Demo, Pedro2023-01-162023-01-162022Demo, Pedro (2022). Crítica aos fundamentalismos identitários: Comentários ao “Eu Soberano” de Roudinesco. EduSer - Revista de Educação. ISSN 1645-4774. 1:1, p. 1-101645-4774http://hdl.handle.net/10198/26535Roudinesco, psicanalista francesa muito renomada, analisa identidades étnicas ou similares exacerbadas – daí a expressão provocativa “Eu Soberano” – que exigem uma autonomia já incapaz de conviver com outras autonomias. Postam-se como referência fundamentalista, no sentido de não admitirem contestação ou mesmo diálogo, impedindo a convivência em sociedade. A tese básica sugere que, para conviver em sociedade, é preciso não ser fundamentalista, ou seja, saber conviver com a diversidade, hoje um tema fundamental das democracias mais abertas. A França está no pano de fundo de uma experiência europeia iluminista que adotou a laicidade do Estado, as “Luzes” (Iluminismo) em termos científico-culturais, a democracia e a república. O livro ainda se alinha a algumas expectativas eurocêntricas supremacistas, como a de ser possível algum universalismo dos Direitos Humanos, enquanto hoje se defende que a validade só pode ser relativa, embora não relativista: dinâmicas históricas e evolucionárias valem sempre, mas de modo relativo, não por defeito, mas porque é seu modo próprio de valer. Enquanto é muito veemente e bem documentada a análise crítica da Autora das experiências fundamentalistas identitárias, notamos alguns resquícios colonialistas de uma civilização que gosta de ser pôr como modelo. Lutas identitárias fundamentalistas, ou mesmo terroristas, não são aceitáveis, mas não se pode esquecer que reagem ao colonialismo europeu e similar, que também precisa ser contestadoRoudinesco, a very renowned French psychoanalyst, analyzes exacerbated ethnic or similar identities – hence the provocative expression “I Sovereign” – that demands an autonomy that is already incapable of coexisting with other autonomies. They stand as a fundamentalist reference, in the sense of not admitting contestation or even dialogue, preventing coexistence in society. The basic thesis suggests that, in order to live in society, it is necessary not to be fundamentalist, that is, to know how to live with diversity, a current fundamental theme of the most open democracies. France is in the backdrop of an Enlightenment European experience that adopted the secularity of the State, the “Lights” (Enlightenment) in scientific-cultural terms, democracy, and the republic. The book still aligns with some supremacist Eurocentric expectations, such as that some universalism of Human Rights is possible, while today it is argued that validity can only be relative, although not relativistic: historical and evolutionary dynamics are always valid, but in a relative way, not by default, but because it is its own way of asserting itself. While the Author's critical analysis of fundamentalist identity experiences is very vehement and well documented, there are still some colonialist remnants of a civilization that likes to be used as a model. Fundamentalist, or even terrorist, identity struggles are not acceptable, but one cannot forget that they react to European colonialism and the like, which also needs to be challengedporRoudinescoFundamentalismoEu SoberanoResearch Subject Categories::SOCIAL SCIENCES::Social sciences::PsychologyCrítica aos fundamentalismos identitários: Comentários ao “Eu Soberano” de RoudinescoCriticism of identity fundamentalisms: Comments to the “I Sovereign” from Roudinescojournal article10.34620/eduser.v1i1.2182183-038X