Pereira, Paula Sismeiro2018-05-032018-05-032016Pereira, Paula Sismeiro (2016). Quando a realidade nos “impõe” pesquisar: reflexões em torno de famílias poligâmicas. In I Seminário Educação para o Desenvolvimento: Um Desafio para Todos. Bragançahttp://hdl.handle.net/10198/17586Suponha que organizou os conteúdos programáticos de uma unidade curricular em torno de temas associados à família, suas estruturas e dinâmicas de funcionamento. Pode até estar plenamente ciente da necessidade de considerar FAMÍLIA(S) ao invés de FAMÍLIA. De facto, os trabalhos de Alarcão (2002), Gameiro (2008) ou Relvas e Alarcão (2007) desvelaram a multiplicidade de formas de família que coexistem com a família nuclear tradicional (constituída por pai, mãe e filhos). Organizou os seus esquemas mentais para integrar esta diversidade nas suas singularidades: de estruturas (com as suas organizações de papéis e funções, limites e fronteiras), de dinâmicas relacionais (com a sua regulação de poder, afetos e regras), de comunicação (mais funcionais ou patológicas), bem como quanto à sua evolução ao longo do ciclo vital ou à articulação com outros sistemas do contexto. Portanto, pesquisou, estudou, aprofundou o seu conhecimento acerca das peculiaridades, dificuldades e estratégias das famílias nucleares, monoparentais, adotivas, reconstituídas, de homossexuais ou comunitárias! Agora imagine que, no primeiro dia de aulas, ao entrar na sala encontra uma diversidade de alunos cuja proveniência cultural deixa perceber a insuficiência e tangencialidade do quadro teórico no qual se propõe trabalhar face aos respetivos quadros de referência da realidade em que vivem: uma parte dos alunos é originária de países nos quais as famílias POLIGÂMICAS são uma das formas de organização familiar mais comum. Que faz? A legislação portuguesa não permite a poligamia, porque há-se sequer equacioná-la? A maior parte dos alunos não pertence a este grupo. Que importa se os restantes forem confrontados com argumentos teóricos que não lhes permitem apreender a sua realidade? Provavelmente os seus valores são pouco complacentes com a prática da poligamia! O que sabe afinal sobre famílias poligâmicas? Nada? Bom, mas uma das condições para a eficácia da intervenção social é o conhecimento efetivo da cultura dos clientes. Deixemos então, por momentos, contaminar o ensino desta máxima e estudemos algumas peculiaridades das FAMÍLIAS POLIGÂMICAS.porFamílias poligâmicasDinâmicas familiaresQuando a realidade nos “impõe” pesquisar: reflexões em torno de famílias poligâmicasconference poster