de drenagem, perímetro, comprimento do talvegue principal, comprimento total dos talvegues, ordem do curso de água, altitude máxima e altura média, sendo que todas estas características correlacionam negativamente com o índice de declive global da bacia. A análise de correlação permitiu ainda quantificar, para as variáveis estudadas, os limiares distintivos das bacias com rio e sem rio. Não se identificaram diferenças significativas entre bacias com lameiros em uso e abandonados quanto às características determinadas. Foi também realizada uma análise comparativa de frações da bacia relevantes para a interpretação da sua resposta hidrológica, distinguindo-se a fração a montante do lameiro, as encostas drenado diretamente para o lameiro, e o próprio lameiro. Neste, o declive é significativamente menor do que nas restantes frações da bacia e, pelo contrário, o comprimento e a acumulação do fluxo são muito mais elevados. Estas últimas variáveis são significativamente maiores nas bacias com lameiros com rio do nas sem rio. As condições topográficas e de fluxo superficial das frações da bacia ocupadas por lameiros indicam que estes correspondem às zonas de maior acumulação de água dentro da bacia, portanto com maior risco de inundação em situação de cheia. Em contrapartida, para os trechos a jusante do mesmo talvegue, os lameiros acabam atuando como barreiras de contenção de água e de sedimentos, diminuindo o risco de cheia e de erosão nos segmentos da rede hidrográfica a jusante.
- Caracterização das bacias de drenagem dos lameiros da Alta Lombada e Onor, Parque Natural de MontesinhoPublication . Ranzan, Ana Paula; Figueiredo, Tomás de; Fonseca, Felícia; Manosso, Fernando CésarOs lameiros são prados permanentes seminaturais de montanhas com elevado valor ecológico, econômico, produtivo, paisagístico, turístico e cultural, pois são base para a alimentação da pecuária, mantêm a biodiversidade em terras agrícolas, são importantes na regulação do ciclo da água, na formação e retenção do solo, e ainda criam manchas descontínuas da vegetação, que auxiliam na proteção contra incêndios. Diante disso, este trabalho tem como objetivo compreender a resposta hidrológica de pequenas bacias hidrográficas de montanhas a partir da determinação de características fisiográficas das bacias de drenagem de 16 lameiros da Alta Lombada e Onor, do Parque Natural de Montesinho, buscando possíveis relações entre as suas características e as tipologias de lameiros, quanto à presença ou ausência de linha de água superficial permanente e quanto à situação de uso, além de compreender a importância hidrológica dos lameiros por meio da distinção de algumas características fisiográficas em relação às áreas ao entorno. A caracterização foi realizada pela determinação das características geométricas (área de drenagem, perímetro, índice de compacidade e fator de forma), sistema de drenagem (comprimento do talvegue principal, comprimento total das linhas de água, ordem do curso de água, densidade de drenagem e percurso médio sobre o terreno), relevo (altura média, as altitudes média, máxima, a 5% da área, a 50%, a 95% e a mínima, a curva hipsométrica, o perfil longitudinal do talvegue principal, o declive médio da bacia, o índice global de declive, a distribuição dos declives por classes, e o retângulo equivalente), litologia, pedologia e uso e ocupação do solo. Utilizou-se o sistema de informações geográficas ArcGIS para obter as informações e o software Excel para calcular os índices e realizar as análises estatísticas. Como resultado, foram obtidas a delimitação das bacias hidrográficas, a caracterização fisiográfica individual de cada lameiro, as comparações das características em relação à tipologia de lameiro e a sua interpretação hidrológica. Também foram obtidas as correlações entre as características e uma breve análise das características diferenciadoras em relação ao lameiro e às áreas ao entorno. As diferenças significativas entre as classes de lameiros são em relação à linha de água, e pode-se distinguir as características em dois grupos: lameiros com rio e sem rio. Verifica-se que as bacias hidrográficas dos lameiros com rio são mais extensas, mais desenvolvidas, em um estado maior de equilíbrio e, com isso, mesmo com maiores fluxos, elas são mais distribuídas e aproveitadas ao longo da bacia. Já as bacias de drenagem dos lameiros sem rio possuem menores áreas e, com isso, os fluxos são menores, mas a velocidade do escoamento é mais elevada e o tempo de concentração é menor, o que ocasiona maiores riscos de cheias e menor retenção de água. Por meio da correlação entre as características fisiográficas, foi possível verificar forte correlação positiva entre a área, o perímetro, o comprimento do talvegue principal, o comprimento total dos talvegues, a ordem do curso de água, a altitude máxima e a altura média, e correlações negativas de todas essas características com o índice de declive global da bacia. Com essas correlações, foi possível quantificar os limiares dessas características para as bacias dos lameiros com rio e sem rio. Na análise da diferenciação dos lameiros das áreas de encostas, obteve-se que as áreas de lameiros possuem declividades mais baixas. O comprimento e acúmulo do fluxo são muito mais elevados nas áreas de lameiro do que nas demais e, em relação à tipologia de lameiro, são maiores nos lameiros com linha de água permanente. Hidrologicamente, isso demostra que os lameiros são mais susceptíveis a sofrer inundações do que as áreas em torno, pois possuem uma menor declividade e um maior acúmulo de fluxo e, com isso, acabam atuando como barreiras de contenção de água e sedimentos, diminuindo o risco de cheias e erosão a jusante. Conclui-se que as bacias hidrográficas dos lameiros com rio e sem rio possuem características fisiográficas diferentes entre esses dois grupos, e isso se reflete no comportamento hidrológico. Os lameiros possuem características diferentes das áreas ao entorno, e com isso um papel fundamental na hidrologia das bacias de montanhas. Por fim, conclui-se que as análises por SIG são muito úteis e práticas para estudar o ambiente e suas interações, e assim caracterizar o comportamento hidrológico em pequenas bacias de montanhas parcialmente ocupadas por lameiros.
