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Abstract(s)
Este estudo começa por enquadrar José Régio no período epocal em que viveu. Duas
razões de fundo sustentam a importância deste enquadramento: primeira, a relevância dos
acontecimentos ocorridos na Europa, e em Portugal (de um modo particular), na primeira metade
do século XX; segunda, a forte personalidade de Régio fez dele uma referência incontornável,
quer para os seus coevos, quer para as gerações mais novas, nomeadamente porque foi ele o
primeiro a reconhecer e a dar a conhecer (nas páginas da Presença) a revolução literária
produzida pela geração de Orpheu e porque foi a presença viva e actuante do segundo
Modernismo em Portugal.
Segue-se uma reflexão sobre o diário, equacionando a problemática da sua inclusão nos
estudos literários e realçando o facto de, em termos modais, ser um texto intrinsecamente
híbrido. A escrita do diário, embora prisioneira do tempo, é uma escrita livre, oferecendo-se ao
sujeito que, por meio dela, se vai registando. Mas permanece em aberto a possibilidade da
revelação do eu acontecer de forma mais autêntica neste tipo de escrita ou na escrita ficcional
(mormente para Régio que foi um diarista errático e pouco dado a confissões directas).
A difícil relação entre escrita e revelação, entre a urgência de se dizer, de se revelar e a
necessidade de se fechar com os seus segredos e mistérios (seguindo o modelo de Cristo),
conduz-nos a uma síntese (im)possível, explicitada na trilogia: Loucura, Silêncio e Morte.
Description
Keywords
Escrita Revelação Diário José Régio
Citation
Teixeira, Carlos (2008). "Escrever-se" e/ou "outrar-se": escrita e revelação em Páginas do Diário Íntimo de José Régio. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Publisher
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro