Browsing by Author "Gomes, Bruno de Noronha"
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- Perceções dos enfermeiros especialistas em reabilitação relativamente à sua autoridade para prescreverPublication . Gomes, Bruno de Noronha; Preto, Leonel; Brás, Manuel AlbertoEste trabalho procura contribuir para o estudo do fenómeno da prescrição por enfermeiros especialistas, neste caso em concreto em Reabilitação, em Portugal. Para tal, inicia-se com a análise de alguns referenciais teóricos da profissão, tais como o processo de enfermagem, a qualidade dos cuidados e a natureza do ato de cuidar, passando em seguida para uma abordagem à legislação da prescrição de medicamentos, de ajudas técnicas / produtos de apoio, de meios complementares de diagnóstico e terapêutica e de tratamentos no ordenamento jurídico português. A fim de suportar as comparações internacionais que se fazem ao longo do trabalho, opera-se uma análise da enfermagem na União Europeia e no mundo ao nível das diferentes categorias de enfermeiros existentes, dos variados percursos formativos e da realidade da prescrição em diferentes países. Os principais objetivos a que nos propusemos com esta dissertação foram 3, nomeadamente: Identificar os obstáculos e as alavancas/mais-valias que os enfermeiros especialistas em reabilitação (EER) associam à formalização da prescrição por enfermeiros em Portugal; Avaliar as necessidades de formação identificadas pelos EER para se sentirem aptos a prescrever e quais os conhecimentos que já consideram deter; Analisar e identificar se os EER já prescrevem informalmente, ou sejam, se já decidem sobre tratamentos, medicamentosos ou não, sem que haja uma prescrição expressa por parte do médico. Do ponto de vista metodológico recorreu-se a um questionário por nós elaborado, suportado pela evidência do Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) em matéria de prescrição e que visava sobretudo identificar, avaliar e analisar aquilo que os enfermeiros especialistas em reabilitação, à altura inscritos na Ordem dos Enfermeiros, consideravam como obstáculos ou alavancas / mais-valias à introdução da prescrição formal por enfermeiros em Portugal, bem como as suas práticas quotidianas nesta matéria. Os resultados obtidos através de metodologia quantitativa foram analisados recorrendo a vários testes estatísticos, a fim de encontrar correlações que nos pudessem dar pistas para abordagens em estudos futuros, considerando o carácter exploratório do nosso trabalho. Em termos de resultados, encontrámos diferenças estatisticamente significativas tanto ao nível do local de trabalho como da categoria profissional na qual o enfermeiro especialista exerce e as perceções sobre obstáculos e alavancas / mais-valias. Também encontrámos diferenças estatisticamente significativas sobre as necessidades formativas dos enfermeiros para se sentirem aptos a prescrever, quer ao nível das diferentes disciplinas quer ao nível da profundidade dos conhecimentos a adquirir, bem como sobre a aptidão e autoridade que sentem atualmente para prescrever. Em termos de conclusões, há a destacar a relevância da vontade política e das práticas de financiamento da atividade desenvolvida pelo SNS para a implementação da prescrição por enfermeiros. Alguns dos dados obtidos não subscrevem achados de outros estudos, levados a cabo noutros países, o que considerámos positivo pois remete para a necessidade de explorar e aprofundar o porquê dessas diferenças. Para desenvolvimentos futuros, propomos um maior aprofundamento da representação social que a classe de enfermagem tem da prescrição, a fim de clarificar a preponderância da prescrição de medicamentos nessas representações sociais e a maior ou menor presença de outras dimensões prescritivas. Em termos de contributo para o desenvolvimento de futuras políticas para a profissão em particular e do sector da saúde em geral, deixamos o facto de ter sido encontrada evidência científica que contraria a ideia de que a introdução da prescrição por enfermeiros serve para dar resposta a uma deficiente acessibilidade a médicos.
