Guerreiro, Carla Alexandra do Espírito Santo2022-12-132022-12-132021Guerreiro, Carla Alexandra do Espírito Santo (2021). Olifaque - uma farsa em emigres - reflexões à volta da portugalidade. In Carlos Teixeira; Vitor Gonçalves; Paula Odete Fernandes; Carla Sofia Araújo (Eds.) III Encontro Internacional de Língua Portuguesa e Relações Lusófonas: livro de atas. Bragança: Instituto Politécnico. p. 380-386. ISBN 978-972-745-295-8978-972-745-295-8http://hdl.handle.net/10198/26181Pretendemos refletir sobre a obra literária: Olifaque- uma farsa em emigrês, da autoria do cientista e escritor João Magueijo, escrita com base na sua experiência de vida no Canadá, tendo aí vivido de 2005 a 2007. A narrativa é grafada segundo a “língua” que ouviu e falou na comunidade portuguesa a residir neste país. Debruçar-nos-emos sobre a língua falada pela comunidade portuguesa radicada no Canadá e de como os falantes lusos aportuguesam o inglês que lhes chega pela via oral. Na nossa reflexão, ancoramo-nos teoricamente em Eduardo Mayone Dias, professor, investigador, pedagogo, filólogo, estudioso da literatura e “cronista da América”, um dos nomes mais prestigiados no mundo das letras da diáspora portuguesa na América do Norte, que usa o termo “emigrês” para definir uma língua franca estabelecida que ninguém estuda. Basear-nos-emos na obra: Falares emigreses-uma abordagem ao seu estudo, em que descreve e reflete sobre o curioso e diversificado mundo linguístico dos portugueses na diáspora. Olifaque apresenta através de uma galeria de personagens unidas por uma cultura e uma língua comum -o “portinglês”, o pulsar da vida de uma comunidade portuguesa canadiana. Nas 250 páginas deste romance, encontraremos uma narrativa cujas personagens revelam laivos de racismo, xenofobia e sexismo, denominada pelo próprio autor como “farsa”, que nos leva, como leitores, a perguntar se Gil Vicente terá sentido as mesmas reações aquando da representação das suas peças no Portugal quinhentista, também elas caraterizadas pelas expressões populares próprias dos portugueses dessa época. Se o dramaturgo se apropriou do modo como se falava na altura, o mesmo faz o cientista e escritor João Magueijo, nesta “fotografia”, feita com requintes de humor, dos nossos compatriotas que vivem no Canadá, uma comunidade que conhece bem, certamente, pensamos, por lá ter convivido com muitas das personagens deste Olifaque.Based on the reading and analysis of the literary work: Olifaque- uma farsa em emigrês, by the scientist and writer João Magueijo, we intend to reflect on the experience of “Portugality” abroad, specifically in Canada. The narrative is written according to the “language” that the author heard and spoke in the Portuguese community living in this country, having lived there from 2005 to 2007. We will focus on some specific cultural and linguistic points, highlighted by the author in the construction of the characters and intrigue of the novel. In our theoretical reflection, we based ourselves in the researcher Eduardo Mayone Dias, professor, pedagogue, philologist, literary scholar and “chronicler of America”, one of the most prestigious names in the world of letters of the Portuguese dispersion in North America, who uses the term “emigrês” to define an established lingua franca that no one studies. We will base ourselves on the work: Falares emigreses-uma abordagem ao seu estudo, in which he describes and reflects on the curious and diversified linguistic world of the portuguese people abroad, dealing with special attention the case of the Portuguese community established in Canada. We will show how, through this novel, Magueijo builds a narrative whose characters reveal traces of racism, xenophobia, and sexism, called by the author himself as "farce", which leads us as readers to ask whether Gil Vicente felt the same reactions when representing his plays in 16th-century Portugal, also characterized by popular expressions typical of the Portuguese at that time. If the playwright appropriated the way it was spoken at the time, so does the scientist and writer João Magueijo, in this "portrait", made with exquisite humor, of our compatriots who live in Canada, a community that he certainly knows well, we think, for having lived there with many of the characters of this OlifaqueporDiásporaPortugalidadeDiversidade cultural“Portinglês"Olifaque - uma farsa em emigres - reflexões à volta da portugalidadeOlifaque - uma farsa em emigrês - reflections about portugalityconference paper10.34620/lusoconf.2021