Patrício, Maria SameiroNunes, LuísIamshchikov, VladislavSaraiva, DanielMiranda, Fernando Jorge VelosoMonteiro, Maria do Loreto2018-02-232018-02-232017Patrício, Maria do Sameiro; Nunes, Luís; Iamshchikov, Vladislav; Saraiva, Daniel; Miranda, Fernando; Monteiro, Maria Loreto (2017). Ensaio de modelos de gestão silvícola em talhadia de castanheiro: 24 anos de avaliação. In 8º Congresso Florestal Nacional. Viana do Castelohttp://hdl.handle.net/10198/15954A talhadia é um sistema cultural muito flexível produzindo material lenhoso de diferentes dimensões. As madeiras de pequenos calibres, outrora com grande procura, são hoje pouco procuradas (embora apresentem interesse para biomassa) com os povoamentos a envelhecer sem qualquer intervenção, tendo como consequência a degradação da qualidade do lenho e do estado sanitário dos indivíduos. Assim, é necessário melhorar a gestão das talhadias existentes com a aplicação de modelos silvícolas alternativos no sentido de obter madeira mais valorizada. Com este objetivo instalou-se em 1994 um ensaio composto por 4 parcelas permanentes numa talhadia que resultou do corte de um alto fuste de castanheiro em 1992. Foram consideradas 3 novos modelos de gestão silvícola com o objetivo de testar modelos para produção de madeira de pequenas (P1 = Modelo 1), médias (P2 = Modelo 2) e grandes dimensões (P4 = Modelo 3).Foi estabelecida uma parcela de controlo sem qualquer tipo de silvicultura e que corresponde à maioria das áreas de talhadia de castanheiro existentes (P3 = sem intervenção). Foram aplicados desbastes tendo por base o crescimento em altura dominante das varas, previstos nos respetivos modelos de gestão, aos 7 e 11 anos em P1, P2 e P4. O último desbaste da parcela P4 foi aplicado aos 16 anos de acordo com o Modelo 3. Assim, 24 anos depois da instalação, faz-se a avaliação dos modelos silvícolas aplicados face aos objetivos iniciais em termos de crescimento, produção e qualidade da madeira produzida. Este período de avaliação corresponde ao intervalo de produção do Modelo 1 (corte final previsto aos 25 a 30 anos de idade). Os resultados da aplicação dos modelos silvícolas são comparados com os modelos de referência preconizados para produção de madeira. O Modelo 1 apresenta um dg de cerca de17cm e hg de 13m bem como ddom 23 cm, hdom 15 m e área basal G 30.4 m2 ha-1 estando dentro dos valores esperados (diâmetro médio 14-25 cm aos 25-30 anos). No modelo sem intervenção consegue-se a mesma área basal G 30.9 m2 ha-1 mas apenas com dg aproximado de 14.5 cm. A partir do último desbaste aos 11 anos de idade observamos na P1 uma mortalidade de 4% nas touças e 7% nas varas enquanto na P3,sem intervenção, a intensa competição conduziu a uma redução de 27% no número de touças e 68% no número de varas relativamente à densidade existente aos 11 anos. Nesta parcela verifica-se uma redução no número de varas da mesma ordem de grandeza da imposta à P1 pelos desbastes. Nas parcelas P2 e P4 não se observou mortalidade. Nos Modelos 2 e 3 o crescimento observado acompanha o esperado para esta fase de crescimento da talhadia. A qualidade das varas individuais para madeira é claramente superior à da parcela sem intervenção muito embora as árvores dominantes possam apresentar crescimentos semelhantes. Comparando os valores dendrométricos médios observam-se valores superiores nas parcelas intervencionadas. Verifica-se que o tratamento sem intervenção tende a convergir naturalmente para os resultados do Modelo 1, contudo os resultados também mostram que quando se pretende a valorização do material lenhoso para serração a intervenção silvícola é essencial.porCastanea sativa Mill.SilviculturaCondução culturalTalhadiaProdução de madeiraEnsaio de modelos de gestão silvícola em talhadia de castanheiro: 24 anos de avaliaçãoconference poster