Ribeiro, Maria IsabelFernandes, Ana Isabel RibeiroFernandes, António Pedro RibeiroFernandes, António2024-06-132024-06-132024Ribeiro, M.I.B., Fernandes, A.I.R., Fernandes, A.P.R., Fernandes, A.J.G. (2024). Conhecimento sobre Bioeconomia: um estudo exploratório com estudantes africanos do ensino superior. In I Jornadas Afrociências: livro de resumos. Bragança: Instituto Politécnico de Bragança. p. 17-18. ISBN 978-972-745-336-8978-972-745-336-8http://hdl.handle.net/10198/29893A Bioeconomia é vista como um meio e um fim para se atingir a sustentabilidade abarcando as esferas social, ambiental e económica, com um arcabouço científico baseado nas inovações tecnológicas que permitam aumentar o bem-estar social através da promoção e divulgação do conhecimento (Dallendörfer et al., 2022). Neste contexto, esta investigação teve como objetivos examinar a compreensão e o nível de conhecimento de estudantes africanos do ensino superior sobre Bioeconomia. Efetivamente, serão eles que atuarão como mão de obra qualificada para o desenvolvimento sustentável e biotecnológico, e serão eles os futuros líderes das nações. Para isso, desenvolveu-se um estudo quantitativo, transversal e descritivo baseado num questionário adaptado de Dallendörfer et al. (2022) que foi aplicado, entre abril e maio de 2022, a estudantes do ensino superior que se enquadravam nos seguintes critérios de inclusão: (1) frequentavam um curso superior; (2) tinham idade entre os 18 e os 28 anos; (3) eram africanos. Optou-se por uma amostragem não probabilística, por conveniência, uma vez que se trata de um estudo exploratório. O questionário foi construído na plataforma Google Forms e, posteriormente, divulgado nas redes sociais dos investigadores, nomeadamente, o Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp. O questionário encontrava-se organizado em duas seções. A primeira continha perguntas que permitiram a caracterização do inquirido, nomeadamente, nacionalidade, meio onde reside (rural ou urbano), género, idade, dimensão do agregado familiar, número de elementos do agregado familiar, rendimento líquido mensal do agregado familiar e instituição de ensino frequentada. A segunda incluía 16 afirmações com 3 possibilidades de resposta, designadamente, “Verdadeira”, “Falsa” ou “Não sei”. Às questões identificadas corretamente foi atribuído 1 valor e às selecionadas incorretamente ou “não sei” foi atribuído 0 valores. Seguidamente, para classificar o nível de conhecimento, utilizou-se uma escala qualitativa aplicando-se a seguinte correspondência: (1) 0-19%: muito insuficiente; (2) 20-49%: insuficiente; (3) 50-69%: suficiente; (4) 70-89%: bom e (5) 90%-100%: muito bom. Foram obtidas 407 respostas válidas. A amostra incluiu inquiridos de cinco nacionalidades, designadamente, cabo-verdiana (50,9%), guineense (20,1%), santomense (14,0%), angolana (11,8%) e moçambicana (3,2%). Do total de inquiridos, a maioria era oriunda do meio rural (88,0%), era do género feminino (56,0%), fazia parte de um agregado familiar constituído, no máximo, por 4 elementos (69,3%). Para a maioria, o rendimento do agregado familiar era inferior a 705 euros/mês. E, apesar da amostra incluir estudantes de 74 instituições de ensino superior, localizadas fora ou no território português, a maioria dos estudantes frequentava um curso superior no Instituto Politécnico de Bragança (65,8%). Os resultados mostraram que a globalidade dos inquiridos conhecia o termo “Bioeconomia” (51,1%). Resultados semelhantes tinham sido obtidos no estudo realizado por Tomazini et al. (2024) que incluiu estudantes brasileiros (53,2%). No estudo desenvolvido por Výbošťok et al. (2022) que incluiu 1400 estudantes das áreas de engenharia florestal e silvicultura de 9 países europeus, os autores verificaram que 66% dos estudantes conheciam o termo. A proporção de estudantes que conheciam o termo foi ligeiramente superior no estudo de Masiero et al. (2020) atingindo os 70%. Contudo, Drejerska (2017), na Polónia, verificou que apenas 32% dos estudantes estavam familiarizados com o termo. Os termos relacionados com Bioeconomia conhecidos pelo maior número de inquiridos foram “Economia reciclagem” (53,1%) e “Economia verde” (52,3%). O termo menos conhecido foi “Economia linear” (36,1%), seguido dos termos “Economia de partilha” (38,8%) e “Ecoeconomia” (46,9%). O nível de conhecimento registado sobre Bioeconomia foi negativo (x ̅ = 43,67; σ = 7,456). Tendo em conta a nacionalidade dos inquiridos, verificou-se que o nível de conhecimento foi mais elevado e suficiente nos moçambicanos (x ̅ = 50,00; σ = 29,536) e menor e insuficiente nos angolanos (x ̅ = 40,89; σ = 31,632). A distribuição dos inquiridos pelo nível de conhecimento foi a seguinte: 25,6% muito insuficiente; 22,4% insuficiente; 36,4% suficiente; 15,5% bom e 0,2% muito bom. Quanto à opinião dos estudantes sobre o processo de substituição dos recursos fósseis por renováveis favorecendo a transição para a Bioeconomia sustentável, numa escala de 1 (absolutamente contra) a 7 (absolutamente a favor), a média registada foi de 5,29 (σ = 1,596). Estes resultados corroboram os achados de Dallendörfer et al. (2022) na população alemã. No presente estudo, os inquiridos de nacionalidade moçambicana (x ̅ = 5,5; σ = 1,698) mostraram-se mais favoráveis ao processo que os inquiridos de nacionalidade santomense (x ̅ = 5,00; σ = 1,634), seguidos dos guineenses (x ̅ = 5,17; σ = 1,678), cabo-verdianos ((x ) ̅= 5,37; σ = 1,457) e angolanos (x ̅ = 5,4; σ = 1,947). Foram identificadas lacunas no conhecimento dos estudantes acerca da Bioeconomia, as quais podem e devem ser colmatadas pelas instituições de ensino superior.porBioeconomiaConhecimentoEnsino superiorEstudantesSustentabilidadeConhecimento sobre Bioeconomia: um estudo exploratório com estudantes africanos do ensino superiorconference object